Consumo de um ‘Arleigh Burke’

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Nas fotos, o painel de controle de um destróier da classe “Arleigh Burke” e a curva de consumo do navio. A possibilidade de oferecimento de navios desta classe ao Brasil esbarra em alguns obstáculos, dentre os quais o elevado consumo, em comparação com os motores diesel usados na MB.

FOTOS: US Navy /Luiz Padilha

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Luiz Padilha

E é sempre bom lembrar que as 4 turbinas não trabalham ao mesmo tempo. O navio usa sempre 1 em cada eixo. Na foto pode-se observar que o navio está a 30 nós ( quem dera pudéssemos navegar assim), aonde o consumo realmente é mais alto. Entretanto, este navio pode ser usado de forma econômica, bastando para isso ser usado como os outros meios da MB são utilizados. Sempre em velocs baixas. Os custos altos desta classe são calculados pela utilização da US Navy, que não brinca de Marinha e navega o mundo todo e por todos os oceanos, logo,… Read more »

Ozawa

Mas lendo aqui os comentários relacionados com o “pacotão do Obama”, em especial do colega Nunão, concordo com a tese de que mais cedo ou mais tarde, a MB, se quiser e puder mesmo operar escoltas na faixa das 6.000t, irá ter que desembolsar custos de operação dessa ordem ou pouco menos, ou então vamos de “Barrosos” e “Grajaús” para defender o “pré-sal”…, já que nosso orçamento sempre esbarrará em custos de operação além de corvetas e patrulhas… Não consegui encontrar números que ilustrem os custos hipotéticos de uma FREMM, seria possível demonstrá-los aqui para efeito comparativo com as “AB”… Read more »

Ozawa

p.s. custos hipotéticos de OPERAÇÃO de uma FREMM…

rogeriolanducci

Galante disse:
12 de março de 2011 às 16:05

E o valor estrategico das AB é quantas vezes maior? 4 AB substituem 6 Fs Niteroi? Se ficassemos com 4 AB e posteriormente complementassemos com 6 Fremm ou KDX-2, por exemplo, teriamos uma MB quantas vezes superior a que temos hj?

[]s

Baschera

Trocando mensagens com um amigo da MB, o mesmo me escreveu uma coisa que não tinha pensado antes….. os A. Burke não são tão desproporcionais as Niterói que estas últimas seriam as escoltas do A.Burke….. se tivessem mais poder de fogo !!

É pura ilusão que poderiamos manter, mesmo somente quatro navios, de quase 10.000 Ton e com tamanho poder de fogo e de 4 turbinas LM-2500.

Façam as contas do tamanho do armamento original destes navios e terão um susto !!

Sds.

rogeriolanducci

Destróier Classe Arleigh Burke • Tripulação: 346 tripulantes (incluindo 22 oficiais) • Deslocamento: 9033 toneladas (totalmente carregado). • Comprimento: 153,8 mts. • Calado: 6.3 mts. • Boca: 20,4 mts. • Propulsão: 4 turbinas a gás GE LM 2500 de 80000 SHP • Velocidade máxima: 30 nós • Alcance: 8149 Km • Sensores: Radar SPY-1D AEGIS, multifuncional, radar de busca de superfície AN/ SPS 67 V, Sistema de controle de fogo feito por 3 radares SPG-62 (MK99). Sonar SQQ 89 (V)6 • Armamento: 2 lançadores verticais MK41 totalizando 90 celulas para mísseis Tomahawk, Standard SM2, Asroc VLA. 1 canhão MK-45 Mod… Read more »

Ozawa

Posts como este não são apenas ilustrativos, mas informativos e fomentam o pensamento e o debate estratégico, e é nessa esteira que me atrevo a prosseguir, pois o que parece se delinear aos meus olhos, após a divulgação do bombástico “pacotão do Obama”, é, em linhas gerais, um confronto SH/AB x Rafale/Fremm, numa análise de comparação: custos de aquisição/operação/vida útil/disponibilidade/benefícios. Na análise custos/benefícios, por óbvio uma tarefa complexa, numa visão holística, a eleição desta ou aquela opção (pacote) desencadearia, pelas contraprestações financeiras/tecnológicas(?) dos vendedores (EEUU/França), dezenas de outras relações no fluxo financeiro, na cadeia logística, nas exportações, do comprador, acabando… Read more »

