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José Luiz Feio Obino Vice-Almirante (Ref)
Ex-Comandante da Força de Submarinos

Nos dias de hoje o melhor projeto comercial, testado, de submarino convencional, no mercado, é o do submarino francês “Scorpene”. Trata- se de um projeto modular, altamente avançado e flexível que pode ser construído no Brasil e empregado em águas costeiras e áreas oceânicas. A NUCLEP, Indústria de Equipamentos Nucleares, que detém, no país, a tecnologia de construção de estruturas circulares, com alto nível de precisão, está preparada para construir as seções do casco resistente do mencionado submarino francês e o AMRJ, Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, capacitado para a montagem e união das seções de casco do submarino.

O projeto francês é o que mais se aproxima das características do projeto SMB-10, da Marinha, e agrega, em seu desenho e em seus equipamentos, o que existe de mais avançado e moderno em tecnologia de projeto e de construção de submarinos nucleares franceses, o que não pode ser dito pelo seu concorrente alemão que, apesar, de sua alta tecnologia, nunca projetou ou construiu submarinos nucleares. Ademais, seus submarinos foram projetados para águas costeiras e mares fechados. Não podemos esquecer, que o projeto dos submarinos da classe “Tupi” sendo substituídos, no presente, pelos submarinos IKL 212, com cerca de 1.500 tons.

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A Marinha do Brasil, e porque não dizer o País, busca o domínio da tecnologia de projeto,de construção e de manutenção de submarinos avançados, o que, de certa forma, só poderá ser alcançado com os franceses, americanos, russos, ingleses e chineses. O concorrente alemão, por mais que disponha de alta tecnologia de projeto, construção e manutenção de submarinos, quer para uso próprio, quer para exportação, carece do principal, que é ter capacitação em submarinos de propulsão nuclear. Seus projetos atuais, o IKL 212, exclusivo para a sua Marinha e Marinha Italiana, e o IKL 214, para exportação, são bastante diferentes e seus projetos de concepção foram desenvolvidos em torno da propulsão convencional independente do ar ( AIP ), adequada ao emprego dos submari-nos próximo de suas bases, como é o caso deles, dos italianos, turcos, gregos, sul coreanos e outros, diferentemente do nosso, que requer submarinos para emprego ao longo de uma costa de 4000 km e áreas oceânicas adjacentes.

Quando falamos sobre os projetos “Scorpene” e IKL 214, não podemos esquecer do projeto comercial “Amur”, russo, conhecido em 2004, quando da visita de oficiais brasileiros à Rússia. Apenas o primeiro e o último são operacionais. Para o Brasil a melhor opção seria o projeto francês, ainda que a Marinha tenha uma parceria, de cerca de 30 anos, com os alemães. Mas será que essa parceria foi boa? Em alguns pontos acredito que sim, mas em outros não. Senão vejamos:

  • permitiu começar a construção (montagem de “kit”) de submarinos no País, segundo um projeto importado, que os alemães não acreditavam ser possível sem a sua ajuda;
  • possibilitou a nacionalização da mão de obra na construção de submarinos, que não poderá ser perdida, sob pena de comprometer todo o esforço brasileiro na consecução de seu projeto maior, o projeto e construção de seu submarino de propulsão nuclear.
  • Consta que já nos falta, hoje, as mesmas condições de construção dos “Tupi/Tikuna”, por força da evasão de recursos humanos especializados, decorrente do esgarçamento do programa de construção de submarinos (adiamento do início da construção do “Tikuna”; falta de dinheiro orçamentário para a sua construção, que levou 11 anos; cancelamento da construção do irmão “Tapuia”; e falta de perspectiva de novas construções); e
  • faltou capacidade de nacionalização de peças para motores, equipamentos e sistemas, prejudicando seriamente a manutenção dos submarinos. Em 28 anos, nacionalizamos, apenas, as baterias, ficando a Marinha refém da importação, da quase totalidade da logística dos demais sobressalentes, materiais e equipamentos, cujos preços são cada vez mais proibitivos sem qualquer explicação para os aumentos abusivos.

