1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

Cv Bahiana - V 21

Classe Imperial Marinheiro

 

"Águia Soberana"

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 22 de outubro de 1953(1)
Lançamento: 3 de novembro de 1954
Incorporação: 11(2) de junho de 1955

Baixa: março de 2002

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 911 ton (padrão), 1.025 ton (carregado).
Dimensões: 55.72 m de comprimento, 9.55 m de boca e 3.6 m de calado.
Propulsão: 2 motores diesel Sulzer 6TD36 de 6 cilindros e 1.080 bhp cada, acoplados diretamente a 2 eixos com hélices de passo fixo.

Tração Estática: 18 toneladas; e cabo de reboque de 500 metros e esta aparelhada para efetuar o lançamento do sistema "Beach Gear".

Eletricidade: 2 geradores diesel de 160 kW e 1 gerador diesel de reserva de 75 kW.  alternadores.

Combustível: 135 tons.

Velocidade: máxima de 16 nós; máxima constante 14 nós.

Raio de Ação: 15.000 milhas náuticas.
Armamento: 1 canhão de 3 pol. (76,2 mm/50) Mk 26, 4 metralhadoras Oerlikon Mk 10 de 20 mm/70 em reparos singelos.
Sensores: 1 radar de navegação.

Equipamentos: Maquina de reboque instalada no convés principal; equipamento de Combate a Incêndios e Controle de Avarias fixo e móvel.

Código Internacional de Chamada: PWDB
Tripulação: 64 homens, sendo 6 oficiais e 58 praças.

 

 

H i s t ó r i c o

 

A Corveta Bahiana - V 21, é o quarto navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil. As Corvetas classe Imperial Marinheiro foram idealizadas e mandadas construir pelo Almirante Renato de Almeida Guillobel, em sua gestão a frente do Ministério da Marinha. Foi construída pelo estaleiro N.V. Scheepswerf Der Waal, Holanda. Teve sua quilha batida em 22 de outubro de 1953, foi lançada ao mar em 3 de novembro de 1954 e foi incorporada em 11 de junho de 1955. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Álvaro Soares Rodrigues de Vasconcelos.

 

As Corvetas classe Imperial Marinheiro, foram originalmente concebidas, como navio guarda-costas, rebocador, mineiro e varredor. Já nos anos noventa, as unidades remanescentes mantinham apenas as características de unidade de patrulha (guarda-costas) e salvamento (rebocador). Seus trilhos para lançamentos de minas e paravanas de varredura não existem mais a bordo. Atualmente a maior restrição das Corvetas nas missões de patrulha é a sua baixa velocidade em relação às velocidades atuais dos navios mercantes. A Corveta tem uma velocidade máxima mantida de apenas 12 nós.

 

1955

 

Em 30 de julho, partiu de Rotterdam em acompanhada pela Cv Imperial Marinheiro, com destino ao Brasil. Em 13 de agosto, aportaram em Recife-PE e em 1º de setembro, chegaram ao Rio de Janeiro.

 

1965

 

Operando em águas oceânicas do Norte do pais, e nas calhas dos rios amazônicos, a Bahiana, na época sob o comando do CC José Júlio Pedrosa tornou-se o primeiro navio da Marinha do Brasil a atingir, por hidrovia, o centro geográfico da Ilha de Marajó.

 

A Cv Bahiana atracada em Manaus-AM. (foto: ?, via Wanderley Duck)

 

1974

 

Integrava o Grupamento Naval do Sul, junto com os AvOc Bauru – U 28, Benevente – U 30, Bocaina – U 32, Cv Imperial Marinheiro – V 15, RAM Tritão – R 21, Tridente – R 22 e Triunfo – R 23.

 

1976

 

Em agosto, acompanhada por um helicóptero LAMPS I Sea Sprite SH-2, alguns Sea Kings da ForAerNav e um P-16 da FAB, participou das buscas ao Sea King N-3008, que caiu no mar.

 

1981

 

Em 2 de abril, prestou socorro ao O/O "Jarí" da FRONAPE, que havia se acidentado nessa ocasião.

 

1984

 

Em 11 de junho, passou a subordinação do Comando do Grupamento Naval do Sul (ComGrupNS) e do 5º Distrito Naval, tendo como área de atuação o litoral dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, operando a partir de Rio Grande-RS.

 

Foi-lhe outorgado o titulo de "Navio de Socorro Distrital" do 5º Distrito Naval, relativo ao ano de 1983.

 

1985

 

Em janeiro, integrando o GT 10.2 com a Cv Imperial Marinheiro - V 15, realizou patrulha marítima na área do 5º DN, visitando os portos de Montevideo (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina).

 

Foi-lhe outorgado o titulo de "Navio de Socorro Distrital" do 5º Distrito Naval, relativo ao ano de 1984.

