AVIAÇÃO NAVAL BRASILEIRA

Westland/Sikorsky WS-55 Whirlwind Series 1

Helicóptero Pesado de Emprego Geral


M a t r í c u l a s

HU2W

N-7008

N-7009

N-7010

N-7011

N-7012

 


E s p e c i f i c a ç ã o   o r i g i n a l (1) (2)

Origem: EUA (Produzidos sob licença pela Westland Aircraft da Grã Bretanha).

Dimensões: diâmetro do rotor principal: 16,15 m; comprimento: 12,88 m; largura: ? m; altura: ? m.

Pesos: vazio: ? kg; máximo na decolagem: 3.583 kg.

Motores: um motor radial Pratt & Whitney R-1340-57 com 600 HP.

Desempenho: velocidade máxima: 180 km/h; velocidade de cruzeiro: ? km/h; razão inicial de subida: ? m/min; teto de serviço: ? m; Alcance máximo 580 km.

Armamento: ausente.

Tripulação: dois tripulantes e até dez soldados.


H i s t ó r i c o

 

Projeto e desenvolvimento

O relacionamento entre a Westland Aircraft Works e a Sikorsky (parte da United Aircraft Corporation) existia desde o final de 1946, quando a empresa britânica adquiriu os direitos de construção sob licença do helicóptero S-51 Dragonfly, modificado e renomeado Widgeon. Não foi muito difícil para que o contrato fosse ampliado em 1950 para incluir o modelo S-55 sob condições semelhantes.

A Westland tinha em mente "anglicizar" o modelo e para isso comprou um único S-55 diretamente da Sikorsky em 1950, entregue em maio do ano seguinte, com o propósito de avaliar as possíveis mudanças. Muitas peças originais foram substituídas por peças fabricadas na própria Grã Bretanha. Como as peças novas eram mais pesadas que as originais, o Whirlwind (nome adotado pela Westland) ficou 5% mais pesado que o S-55, trazendo sérias implicações na capacidade de carga, alcance e razão inicial de subida (3). Para piorar, o sistema de combustível foi redesenhado, resultando na inutilidade de 182 litros de combustível presentes nos tanques.

Os primeiros testes de vôo pairado ocorreram em novembro de 1952 e vôos de testes mais prolongados somente dez meses depois. A primeira versão do Whrilwind (Series 1) foi entregue à Royal Navy sob a designação HAR Mk 1 em julho de 1954 e para a RAF como HAR Mk 2 em setembro de 1953 (3).

Cinco Mk1 foram enviados à Malásia em setembro/outubro de 1954, onde as tropas britânicas enfrentavam a guerrilha comunista local, mas o desempenho deles foi tão decepcionante que os mesmos retornaram em pouco tempo. A RAF também chegou a enviar alguns MK2 para a Malásia, obtendo os mesmos resultados desapontadores. O efeito do clima quente e úmido foi decisivo para a baixa performance da aeronave. Para um helicóptero com capacidade de transporte para até dez soldados, frequentemente não mais do que dois podiam ser embarcados (3).

De qualquer forma, um total de 100 helicópteros da Series 1 foram construídos para as Forças Armadas da Grã Bretanha e outros 79 foram vendidos no mercado civil. O Whorlwind também foi exportado para diversos países.

Na Marinha do Brasil

No final da década de 1950 a Aviação Naval já possuía sete helicópteros (dois Widgeon, dois Bell 47G e três Bel 47J), todos de pequeno porte e utilizados basicamente como aeronaves de instrução no CIAAN.

Por iniciativa do Presidente da Comissão de Modernização do NAeL Minas Gerais, e posterior comandante do navio, foram adquiridos em meados de 1960 três helicópteros Westland Whrilwind Series 1 (4).  Os helicópteros foram trazidos para o Brasil a bordo do navio-aeródromo, que chegou à Baia de Guanabara em janeiro de 1961.

No Brasil, os três helicópteros ficaram "baseados" no Minas Gerais e eram operados e mantidos por membros da tripulação. As três aeronaves acabaram compondo o Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) do navio. A partir do convés de vôo do Minas os helicópteros realizavam vôos de adestramento, geralmente entre o litoral de Maricá e Saquarema (4).

Foi durante um desdes vôos que, em fevereiro (5) ou março (4) de 1962, a aeronave de matrícula N-7009 acidentou-se. Ao realizar um pouso e uma decolagem numa pisa improvisada em Jaconé (próximo à Ponta Negra), ela acabou "capotando" e sofrendo graves avarias (4). Segundo (5), o acidente foi durante um treino de alto-rotação no mesmo local.

