1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

Corveta

Bahiana

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 23 de agosto de 1845
Lançamento: 16 de outubro de 1847
Incorporação: 19 de junho de 1850
Baixa: 15 de novembro de 1893

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 972 tons.
Dimensões: 41.75 m de comprimento, 10.36 m de boca, 10.66 m de pontal e 5.09 m de calado.

Blindagem: casco de madeira.
Propulsão: à vela, aparelhado a galera, possuindo gurupé e três mastros e respectivos mastaréus com vergas redondas e caranguejas.

Velocidade: 6 nós.

Raio de ação: ?
Armamento: 36 colubrinas de calibre 24.

Tripulação: 260 homens, entre oficiais e praças.

 

 

H i s t ó r i c o

 

A Corveta Bahiana, foi o terceiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil. A Bahiana foi construída no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, antigo Arsenal de Marinha da Corte, segundo os planos do construtor naval José Joaquim de Souza. Foi lançada em 16 de outubro de 1847, ato assistido pelo Imperador Dom Pedro II e foi submetida a Mostra de Armamento e incorporada em 19 de junho de 1850. Naquela ocasião, assumiu o comando o 1º Tenente Carlos Augusto Nascentes de Azambuja.

 

1851

 

Em março, seguiu para Montevideo para integrar a esquadra do Almirante Grenfell na guerra contra o argentino Rosas. O navio tinha o metecantro muito próximo do centro de gravidade, o que muito prejudicava sua estabilidade. Por isso, voltou ao Arsenal, foi arrasado e embonado e lhe diminuíram a altura dos mastros.

 

Em maio de 1851, estava pronta a armar e devia montar 24 canhoes obuses de calibre 38. Passaram-lhe mostra completa de armamento em 29 de julho de 1851.

 

Em 12 de agosto, foi nomeado seu comandante o Capitão-Tenente Francisco Luiz da Gama Rosa. Em 20 de agosto, levando a bordo o Chefe da Esquadra Encarregado do Quartel-General, um Capitão-de-Mar-e-Guerra Inspetor do Arsenal e alguns membros da Comissão, saiu à barra para experiência. Segundo a opinião dos competentes ficou um melhores vasos da nossa Armada, não só em marcha como em força, pois recebeu 24 peças tipo Pax Land de calibre 30. Bolinava em 5 quartas, fazendo 6 milhas horárias.

 

1853

 

Entre 21 de janeiro e 15 de dezembro, sob o comando do Capitão-de-Mar-e-Guerra Francisco Manuel Barroso da Silva, futuro Almirante e Barão do Amazonas, realizou um cruzeiro de instrução pelo Pacifico, visitando portos no Chile, na Bolivia e no Peru.

 

1854

 

Entre abril de 1854 e maio de 1858, ficou estacionada no Rio de Plata.

 

1859

 

Em 22 de janeiro, partiu do Rio de Janeiro em Viagem de Instrução de Guardas-Marinha pelos portos europeus, incluindo escalas em Lisboa (Portugal), El Ferrol (Espanha), Cherbourg (França), Rotterdam (Holanda), Texel, Cuxhaven, Hamburgo (Alemanha), Portsmouth (Grã-Bretanha), Plymouth (Grã-Bretanha), Brest (França) e Ilha da Madeira, chegando de volta ao Rio de Janeiro em 20 de dezembro.

 

1861

 

Realizou cruzeiro de instrução, visitando entre outros, portos da Inglaterra, França, Espanha, África e Estados Unidos.

 

1864

 

Realizou cruzeiro de instrução de Guardas-Marinha ao exterior.

 

1871

 

Em 18 de junho, partiu do Rio de Janeiro em viagem de instrução de Guardas-Marinha, sob o comando do Capitão-de-Fragata João Antônio Alves Nogueira, visitou as Ilhas de Trindade, Fernando de Noronha, passando ao largo da Ilha Martins Vaz, parcel das Rocas, recifes de Manuel Luis, Salinas, Belém, Recife, penedos de São Pedro e São Paulo, Abrolhos, Maldonato e Desterro (atual Florianópolis).

 

1872

 

Em 14 de janeiro, retornou ao Rio de Janeiro após viagem de instrução de Guardas-Marinha iniciada no ano anterior. Ainda sob o comando do Capitão-de-Fragata João Antônio Alves Nogueira iniciou nova viagem de instrução em 27 de abril visitando os portos de Vila Bela da Princesa (atual Ilha Bela), na Ilha de São Sebastião; enseada do Abraão, na Ilha Grande; Montevideo; Santa Helena; Luanda; Cabinda; Ilha de Ascensão; São Vicente; Cabo Verde; Recife; Maceió; Salvador e retornando ao Rio de Janeiro em 2 de dezembro.

 

1877

 

Em 14 de janeiro, deixou o Rio de Janeiro em viagem de instrução sob o comando do Capitão-de-Fragata Eduardo Wandenkolk com destino a Capetown, aonde permaneceu por motivos de força maior por 6 meses seguindo depois viagem em direção do Oceano Indico aonde visitou os portos de Bourbon (hoje Ilhas Réunion), Bombaim (India), Diu (India), Goa (India), Colombo (antigo Ceilão, hoje Sri Lanka), Batávia (hoje Jakarta, Indonésia), Ilhas Mauricio e Port Elizabeth (África do Sul) antes de regressar ao Rio de Janeiro.

 

1879

 

Em 18 de dezembro, partiu em viagem de instrução, com 23 Aspirantes oficiais, tendo tocado os portos de Recife, Salvador e Desterro (atual Florianópolis).

 

1880

 

Em 6 de março, retornou ao Rio de Janeiro após viagem de instrução iniciada no ano anterior.

 

1881

 

Em 11 de junho, iniciou nova viagem de instrução de Guardas-Marinha, visitando Ilha Grande, Santos, Bom Abrigo, Itapocoróia, Porto Belo, enseada das Garoupas, Santa Cruz e Sambaqui. Seguiu ainda ao longo da costa sul até o Rio da Prata, retornando ao Rio de Janeiro em 9 de setembro.

 

1893

 

A Corveta Bahiana foi um dos navios a vela mais viajados de nossa Esquadra. Em 15 de novembro, durante a Revolta da Armada, foi incendiada nas proximidades da Ilha das Cobras.

 

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
1º Ten Carlos Augusto Nascentes de Azambuja 19/06/1850 a __/__/185_
CMG Francisco Manuel Barroso da Silva __/__/1853 a __/__/185_
CF Francisco Pereira Pinto __/__/184_ a __/__/184_
CMG João Custódio d'Houdain __/__/1858 a __/__/1859
CMG José Maria Rodrigues __/__/1861 a __/__/186_
CF José Antônio Alves Nogueira __/__/1871 a __/__/187_
CF Eduardo Wandenkolk  __/__/1877 a __/__/18__

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.37-38.

 

- Andréa, Júlio. A Marinha Brasileira: florões de glórias e de epopéias memoráveis. Rio de Janeiro, SDGM, 1955.

 

- Folheto da Cerimonia de Aceitação e Incorporação da Fragata Defensora, Southampton, Shirley Press Ltd., 5 março 1977.

 

- Mendonça, Lauro N.F. História Naval Brasileira Quarto Volume. Rio de Janeiro SDM - 2001.

 

- Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro, n. º 4/6, abr/jun 1982

 

- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 517, set. 1986.