1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

S Tymbira - T 2/S 12

Classe Perla

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 28 de novembro de 1936
Lançamento: 30 de dezembro de 1936
Incorporação: 10 de outubro de 1937
Baixa: 26 de agosto de 1959

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 615 ton (padrão), 853 ton (carregado).
Dimensões: 60.18 m de comprimento, 6.50 m de boca, 3.70 m de pontal e 4.70 m de calado.
Propulsão: diesel-elétrica; 1 motor diesel de 1.400 hp e 1 motor elétrico de 800 hp, acoplados a dois eixos acionando dois hélices de três pás cada.

Velocidade: máxima de 14 nós (superfície) e 7.5 nós (imersão).

Raio de ação: 2.150 milhas náuticas à 8.5 nós (superfície) ou 72 milhas à 4 nós (imersão).
Profundidade máxima de mergulho: 80 metros (testes).
Armamento: 6 tubos de torpedos de 21 pol. (533 mm), sendo dois na popa; 1 canhão de OTO L/47 de 100 mm/41; 4 metralhadores Hotchkiss de 13,2 mm.

Equipamentos: ?

Código Internacional de Chamada: ?
Tripulação: 33 homens.

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Submarino Tymbira - T 2, mais tarde S 12, foi o segundo navio e o primeiro submarino a ostentar esse nome(1) na Marinha do Brasil em homenagem ao guerreiro Timbira, da nação indígina do Maranhão. Foi construído pelo Cantieri Navale Odero Terni Orlando, Muggiano, em La Spezia, Itália. Teve sua quilha batida em 28 de novembro de 1936 com o nome Gondar, da Marinha Italiana, foi lançado ao mar em 30 de dezembro de 1936. Em 10 de março de 1937 a Marinha do Brasil firmou contrato de aquisição junto ao estaleiro, sendo incorporado em 10 de outubro de 1937. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Euclydes de Souza Braga.

 

A oficialidade do recebimento do Tymbira foi a seguinte:

 

     - CC Euclydes de Souza Braga - Comandante
     - CT Adhemar de Siqueira - Imediato
     - CT José d'Alibert de Sequeira Thedim - Enc.Div. de Convés

     - CT Lúcio Martins Meira - Enc.Div. de Maquinas

 

1937

 

Em 14 de março, a Comissão Naval Brasileira encarregada do recebimento dos submarinos começou a se instalar.

 

Em 27 de julho, com o falecimento do Comandante Ouro Preto, foi nomeado para substitui-lo o Capitão-de-Fragata Fernando Cochrane e o Capitão-Tenente Mário Pinto de Oliveira para o cargo de Comandante Militar do Navio Transporte Mandú e Secretario da Comissão.

 

O NTr Mandú pertencia ao Lloyd Brasileiro e foi cedido à Marinha, temporariamente, pelo seu Diretor-Presidente, o Almirante Graça Aranha. Foi empregado como escolta dos submarinos durante a viagem para o Brasil e como transporte dos sobressalentes pesados e armamento. A presença do NTr Mandú tornou-se necessária, porque se desenrolava, na ocasião, a sangrenta Guerra Civil da Espanha, cuja facção insurreta, a dos franquistas, contava com o apoio militar da Alemanha e da Itália, havendo o risco de nossos submarinos serem confundidos pelas forças legais espanholas. Também, como medida de segurança, foram escolhidos, para travessia do Mediterrâneo, portos de escala ao Norte da África, evitando-se a zona de conflito.

 

Em 10 de outubro, foram entregues ao Governo Brasileiro e incorporados os três submarinos da classe T, pelo Aviso 001 de 10/10/1937 do Comandante da Flotilha de Submarinos, CF Fernando Cochrane, e também foi recriada e ativada a Flotilha de Submarinos, segundo os Avisos 0360 e 0361 de 14/03/1938 (Bol. 12/38/675 MM)(2).

 

Em 14 de dezembro, partiu de La Spezia, em companhia de seus irmãos Tupy e Tamoyo, e do Navio Transporte Mandú, realizando escalas em Livorno (Itália), Cagliari (Sardenha), Alger (Argélia), Oran (Argélia), Gibraltar, Casablanca (Marrocos), Las Palmas (Ilhas Canárias), São Vicente (Cabo Verde), Recife-PE, onde chegaram em 14 de fevereiro de 1938, Salvador-BA, Vitoria-ES e Rio de Janeiro em 12 de março. A escala em Alger não estava prevista, mas o NTr Mandú teve de arribar nesse porto para debelar uma combustão espontânea em seu deposito de carvão, sendo acompanhado pelos submarinos. Na chegada ao Rio de Janeiro, os submarinos atracaram na Doca 11 de Junho(3), e foram visitados pelo Presidente da Republica Getúlio Vargas e comitiva.

 

1942

 

Durante a 2ª Guerra mundial, a Flotilha de Submarinos, então composta pelos três classe T e o Humayta, foi incorporada à Força Naval do Nordeste, baseada em Recife, participando ativamente dos adestramento das unidades escolta e aéreas que operavam em conjunto com a 4º Esquadra dos EUA, contra as forças do Eixo. A admirável atuação de nossa Flotilha foi expressa pelo Comandante das Forças Navais do Atlântico Sul, Vice-Almirante Jonas Howard Ingram, em carta endereçada ao Ministro da Marinha.

