A Marinha do Brasil recebeu as primeiras unidades do lote piloto dos Sistemas de Armas do  Anticarro MSS 1.2 AC, de médio alcance, fornecidos pela MECTRON, empresa nacional da Organização Odebrecht. Para oficializar a entrega, foi realizada, no dia 14 de novembro, uma cerimônia na Fortaleza de São José, localizada na Ilha das Cobras (RJ), em que o Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante-de-Esquadra (FN) Marco Antonio Correa Guimarães, na presença do Diretor de Sistemas de Armas da Marinha, Vice-Almirante Walter Carrara Loureiro, e do Comandante do Material de Fuzileiros Navais, Contra-Almirante (FN) Cesar Lopes Loureiro, recebeu o Diretor-Presidente da MECTRON, Gustavo Ramos, e o Diretor da Unidade de Defesa da MECTRON, Rogério Salvador, para a assinatura do termo de entrega do 1º lote, composto de 16 munições com cabeça de guerra; um simulador de tiro; um equipamento de teste; e quatro jogos de manuais.

O MSS 1.2 AC é um sistema de armas  anticarro, guiado a laser, com alcance de cerca de 3 km. O sistema de guiagem a laser permite direcionar o míssil mesmo após o seu lançamento, acompanhando a trajetória do alvo. A parte operacional compreende uma unidade de tiro e a munição. Amplamente versátil, o MSS 1.2 AC também pode ser lançado por meio de paraquedas. Para operações noturnas, a unidade de tiro possui uma câmera de visão noturna sensível à radiação infravermelha.

O Simulador de Tiro do MSS 1.2 AC consiste de um conjunto de equipamentos eletromecânicos computadorizados que possibilitam o treinamento de atiradores tanto em sala de aula como em campo. Sua principal característica é proporcionar ao atirador as mesmas condições reais de rastreamento de alvo e lançamento do míssil. Efeitos como ruído de lançamento, fumaça do primeiro estágio do motor e choque mecânico são simulados, proporcionando ao instruído a sensação de estar em reais condições operacionais.

O Diretor-Presidente da MECTRON expressou a satisfação da empresa em realizar esta entrega: “Nossa satisfação deve-se ao fato da MECTRON e a organização Odebrecht estarem entregando um produto brasileiro, desenvolvido e fabricado por uma empresa 100% brasileira, com tecnologia nacional para a Marinha do Brasil que terá completa autonomia para o seu emprego e assistência pronta e permanente”.

Em suas palavras, o Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais externou sua satisfação com a aquisição: “Os Sistemas de Armas do Míssil Superfície-Superfície 1.2 Anticarro, da MECTRON, vêm contribuir significativamente com o aumento de poder de combate dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais. O seu poder de penetração em blindagens e a capacidade dos seus simuladores proporcionam um elevado grau de adestramento com custos reduzidos. Estes sistemas elevarão a capacidade de defesa anticarro a um novo e elevado patamar. Por meio desta parceria, a Marinha do Brasil e o Corpo de Fuzileiros Navais, contribuem para valorizar a indústria de defesa nacional”.

FONTE: Nomar

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Marcelo

incrível como quando é uma notícia deste tipo, há tão poucos comentários. Mas quando é uma notícia que dá “para malhar” os posts bombam de comentários…

Parabéns à MB e à Mectron. Acho que o país está no caminho certo em iniciativas como essa.

Ricardo Cascaldi

Alguém tem mais informações sobre o equipamento? Eu nem sabia que algo do tipo estava em desenvolvimento pela Mectron.

Muito bom! Parabéns! Mais uma conquista para o Brasil!