scorpene-3Acreditamos que com o projeto francês teremos a oportunidade de recuperar os anos perdidos no campo da logística, ainda mais se considerarmos que o sucesso de vendas do projeto comercial alemão do submarino IKL 209 (Submarinos da classe “Tupi”) hoje se debate com o custo elevado de sua manutenção, que depende de longos prazos de entrega de peças de fabricação descontinuada, da disponibilidade, para pronta entrega, de materiais e equipamentos, e dos preços abusivos de fornecimento.

Tal situação leva a uma baixa disponibilidade operacional desses submarinos no mundo. Por serem, também, submarinos costeiros, o seu emprego, em áreas oceânicas ou muito afastado de suas bases, sacrifica o material, em especial, os seus grupos motores-geradores, diante do longo trânsito para as áreas de exercício ou de patrulha. Isto não ocorre no cenário europeu ou semelhante, para o qual foram projetados, por serem as suas áreas de operações muito próximas de suas bases de apoio.

O Chile, um país com grande influência militar germânica, tomou uma decisão drástica e corajosa ao sair da linha alemã para a linha francesa de submarinos oceânicos da classe “Scorpene”, sem o módulo de casco de AIP. A opção chilena, pelo projeto francês, foi devida ao baixíssimo nível de ruído irradiado (plataforma muito silenciosa), ao maior transporte de armamento, a maior facilidade e rapidez de recarregamento dos tubos de torpedo e mísseis, e a maior profundidade de operação do submarino.

Ainda que o problema brasileiro seja ligeiramente diferente do chileno, porque o Chile não tem a construção de submarinos, em seu território, como uma premissa básica, o Brasil tem como objetivo estratégico o domínio completo da tecnologia de projeto e de construção de submarinos e a manutenção dos mesmos. Não será com a transferência de tecnologia alemã que chegaremos ao nosso objetivo maior. Urge que a Marinha, e porque não dizer o Governo, se decida por uma proposta que atenda o médio e longo prazos, isto é, a construção de submarinos convencionais que visualize o futuro que é o projeto e a construção do submarino de propulsão nuclear. Hoje as parcerias para vencer tal desafio seriam com os chineses, ou russos, ou franceses, já que os americanos e seu aliado inglês, se opõem a tal conquista brasileira.

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A decisão que a Marinha espera do Governo, para a construção de submarinos, significará uma decisão para os próximos 30 anos. Resta saber se desejamos ficar refém de algum país. Os primeiros 30 anos estão se acabando, sem que tenha havido ganhos positivos, “significativos”, para a Marinha e para o Brasil. As “Orientações da Marinha” para a HDW e a ARMARIS, em princípios de 2005, para a apresentação de propostas, para construção, manutenção e fornecimento de equipamentos / torpedos de submarinos, mostram claramente que a montagem de submarinos da classe “Tupi”, no AMRJ, não foi suficiente para dominarmos a tecnologia de projeto de submarinos, bem como a construção de certos módulos de casco, como os de proa e de popa.

scorpene-5As “orientações” demandavam propostas das empresas, de transferência de tecnologia de projeto e de construção para o CPN, Centro de Projeto de Navios, e o AMRJ, respectivamente; de homologação do AMRJ como construtor do submarino, a ser adquirido; e de fornecimento de equipamentos para o estaleiro construtor do novo submarino, já que um novo projeto exige, dispositivos, ferramentas especiais específicas, não havendo como aproveitar às do projeto da classe “Tupi/Tikuna”, mesmo que, para um novo projeto alemão. O ferramental de uso geral, no entanto, poderá ser empregado na construção de qualquer projeto a ser escolhido.

