1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

Almirante

José Marques Guimarães

 

 

O Almirante José Marques Guimarães, era filho do Sr. Manuel Marques e de dona Ana Alexandrina de Abreu Guimarães, nasceu em Santa Catarina, em 25 de abril de 1838.

 

Aspirante a Guarda-Marinha em 1854.

 

Três anos depois iniciava seus embarques, e com eles a trilha que soube iluminar pelo brilho de seus dotes intelectuais e pela competência profissional que o levara a inscrever seu nome entre os de plêiade que tanto tem elevado o nome de nossa Marinha de Guerra.

 

Nomeado, como 2º Tenente para embarcar na Corveta D. Isabel, nela saiu em viagem de instrução, em 1860, aos portos do Atlântico e do Mediterrâneo.

 

Depois de uma brilhante estada, havia a Corveta deixado o porto de Marselha no dia 30 de outubro, onde com orgulho representara o nosso pais e valejava em demanda do Estreito de Gibraltar, quando foi acossada por violento temporal de OSO e SO. Na tremenda luta sustentada pelo valente comandante da D. Isabel contra os elementos desencadeados em fúria, foi ele vencido; assim é que, às 21:00h de 11 de novembro, na costa do Marrocos, seis milhas ao sul do Cabo Espartel, no lugar conhecido por Mseves, naufragou a linda e garbosa Corveta.

 

Nessa tremenda catástrofe pereceram o comandante, dois 1º Tenentes, dois Cirurgiões, onze Guardas-Marinha, um Escrivão, um Farmacêutico e cento e uma Praças.

 

Salvo Manuel Marques, resoluto como era, seguiu com outros companheiros em de socorros, encontrando felizmente por parte dos árabes humanitário acolhimento.

 

Tomou parte nas Campanhas do Uruguai e Paraguai, cabendo-lhe, no comando da Canhoneira Chuí entrar na enseada de Itapiru e obrigar o forte a arriar a bandeira.

 

Tomou parte ativa, tendo atuação destacada, na passagem de Humaitá e na de Angostura.

 

Em 1874, tendo o nosso governo encomendado aos estaleiros das Forges et Chantiers de la Mediierranée a construção de dois possantes Monitores – Javary e Solimões – foi Marques Guimarães nomeado para comandar o primeiro deles. Chegou ao Havre e depois de realizadas experiências de propulsão e de governo no Monitor, não se satisfez Marques Guimarães, reclamando à casa construtora certas modificações no aparelho de governo “que no seu entender eram essenciais à segurança da navegação”.

 

A essas reclamações se opôs a firma construtora, encontrando apoio por parte dos fiscais do nosso governo. Negou-se Marques Guimarães a fazer-se ao mar. Por isso, foi substituído no comando, submetido a Conselhos de Investigação e de Guerra.

 

Os tormentos passados pelo comandante Alves Nogueira (substituto de Marques Guimarães) na penosa travessia feita do porto de Brest a Pernambuco para trazer o navio a salvo, deram razões às exigências bem cabidas de Marques Guimarães. E, pôr sentença do Supremo Tribunal Militar da Justiça, foi absolvido.

 

Deputado à Assembléia Legislativa de Santa Catarina, em 1864; nomeado Presidente do Estado do Paraná, 1889-1890.

 

Possuía as seguintes condecorações: Medalha Humanitária de 1ª Classe; por ter com o risco da própria vida salvo toda a tripulacão da Escuna americana Marrokin, no porto de Nova Iorque, 1861; Oficial da Imperial Ordem da Rosa, 1887; Comendador da Imperial Ordem da Rosa, 1868; Cavaleiro da Ordem de S. Bento de Aviz, 1871; Medalha da Campanha do Paraguai, com passador de ouro e a inscrição 3, 1871; Medalha da Campanha do Paraguai, dada pela república Argentina, 1874; Grã-Cruz da Ordem de S. Bento de Aviz, 1900; Medalha Militar de Ouro, 1902.

 

Era Diretor da Escola Naval, quando faleceu em 1º de janeiro de 1903.


- Andréa, Júlio. A Marinha Brasileira: florões de glórias e de epopéias memoráveis. Rio de Janeiro, SDGM, 1955.