sbr-scorpene

O primeiro submarino SBR da Marinha do Brasil deverá entrar em operação no ano 2015. O Brasil será o quarto país a operar o submarino de projeto franco-espanhol, depois do Chile (2), Malásia (2) e Índia (6).
Clicando no desenho acima, pode-se ver a configuração atual do Scorpène, mas é possível que o SBR tenha uma configuração diferente de lemes na popa. Por conta da cisão com a Navantia, sua ex-sócia no projeto do submarino, a DCNS teve que disputar com o S80, a versão espanhola do Scorpène, na concorrência da Marinha da Turquia e acabou perdendo para o U214 alemão.
scorpenepopa Para resolver esta questão de ter que concorrer contra seu próprio submarino no futuro, a DCNS modificou o projeto original do Scorpène. Entre as mudanças, a configuração dos lemes em X, no lugar dos lemes em cruz. O novo projeto foi chamado de Marlin e com a ele a DCNS participa da concorrência para a Marinha do Paquistão.
No site do fabricante, o nome do submarino ainda continua como Scorpène, mas a configuração que aparece é com os lemes em X, do Marlin, como se verifica nas imagens abaixo.
Entre os motivos do término da parceria entre a DCNS e a Navantia estaria a adoção pelos espanhóis, de um sistema de comando e controle americano, da Lockheed Martin, no lugar do SUBTICS francês. Os espanhóis alegaram que a transferência de tecnologia americana neste quesito era mais abrangente que a francesa e que ela facilitaria a integração com os mísseis de cruzeiro Tomahawk, que vão equipar os submarinos S80.
Curiosamente, a Marinha do Brasil também comprou o sistema de comando e controle da Lockheed Martin para a modernização de seus submarinos da classe “Tupi” (IKL209-1400), mas será obrigada a adquirir o SUBTICS e armamentos franceses para seus submarinos SBR.

marlin1

marlin2

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Bosco

E ainda no caso de hélice, encapsulada ou não.

Eduardo

Quanto ao sistema de comando e controle, não teríamos como desenvolver um sistema de comando e controle baseado nos nossos Siconta para não ficarmos na mão tanto dos americanos quanto dos franceses nesse quesito?
Ainda, alguém tem alguma informação quanto ao que esperar do Siconta MK IV que está para vir quando da volta do São Paulo?
Abs a todos!

Bosco

Temos muito em que pensar sobre os novos submarinos.rs.rs.rs.rs….
Qual a melhor opção: aço convencional ou aço amagnético, revestimento anecóico ou não, lemes em X ou +, hélice ou hidrojato, leme de profundidade na vela ou na proa, etc.
Isso só em relação ao shape básico.

Cinquini

Bom, parece que aturma do blog está no caminho certo, nao esta mais chorando pelo 214 e perguntando que sistema será melhor para o nosso Scorpenne/Marlin.

Sobre o leme em X, eu acredito que venha funcionar melhor por causa da dinamica de fluidos quando emerso, ou seja maior controle enquanto estiver na superfície 😀

Abração

Robson Br

Galante,
Segundo informações o SBR será muito próximo do casco nova classe nuclear da França.

Cação

Como eu havia dito anteriormente, na revista “O Periscópio” de 2007 saiu um artigo sobre posicionamento de lemes. Para quem tiver interesse vale a pena dar uma lida nas páginas 21 e 22 que trata brevemente sobre Lemes Horizontais a Ré.
A revista pode ser baixada através do link:
https://www.mar.mil.br/ciama/html/indexperiscopion612007.htm

Leo

Bosco,

Com certeza, a complexidade da operação dos 4 lemes independentemente deve ser facilmente resolvida por computadores e sistemas elétricos. Mas ao mesmo tempo, perde-se em confiabilidade.

LeoPaiva

Mais algumas vantagens do sistema X: “Control surfaces have conventionally comprised vertical surfaces for lateral control, and horizontal surfaces for depth control. With the X-stern, all four surfaces are employed for both lateral and depth control. Conventional submarines are unable to turn in the event of a malfunction in the vertical control surfaces, however with the X-stern, control is still possible should two of the control surfaces become unusable. Two further diving surfaces are fitted to the sail. All six control surfaces are computer-controlled to allow a degree of control hitherto impossible, thus increasing underwater maneuverability. According to a spokesman… Read more »

Bosco

Mas será que as dificuldade não foram superadas hoje com a tecnologia “drive by wire” ?

Nunão

Não reparei se alguém já comentou sobre isso, mas a futura classe Barracuda de submarinos nucleares franceses terá os lemes em X, então por esse lado faz sentido uma espécie de padronização entre um projeto novo e um “reprojeto”:

http://www.naval.com.br/blog/?p=2405

Enfim, dá o que pensar.