O projeto “Scorpene” é, em outras palavras, um modelo convencional reduzido do novo projeto francês do submarino nuclear “Barracuda”. O “Scorpene” traz em seu bojo, muito do desenho de casco do submarino estratégico “Le Trionfant”; inúmeros equipamentos de controle de plataforma, empregados nos submarinos de propulsão nuclear; e sensores no estado atual da arte, integrados ao sistema de combate de última geração, SUBTICS, compatível com o emprego dos torpedos IF 21, “Black Shark”, franco-italiano, Mk 48, americano, e SUT, alemão, e com os mísseis submarino-superfície “Exocet”, SSM 39.

FONTE: PUBLICADO NA REVISTA DO CLUBE NAVAL/2008

sbr-scorpene

NOTA DO BLOG: Publicamos este artigo a pedido do leitor “Marinheiro”. A matéria é do início de 2008, mas mostra bem o pensamento de quem defende o “Scorpène” como a solução para se chegar ao submarino nuclear brasileiro.

É interessante notar que de uma hora para outra o velho discurso da Marinha de que o Brasil tinha alcançado a independência na construção de submarinos (com o lançamento do “Tikuna”) e que a partir daquele momento o Brasil passaria a pertencer ao “seleto grupo de nações” que construíam seus submarinos.

De uma hora para a outra, porém, o IKL-209, o submarino mais vendido no mundo, que compõe a totalidade da atual Força de Submarinos, passou a não prestar, a ter vários problemas.

É preciso ficar claro que por culpa de certos administradores da Marinha é que o Brasil não conseguiu levar adiante o projeto do submarino convencional nacional SNAC-1, que depois virou SMB-10. Foi depois de uma mudança de comando que interrompeu-se, de uma hora para outra, a transferência de know-how para os engenheiros brasileiros.

Foi um evento semelhante ao protagonizado pelo Almirante Henning, que tentou vender as fragatas classe “Niterói” para um país do Oriente, porque assumiu o comando da Marinha e não concordava com os navios adquiridos na administração anterior.

Outra ponto que o almirante Obino toca e que precisa ser esclarecido: o Brasil não alcançou maior índice de nacionalização nos seu IKL-209 porque construiu poucos submarinos. Na América Latina até o Peru tem mais submarinos que o Brasil.

Não adianta dizer que quer nacionalizar componentes se não há escala de produção. Vejam quantos submarinos tem a Turquia, por exemplo, como já publicamos aqui.

Da mesma forma, mudando de fornecedor e construindo apenas 4 submarinos, não haverá escala e o problema da nacionalização de componentes se repetirá. É preciso acabar com a “mentalidade meia-dúzia”, de compra de caças, de submarinos, de mísseis. Comprando “meia-dúzia” de cada ítem é impossível nacionalizar qualquer coisa.

E a história vai se repetir. Vamos pagar uma fortuna aos franceses para fornecerem um submarino que não atende às aspirações da Marinha de colocar um reator dentro dele. Como já disse e repito, o Brasil precisa do “Barracuda” e não do “Scorpéne”.

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ARCANJO

Fico lendo toda essa discussão em torno da tentativa de valorizar o SCORPENE e desvalorizar concorrentes e vejo como isso atrai a atenção de todos para os meros detalhes. Enquanto isso o principal vai se esgueirando e progredindo. Estamos cortando as unhas do vampiro quano o perigo está nos seus dentes. O QUE INTERESSA É QUE ESTÁ EM MARCHA BATIDA UMA DAS MAIORES OPERAÇÕES DE LOBBY DA HISTÓRIA O BRASIL. ESCANCARADAMENTE …. Esse é o ponto, o resto é detalhe. O Deputado Julio Delgao que denunciou essa operação que se cuide. A mega e poderosa empreiteira, colegas da Câmara, muitos… Read more »

Alexandre Galante

Sem saco, engano seu, na verdade esse blog é pró-Brasil!!!

Sem saco

esse blog cada dia mais prova que é pro-alemão!!