rogeriolanducci

FREMM Tripulação: 108 tripulantes. Deslocamento: 5 800 à 6 300 toneladas. Comprimento: 137 m. Boca: 19 m. Propulsão: 2 turbinas a General Electric/Avio LM2500 G-4 de 32 MW de potência. Autonomia: 11 000 Km. Sistemas eletrônicos: versão Italiana, 1 sistema de Radar de busca Selex EMPAR com 180 km de alcance, versão Francesa, 1 Radar multi-função Herakles com 250 km de alcance contra alvos aéreos e 80 km contra alvos de superfície e 1 sistema IRST de detecção passiva, por último 1 sistema de Sonar Captas UMS-4249. Sistemas de armas: ambas as variantes 1 lançador Sylver de 32 células para… Read more »

rogeriolanducci

KDX-II Tripulação: 200 tripulantes. Deslocamento: 5000 toneladas (totalmente carregado). Comprimento: 150 mts. Boca: 17 mts. Propulsão: 2 turbina a gás GE LM 2500 com rendimento de 32480 hp cada 2 motores a diesel com 5140 hp cada. Velocidade máxima: 29 nós (54 km/h). Alcance: 8045 Km. Sensores: radar de busca aérea: Raytheon AN/SPS-49 (V)5 com 460 km de alcance, Radar de controle de tiro STIR-240HP, radar de busca de superfície Thales Nederland MW-8, Sonar: DSQ 23. Armamento: 1 lançador vertical MK-41 com 32 mísseis Raytheon SM-2 Block IIIA Standard; 1 lançador de mísseis antiaéreos RAM com 21 misseis; 2 lançadores… Read more »

Mauricio R.

Estamos entrando no “Super Trunfo”, pois não há FREMM em serviço ativo p/ compararmos.

Fernando "Nunão" De Martini

Complementando o que escreveu o Padilha, não há dúvida que os Burke representam um maior gasto, quanto ao consumo do grupo propulsor, do que um navio do tipo FREMM, Type 124, Zeven Provincien, Type 45 e outras com propulsão mista (CODOG, CODAG, CODLAG etc). Mas o custo maior é derivado de sua efetividade maior. Para que o “benefício” seu poder de fogo valha o custo, deve-se possuir uma quantidade de mísseis compatível com a capacidade do mesmo. Isso custa bastante para adquirir (a quantidade total, pois no custo individual mísseis da família Standard e ESSM são menos caros que os… Read more »

Guilherme Poggio

Baschera disse:
É pura ilusão que poderiamos manter, mesmo somente quatro navios, de quase 10.000 Ton e com tamanho poder de fogo e de 4 turbinas LM-2500.

As quatro LM-2500 são a menor das nossas preocupações. Nas T22 é pior (2xTyne e 2xOlympus).

By the way, no Chile a maioria das escoltas possui só turbinas (quatro por navio).

Observador

Senhores,

Embora o A. Burke inegavelmente seja um excelente navio, é óbvio que está muito acima do que a MB pode manter.

Se é para termos um navio destes ancorado por falta de verba para combustível e desdentado (sem armamentos), é melhor não ter.

Se é para ter um barco alegórico (por pura falta de dinheiro e vontade política), é preferível buscar algo na Royal Navy.

Rogério

“Se é para ter um barco alegórico (por pura falta de dinheiro e vontade política), é preferível buscar algo na Royal Navy.”

Se é para ter algo sem real capacidade de combate, melhor não ter nada. Ter navios apenas para servirem de alvos ou ficar no porto, como foi o caso da ARA nas Falklands, só serve para gastar dinhheiro e fazer a história das outras marinhas.

O alcance do armamento AA da MB comparado ao de outras marinhas:

https://i33.tinypic.com/1z6blf6.jpg

[]s

https://i33.tinypic.com/1z6blf6.jpg

Rogério
Baschera

Guilherme Poggio disse: 13 de março de 2011 às 10:41 Poggio, fiz meu comentário com base nos gráficos de consumo da matéria, mas não faço a menor idéia se este consumo é maior nas T22 ou mesmo nas Niterói, embora acredite que não. Generalizando, fico com o comentário acima do colega Observador, ou no popular : se é para ter “cães” sem dente e gastando os tubos com ração e veterinário….é melhor contratar um guarda !! Outra coisa importante, o sistema Aegis é, para nós, uma caixa preta e neste caso dúvido que os americanos nos permitissem fazer adaptações ou… Read more »

Mauricio R.

“Nas T22 é pior (2xTyne e 2xOlympus).”

Nas “Niterói” tb tem 2 X Olympus/casco, e a RN já descontinuou o uso dessa turbina.