Leo

Mais algumas informações interessantes… Acabei de ler num fórum que, segundo um ex-submarinista americano, os lemes em X funcionam bem em submarinos pequenos. A partir de determinado diâmetro perde-se a vantagem na manobrabilidade. Por esta razão não é empregado em subs grandes. Outras informações interessantes é que os 4 lemes em “+” funcionam sempre as pares. Portanto, muito mais fáceis de operar. Ou seja, para controle do mergulho empregam-se os dois horizontais ao mesmo tempo. Para virar empregam-se os dois verticais. Já os lemes em “X” funcionam independentemente. Para qualquer manobra do submarino os 4 lemes atual conjuntamente. Se por… Read more »

LeoPaiva

Senhores, a princípio pensei que a adoção do leme em X fosse apenas uma jogada dos franceses para diferenciar o Marlin do Scorpene e assim se livrarem de alguma amarra contratual que ainda tenham com os espanhóis, mas pelo que falaram os colegas Cação e Leo, as dificuldades técnicas são grandes para ser apenas esse o motivo. Fiz um comentário sobre esse tipo de leme no começo, mas na verdade acho que, por enquanto, trata-se apenas de uma figura, ninguém sabe ao certo que mudanças nos scorpene serão realmente feitas para que ele mude de nome e passe a ser… Read more »

Leo

Cação Há alguns anos eu li um texto sobre as vantagens e desvantangens dos lemes em “x” versus “+”. O autor tinha dito que a vantagem do leme em X estava relacionada com a manobrabilidade, mas que isto apresentava uma grande desvantagem. Como você bem colocou, o controle dos lemes teria que ser feito via software ou através de uma “caixa de engrenagens” (vamos chamar assim) bastante complexa. Até aquela época – isto já tem alguns anos – isto era considerado incompatível com os padrões de segurança da USNAVY. Por esta razão este tipo de configuração não era empregada em… Read more »

Cação

Ah, e já que foi falado sobre o SUBTICS no artigo, aproveitei para colocar no YouTube um vídeo promocional deste sistema que eu tinha aqui no meu computador. Segue o link:

http://br.youtube.com/watch?v=TpFLG8yMmEI

Bosco

Cação,
valeu pela informação.
Um abraço meu caro.

Robson Br

Apesar das críticas, a MB está no caminho certo. Ter a opção de escolher como vai ser o submarino e ter o concorrente tentando correr por fora não é para qualquer um.

Cação

Facilitar o pouso no fundo realmente seria uma das vantagens dos lemes em X…

Cação

Bosco, quando se diz que o submarino está na cota de 50 metros isso significa que sua quilha está a 50m e portanto o tope da vela está a 38m. Nos Cl. Tupi a cota pericópica equivale a 15m, logo a vela está 3 metros abaixo da superfície nessa condição. Gaspar, os Tupi são fabricados com aço HY-80. Já o U-214 é fabricado com aço HY-100. Cada classe de submarino usa um tipo de aço diferente de acordo com o projeto de construção. Com certeza os novos sub brasileiros serão construidos com o aço que é usado nos outros Scorpene… Read more »

Bosco

Dei uma “procuradinha” e vi uma outra vantagem do leme em X que é ser menos proeminente, facilitando o “pouso” no fundo do mar.

Leo

Eu estou mais curioso para saber se a MB vai comprar a versão do Scorpene mais curta, como o Chile. Que seria equivalene ao nosso Tikuna do ponto de vista de deslocamento. Ou se compraria a versão mais alongada, como aquela que usa o MESMA e que teria um deslocamento similar ao U214.

Penso que seria interessante a aquisição da vesão alongada e utilizar este espaço maior para aumentar a autonomia do sub.

Bosco

Alguns submarinos são construidos com o “aço amagnético” (aço doce), que é bom por para reduzir a assinatura magnética mas é menos resistente à profundidade, daí não ser de uso geral.
Os que não são feitos com esse aço precisam ser desmagnetizados com uma periodicidade maior.

Daniel

Pois é, essa parte do acordo também não entendi. Os Franceses vão receber uma bolada pela tecnologia envolvida na construção e no casco dos sub, muito justo,mas ainda impuseram obrigatoriedade de usar seus sistemas de comando e armas! Acho que cedemos muito nesse ponto. Haverá repasse de tecnologia desses sistemas também? Como ficam os MK 48 e sistemas lockheed recém adquiridos? Se desenvolvermos sistemas nacionais com tecnologias de terceiros, não poderão ser utilizados no SSNBR?

Bosco

gaspar,
o aço amagnético é usado para reduzir a assinatura magnética do sub. Um corpo de metal grande como um sub deforma o campo magnético natural da Terra ao redor dele e essa deformação é percebida por sensores magnético como o MAD (detector de anomalias magnéticas) que é levado por helicópteros e aviões ASW.
Para reduzir o eco do sonar eles usam placas com materiais SAB (material absorvente de sonar) em geral à base de borracha.
Mesmo o metal sendo “amagnético” um sub deve passar por um processo de “desmagnetização” vez por outra.

gaspar

entao o Chile comprou um “treme-treme ?!?! he he he he
terao que fazer um “Recall” aqui no Brasil…

quanto aos acos, a alemanha utiliza um aco “amagnetico” (acho que e esse o nome), dizem que ele nao pode ser detectado por alguns tipos de radares/sonares (utilizados em heli).. sera sera ??

