Baía de Sepetiba receberá nova base de submarinos

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Comandante da Marinha confirma construção de nova base de submarinos

O estaleiro e a nova base de submarinos brasileiros, incluindo o de propulsão nuclear, serão localizados na Baía de Sepetiba, em Itaguaí (RJ), com o início das obras previsto para o próximo ano. A informação foi divulgada hoje (26) pelo comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto, durante a cerimônia de criação da Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (Cogesn), que ficará sob responsabilidade do almirante reformado José Alberto Accioly Fragelli.

“A área que nós queremos é a Baía de Sepetiba. Por vários motivos: perto dos pólos industriais do Rio e São Paulo já existe uma cultura nuclear com Angra I e II, além de ter facilidades como o porto de Itaguaí”, revelou Moura Neto.

Segundo o comandante, ali serão construídos quatro submarinos convencionais, movidos a óleo diesel, e o primeiro submarino de propulsão nuclear. O primeiro convencional deve ficar pronto em 2014 e os demais, a cada dois anos, a um custo unitário de US$ 600 milhões. Já o nuclear está previsto para entrar em operação em 2020, a um valor estimado em cerca de US$ 1,5 bilhão. Todos terão tecnologia francesa.

“O programa envolve, inicialmente, a construção de quatro submarinos de propulsão convencional e deles é que vai evoluir o casco e os equipamentos que nós vamos usar no submarino de propulsão nuclear”, explicou. A construção das embarcações vai gerar 600 empregos diretos, fora os indiretos, com as outras empresas envolvidas no projeto, conforme Moura Neto.

A Marinha tem uma base de treinamento dos Fuzileiros Navais na Ilha da Marambaia, na Baía de Sepetiba, que é reivindicada por moradores locais como área quilombola. Mas, segundo o oficial, a situação está sendo contornada, juntamente com a Secretaria Especial da Integração Racial. A base de submarinos será construída no continente, em área da união a ser definida.

Para o comandante, o Brasil tem que estar preparado para defender seus interesses estratégicos, principalmente depois da descoberta de imensas jazidas de petróleo sob a camada de pré-sal.

“A Marinha tem que ter capacidade de tomar conta de nossas águas jurisdicionais, que chamamos de Amazônia Azul. Então precisamos ter meios para isso. Na medida em que vamos descobrindo mais campos petrolíferos, aumenta mais ainda essa necessidade da Marinha estar presente junto a essas grandes riquezas”, afirmou.

A construção do submarino nuclear vai ser possível graças ao desenvolvimento de um reator pela Marinha e a um acordo que será assinado em dezembro com a França, durante a visita do presidente francês Nicolas Sarcozy.

“Isto está nascendo de um acordo estratégico entre Brasil e França, que será uma parceira na colaboração do projeto do submarino de propulsão nuclear. A parte nuclear ficará a cargo do Brasil, porque nenhum país cede tecnologia nuclear para outro. A França vai nos ajudar na preparação do casco e na colocação dos equipamentos”, explicou Moura Neto.

O comandante da Marinha ressaltou que o submarino nuclear brasileiro será utilizado na política de dissuasão, levando torpedos e mísseis para atingir outros navios, mas não terá capacidade de lançar mísseis balísticos, capazes de atingir outros países.

O Brasil conta hoje com cinco submarinos de tecnologia alemã, sendo que quatro deles foram construídos no Arsenal de Marinha, no Rio. Se não houver corte no orçamento do programa, dentro de 12 anos o país contará com uma frota de nove submarinos convencionais e um nuclear.

A principal vantagem de um submarino nuclear é que ele pode ficar meses submerso. Já o convencional precisa subir à superfície para acionar o motor à óleo diesel, responsável por carregar suas baterias. Quando isso acontece, ele se torna vulnerável às forças inimigas.

Fonte: Agência Brasil

NOTA DO BLOG: Já era hora de repararmos este erro histórico. A necessidade de um “porto militar” (designação genérica de uma instalação compreendendo um arsenal e uma base naval) foi apontada pelo Almirante Custódio de Mello, primeiro ministro da Marinha após a proclamação da República. O local escolhido foi a enseada de Jacuecanga (Ilha Grande – local pouco distante do enunciado na notícia acima). Durante a administração do Ministro Julho de Noronha (1902-1906) os estudos foram retomados e, nesta época, ocorreu a trágica explosão do encouraçado Aquidabã que transportava a comissão incumbida do projeto do Porto Militar. Mas o Almirante Alexandrino de Alencar sucedeu o almirante Noronha no comando do Ministério e a idéia foi posta de lado. De personalidade centralizadora e autoritária, Alexandrino ignorou os estudos prévios e resolveu os problemas da Marinha segundo os seus critérios pessoais.