 

1943

 

Em 8 de outubro, o comandante Capitão-de-Corveta Aristides Francisco Garnier, foi morto em serviço, ao ser acidentalmente atingido por uma bomba de exercício que se desprendeu da asa de um avião da FAB ao largo do Rio de Janeiro. Era comum ao término de um adestramento, a aproximação da aeronave em mergulho, quando o piloto se despedia on top do submarino. Ocorreu que a bomba, que o piloto julgava ter sido lançada durante o exercício, desprendeu-se durante o mergulho, vitimando o comandante que se encontrava na ilha. Era imediato do Tymbira o Capitão-Tenente Herbert Pinto Morado.

 

Os submarinos classe T, segundo depoimento de antigos submarinistas(4), tiveram sua baterias substituídas por baterias nacionais, do modelo Durex Sub-I, fabricadas pela firma Alto-Asbestos, de São Paulo, e consta obtiveram excelente desempenho.

 

1956

 

Conquistou o "Prêmio Alte. Felinto Perry", de eficiência.

 

1957

 

O submarino Timbira – S 12 (já com a nova grafia no nome) atracado no cais da Base Almirante Castro e Silva em 1957. (foto: Revista Manchete, agosto de 1957, via José Henrique Mendes) O SO Alcides Ribeiro de Sousa, que então servia no Timbira, no qual esteve embarcado desde sua incorporação em 1937. Começo como Marinheiro de 2ª classe e era cursado nos EUA. (foto: Revista Manchete, agosto de 1957, via José Henrique Mendes) Detalhe da escotilha que dava acesso para o embarque e desembarque de torpedos no navio, situada avante da vela. Na primeira foto dessa seqüência é possível notar o equipamento de convés montado para manipular os mesmos. (foto: Revista Manchete, agosto de 1957, via José Henrique Mendes) O Timbira aparentemente preparando-se para atracar “a mediterrânea” no cais da Base Almirante Castro e Silva, como da a entender o cabo passado a bóia na proa. Notar a bombordo do navio a Corveta Imperial Marinheiro que em seus primeiros anos de serviço na MB operou como Navio de Salvamento de Submarinos, até a chegada do NSS Gastão Moutinho nos anos 70. (foto: Revista Manchete, agosto de 1957, via José Henrique Mendes)

 

1959

 

Em 26 de agosto, deu baixa do serviço ativo, pelo Aviso 2120 de 15/09/1958 MM/EMA (Bol. 44/58/6497 MM), em cerimônia realizada na Base Almirante Castro e Silva (BACS), presidida pelo Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), Almirante-de-Esquadra Jorge da Silva Leite, tendo atingido as marcas de 35.936 milhas navegadas, 464 dias de mar e 1.447 horas de imersão e 29 torpedos lançados(5).

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante
Período
CC Euclydes de Souza Braga 10/10/1937 a __/__/19__
CC Jorge da Silva Leite __/__/19__ a __/__/19__
CC Garcia D´Ávila Pires de C. Albuquerque __/__/19__ a __/__/19__
CC Aristides Francisco Garnier __/__/19__ a __/__/1943
CC Silvio Heck __/__/19__ a __/__/19__
CC Hélio Garnier Sampaio __/__/19__ a __/__/19__
CC Moacyr Dunham __/__/19__ a __/__/19__
CC Herbert Pinto Morado __/__/19__ a __/__/19__
CC Maurilio Magalhães Fonseca __/__/19__ a __/__/19__
CC Henrique Alberto Sadok de Sá __/__/19__ a __/__/19__
CC José Burlamaqui Benchimol __/__/19__ a __/__/19__
CC Antônio Jovino Pavan __/__/19__ a __/__/19__
CC Vanius de Miranda Nogueira __/__/19__ a __/__/19__
CC Henrique Alberto Sadok de Sá Motta __/__/19__ a __/__/19__
CC José Gabriel Fernandes __/__/19__ a __/__/19__
CC Max Harry Atemburg Domingues __/__/19__ a __/__/19__
CC Liwal Salles __/__/19__ a __/__/19__
CC Valbert Lisieux Medeiros de Figueiredo(6) __/__/19__ a __/__/195_

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Souza, Marco Polo Áureo Cerqueira de; Nossos Submarinos - sinopse histórica; 1ª edição; Rio de Janeiro; SDGM; 1986; pág.: 39-47.

- Comando da Força de Submarinos; Força da Submarinos 90 Anos - 1914-2004; Niterói; ComFors; 2004.

 

- Submarinos do Brasil - www.planeta.terra.com.br/relacionamento/submarinosbr.

 

- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 539, jul. 1988; n.º 668, dez. 1997.


(1) Em tupi, significa "escravizado".

(2) Os atos pertinentes a recriação da Flotilha e a incorporação dos submarinos, só foram assinados posteriormente.

(3) A Doca 11 de Junho serviu de cais de atracação para os classe T durante o tempo em que a Flotilha ficou sediada na Ilha das Cobras.

(4) Citado no livro Nossos Submarinos, pag. 114.

(5) No Livro Força da Submarinos 90 Anos - 1914-2004, aparecem as marcas: de 35.663 milhas navegadas, 461 dias de mar e 1.457 horas de imersão.

(6) No Livro Força da Submarinos 90 Anos - 1914-2004, não consta o CC Valbert Lisieux Medeiros de Figueiredo , como tendo comandado esse navio.