Crise na construção naval: entregas de grandes navios dos EUA sofrem anos de atraso

USS John F. Kennedy (CVN 79) em construção no Newport News Shipbuilding, Newport News, Virginia, EUA
A U.S. Navy enfrenta graves atrasos na construção de navios de grande valor estratégico, entre eles porta-aviões e navios de assalto anfíbio, segundo documentos orçamentários e análises especializadas.
USS John F. Kennedy (CVN-79) adiado para março de 2027
O porta-aviões da classe Gerald R. Ford, cuja entrega estava programada para julho de 2025, teve sua entrada na frota remarcada para março de 2027 — um atraso de dois anos. O motivo apontado foi a necessidade de certificar o Advanced Arresting Gear (AAG) e concluir o sistema de Elevadores Avançados de Armas (AWE), problemas que já haviam afetado o navio líder da classe, o USS Gerald R. Ford.
Navios de Assalto Anfíbio atrasados

Os EUA também registram atrasos de um ano na entrega dos navios USS Bougainville e USS Fallujah, da classe America Flight I. O atrito se deve a gargalos de pessoal e produção em estaleiros como o Huntington Ingalls – Mississippi.
Problemas mais amplos no programa naval americano

Esses atrasos não são casos isolados: outras classes, como fragatas Constellation, submarinos da classe Virginia e os futuros SSBNs Columbia, também enfrentam cronogramas estendidos, impactados por deficiências da base industrial e escassez de mão de obra qualificada
Impactos estratégicos e próximos passos
- O risco inclui uma redução temporária para apenas 10 porta-aviões — abaixo do mínimo legal — após a desativação do USS Nimitz em maio de 2026.
- A falta desses navios impacta a capacidade dos EUA de projetar poder em múltiplas regiões, enfraquecendo a presença naval em operação no Indo-Pacífico e no Mediterrâneo.
- Departamento de Defesa e Congresso planejam investimentos na modernização de estaleiros, contratos adicionais e incentivo à mão de obra, mas a reversão dos atrasos depende de mudanças estruturais e recursos dedicados.
Não está fácil para ninguém, só para a China. Essa espirra e lança um navio.
Criar e principalmente manter uma base industrial não é coisa trivial e nem óbvia.
Nós mesmos estamos talvez na 3a ou 4a tentativa de criar uma indústria naval e não há muita esperanca que dessa vez vai.
Por falar nisso, como estão as nossas novas “corvetas disfarçadas de fragatas”. Se até os poderosos Tio Sam, a Alemanha e a Coreia do Norte, estão com problemas, imagine nós!
Deve passar pelo mesmo problema….atraso.
Se é que vão mesmo fazer as quatro com tanto corte no orçamento.
Que corte o quê! A aquisição gerenciada pela EmGeProN recebeu capitalização integral adiantada. E ela ainda aplicou o montante pra proteção. Vamos parar com reclamações infundadas? Todavia, remanesce a questão de saber por quê autoridades da MB dizem que o programa é deficitário em 25 ou 30% sem esclarecer cabalmente a etiologia do mal e sequer um prognóstico e terapia.
Eu gostaria de saber o motivo dessa diferença. Será que eles recebem o valor dos navios em reais para comprar produtos cotados em euros e ficam com os reais em mãos até a hora do pagamento?
Será que não transformam em moeda estrangeira imediatamente para segurar um pouco a perda de valor?
Se realmente fizeram isso (não converter a moeda), mostram a incompetência de sempre.
Para qualquer negócio desse tipo é feito hedge.
Espero que sim. Fora essa hipótese, eu não vejo onde existe um erro de 30% de orçamento em um projeto “simples”, de poucos anos de duração.
Não sei onde gastaram tanto a mais onde não deveriam.
Deixa eu ver se eu entendi, então não tem falta de dinheiro para as tamandares, os militares estão fingindo ter falta de dinheiro para provavelmente tentar garantir uma quinta fragata ou algo do tipo?
Uma quase pronta, uma em faze avançada de construção e a terceira em faze inicial
Até que não estamos tão mal, o mais preocupante são as sanções e os “prováveis” embargos dos EUA e da OTAN/NATO ao Brasil, porque sem peças de manutenção esses navios vão enferrujar paradas nas nossas bases navais.