Willy

Certos posicionamentos que estereotipam e menosprezam a opinião da sociedade civil em matérias e temas relacionados a assuntos da Defesa do país apenas servem para sacramentar alguns absurdos que vicejaram nas Forças Armadas quando “segurança nacional” era um assunto só para militares (O CONTEXTO ANALISADO é até a criação do Ministério da Deefesa em 1998): ausência de um MBT até os anos 90 no EB; ausência de uma aviação embarcada por picuinhas entre a Aeronáutica e a MB; aquisição de plataformas inadequadas às condições geográficas de eventuais teatros de operações, como os paquidérmicos m-60A3TTS; ausência de plataformas de mísseis de… Read more »

Matheus

O que me deixa mais intrigado é saber se foi a Marinha que escolheu o submarino ou os políticos, pois é isso que vem ocorrendo no F-X2, cada dia mais a concorrência vai ficando de lado e os políticos vão forçando a FAB a escolher o caça francês. Se for para comprar direto todo francês, não abram concorrência e nem fiquem enrolando, mais se abrimos concorrência que seja justa e limpa, sem favoritos e que a palavra dos militares sejam ouvidas e respeitadas, pois são esses que utilizam a todo momento o instrumento. Fica até feio para nosso país abrir… Read more »

Wolfpack

Excelente matéria e deixa bem claro a opção da MB. Embora alguns colegas não queriam enchergar ainda e ficam chorando junto com os alemães a opção do Brasil em estabelecer esta união estratégica com a França. A Alemanha não detém a tecnologia para construção e operação de um submarino nuclear, certo?! Algo mais, quem as detém hoje? China, Estados Unidos, França, Inglaterra e Russia, e só. Quem destes poderia ser um parceiro nesta empreitada brasileira? Quem Galante? Russia e seus problemas de contrato/logistica e qualidade de equipamentos (quantos acidentes com submarinos russos na última década com quantas mortes?), China seria… Read more »

Henrique

Dentre todas as alegações prós e contras uma coisa é bem clara, a falta de estratégia, serieadade e comprometimento com a defesa do país fez com que perdessemos algumas décadas montando quatro submarinos sem aproveitar a oportunidade para desenvolvermos nossa indústria naval e a capacitarmos em sua plenitude para projetar e construir submarinos(coisas que os alemães e até outros países já faziam desde a década de 30). Se gastarmos esta fortuna agora com os franceses e não investirmos no que realmente é importante (capicitação na NOSSA mão-de-obra técnica e científica + infra estrutura industrial e logística) talvez daqui a trinta… Read more »

Guilherme Poggio

Navegante,

Em todos os países “sérios” existe uma imprensa livre que discute e investiga os assuntos relacionados ao tema “Defesa”.

Somente nas “Repúblicas de Banana” a palavra da caserna é a verdade suprema. Nas democracias verdadeiras a “Defesa” é sim discutida pelos eleitores/contribuintes.

Estamos fazendo o nosso papel de discutir e questionar, o que é bem diferente de vender a verdade, como existe muito por aí.

Marcelo Ostra

Marinha Brasileira ??? Ué nao seria Marinha do Brasil naum ?

Para alguem que chegou de sola .. .estranho no minimo

E ae juvenal, o cara foi de mara tbm, como eh que fica agora ????

Menos amigo

Abs
Mod MO

Mauricio R.

Bem foi a própria Força de Submarinos da MB que espinafrou o projeto do “Scórpene”, conforme publicado neste blog.

No mais, maldito espirito de corpo!!!
Debanda a MB inteira e cria no lugar uma Guarda Costeira, que essa não vai precisar de submarinos!!!

Vassili

galante, 19:36hs,

Nossa Vixe…………………. rebateu na bucha sem dó……..

Mas concorod que o preço que estamos pagando pelos 4 SSK mais o provável casco do SSN é absurdamente caro.