Bosco

gaspar,
não entendo de subs por isso é só um chute. A meu ver a vantagem seria aumentar a eficiência quando o sub está na superfície fazendo o que o LeoPaiva disse e quando submerso sofrer menos a ação da turbulência da “vela”.
Só chute.

Bosco

Correção:
38 e não 34.

gaspar

qual a vantagem de ter o leme em X e nao em cruz ?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?

uma ergunta para quem entende mesmo de sub’s,

quais sao os tipos de aco existentes para a fabricacao dos sub’s ???
qual seria o melhor “aco” para os nossos sub’s ??

Bosco

Fiz uma pergunta em outro post sobre qual a parte de um sub é considerada quando se determina sua profundidade.
Um sub tem uns 12 metros de altura da base até o topo da vela. Um sub a 50 metros de profundidade significa que sua base está a 50 metros (e que no caso do sub hipotético de 12 m o topo de sua vela estaria a 34 m) ou que o topo da vela está a 50 metros (o que no dito sub sua base estaria a 62 m)?
Um abraço a todos.

Getulio - São Paulo

Galante,
Parabéns pelas matérias, sempre exclusivas, pelo menos para mim. Parecem ter saído do forno das notícias. Esta revista eletronica está excelente. Outro dia comprei uma revista numa banca e percebi que as matérias estavam muito defasadas do que eu já havia visto aqui, pareciam muito desatualizadas. Os leitores agradecem o empenho. Contribuirei assim que possível, vou trocar de revista das bancas para esta revista eletronica. `Sào matérias exclusivas e imagens sensacionais de primeira mão.

JACUBÃO

É, e o estrago é uma coisa quase inimaginável. Quase impossível alguém se safar de uma explosão de torpedo na quilha de um navio, ou melhor, nen queiram imaginar, pois voçês não terão tempo p/ isso.

Wilson Johann

Esse “Scorpène/Marlin” tem jeitão de sub nuclear. Sem discutir as qualidades de um ou outro modolo (214), sempre achei o desenho do Scorpène com uma hidrodinâmica muito melhor. Uma pena que leve seis torpedos a menos que o concorrente. Sabem como é, seis torpedos a mais são seis navios a menos na superfície.

Abraços!!

AJS

A Espanha rompeu com a DCNS, portanto não receberia o equipamento francês, por outro lado, como membro da OTAN, recebe equipamento americano, o que não é nosso caso.

Almeida

Veja bem, os espanhois optaram pelo sistema da LM pq os americanos repassam aos seus parceiros da OTAN armamentos avançados, como os Tomahawk neste caso. A Espanha tem ate fragatas Aegis. Nao eh o caso do Brasil, entao prefiro o SUBTICS mesmo, com capacidade de uso de varios modelos de torpedos disponiveis no mercado internacional, SM-39 sub-Exocet e possivelmente o SCALP Naval.

Leandro Furlan

Cadê aquela colega deste blog que quando eu disse que seria o Marlin e não o Scorpène, ele disse: “o Marlin não existe”…

afff….

Mauro Lima

Tudo bem quanto ao leme em X… duas superfícies de controle na água DEVEM ser melhores que uma… neste caso em particular eu não tenho absoluta certeza… há quem possa falar mais a respeito disto! Mas me parece que a posição dos espanhóis faz mais sentido, na brangência maior da transferência de tecnologia, principalmente pelo uso do armamento citado! É muito importante não trair nossos próprios interesses… os espanhóis sabiam o que queriam, não era possível, então terminamos por aqui, e vamos buscar outras opções… em tempos de crise, não falta vendedor… nós já importamos este sistema para nossos subs…… Read more »

JACUBÃO

E a grande pergunta, qual virá para a MB?

LeoPaiva

Bom, pelo menos as críticas quanto a monobrabilidade na superfície devem desaparecer com o novo leme em X, ele aparentemente fica mais submerso que o antigo leme, que ficava com boa parte fora dágua na superfície e foi acusado de causar dificuldades nas manobras.

Sds.

[…] A joint venture construirá, com assistência da DCNS, os quatro submarinos convencionais Scorpène, a propulsão diesel-elétrica. Cada um terá menos de 75 metros de comprimento, deslocará até 2 […]

[…] Por esse acordo, fica estabelecido a construção de 4 novos submarinos de propulsão convencional, derivados do modelo “Scorpène”, os SBR, além de 1 submarino de propulsão nuclear, o […]

[…] tirar do papel o programa de desenvolvimento de submarinos (PDS) negociado com a França em dezembro, a Marinha brasileira tenta alavancar cerca de R$ 8,5 […]

[…] incluem, na área militar, além da construção do submarino nuclear, a compra do Brasil de quatro submarinos Scorpéne da França. Também prevê a construção de 50 helicópteros, que serão montados no Brasil, com […]

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