Esse papo de sanções da OTAN é delírio de gado. N
Se isso fosse realmente considerado, não estavam comprando C-390 a rodo. A própria acusação é bem estúpida, sendo que muitos da OTAN compram da Russia, víde Alemanha, Itália, França e Hungria.
Além do mais a França NUNCA vai querer perder o contrato do PROSUB por causa disso, especialmente depois daquele rolo do AUKUS.
Vamos parar de acreditar em tudo que esse cultistas de político falam.
Não é delírio de gado. É algo muito sério devido ao posicionamento do Brasil frente a países como Irã, Rússia e China.
Basta uma sanção dos Estados Unidos que a OTAN vem junto.
Também era delírio de gado Moraes perder o visto. Foram oito ministros que perderam. A filha de Barroso foi “convidada” a se retirar dos Estados Unidos, uma forma bonita de dizer que você está sendo expulsa daquele país. Se você não consegue perceber o impacto disso aconselho a rever algumas coisas na sua vida.
EDITADO
kkkkkkkkkkkkkkkkkk
A Filha do Ministro Barroso não mora nos EUA, isto é mais uma Fake News.
Foi o secretário geral da OTAM, Mark Rutte que comentou isso, mas deixa faltar pastagem e uma boa ração balanceada para o gado comer, aí que o bicho vai pegar!
Um navio militar é utilizado entrw 30~40 anos.. talvez mais. Um mandato presidencial aqui e nos EUA são 4 anos. Assim como esta política tarifária contra o mundo (lembre que o Brasil é apenas mais um país em uma lista de dezena ou até uma centena) foi uma surpresa, a extinção destas tarifas também é feita por uma assinatura. De modo algum quero minimizar o impacto destas decisões de Trump no comércio exterior e seu impacto sobre o crescimento do PIB brasileiro em 2025, mas também é preciso lembrar que é uma política externa decidida por Trump. No caso brasileiro,… Read more »
Vejo que alguns atrasos podiam ser evitados como no caso da Classe Constellation.
Mudaram tanto o navio que gerou problemas.
Os submarinos podiam ter mantido a construção de 2 ao ano que era feita nos anos 2000/2010 se não me engano.
Quanto ao resto é mais técnico/melhorias de ambiente e capacidade humana.
Abner, em 2024, 2 SSNs foram “entregues” o “796” em abril e o “797” em dezembro, os comissionamentos ocorreram meses depois, como é de praxe, mas é a “entrega” que faz os números girarem. . O plano é que a partir de 2028, 2 voltem a ser entregues, não basta apenas incluir no orçamento anual 2 submarinos o que já vem sendo feito, mas, a melhoria na infraestrutura e contratação de mais pessoal deverá surtir efeito. . Além do mais já iniciou-se a construção de uma nova classe de “SSBNs” que irá gradativamente substituir os atuais cujo último exemplar o… Read more »
As Constellation correm sério risco de cancelamento. O Sal Mercogliano pondera os problemas com as soluções propostas, aqui: https://youtu.be/HOHKog66DaA?si=ddD5Ub1BgHR9AwK7 Mas a coisa tá ruim. E não vai melhorar: sob o império neoliberal/financeiro a renda do Estado, lá e cá, é parasitada pelos rentistas (uma parte deles no CIM ou BID) sob o princípio da supremacia do lucro crescente (ao arrepio de qualquer outra necessidade política/social ou técnica/operacional) a distribuir como dividendos. Fazer arma é negócio, não tem nada com patriotismo (isso fica pras buchas de canhão que irrigam inutilmente o solo com seu sangue) ou com defesa nacional. A fabulosa… Read more »
Discordo em partes. Quer ficar fora da mão de rentista? Basta não pegar dinheiro emprestado, ou pegar bem pouco. Os políticos fazem barbaridades com os orçamentos disponíveis e depois terceiros são os culpados. Se eu não destruir o meu orçamento deliberadamente, não precisarei recorrer ao agiota. Se eu precisar, vou fazer o máximo para não pegar mais dinheiro emprestado e pagar logo o que já tenho de dívida. Se quiser que os bancos financiem os projetos de defesa, basta que os governos parem de fornecer empréstimos subsidiados. Os governos e políticos são coniventes com essa dinâmica financeira, não se engane.… Read more »
Muita burrice esquerdosa. Os denegridos rentistas são os que trazem capital para o mercado.
os n
Caro Rafael
Não é assim,
Substancial parte dos recursos aplicados no mercado financeiro servem apenas para o acúmulo de riqueza nas mãos dos investidores e das instituições financeiras que controlam os fundos.