joseboscojr

Marcelo, Todo mundo fica contente com o fato de mais um sistema de armas de alta tecnologia ser fabricado no Brasil, mas há de se questionar se o produto desenvolvido tem penetração no mercado externo, se compensa do ponto de vista econômico/financeiro, etc. Sabemos que só de encomendas nacionais ninguém vive (salvo se for empreiteira de estádio de futebol). Será que o preço pago compensa? Não seria melhor adquirirmos material estrangeiro, de prateleira a subsidiarmos (????) o desenvolvimento desse míssil, etc. No mercado externo é pouco provável que o MSS1.2 consiga se impor tendo em vista as exigências dos clientes… Read more »

joseboscojr

Ricardo, O MSS 1.2 pesa 15 kg, tem 127 mm de diâmetro, é subsônico e tem alcance de 3 km. Ele é “teleguiado” , viajando dentro de um feixe laser emitido pelo lançador que é projetado sobre o alvo. Basta que o atirador mantenha o alvo na mira que automaticamente o míssil irá corrigir sua trajetória tentando se manter no centro do feixe laser até que ocorra o impacto. Esse método chamado “laser beam rider” exige que o atirador se mantenha em posição do lançamento até o impacto. Sua ogiva é do tipo “carga oca”, o que aparentemente é a… Read more »

Mauricio R.

O alcance deste missíl, é inferior ao alcance dos canhões, dos principais MBT’s, disponíveis no mercado.

joseboscojr

Mauricio, Mas ele é um míssil portátil de infantaria, de uso coletivo (e operação individual). Seu alcance deve ser maior que os lança-rojões, CSR, etc. Em relação ao alcance está de acordo com seus congêneres mais modernos: Javelin – 2500 m, Javelin Block I – 3200 m, Spike MR – 2500 m, Spike LR – 4000 m, Milan ER – 3000 m, etc, e é até maior que os mísseis mais antigos: Milan – 2000 m, Bill 2 – 2500 m, etc. O TOW II Aero/RF, o Mapats, o Ingwe, Spike ER, etc, possuem alcance acima de 4000 m mas… Read more »

Mauricio R.

Bosco, O MBT sente a iluminação do laser, marca a posição e antes do míssil atingi-lo, mata rápida e violentamente o time antí-tanques que ousou perturba-lo. E ainda é capaz de tripudiar, fazendo alguma dancinha, pivoteando o casco p/ um lado e a torre p/ o outro. O que eu quero ilustrar, é como o alcance é incompativel c/ o método de guiagem, o time se auto expõe completamente, entregando de bandeija sua própria posição. É morte certa. Não sei pq raios duplos e triplos, o Brasil ainda perde tempo e gasta seu pouco dinheirinho c/ essa Mectron. O produto… Read more »

daltonl

Mauricio…

Não sei se um MBT é tão invulnerável assim e além do mais nem todo “carro” é um MBT.

Mauricio R.

Não é invulnerabilidade, mas movimento e tempo de reação.
Nos atuais MBT’s, novos ou remendados, tdos tem controle de tiro e suíte de auto-proteção dignas de aviões de caça e que incluem alerta a iluminação por laser.
E a munição HE no canhão do MBT é pesada e tem umas 4 ou 5 vezes a velocidade do míssil.
Em AFV/MICV, a principal diferença é o calibre menor e a cadência de tiro maior do armamento principal.
Além do fato que o laser é sucetível ao clima, fumaça, etc…

daltonl

Mas e se o blindado tiver que encarar vários misseis ao mesmo tempo?

Me parece e posso estar errado, que, estas armas relativamente baratas e de fácil manuseio podem ser sim uma ameaça assimétrica.

Marcelo

Caro Daltonl,

como sempre, você está corretíssimo. mísseis exatamente deste tipo, os Kornet russos, deram muito, muito trabalho para os Merkava IV israelenses, na Guerra do Líbano. Não são sempre necessários mísseis caros e complexos como os Javelins e Spikes, nada contra eles, é claro, mas são mais caros e talvez, acima da nossa necessidade.

Abraços.

Ivan

Marcelo, “…mas são mais caros e talvez, acima da nossa necessidade.” Acredito que podem estar acima do nosso orçamento, porém dentro da nossa necessidade. Melhor dispor de muito dos modelos mais simples produzidos por aqui e um núcleo mais sofisticado para criar um problema para eventuais inimigos. Maurício e Bosco, Será que todos os carros de combate (CC) e veículos blindados de combate de infantaria (VBCI) possuem sistemas modernos de alerta laser e/ou autoproteção em estado da arte? Na América do Sul penso que não? Possivelmente a grande maioria dos blindados sul americanos (TAM, Leopard 1, T-55, M-60, AMX-30, Marder,… Read more »