Mesmo que aquela história de que a MB pagaria apenas 10% do valor se optasse pelo modelo alemão 214 fosse mentira de lobista pró germanico, digo que o atual valor discutido com a DCNS é amplamente favorável………………….. a França, é claro.

abraços.

marinheiro

Afinal, a HDW já esta te patrocinando?

Soube que você andou viajando para a Alemanha dias atraz…..

Alexandre Galante

Marinheiro, ainda não, mas estou correndo atrás de patrocínio.
Por enquanto dependo das doações dos leitores e dos cliques nos anúncios do Google e das comissões do site Submarino.

Se você quiser fazer uma doação, tem o botão lá em cima do Pagseguro.

marinheiro

Já fiz.

My two cents…

Matheus

O problema é saber se foi à própria Marinha que decidiu isso ou se foi forçada, pois é isso que cada dia mais vemos no programa F-X2, não importa o que os militares querem, vai ser o Rafale.

marinheiro

Caro Galante. Creio que minha participação aqui acabou, espero ter prestado uma ajuda aos demais membros e convidá-los a continuar exercendo esta busca insaciável pelo conhecimento. São assim que surgem os grandes entusiastas e os grandes intelectuais que o Brasil necessita, pois só assim é que um dia o Brasil vai se tornar uma nação soberana e independente. Acredito que o papel do PN é este, iniciar nossos futuros entusiastas a procurar e a participar mais ativamente tanto deste, quanto de demais fóruns existentes no Brasil, sempre em busca da verdade e do orgulho de ser brasileiro. Espero do fundo… Read more »

Alexandre Galante

Navegante, a Marinha não é “brasileira”, é “do Brasil”. Já passei quatro anos na Marinha, naveguei numa fragata da classe “Niterói” por dois anos, sei como é enfrentar as adversidades, sei o que é faina de todo tipo e sei também o que é tinta sobre ferrugem. Ao contrário de outro jornalistas que tem por aí, eu conheço a Marinha por dentro e GOSTO de navios. Além de conhecer o assunto, tenho a vivência que outros jornalistas não têm. Outra coisa: meu irmão foi oficial de Marinha e também me passou muitas experiências e informações que me dão mais respaldo… Read more »

marinheiro

Serão 4 no primeiro momento e mais no decorrer substituindo os submarinos TUPI. Porém os demais serão evolução destes e também receberão avanços tecnológicos e sistemas nacionais, será um SMB-10.

Porém optamos em chama-lo de SBR.

marinheiro

Com relação a produção de mais ILK-209, a MB pretendia contruir um sexto submarino, porém a Alemanha vetou a sua produção. E nos ofereceu o IKL-214, a um preço abusivo e com tudo o que já comentei aqui.

Lucas Calabrio

Então a questão é muito simples de resolver meus caros.
Comprar 20 Scorpène e construir 4 Barracudas porque digo isso devido a quantidade e a repetição do processo se chegará a perfeição ou muito próximo. Falta vontade politica ? Pode ser mas não acredito poderão achar que é muito e eu direi ainda que é muito pouco para uma nação em expanssão queiramos ou não é a vocação do Brasil porem essa quantidade será apenas de proteção ao país e uma bela capacidade de dissuasão.

Alexandre Galante

Marinheiro, essa informação de que a Alemanha teria vetado a construção de um sexto “Tupi” não procede.
O cancelamento do “Tapuia” foi por falta de verbas. A Alemanha seria burra de não querer vender mais um submarino?

A questão do preço abusivo se repete com os franceses… 17,6 bi para comprar 4 Scorpène e um casco de subnuc é dose pra leão.