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König

Em minha opinião não muda muita coisa a Esquadra fica totalmente concentrada no RJ, No sul não há nenhuma Fragata e acho que nem uma corveta e creio que no Norte e nordeste tambem.
Em um ataque de um pais poderoso se fosse atacar usando um NAE os aviões acho que poderiam ainda numa surtida so rumar para essa nova base e atacala.
Saudações

ronaldo de souza gonçalves

Concordo com o konig temos que dispersas mais as bases podemos usar atracar algumas fragata em porto comuns enquanto fazemos bases pequenas ao longo da costa. não mais imensas bases com muitos navios lá pois isto cria a oportunidade. O que adianta ter navios furtivos se todos sabem onde encontrar, o nuclear esse sim tem que ter uma base secreta restrista bem protegida alias todas as bases da Mb tem que ter uma Proteção antiaerea de areas e de ponto muito forte alem de radares poderosos e navios patrulhas constantes . Quanto a construção deve ser Breve.

Pinchas Landisbergis

O problema é o prazo muito longo enquanto isto os outros compram não sei quantos mais….
Deveriam construir de imediato 5 Tikunas que ja tem tecnologia , em prazo curto, e em paralelo desenvolver o nuclear.

Mahan

Mísseis balisticos? Que confusão! Duvido que o Cmt da MB falou uma baboseira dessa! Deve ser mais um “pérola” dos entendidos jornalistas! Será que se referia a misseis de cruzeiro? Se for assim, a coisa toda já nasce capenga,ou seja, SSN sem nenhum poder de projeção,coisa que paízinhos como espanha e autrália já possuem capacidade elogo a venezuela os seguirá! terrível! Tomara que seja mais uma bola fora dos jornalistas!

João das Botas

Não! não pode ser! o Almte não pode estar se referindo a mísseis de cruzeiro! Ou seria algum tipo de imposição no repasse de tecnologia? Se assim for, vem à tona a falácia deste tipo de acordo. Ou seja, uma arma sem seu poder de ameaça. Sem eficácia política.

Baschera

Sabem porque ??? Vejam : Venezuela plans to purchase 20 Tor-M1 missile complexes from Russia and three diesel-electric submarines. The contracts will total one billion US dollars. Venezuela also plans to purchase six non-nuclear submarines and several dozens of warships of different classes from Russia. Russian experts offer Venezuela 14310 Mirage patrol cutters, 12061E Murena-E air cushion amphibious assault landing crafts and mobile missile complexes capable of hitting sea-based targets at the range of up to 130 kilometers. The source added that Caracas plans to spend over $30 billion on military hardware and weapons before 2012 in accordance with the… Read more »

Voluntário da Patria

Não tem nada com descentralização! A MB tinha dois locais com condições ideais para ter por base dos SSN, segundo textos na internet, Angra dos Reis ou Arraial do Cabo, por sinal dois lugares paradisíacos. Itaguaí fica praticamente ao lado de Angra.

Antonio Marcio

Senhores, acho que seria ideal preparar em Santos uma Base aeronaval, para cobrir de pronto emprego está imensa área do Pré-sal, claro que com reforço de defesa Antiaérea para esta base.

Marcelo R

Vamos raciocinar com o orçamento da Marinha!. Já temos o ARMJ “pronto” para construir subs com tecnologia Made-Germany, ja temos pessoal capacitado com esta tecnologia lá. Precisamos de Subs (rápido não é?), Não vamos ficar gastando dinheiro publico com um novo porto militar na esquina da Baia de Guanabara, que vai levar dez (10)anos para ficar pronto(se ainda a obra não emperrar no meio do caminho!). Vamos construir os subs no AMRJ e fixá-los em Aratu-Bahia, que já está pronto também!!!

