1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

Corveta Isabel 

ex-Dona Isabel

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: ?
Lançamento: 19 de março de 1855
Incorporação:
24 de maio de 1855
Baixa: 11 de novembro de 1860

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 617 toneladas.
Dimensões: 39.62 m de comprimento, 10.05 m de boca e ? de calado.

Blindagem: ?
Propulsão: ?

Velocidade: ?

Raio de ação: ?
Armamento: 20 canhões Paixhans de calibre 30.

Tripulação: ?

 

 

H i s t ó r i c o

 

A Corveta Isabel, ex-Dona Isabel, foi o terceiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, e o segundo em homenagem a Princesa Imperial e Condessa de d'Eu. Como Dona Isabel, foi o único a ostentar esse nome. A Isabel foi construída na Bahia pelo 2º Tenente Manuel Góis Muniz Teles. Foi lançada em 19 de março de 1855, e foi submetida a Mostra de Armamento e incorporada em 24 de maio de 1855. Naquela ocasião, assumiu o comando o Capitão-de-Mar-e-Guerra Manuel Francisco da Costa Pereira.

 

1855

 

Entre 20 de dezembro de 1855 e 28 de fevereiro de 1856, realizou viagem de instrução ao Cabo da Boa Esperança e Ilha de Santa Helena, gastando 30 dias na ida e 26 na volta.

 

1858

 

Entre 11 e janeiro e 18 de abril, realizou viagem à Montevideo.

 

1859

 

Em 31 de dezembro, partiu do Rio de Janeiro, sob o comando do Capitão-Tenente Bento José de Carvalho em viagem de instrução com 17 Guardas-Marinha, visitando portos do Atlântico e do Mediterrâneo.

 

1860

 

Em 3 de março, fundeou em New York, sendo submetida a reparos decorrentes das avarias sofridas na primeira fase dessa viagem.

 

Em abril, concluiu os reparos e quando estavam sendo concluidos os preparativos para a sequencia da viagem, a Galera norte-americana Jacob A. Westeruelt foi tomada pelas chamas. O comandante, acompanhado de oficiais e guarnição da Isabel, participou do salvamento da carga e dos tripulantes da embarcação sinistrada. Pelo feito, o comandante CT Bento de Carvalho foi galardoado com o titulo de Cidadão Norte-Americano.

 

Em 18 de abril, iniciou a travessia do Atlantico, seguindo com destino a Açores e depois Inglaterra.

 

Pretendia o comandante visitar a Holanda e Portugal, mas foi chamado a Londres pelo nosso representante diplomatico na Inglaterra, que lhe transmitiu instruções para seguir para Nápoles, e de lá transportar em julho, para qualquer outro porto europeu a Princesa D. Januária, irmã de D. Pedro II e casada com o Conde de Áquila, em virtude de estar a Peninsula Italiana convulsionada pelo movimento liberal capitaneado por Giuseppe Garibaldi.

 

Depois de desembarcar a Princesa e o Conde de Áquila, em Marselha, França, teve ordens de proseguir viagem, zarpando em 30 de outubro.

 

Depois de 10 dias de travessia sem maiores novidades, em 10 de novembro, ao transpor o Estreito de Gibraltar, começou a ser fustigada por forte vento. De través com Tarifa, começou a soprar um vento OSO de intensidade regular, e nesse momento estavam a vista outros doze navios que com a Isabel, pretendiam ganhar as aguas do Atlantico. Ao amanhecer estava a vista do Cabo Trafalgar, tomando o lado norte, sendo o único navioque venceu as águas do Estreito, pois todos os outros desapareceram por sotavento.

 

Fazendo toda força de vela possivel para barlavento para fugir da costa da Espanha, à meia noite o navio já lutava com uma tempestade de OSO, e era tal a força com que puxava que constantemente se produziam várias avarias no aparelho.