 

1986

 

Em dezembro, rebocou o Navio-Museu Bauru de Rio Grande-RS até Porto Alegre-RS, e posteriormente no retorno até o Rio de Janeiro.

 

1987

 

Foi-lhe outorgado o titulo de "Navio de Socorro Distrital" do 5º Distrito Naval, relativo ao ano de 1986.

 

Em dezembro, rebocou o Navio-Museu Bauru de Rio Grande-RS até Porto Alegre-RS e depois até o Rio de Janeiro. Nessa oportunidade a guarnição da Bahiana pôde se adestrar em faina de reboque em águas restritas.

 

1988

 

Foi-lhe outorgado o titulo de "Navio de Socorro Distrital" do 5º Distrito Naval, relativo ao ano de 1987.

 

1989

 

Foi-lhe outorgado o titulo de "Navio de Socorro Distrital" do 5º Distrito Naval, relativo ao ano de 1988.

 

1990

 

Prestou apoio a Operação TEMPEREX-II/90, realizada entre os dias 17 e 26 de setembro, na área marítima entre o Rio de Janeiro e São Paulo, pela Força-Tarefa 98, sob o comando do ComemCh, VA Jelcias Baptista da Silva Castro, composta pelo NAeL Minas Gerais – A 11, F Niterói – F 40, Defensora – F 41 e Liberal – F 43; CT Paraná – D 29, Sergipe – D 35 e Espírito Santo – D 38; S Tonelero – S 21 e Amazonas – S 16 e o NT Marajó - G 27, além de helicópteros de vários esquadrões da ForAerNav e aviões P-16 do 1º GAE. Esteve em Santos dos dias 21 a 24.

 

1991

 

Socorreu o B/P "Olympic Champion" de bandeira norte-americana, que se encontrava a cinco dias à deriva, a cerca de 160 milhas, no litoral de São Paulo. O "Olympic Champion", seguia de Trinidad e Tobago para o Uruguai, sendo rebocado para Santos-SP.

 

1992

 

Navegando próximo a Itajaí-SC, atingiu a marca de 2.000 dias de mar.

 

Participou, junto, com o NB Comandante Varella - H 18, da III Festa do Mar em Rio Grande-RS.

 

1993

 

Em 11 de junho, juntou-se ao RbAM Tritão nas operações de socorro ao M/V "Palma", de bandeira peruana, com 31 tripulantes a bordo, que estava a 135 milhas da Barra do Rio Grande, à deriva, fortemente abicado e com os porões inundados, em decorrência de mau tempo. Constatada a inviabilidade do salvamento, o Tritão, transportou a tripulação para Rio Grande-RS, enquanto a Bahiana continuou escoltando o navio até que saísse de águas de jurisdição nacional.

 

1996

 

Entre 24 e 26 de abril, participou das buscas ao B/P "Verde Vale II", que havia naufragado a cerca de 140 milhas do Farol de Albardão, na costa gaúcha. Também participaram das buscas a Cv Imperial Marinheiro - V 15 e o NPa Gurupá - P 46, que contaram com o apoio de uma aeronave P-95 Bandeirante Patrulha da Base aérea de Florianópolis. todos os tripulantes do "Verde Vale II", foram resgatados pela Bahia no dia 26.

 

1997

 

Em agosto, recebeu a bordo a visita de alunos do Curso básico de Máquinas, ministrado pela CPRS como parte do Sistema de Ensino Profissional Marítimo (EPM).

 

Em 23 de novembro, na Enseada do Porto Belo (Santa Catarina), participou das festividades da partida da família Schürmann para viagem de volta ao mundo na rota de Fernão de Magalhães.

 

1998

 

No inicio de fevereiro, foi acionada pelo Serviço de Busca e Salvamento Marítimo do Sul – SALVAMAR SUL, exercido pelo Comando do 5º Distrito Naval, prestou socorro ao veleiro "Apeiron", que se encontrava sem propulsão, a cerca de 20 milhas da costa Rio Grande do Sul.

 

Em 7 de maio, em cerimônia presidida pelo Comandante do 5º Distrito Naval, foi-lhe outorgado pelo Comando de Operações Navais, os títulos de "Navio Socorro do Ano" e "Navio Socorro Distrital", relativos ao ano de 1997. Entre as operações de salvamento, realizadas pela Bahiana em 1997, destacaram-se o resgate dos tripulantes do veleiro "Tinkertoy", encalhado no litoral do Rio Grande do Sul, e a busca e salvamento dos barcos pesqueiros "Poseidon" e "Sinuelo del Mar", que se encontravam desaparecidos.

 

2001

 

Entre 8 e 12 de junho, participou das comemorações do 136º aniversario da Batalha Naval do Riachuelo, visitando o porto de Itajaí-SC.