Estes 40 anos ou mais desde a administração Reagan mostra que a tese do copo cheio que transborda é falta. Na maioria das vezes, ocorre o aumento da altura da copo para evitar o transbordo.
Verdade, por isso os americanos querem levar as fábricas de volta para os EUA.
Um outro assunto, me desculpem não sou especialista em questões navais, essas futuras fragatas americanas Classe Constellation, me corrijam se eu estiver errado, pelas imagens o canhão de proa será um Bofors 57mm, um bom armamento, mas a meu ver deixa o navio “sub- armado”, para um cenário de provável atuação: indo-pacifico, mar do sul da China e mar do Japão, mesmo com sofisticados sistemas de guerra eletrônica e mísseis, um 76mm em diante seria mais adequado…
Olha um canhão 127 mm não faz mais o menos sentido hoje, já que não haverá conflito entre navios utilizando seus canhões, nem apoio de fogo.
76 mm ou 57 mm tem diferença mínima, inclusive a Bofors diz que o 57 mm coloca mais munição no alvo que qualquer canhão até 100 mm no mesmo tempo.
O canhão que melhor se adaptar para combater drones aéreos ou navais é o mais adequado de agora em diante.
O 57mm tem uma cadência de tiro maior e por a munição ser menor, pode levar mais destas, então é um armamento mais útil para defesa aérea e contra alvos enxame.
Esse é o resultado de 40 anos desindustrializando a economia. Quando se transfere as fábricas de um país para outro, inicia-se naquele, um processo de perda de formação de mão-de-obra: soldadores (por exemplo), que começavam numa pequena metalúrgica, passavam por empresas automobilísticas e terminavam as carreiras nas indústrias naval e aeroespacial, são formados em menor número e, um dia, começam a faltar no mercado mais exigente, que necessita dos melhores profissionais, como o bélico. Há falta de mão-de-obra, há falta de “expertise”, especialmente em um país como os EUA, cuja economia migrou para os serviços (cinema, entretenimento, redes sociais, show… Read more »
Perfeito. Eles precisam, sim, até prometem fazê-lo com determinação, mas não conseguirão e mesmo nem desejam isso porque a elite está acomodada no arranjo: não dá pra colocar o gênio de volta aa sua lâmpada. Resta saber como se decidirá o epílogo do espetáculo capitalista – já que a opção foi interditada. Spengler escreveu que o dinheiro abstrato vai completar seu destino depois de esgotar todo o mundo, quando por fim destruirá a si mesmo, mas não sem antes fazer seus derradeiros negócios com pilhagem acompanhada de devastação, destruição e extermínio…
E vai piorar.
Enquanto alguém não avisar o pavão laranja que o “serviço sujo” dos EUA (leia-se, o serviço pesado e não tão bem remunerado) é feito exatamente pelos imigrantes que ele está deportando em massa.
Atrasado mesmo está o projeto ”A Volta dos que Não Foram”,
de retorno a Lua, anunciado por Bush em 2004 e ”reanunciado” em 2011, 2016, 2020…
As respostas são repetitivas tanto quanto as notícias se repetem: assim, as razões são múltiplas e conectadas, mas o principal elo da cadeia é o capitalismo financeiro que corrói o capitalismo industrial, e com ele a indústria naval, inclusive dos Estados Unidos, quando avaliada em seus próprios índices históricos, há décadas … Especialmente em um ambinete de custos de pesquisa e desenvolvimento crescentes com as tecnolgias disruptivas. Trump, cuja existência se abrevia dia a dia como todos os homens, e não pode ameaçar com suas diatribes tarifárias o tempo para lhe dar mais tempo, ameaça a própria ordem econômica e… Read more »
Todo fim de um império, começa de dentro pra fora! O império americano, já está na UTI!!