1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

Sagres

 

 

Nome

 

O NOME

 

O Cabo de Sagres, situado no extremo sudoeste de Portugal, era, desde a antiguidade, considerado uma referência geográfica e associado a uma enorme carga mítica. Era conhecido pelos romanos por Promontorium Sacrum.

 

O interesse do Infante D. Henrique pelo local só se encontra documentado a partir de 1443, num pedido para aí mandar fazer uma vila. A razão teria sido a evolução crescente dos descobrimentos geográficos que progrediram bastante depois de 1441. Mas mais importante talvez seja o conhecimento, pelo Infante, dos condicionalismos da navegação que passava ao largo da costa algarvia, e que fazia a ligação entre o Mediterrâneo e a Europa do Norte.

 

Os navios que seguiam para norte, quando impedidos de passar à costa ocidental devido às fortes nortadas de Verão, arribavam ao abrigo natural que constitui a enseada de Sagres.

 

Por outro lado, com ventos leste (levante), comuns na região, os navios não podiam permanecer na baía de Lagos, tendo que ir procurar abrigo na enseada de Beliche, entre Sagres e S. Vicente, até estarem reunidas as condições para demandar o estreito de Gibraltar.

 

Desta forma, este ponto de paragem favorecia a troca de conhecimentos e experiências dos homens do mar e, ao mesmo tempo, encontrava-se mais próximo do que Lisboa, dos portos do norte de África, da Madeira e costa ocidental africana que se pretendia “descobrir”. No entanto, Sagres, que pretendia rivalizar com Lagos e Cádiz, nunca se afirmou em pleno.

 

As principais razões eram a falta de água e terrenos férteis para sustentar uma população numerosa, além da necessidade de importantes meios técnicos e financeiros para fazer vingar o projeto. A prova disso é que largaram de Lagos várias viagens promovidas pelo Infante à costa africana. Foi nestas viagens que os navegadores reconheceram regimes de ventos e correntes, aperfeiçoaram métodos de navegação (estimada e astronómica) para determinar a posição do navio no mar e perceberam quais as características que os navios deveriam possuir para melhor vencerem as dificuldades da navegação no Atlântico, tanto na exploração da costa como na vida a bordo e transporte de mercadorias.

 

Foi esta atividade, levada a cabo com enorme perseverança e determinação, que deu origem à "Escola de Sagres". Assim, a melhor forma de homenagear estes Marinheiros, que foram simultaneamente mestres e alunos, foi dar o nome "Sagres" ao navio-escola da marinha portuguesa. É que Sagres representa a tenacidade na busca do conhecimento náutico e geográfico e a determinação no alcançar dos objetivos estabelecidos.

 

DESCRIÇÃO DO BRASÃO

 

A Cruz de Cristo (vermelho) foi utilizada nas velas (branco) dos navios portugueses a partir do século XV. Era o símbolo da Ordem Militar de Cristo, da qual o Infante D. Henrique foi “regedor e governador”, desde 1420. Este fato constituiu um importante suporte econômico e tornou possível o início da Expansão e dos Descobrimentos Portugueses.

 

O ramo de carrasqueira (ouro) era o símbolo pessoal do Infante e exprime a tenacidade, a rusticidade e o desapego pelos bens materiais e honras fáceis. O astrolábio náutico (ouro), embora ainda não utilizado durante a vida do Infante, representa a ciência e a instrução da arte de navegar que permitiu aos pilotos portugueses demandarem novos portos, novos continentes e novas ilhas. O fundo azul, onde se encontram inscritos os motivos a ouro acima referidos, representa o “mar oceano” que, legado de Portugal, une e deixou de separar.


- Marinha da Republica Portuguesa.

[Voltar no Browser]