 

Realizou Operação ADESTREX-ANV, com aeronaves UH-12 Esquilo do EsqHU-5, para adestrar as equipes de bordo em operações aéreas.

 

2002

 

Em março, com 47 anos de serviço deu baixa do serviço ativo, pelo Aviso de 27/02/2002, em cerimônia realizada no Rio de Janeiro.

 

2006

 

A ex-Corveta Bahiana - V 21, em Niterói, aguardando seu destino final. (foto: Yuri Hannes Nousiainen - 21/09/2006)

 

2008

 

A ex-Corveta Bahiana - V 21, em Niterói, aguardando seu destino final. (foto: César T. Neves - 20/01/2008) A ex-Corveta Bahiana - V 21, em Niterói, aguardando seu destino final. (foto: César T. Neves - 20/01/2008)

 

 

 

O u t r a s    F o t o s

 

A Corveta Bahiana, operando em um rio do norte do Brasil. (foto: via Luiz Brazil Cotta) A Corveta Bahiana, operando em um rio do norte do Brasil. (foto: via Luiz Brazil Cotta) A Corveta Bahiana, realizando o reboque do Navio Tanque (Químico) Araucária da Companhia de Navegação FLUMAR. (foto: SRPM) A Corveta Bahiana, na Baia da Guanabara. (foto: SRPM) A Corveta Bahiana, iniciou sua vida operacional nos rios da região norte do pais, antes de ser transferida para o sul. (foto: SRPM) A Bahiana atracada provavelmente no Rio Acre, em Rio Branco. (foto: Coleção de Reginaldo Palazzo, via Poder Naval Online) A Corveta Baiana em visita a Santos na década de 90. (foto: Engº Marcelo Rezzara) A Corveta Baiana em visita a Santos na década de 90. (foto: Engº Marcelo Rezzara) A Corveta Baiana em visita a Santos na década de 90. (foto: Engº Marcelo Rezzara) A Corveta Baiana em visita a Santos na década de 90. Ao fundo o Rebocador Triunfo – R 23. (foto: Engº Marcelo Rezzara) A Corveta Baiana em visita a Santos na década de 90. (foto: Engº Marcelo Rezzara) A Corveta Baiana em visita a Santos na década de 90. (foto: Engº Marcelo Rezzara) A Corveta Baiana em visita a Santos na década de 90. (foto: Engº Marcelo Rezzara) A Corveta Baiana em visita a Santos na década de 90. (foto: Engº Marcelo Rezzara) A Corveta Baiana em visita a Santos na década de 90. (foto: Engº Marcelo Rezzara)

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CC Álvaro Soares Rodrigues de Vasconcelos 11/06/1955 a __/__/19__
CC José Júlio Pedrosa __/__/1965 a __/__/19__
CC Narciso José Moreira Telles __/__/1969 a __/__/1970
CC Sergio Roberto Treuffar Alves ( * ) __/__/197_ a 11/11/1977
CC Luiz Magnus Moreira ( * ) 11/11/1977 a __/__/197_
CC Rogério Marvio Costa Santos __/__/1987 a __/__/1988
CC Juan Dominguez Monteso __/07/2001 a __/03/2002

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.37-38.

 

- Baker III, A.D. Combat Fleets of the World 1998-1999. Annapolis, MD: Naval Institute Press, 1998.

 

- Moore, John. Jane's Fighting Ships 1980-1981. London: Jane's Publishing Company Limited, 1980.

 

- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 455, mai. 1981; n.º 500, fev. 1985; n.º 534, fev. 1988; n.º 535, mar. 1988; n.º 546, fev. 1989; n.º 572, abr. 1991; n.º 587, jul. 1992; n.º 603, ago. 1993; n.º 646, abr. 1996; n.º 664, set. 1997; n.º 665, out. 1997; n.º 670, fev. 1998; n.º 676, jul. 1998; n.º 677, ago. 1998; n.º 711, jul. 2001.

 

- Folheto Bem-Vindo à Bordo da Corveta Purus - V 23.

 

- Revista Tecnologia & Defesa, São Paulo, Editora Aquarius, N.º 21, 1985.

 

- Colaboração de Especial Guilherme Poggio.

 

- Jornal A Tribuna de Santos - 28/09/1974.


(1) Segundo a coleção de posters Nossa Marinha do SRPM, teve quilha batida em 22 de setembro de 1953.

(2) Segundo o Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira, foi incorporada em 11/06/1955, no Jane's Fighting Ships 1980-1981 consta como 27/06/1955 e na coleção de posters Nossa Marinha do SRPM e no NOMAR n.º 561 de 05/1990 como 25 de maio de 1955, data que provavelmente se refere a Portaria Ministerial.