Fernando "Nunão" De Martini

Maurício, apenas um reparo ao “a RN já descontinuou”. Apesar das baixas recentes, ainda há alguns navios remanescentes na RN equipados com Olympus. Por exemplo, os últimos T-42 em serviço, entre modelos Batch2 e Batch 3. Mas, com a baixa do último dos NAe atuais e desses T-42, só vai sobrar no mundo as escoltas da MB (classes Grenhalgh e Niterói) e algumas outras marinhas que ainda operam escoltas dessa época (anos 70 e 80). Acho que ainda há algumas Kortenaer na Grécia, algumas classes de escoltas japonesas (esses operam uma razoável variedade de turbinas a gás fabricadas sob licença,… Read more »

Aproveitando, é bom entender que, nessa discussão centrada em turbinas a gás, no caso da MB as de alta potência da categoria da Olympus só são empregadas em altas velocidades, utilizando-se turbinas de menor potência (Tyne) ou motores diesel para as velocidades de cruzeiro. Pelo que Olympus e LM-2500 são acionadas com pouca frequência. A diferença é que, no caso dos Arleigh Burke, sempre se acionarão as LM-2500, pelo óbvio motivo de que é só com elas que o navio é equipado, em número de quatro (o que é uma solução adequada para o porte do navio e suas especificações… Read more »

joseboscojr

Mudando um pouco de pato pra ganso, sem dúvida a class AB é uma das mais bonitas classes de navios de combate. Entre outras coisas foi uma das primeiras a incorporar um certo ar “stealth”, embora esteja longe de sê-lo. No máximo o que se conseguiu foi uma pequena redução do RCS. A única peça dissonante do conjunto ao meu ver, é o mastro extremamente grande e alto. Tudo que há nele (radar de navegação, antenas de comunicação, MAGE, etc) poderia ser colocado em um mastro menor, mais discreto, ou mesmo o mastro poderia ser eliminado. Alguém sabe se há… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

“joseboscojr em 13/03/2011 às 17:45
Alguém sabe se há uma razão especial para um mastro tão grande em um navio que tem seu principal sistema de radar colocando na superestrutura, além do fato de algumas antenas ficarem a grande altura, aumentando a área de cobertura?”

Bosco,
Acho que o que você escreveu sobre aumentar a área de cobertura é mais do que um fato para a altura. É O fato. Assim, acredito ser essa a razão, principalmente para o MAGE. Quanto mais longe você localizar a emissão do inimigo, mais tempo para reagir.
Saudações!

joseboscojr

Não vão me dizer que em uma emergência é possível içar velas.
Rsrssss

oficial.endel

Querem manter esses navios?…retirem as imperiais,os ceara,e mais algumas latas e vejam o resultado.

MO

ENDel, pensou certo mas atirou errado

Thomaston sim, IM não ….

Luiz Padilha

“A diferença é que, no caso dos Arleigh Burke, sempre se acionarão as LM-2500, pelo óbvio motivo de que é só com elas que o navio é equipado, em número de quatro (o que é uma solução adequada para o porte do navio e suas especificações de desempenho). Para as velocidades de cruzeiro, são acionadas menos turbinas, para altas velocidades (30 nós), acionam-se as quatro.” Nunão, me permita um aparte. Sempre serão apenas 2 em linha e não 4. OK? Repare na foto do painel que existem 2 em linha e o navio está a 30 nós. 120pcn e 39… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Padilha, Não tenho como negar o que você viu / fotografou, mas também não entendi muito bem o que você escreveu. De fato, a foto do painel à direita realmente parece mostrar 2 turbinas acionadas, e vejo o número 30 no painel superior. Precisaria ver em melhor resolução para conseguir ler todos os indicativos. Porém, nos gráficos de consumo, vejo o que parece ser uma velocidade máxima de uns 27 nós na configuração “split plant”, quando duas turbinas estão funcionando (uma por eixo) e uns 32 na “full plant” (quando todas as quatro estão online, duas por eixo), além de… Read more »

Luiz Padilha

Vou te mandar a foto em alta para vc visualisar bem.

Fernando "Nunão" De Martini

Recebida a foto, Padilha. E, como conversamos agora há pouco por e-mail e você mesmo percebeu (e coloco os resultados dessa nossa conversa aqui para que os leitores tenham a informação correta), na leitura do painel superior permitida agora com a resolução maior da foto que vc mandou, pudemos perceber o seguinte: A velocidade indicada é de 7,6 nós, o curso é 181,1 e que os números que parecem 29 e 30, ao lado, indicam na verdade os ângulos de 2,9 e 3,0 dos lemes de BB e BE. Comparando com o painel principal, percebemos que o navio está com… Read more »

joseboscojr

Pois é Nunão.
Quem somos nós pra dizer que os projetistas exageraram.
Eu de minha parte acho que mais se perde do que se ganha com um mastro gigante como esse.
Claro que se compensou com alguma redução do RCS no projeto da superestrutura e do casco, mas todo o trabalho se perde com este mastro exagerado.
Sds.