Lucas Calabrio

Temos que copiar o exemplo da Coréia do Sul que investiu pesadamente na eduacação e no ensino técnico ehoje colhe os frutos não basta capacitar tem que manter esse quadro tecnico atualizado e bem pagos

Lucas Calabrio

Prezado Galante
Creio que aumentando a quantidade se consegue sim e muito a redução do preço por casco.
sds

Lucas Calabrio

A questão é a seguinte : queremos de fato ser independente de todo mundo?
se positiva teremos um alto preço a pagar

Lucas Calabrio

ou pelo menos diminuir a dependecia

Douglas

Os argumentos do Almirante não esclarecem as dúvidas já debatidas. O “percentual” de transferencia é de fato reduzido. Haverá apenas uma transferencia parcial. Alias foi tambem assim com o IKL. Não há qualquer compromisso de forncimento de tec. nuclear. O casco a ser construido não comporta um reator, alias, nem temos um reator ainda. Os sistemas auxiliares do reator também não estão incluídos. Os franceses só prometem assessoria para um futuro casco, diga-se protótipo. Poi é ingênuo achar que a primeira unidade de um SSN será plenamente operacional. A história mostra que todos os países com SSN enfrentaram problemas com… Read more »

marinheiro

Galante;

Os últimos 209 (Tikuna) produzidos foram os da África do Sul, cópia do 209 alterado pelos engenheiros brasileiros. Nisto, já existiam os 214 e a Alemanha querendo vender um novo produto não aceitou mais encomendas de equipamentos para qualquer 209.

marinheiro

Da mesma forma absurdamente ela aumentou o preço de todos os itens antes importados pela marinha brasileira para a manutenção dos IKL-209, alegando que o Brasil estava a se tornar seu concorrente no mercado de submarinos.

Lucas Calabrio

Já comentei anteriormente
temos que ter vários ITA=IME=ESCOLA NAVAL e investir e /ou capacitá-los no exterior ou trazer professores de fora e isso custa dinheiro muito dinheiro mas isso colocará o Brasil num seleto grupo e talento e criatividade isso nós temos (talvez o medo de todos)

Lucas Calabrio

Temos que ter a EMBRAER da Marinha e do Exército. Temos que pensar grande arriscar.

Alexandre Galante

Marinheiro, os 209 da África do Sul (já noticiados aqui no Blog) não são cópias do Tikuna. Eles são uma evolução da classe Preveze da Marinha Turca. A Alemanha ainda vende o 209 pra quem quiser comprar. Ele é o Super 209 e a Grécia está prestes a comprar 2 com AIP. Se o Brasil quisesse poderia continuar construindo mais Tikunas no AMRJ, por US$ 300 milhões cada, muito mais baratos que os Scorpène e tão bons quanto. O Brasil jamais se tornaria um concorrente da Alemanha na produção de submarinos, até porque a proa ainda é feita lá. O… Read more »

Marcelo Tadeu

Galante, não entendi, vc é a favor ou contra? Acho que como diretor do blog vc devia ser mais imparcial. Quem disse que serão apenas 4 Scorpenes? Isto é o primeiro contrato. Com transferência de tecnologia vamos construir mais. R$ 17 bilhões serão para os 4 subs mais a transferência de tecnologia para o casco nuclear, a base e o estaleiro, junto com o treinamento de engenheiros e tecnicos navais, tripulantes, etc. E a tecnologia vai ser de graça? Foi aqui mesmo no blog que eu li que os IKL-209 estavam com problemas de reposição de peças, apesar de serem… Read more »

Tonelero

Olá galera do fórum, saudações! Havia postado esse comentário em outra matéria, mas repito aqui pois condiz com o tema: Sei lá… há pontos bastante questionáveis nas palavras do Sr. Vice-Almirante acima, mas, é claro, ninguem aqui vai chamar um Vice-Almirante reformado de lobbysta, né não? Isso quase não existe… Um ex-ofial que vira lobbysta? Jamais! Blasfêmia! [hahahaha] Ainda mais pensar isso aqui, que a maioria já “abraçou” o Scorpene e as “bondades” francesas como um filho legítimo que nem precisou do exame de DNA. Senso critico as vezes ajuda. Mas tá todo mundo acreditando no NJ como se fosse… Read more »

COMANDANTE MELK

Senhores,

eu confio na pericia da MB, se tomaram a decisão de fechar com os franceses é porque com certeza esta era a melhor opção.

