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A Lockheed Martin informou a produção e entrega do milésimo exemplar do míssil anti-submarino ASROC de lançamento vertical (VLA ). O míssil faz parte de um contrato com a Marinha Japonesa (Japanese Maritime Self Defense Force – JMSDF). Segundo a empresa, o ASROC é a única arma do tipo (ataque imediato anti-submarino a partir de embarcações de superfície) operacional no mundo, que proporciona aos  navios a capacidade de atacar submarinos além do alcance das armas destes.

A empresa fornece a versão VLA do ASROC para a JMSDF numa combinação de vendas diretas e via Foreign Military Sales (FMS). Trata-se da arma principal de uso ASW (anti submarine warfare – guerra antissubmarino) dos navios mais recentes da JMSDF.

A versão VLA do ASROC começou a ser desenvolvida em 1984, com início das entregas para a U.S. Navy e marinhas aliadas aos EUA em 1992. A Lockheed Martin está atualmente trabalhando num programa para ampliar o alcance da arma, o VLA-ER (Extended Range), que pretende multiplicar por um fator de quatro ou cinco o alcance atual, adicionando um kit de asas para planeio. A comunalidade com a versão atual deverá ser de 90%, permitindo o lançamento tanto a partir de navios quanto de aeronaves.

FONTE: Lockheed Martin / FOTO: copywright Lockheed Martin, via navweaps

NOTA do BLOG: na Marinha do Brasil, o ASROC equipava as classes Gering (Marcilio Dias e Mariz e Barros) e a classe classe Pará (Garcia) de contratorpedeiros em sua versão original, de emprego a partir lançadores conteiráveis. Com a baixa do último contratorpedeiro da classe Garcia, a MB perdeu a capacidade de lançar essas armas. A versão do míssil para lançadores conteiráveis, que carrega um torpedo anti-submarino Mk46, tem alcance mínimo de 800 metros e máximo de 9.100 metros, e continua sendo largamente empregada em várias classes de navios da JMSDF (clique aqui para ver as classes de navios de guerra japoneses e aqui para ver fotos de uma dessas classes em visita ao Brasil, em junho do ano passado). Já a de lançamento vertical, que também pode carregar os torpedos Mk50, tem alcance mínimo de 900 metros e máximo de 13.700 metros.

NOTA 2: originariamente, o ASROC também foi planejado para lançar uma carga de profundidade nuclear. Clique aqui para ler matéria do Blog do Poder Naval a respeito.

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Bosco

Galante, não sei se a velocidade de reação do Ikara era tão alta assim não. Tudo bem que era maior que a de um helicóptero, mas também não era alta. O Ikara, ao contrário do ASROC que ficava pronto no tubo de lançamento, necessitava ser “preparado” em uma sala especial. Como você disse mais parecia um drone descartável que um míssil anti-submarino. É claro que no caso de uma operação ASW já teria um Ikara no lançador, mas se fosse um contato inesperado ele ainda precisaria ser preparado, que salvo engano, não ficava em prontidão por muito tempo no lançador.… Read more »

Bronco

Galante, Imagino que aqueles “mini ônibus espacial” deveria ser caro mesmo, principalmente porque podia ser manobrado depois do vôo. Mas aí penso em que faltou a mesma boa vontade que a MB teve com o ASROC na nacionalização de peças e tentar construir um drone com um alcance aumentado mas sem necessidade de ser manobrado à distância. Quase um foguete, na verdade um drone “burro”, à semelhança daqueles que a MB utiliza nas Tipo 22 para treinamento de defesa anti-aérea, que, pelo que eu saiba, também são importados. Particularmente eu sinto que a MB se recente da retirada de serviço… Read more »

Alexandre Galante

Bronco, o problema do Ikara é que ele já tinha sido descontinuado na RN e na RAN, então não tinha mais peças de reposiçao. A manutenção do sistema Ikara era caríssima, pois era um sistema grande e complexo, para controlar um drone que levava um torpedo. Acabou que as marinhas preferiram usar o helicóptero na função, depois que a ameaça submarina soviética acabou. A vantagem do Ikara era a velocidade de reação e a capacidade de operação em qualquer tempo, superiores às dos helicópteros orgânicos. Mas no caso das futuras fragatas, poderemos comprar o MILAS, que é a versão ASW… Read more »

Rodrigo Rauta

Tiago, eles realmente não são lançados verticacalmente,são lançados a partir do lançador Mk-116, mas sua instalação ainda assim é dificil, pois precisaria de espaço e teriamos que “cortar” alguma parte da estrutura das Niteroi ou qualquer outra escolta da MB para instala-los…
Como disse o bosco, seria melhor tentar adequa-los ao projeto das novas escoltas.

Abraços!

Bosco

Tiago,
realmente não tinha entendido.

Um abraço.

Bronco

Uma pergunta:

A MB não tinha conseguido um alto grau de nacionalização do foguete do ASROC pouco antes de sua retirada de serviço?

E outra solução que me pareceu uma bola fora foi retirar os Ikara das Niterói. Ainda que esta não contasse com um sonar de longo alcance, uma possibiliade futura seria dotá-las de sonar rebocado ou uma operação de defesa de área com apoio dos P-3AM da FAB, garantindo uma boa capacidade de ataque à submarinos logo depois de sua detecção.

Tiago Jeronimo

O Brazil não poderia transferir esse armamento para as Fragatas da Classe Nitéroi? Acho uma arma incrivel não só anti-submarina mas anti-superficie também visto o grande estrago que torpedos infligem as embarcações.

Bosco

Tiago,
ele só é lançado dos lançadores verticais Mk-41 e sua instalação nas “Niterói” não seria viável. Talvez nas próximas escoltas de 6000 t.
Também esse míssil não se presta a ser uma arma anti-navio já que o torpedo Mk50 é do tipo leve, além de não ser otimizado (sensores, software, etc) para alvos na superfície. Sem falar no alcance que é pequeno, tanto do míssil (13 km), quanto do torpedo (10 km).
Um abraço.

Tiago Jeronimo

Obrigado bosco pela elucidação, só um ponto que vc talvez não me entendeu, quando eu falei de transferir o ASROC pras fragatas eu estava me referindo aos ASROC dos Contratorpedeiros da classe Pará que acredito não precisarem dos Lançadores do tipo Mk.41 já que também acredito que não são do tipo VLA.

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