1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

Encouraçado de Bateria Central Tamandaré

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 31 de janeiro de 1865 
Lançamento: 26 de junho de 1865(1)
Incorporação: 1865
Baixa: 1879


C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 775 ton
Dimensões: 51.36 m de comprimento, 9.14 m de boca, 3.04 m pontal e 2.59 m de calado.

Blindagem: casco de construção mista, de madeira e chapas de ferro.
Propulsão: maquina de 80 hp.

Eletricidade: ?

Velocidade: ?

Raio de ação: ?
Armamento: 1 peça de calibre 70 e 2 de calibre 68.

Tripulação: ?

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Encouraçado de Bateria Central Tamandaré, foi o primeiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem ao Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, Patrono da Marinha. O Tamandaré foi o primeiro navio encouraçado de construção mista , madeira e ferro, construído no Brasil pelo Arsenal de Marinha da Corte, no Rio de Janeiro, seguindo os planos do Engenheiro Napoleão Level. Teve sua quilha batida em 31 de janeiro de 1865 e foi lançado ao mar em 26 de junho de 1865. Foi seu primeiro comandante o 1º Tenente Antônio Carlos Mariz e Barros.

 

Esse navio ficou famoso pelas suas proezas na Guerra do Paraguai.

 

1866

 

Participou do cerco a Paissandu, bombardeando o Forte de Sebastopol apoiado por um destacamento de 100 homens do 1º Batalhão de Infantaria comandados pelo Tenente Eduardo Emiliano da Fonseca.

 

Em 25 de março de 1866, combateu contra o Forte Itapiru. Os paraguaios trouxeram uma chata e colocaram defronte do Vapor Apa, a uma distancia que as balas de 68 o alcançassem facilmente.

 

Por duas horas, assim continuaram, até que o Almirante mandou o Encouraçado Tamandaré (Mariz e Barros), e a Canhoneira Henrique Martins (Jerônimo Gonçalves), ambos sob as ordens do Chefe Alvim, tomar a Chata ou destruí-la, batendo ao mesmo tempo o forte Itapiru se ele quisesse defendê-la com seus fogos. Os dois vasos brasileiros aproximam-se da Chata, quanto o fundo do rio permitia, saltam à praia onde os paraguaios encalharam a Chata, amarrando-a.

 

O Tamandaré avançou para o forte que tinha começado a atirar com peças de grosso calibre, mas que emudeceu logo; voltou depois para perto da chata, e ordenou que os escaleres a fossem tomar. Os paraguaios só esperavam esse momento e, descobrindo uma força de oitocentos a mil homens haviam se ocultado na mata, na margem do rio, romperam fogo contra nossos escaleres.

 

Tiveram oportuna resposta, pois o Tamandaré e a Henrique Martins responderam com fogo de metralha a linha paraguaia.

 

Entre 10 e 16 horas, permaneceu o Tamandaré batendo-se contra o Forte e a Chata, sem grandes avarias e sem perda de homens; a essa hora, porém, regressando para seu lugar na linha de batalha, recebeu o Encouraçado uma bala que, batendo numa cortina de correntes que protegia uma portinhola, penetrou na casamata, produzindo medonha catástrofe.

 

Trinta e quatro homens, entre oficiais e praças, foram vítimas do projétil e dos elos das correntes. Mortos e completamente desfigurados, ficaram logo o Imediato do navio, 1º Tenente Vassimon, o Comissário Carlos Accioli de Vasconcelos, Escrivão Augusto de Barros Alboim e dez praças; mortalmente feridos o Comandante Mariz e Barros, o 1º Tenente Silveira e quatro marinheiros; feridos levemente, além de outros, os 2º Tenentes José Vitor de Lamare e Dionísio Manhães Barreto, que assume o comando do encouraçado.

 

Em 27 de março, durante a bombardeio de Itapiru, foi ferido de morte o seu comandante, Tenente Mariz e Barros.

 

1868

 

Em 19 de fevereiro integrando a 3ª Divisão Naval, composta também pelos pelos Encouraçado Barroso e os Monitores Alagoas, Pará, Rio Grande e Bahia, suspendeu às 00:30h a fim de forçar a Passagem de Humaitá. Seguindo instruções do Almirante, deviam os navios subir o rio atracados dois a dois, indo o Alagoas junto com o Bahia. Por volta das 03:00h enfrentava forte fogo do inimigo das posições inimigas. Em frente as baterias paraguaias, os cabos que o amarravam ao Bahia, se romperam, indo o Alagoas rio abaixo, até onde estava a força que protegia a operação. Depois de três tentativas frustradas, forçou o passo sozinho, repelindo por fim uma abordagem do inimigo. Durante o combate destacou-se no auxilio ao comandante Maurity, o 1º Tenente Miguel Ribeiro Lisboa, imediato do Alagoas.

 

Por volta das 10:30h do mesmo dia 19 de fevereiro, travou combate com a bateria de Timbó.

 

Em 1º de outubro, forçou a passagem de Angostura, junto com Encouraçados Bahia, Barroso e Silvado.

 

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
1º Ten. Antônio Carlos Mariz e Barros __/__/1865 a 27/03/1866

 

 

I m a g e n s

 

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B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.245-247.

 

- Andréa, Júlio. A Marinha Brasileira: florões de glórias e de epopéias memoráveis. Rio de Janeiro, SDGM, 1955.

 

- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 435, set. 1979; n.º 659, mai. 1997.

 

- Projeto de Digitalização de Documentos do Governo do Brasileiro - http://wwwcrl.uchicago.edu/info/brazil/pindex.htm


(1) No NOMAR de n.º 435, aparece como 23/06/1865.