Tonelero

Caro Comandante Melk,

Na gloriosa MARINHA DO BRASIL eu também confio. Não confio é nos “interesses ocultos” por trás destas verdades absolutas que tentam nos passar sem permitir questionamentos.

Abraços.

Esdras

Eu também confio que a decisão pelo Frances é muito acertada.
Os alemaes vão ficar jogando farofa nisso até onde der, inclusive ficar pagando matérias distorcidas para gerar confusão na cabeça de politicos leigos.

rrtorres

Concordo com o blog, a construção de apenas 4 unidades vai acarretar o mesmos problemas dos 209,sinceramente acho que essa questão dos submarinos é a questão mais crítica do rearme brasileiro, espero que tenham políticos sérios e investiguem essa relação do md com os franceses.
Tbm não consigo entender essa politica de somente defesa, a contrução de submarinos sem capacidade de disparar misseis me parece totalmente equivocada,falando nisso como anda o projeto do matador? ele não tinha uma possível versão para ser disparado por subs?

Excel

Tenho ressalva quanto à confiabilidade dos franceses, mas a escolha do submarino nuclear brasileiro deve ser uma escolha técnica, e nessa área não tenho domino (assim como uma grande maioria de pessoas aqui), sendo assim deveríamos confiar na capacidade dos nossos militares de decidir o caso.

Luis Antônio

Submarino russo. Concordo com todos os argumentos do vice-almirante José Luiz Feio Obino Vice-Almirante. Mas acredito que sejam todos válidos para o submarino russo, com a diferença que este é mais barato. Mais barato permitiria termos mais submarinos e nacionalizar a produção resolvendo o problema da escala de produção. Mas pra isso precisaríamos construir 30 ou 40 submarinos de pelo menos dois modelos diferentes. Não é muito pra defender um litoral de mais de 8000km com riquezas como o pré-sal. Para defender nosso litoral em profundidade, é preciso ter capacidade de combate em todo o Atlântico Sul. Na realidade precisaríamos… Read more »

Willy

Quanto ao trabalho do Galante, além de ser um exemplo de dedicação, empenho e devoção a um assunto complexo e ignorado em massa no Brasil (inclusive pela imensa maioria de nossa elite intelectual), é uma demonstração de coragem e altivez diante de um quadro repleto de adversidades. Se não houvessem estes blogs tão bem fundamentados, construídos e desenhados, sequer teríamos uma ferramenta de discussão tão importante e tão democrátrica. Considero o editor destes blogs do setor de defesa um idealista exemplar. Chego a sentir vergonha de quem ridiculariza ou profere comentários jocosos ao trabalho do Galante. E sequer o conheço… Read more »

matheus chaves

Não podemos esquecer que na época da Guerra Fria, os soviéticos não dependiam de ninguém, hoje os russos estão atrás de um parceiro militar para o setor naval, pois a maioria dos estaleiros da União Soviética estavam na Ucrânia e os russos sabem que estão bem ultrapassados em tecnologia embarcada, sabem construir submarinos comuns e nuclear, porta-aviões, fragatas e outros, mas sabem que a tecnologia que está dentro do navio não é compatível no século 21. Uma parceira com a França não nos garante nada, pois essa já possui toda sua capacidade bélica bem definida, não necessitando da gente para… Read more »

Gunter

Desculpas aceitas!