joao

Eu nao entendo. Deve ser erro,mesmo. Um sub nuclear sem capacidade de lancar misseis de cruzeiro? Entao para que? Isto esta comecando a soar como a suposta compra dos MI-35 da Russia. Um heli de ataque,mas sem os misseis ou mini-gun. E com a Venezuela investindo US$ 30 bilhoes na suas FAAS,estamos e fritos mesmo. Abaixo segue a traducao do artigo acima posto; Venezuela tem planos para comprar 20 mísseis Tor-M1 a partir da Rússia e três submarinos diesel-elétrico. Venezuela também tem planos para comprar seis submarinos nao nucleares e várias dezenas de diferentes classes de navios de guerra da… Read more »

Marcelo Ostra

sobre o Missil balistico

Até porque seria um SSBN w naum um SSN

Provalvelu “entendeu uma coisa e escreveu outra” ou mais provavel ainda “NAO ENTENDEU NADA, ESTAVA DESINTERESSADO, OBRIGADO PELA PAUTA E PUBLICOU O QU LEMBROU, DO JEITO QUE ASSOCIOU”

Uma boa correlaçao a isto eram as perguntas da imprensa no lançamento da CV Barroo, tipo perguntaram de quase tudo, mesno a ver com defesa e a CV em si …

MO

CorsarioDF

Acertei em cheio na previsão da nova base. Sobre o armamento acho que é esperar pra vr? Mas como é Brasil pode ser que o que tá escrito pode ser verdade… Agora em se tratando de tática, deve-se ter bases em outros lugares, como em Florianópolis pelo menos uma fragata, uma corveta, um submarino e cinco navios patrulhas, esse número deve ter também em Belém ou em Natal, podendo ser ampliado no futuro (se Deus quiser) e mais uma dotação em Salvador, para aí sim termos uma esquadra bem dividida e quase impossíel ser atacada e uma vez só. Sds

TENENTE

É muito dificil ter uma boa resposta para todos os cenarios,mas defender (militarmente falando) sempre foi mais facil do que atacar. Pensando dessa forma ,proteger uma usina nuclear,um porto,uma base aerea,uma base/estaleiro de submarinos,industrias relacionadas,base de fuzileiros e etc, de uma vez só e reciprocamente,seria mais racional que defender varias mini-bases ao mesmo tempo. Um inimigo mais poderoso iria toma-las uma de cada vez, como as ilhas japonesas na II GM. Navios e bases não se podem esconder por muito tempo como se faz com avioes.Complicado…

Wilson Johann

Olha aí, pessoal!!
O nosso submarino nuclear será um SSN. Esses não transportam mísseis balísticos (intercontinentais), e foi o que ele disse. Isso não tem nada a ver com mísseis de cruzeiro. Pelo que sei até agora, esses podem ser disparados pelos tubo de torpedos. Certo?
Não vamos fazer confussões desnecessárias…

Abraços!!

Robson Bandeira

Caro Tenente respeito a sua opinião, mais sinceramente a Marinha é “Carioca” e não vai deixar de ser enquanto tudo o que realmente tem importância militar(naval)estiver localizado no estado do Rio de Janeiro, gostaria de saber quantos oficiais se formam e quantos são do Rio e de outros estados, o corporativismo é grande e não vejo nenhuma perspectiva de mudar.Essa babozeira de federação, só se for para distribuir a pobreza para os estados que não fazem parte da região Sudeste, o pessoal do blog se preocupa tanto com Chaves que acaba se esquecendo dos nossos problemas, se realmente fizermos uma… Read more »

AJS

Durante a construção dos novos subs, o AMRJ estará executando os PGM dos classe Tupi, por isso, a necessidade de novo local, creio inclusive, que da forma como está o AMRJ, teria que sofrer reformas para a produção dos novos subs.
Quanto a produzir novos Tikuna, precisaria de novo contrato com os alemães para isso, e não estariamos no caminho do nuclear, pois a Alemanha não dispõe de tecnologia para casco de nucleares.

Guilherme Souza

Por que novo contrato com os alemães? Até onde eu sei, toda a tecnologia de construção do Tikuna é nossa. Se você se refere aos equipamentos internos, isso pode até ser, mas de resto, já podemos construir quantos Tupi/Tikuna ou derivados quisermos. O repasse de tecnologia foi feito, é nosso agora. Acho que de acordo com o contrato inicial, só não podemos exportar tais belonaves.