 

As 03:00hs do dia 11 de novembro, perdeu as gáveas, e habilmente manobrada com um só pano pelos oficiais e pela guarnição orientada pelo Mestre Antônio Joaquim Ribeiro, sob as ordens do comandante Bento José de Carvalho, continuou a enfrentar o violento temporal com ventos de OSO e SO.

 

O navio navio e tripulação enfrentavam um dilema, ou enfrentavam o tempo esperando que o vento diminui-se ou muda-se de rumo ou o naufragio certo, procurando-se arribar em Cadiz. As 10:00hs com a mudança do vento para O, decidiu-se voltar a entrar no Estreito de Gibraltar e procurar abrigo na baia do mesmo nome, pois fugir da costa nessa altura já se tornara impossivel.

 

As 16:00hs, o vento havia diminuido e sobrava de SO, com a Corveta navegando para sul. As 17:00 e 18:00hs, prumou-se 100 braças e não se achou o fundo, as 18:30hs deu 75 braças, às 19:30hs 60 braças e as 21:00hs uma forte pancada anunciou estar o navio em um escolho. O navio atravessou imediatamente e as vagas, que cobriam até os cestos de gáveas apoderaram-se dele fazendo-o em pedaços em 30 ou 40 minutos, destruiram-lhe o costado, derrubaram-lhe os mastros e partindo-a ao meio. Assim naufragou na localidade chamada Mesves na costa da Barbária, Marrocos, a 6 milhas ao sul do Cabo Espartel.

 

Ao clarear do dia 12 de novembro, os sobreviventes conseguem chegar a uma praia deserta, e saem a procura de socorro e dos companheiros perdidos. Em Tanger, os naufragos contaram com o apoio do Cônsul inglês Mr. Kerby Green e do Cônsul português Sr. José Colaço.

 

Foram embarcados na Corveta inglesa HMS Argus para Gibraltar, seguindo de lá para Lisboa, onde foram embarcados no Vapor "Extremadura" que os conduziu ao Rio de Janeiro.

 

Foram vitimas do naufrágio: o Comandante Capitão-Tenente Bento José Carvalho, que era irmão do Chefe-de-Esquadra Joaquim José Inácio (Visconde de Inhaúma); 1º Tenentes Antônio Moreira Neves e Caio Pinheiro de Vasconcellos; 2º Tenentes Antônio Alves dos Santos; Francisco Ferreira Pinto e Marcelino Perdigão de Oliveira Rebêlo; Primeiro-Cirurgião José Candido Martins e Segundo-Cirugião Tomás Henrique Tanner; Capelão Marques Pinto; Guardas-Marinha Isidro de Sena Madureira, José Lúcio dos Santos Caldeira, José Maria de Santa Bárbara Garcia, José Maria dos Santos Esposel, Manuel Gomes de Abreu Vilar, Manuel Alves de Azevedo Sampaio, Frederico Carlos Ferreira Cruz, José Joaquim Garcia Sobrinho, Antônio Luis de Castro Barbosa, José Araújo Góis e José Caetano da Silva Júnior; Escrivão Francisco José da Cunha, Boticário Manuel Ribeiro da Silva Tôrres e cento e uma praças.

 

Foram salvos: 1º Tenentes João Mendes Salgado e Fernando de Mendonça Dias Pais Leme; 2º Tenente José Marques Guimarães; Guardas-Marinha Guilherme Rodrigues Velasco, Fernando Xavier de Castro, Joaquim Xavier de Oliveira Pimentel, Francisco Soares de Andréa, Manuel Marques Mancebo, José Antônio de Alvarim Costa; Comissário Inácio José de Meio, cinco oficiais-marinheiros e sessenta e oito praças.

 

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CMG Manuel Francisco da Costa Pereira 24/05/1855 a __/__/185_
CT Bento José de Carvalho __/__/185_ a 11/11/1860

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.88-89 e 134-135.

 

- Andréa, Júlio. A Marinha Brasileira: florões de glórias e de epopéias memoráveis. Rio de Janeiro, SDGM, 1955.