Walderson

Galera, penso que seria interessante nos atermos às notícias. Vamos discutir o assunto defesa sem ataques pessoais. Nenhum de nós é dono da verdade. Quem fez as avaliações dos diversos tipos de submarinos foi o pessoal da MB, que decidiu pelo projeto francês. Quanto aos políticos, funciona assim no mundo inteiro. Ou vcs são ingênuos de acreditar que nos EUA é diferente. Lá o lob impera e é muito mais forte do que aqui. Vejam as notícias sobre a corrupção no Parlamento inglês. Corrupção existe em todo o mundo. Esse é um problema do ser humano. É um problema do… Read more »

Luiz

Boa noite Alguns pontos dos comentários que observei gostaria de questionar: * A marinha da Índia adquiriu o projeto Scorpene e sites fora do Brasil (ex.: Defencetalk.com) noticiaram o descontentamento das autoridades indianas em relação ao cumprimento de prazos do projeto. * A encomenda de 4 unidades não gera escala de produção, sejam U214, Amur ou Scorpéne. Então com certeza estaremos comprando peças na França ou do país de procedência do fornecedor. * Outras publicações brasileiras (revistas Tecnologia & Defesa, Segurança & Defesa) já publicaram matérias sobre a classe Tupi onde oficiais da Marinha do Brasil avaliaram positivamente o equipamento… Read more »

Campeche

Caro Editor, Sou aficcionado quando o assunto é tecnologia milita,e mais ainda, quando se fala em tecnologia e capacitação de nossa forças armadas. Estou acompanha a novela dos submarino no Brasil,e com grande tristeza, assisto e desfraldar de uma realidade que me entristece, qual seja, nossas forças armadas são o que são graças aos militares que temos. Atribuir toda a culpa ao políticos, ao governo e a sociedade é um possiçãobastante cômoda. A novela dos submarinos demonsta muito bem que a falta de sintonia na força naval.Querer ser potência desse jeito, meu deus, é um perigo. Até o ano passado… Read more »

MarcoAntonio Lins

Depois deste comentario de um profissional,deixa claro que o Brasil esta certo ao escolher o Scorpene.Portanto pequenas duvidas nada vale. Tem nações que desejam que não tenhamos nosso SNB ! Mas vamos ter !…Como me sinto orgulhoso de ver, sentir que decolamos.
Temos que cuidar de nosso patrimonio!…Niguem se propos nos ajudar a construir nosso SNB,somente a França.Confio na MB.” O risco que corre o pau corre o machado”vamos em frente.Vamos pensar positivo!

Marcelo Tadeu

Tomara Matheus!!

Alexandre Galante

Marinheiro, não vá tão cedo, temos muitas novidades ainda que vão chegar.
Obrigado pelas indicações e pelo texto do Alte Obino.

Seja bem-vindo sempre… e não esqueça do botãozinho lá de cima de doação.

Indique o site para os seus amigos de Marinha também.

Um abraço.

Cor Tau

“A mim pouco importa que seja o frances ou o outro modelo lá dos chucrutes, só rogo a todos os colegas que pensem um pouco e tirem suas proprias conclusões pensando no futuro e não nas “apaixonadas” defesas que ocorrem sobre esse assunto hoje. Não sejamos inocentes brasileiros. Chega de ser passado para traz com promessas mirabolantes. Não precisamos mais dos “espelhinhos” dos europeus para sobreviver.” “Na gloriosa MARINHA DO BRASIL eu também confio. Não confio é nos “interesses ocultos” por trás destas verdades absolutas que tentam nos passar sem permitir questionamentos.” Fasso de suas palavras as minhas…Concordo absolutamente…….Essa gente… Read more »

Adolf Galland

Galante, mas nesse caso não teriamos muito como barganhar, pois, como claramente os Eua e a Inglaterra, são contra o SNB brasileiro, e só teriamos a Russia, China e França, e como a França politicamente seria a que menos desagradaria, eles oferecem o que querem, e não o que necessitamos, e como aquele ditado se lhe dão limoes faça limonada,me corriga se tiver errado; mas concordo com o amigo de que o Scorpène não seria a melhor opção.

abraços.