AJS

Sim Guilherme, me referi exatamente a isso, o recheio tem que ser recontratado, creio também que para exportação, como no caso das F Niteroi, não estarmos autorizados.

TENENTE

Amigo Robson Bandeira, concordo com vc quanto a “carioques” da marinha,mas acho que mal vai sair verba para contrução do estaleiro/base, quanto mais para divesificar e proteger adequadamente muitas bases espalhadas pelo litoral.Se forem analizadas as FA em geral, no estado de São Paulo por exemplo,verifica-se que apos a revolução de 1932,foram enfraquecidas de proposito.Acho que desconfiança mesmo.Como eu disse “complicado”…SDS.

TENENTE

Esqueci de uma coisa: Na minha opinião pessoal, o Chaves não se arma conta os EUA. Seu “alvo” é o Brasil pela hegemonia de poder na AL.SDS.

Voluntário da Patria

Hoje pela manhã assisti uma entrevista do Cmt da MB na TV. O que ele afirmou foi que o SSN-NAC não transportará ARMAS NUCLEARES, ele não disse nada sobre mísseis. Incrível como as palavras são torcidas,divirtuando e causando confusão deliberadamente ou não.

CorsarioDF

Bem pertinente sua colocação TENENTE, pois se o EUA é o maior comprador do seu petróleo, porque brigar com ele, mas não acho sermos nós o alvo prioritário, tem a Colômbia e as Guianas em primeiro lugar.
Sds.

Voluntário da Patria

desvirtuando…

direto do fundo do mar

Só para ajudar um pouco.

Nós não dominamos 100% a construção da classe 209 como se pensa e é amplamente difundido por aqui. Nós mandamos muito bem no casco de pressão e no recheio do sub. Ou seja, praticamente tudo, mas, existe uma coisa que não dominamos que é a prôa do sub com seus tubos de torpedos. Todos os 5 foram importados.
Se não queremos mais nada com os alemães, imagina o “precinho” camarada que eles iriam cobrar para mais um sub?
E acho que temos que ter licença sim, pois o projeto não é nosso.

Nimitz

Ô Direto do Fundo do Balde, a própria Marinha divulga que o Brasil faz parte do “seleto grupo” de países que constroem seus próprios submarinos. Mas vemos que não há muita vantagem nisso, já que não dominamos a construção de 100% do submarino.

LEANDRO FURLAN

A Índia possui Scorpènes, Kilos e U-212. Vão ser quase 30 quando todos estiverem construídos e os novos chegarem. Isso sem contar os dois Akulas (submarinos nucleares de ataque) que o país irá comprar da Rússia para a intermediação e finalização da construção do submarino nuclear indiano. O que eu acho é que no mínimo deveríamos pensar em 2 submarinos nucleares de início. Mesmo sendo um SSN, são máquinas de guerra de grande valor estratégico. Nenhum outro país nas Américas os possui, excluindo-se, claro, os EUA. Infelizmente 9 submarinos convencionais não bastam para quase 8.000km de costa. E 1 nuclear,… Read more »

Julio

Caro TENENTE, sua colocação é oportuna e como sempre digo, de louco Hugo Chaves não tem nada. Alguns dizem que Chaves faz compras de armas sem um planejamento, mas, também discordo…são armas modernas e se colocadas num conjunto podem fazer grandes estragos….o objetivo dele é a republica bolivariana e isso inclui parte do território brasileiro e também quebrar qualquer ameaça que exista aqui….leia Brasil. Em tempo gostaria se algum dos colegas sabem onde foram paras os fuzis FALs do exercito da Venezuela? Sds

KURITA

A base vai ficar pronta em 2020 , o primeiro scorprne em 2034 , o segundo 2050 , o terceiro 2064, o quarto 2080 e nuclear em 2100 essa é a previsão correta parem de enganação.

KURITA

cada sub vai levar 14 anos pra ficar pronto rss

[…] as notícias mais recentes veiculadas neste Blog, planeja-se  para 2014 o término da construção do primeiro Scorpène destinado à Marinha do Brasil. Assim, pode-se […]

[…] conversa, que durou cerca de duas horas­, o presidente também comentou a idéia de instalar um estaleiro para a construção de submarinos militares. Segundo o deputado, Lula estuda implantar o empreendimento na Baixada Santista. A região […]