A outra aeronave que participava do vôo (N-7010) retormou para o Minas Gerais a deu as más notícias. A mesma aeronave foi abastecida e guarnecida para prestar apoio ao N-7009. Na decolagem, o helicóptero perdeu potência e chocou-se violentamente contra o convés, causando graves avarias (4). A recuperação das aeronaves era possível, mas diante dos gigantescos trabalhos exigidos, o mesmo deveria ser feito em terra.

Os dois helicópteros acidentados foram transladados para as antigas instalações do CIAAN na Avenida Brasil, transferido para São Pedro a Aldeia meses antes. Para lá também seguiu o N-7008. Os três helicópteros acabaram constituindo do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1), criado em maio daquele ano.

Em agosto, menos de quatro meses após o acidente, o N-7010 já estava plenamente operativo e em outubro daquele ano todos os Whirlwind estavam em condições de vôo (4). Mas havia o interesse da Administração Naval em ampliar o número de helicópteros do HU-1, embora a disponibilidade de aeronaves tipo Whirlwind no mercado internacional fosse reduzida. Surgiu então, em 1963, a possibilidade de se adquirir dois WS-55 usados de uma empresa de táxi aéreo do Canadá. As aeronaves foram inspecionadas e aprovadas. Com a aquisição, elas receberam as matrículas N-7011 e N-7012. O segundo teve vida curta na Marinha, pois o mesmo foi perdido em novembro do mesmo ano (4). 

Aproximadamente um mês após a perda do N-7012, o N-7010 colidiu com uma fiação de alta tensão, mas a aeronave conseguiu voltar para a sede do esquadrão por meios próprios.

Em 1964 perdeu-se o N-7008. Designado para participar das cerimônias religiosas em Nazaré das Farinhas (recôncavo baiano), o helicóptero tentou pousar na praça principal da cidade e acabou chocando-se com a fiação elétrica e incendiou-se na queda. Não houve vítimas (4).

 

Dos três helicópteros restantes, o N-7009 e o N-7010 foram enviados à fábrica da Westland em 1966 para serem convertidos para o padrão Series 3 (6) e o N-7011 permaneceu em atividade até ser desativado em 1968 (1).

Em 1966 (1) foram adquiridos outras cinco aeronaves, desta vez do modelo Sr3, cujas matriculas eram N-3007, N-3008, N-3009, N-7024 e N-7025. Quando o N-7009 e o N-7010 retornaram no padrão Srs.3. suas matrículas foram modificadas respectivamente para N-7026 e N-7027 (6).

A aeronave de matrícula N-7010 atualmente encontra-se na BAEnSPA em processo de restauração para que seja exposta futuramente no Museu da Aviação Naval. Este Whrilwind esteve sob a custódia do Museu Aeroespacial (FAB) até fevereiro de 2001, quando então foi entregue ao ComForAerNav (7).


P e r d a s / A c i d e n t es / B a i x a s

?? fev. 1962 Um S-55 Whirlwind (matrícula desconhecida) preparava-se para decolar do convôo do NAeL Minas Gerais (então fundeado junto à Escola Naval) quando o piloto detectou perda de potência. O mesmo abortou a decolagem, secionando o cone da cauda (4).

?? fev. 1962 Um S-55 Whirlwind (matrícula desconhecida) realizava um vôo de adestramento sob a pista de Poconé quando o piloto, treinando auto-rotação, fez um pouso brusco, cortando o cone da cauda da aeronave. Este acidente ocorreu três horas após o acidente anterior (4).

?? ?? 1967 Acidente com perda total do Whrilwind Srs.3 N-3007 (?) 


F o t o s

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B i b l i o g r a f i a

 

(1) PEREIRA NETTO, F. C. Aviação Militar Brasileira 1916-1984. Ed. Revista de Aeronáutica: Rio de Janeiro, 1985. p.6

(2) TAYLOR, M. J. H. (Ed.) Jane's Encyclopedia of Aviation. Crescet Books. Nova York, 1989. p.811

(3) EVERETT-HEATH, J. British Military Helicopters. Arms and armour press. Londres, 1986. p. 80-91

(4) OLIVEIRA, J. M. A. Histórico - Depoimento do 1º Comandante.  Histórico,Página do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, disponível em: <https://www.mar.mil.br/ehu-1/historia.html#9>, acesso em: 15 jan. 2008.

(5) LYNCH, P. O vôo do Falcão Cinza. Ed. Grafitto: Rio de Janeiro, 2003. p. 28, 81. 

(6) CUNHA, R. D. Westland WS.55 Whirlwind Srs.1 HU2W. Asas sobre os mares: a aviação naval brasileira. disponível em: <http://www.rudnei.cunha.nom.br/Asas%20sobre%20os%20mares/index.html>, acesso em: 15 jan.2008.

(7) A MACEGA - 2002 - Recuperação do Patrimônio Histórico da Aviação Naval. ComForAerNav. A MACEGA nº 2. São Pedro D'Aldeia/RJ, p.2