joseboscojr

Caro Ivan, Eu sou aquele que fez crítica unica e exclusivamente voltada à ogiva, pela mesma não ser eficaz contra blindagem reativa (ERA), que é de fácil aplicação. Não fiz nenhuma referência ao alcance ou ao sistema de orientação. Maurício, O sistema “laser beam rider’ usa um laser de baixa potência que é difícil de ser detectado. Sem falar que o atirador pode usar alguns recursos, como por exemplo,mirar em um ponto próximo e depois voltar a colocar a mira sobre o alvo, dando menos tempo de reação no caso de haver um detector laser. E o tempo de voo… Read more »

joseboscojr

Ivan,
Pelo que se sabe a cabeça de combate é formada por uma ogiva de carga oca singular, sem capacidade anti-bunker associada.
Também não se sabe se haverá uma versão do míssil específica anti-bunker, que poderia usar uma ogiva semiperfurante com espoleta de atraso, ou uma versão multifuncional (anticarro, antibunker, antipessoal, etc), que exigiria uma ogiva multiefetiva bastante sofisticada.

Um abraço.

joseboscojr

Marcelo, O Kornet tem uma vantagem sobre o MSS 1.2 que é sua maior velocidade. Ao contrário do míssil brasileiro, o russo é dito ser supersônico, com provavelmente o dobro da velocidade sustentada do MSS 1.2, o que garante ao Kornet a metade do tempo de reação do alvo para uma mesma distância. Isso pelo menos é o que dizem as fontes que fazem referência à sua velocidade. Mas tenho dúvidas se tal informação é procedente já que é pouco difícil um míssil com massa de 27 kg (sendo 7 apenas da ogiva) poder implementar uma velocidade sustentada de 550… Read more »

MAD DOG

Cabe lembrar que seu projeto inciou-se no final da década de 80, pela empresa Orbita em SJC. No ano de 1986 suge o MAF (Míssil Anti-carro della Fanteria, em italiano), cuja denominação inicial no Brasil foi MSS-1.2, míssil anticarro em uma parceria entre OTO-Melara italiana e a Engemissil, do grupo Engesa, posteriormente Órbita. O projeto era conhecido como MSS-1.2 LEO (homenagem ao então ministro do Exército Lêonidas Pires Gonçalves), posteriormente com a formação da Mectron, finalmente ele sai do papel, 26 anos depois, com uma encomenda pelo EB de um lote piloto de 66 pças, mais simuladores, equipamentos de teste… Read more »

Mauricio R.

daltonl, O MBT é um alvo em movimento, que pode atirar de fora do alcance do míssil. Se apertar, fumaça e o laser do míssil, torna-se inútil. Bosco, É um laser, pode ser obstruído, fumaça, chuva fina e neve degradam sua performance e vc não tem 90° de FOV p/ enquadrar o MBT, mas tão somente uns 5°. Vc está se esquecendo que é o MBT, quem tem o maior porrete. O MBT se move por fora do alcance deste míssil. Marcelo, Os israelenses tiveram pt em somente 3 Merkavas de 300 empregados, p/ os mísseis em 2006. O Javelin… Read more »

Vader

Bem, é melhor que nada. Pro nosso cenário está bom.

Mas é “tipo NET”.

giltiger

1) para quem não tinha nada está ÓTIMO; 2) se não dá para derrubar MBT dos chilenos ou venezuelanos ainda assim haverá uma AMPLA miríade de situações táticas com blindados leves, caminhões e bloqueios urbanos com veículos (onibus, tratores e caminhões) que esta arma poderá ser BEM UTILIZADA; 3) SE ele é boa o bastante para vender para o exterior é problema do setor comercial da MECTRON/ODEBRETCH; 4) É o primeiro lote do armamento, como se fosse um Eurofigther tranche 1 ou um Rafale F1, portanto se o nosso MdD (Ministério da Defesa) continuar a investir e encomendar novas versões… Read more »

joseboscojr

Gil, Os fuzileiros sempre contaram com equipamento semelhante na forma do míssil sueco anticarro Bill, com mais ou menos as mesmas características do MSS 1.2. Parece que o CFN também conta com o Bill 2, bem mais letal que seu antecessor (e que o MSS 1.2, pelo menos em tese) por adotar o método “overfly top attack” combinado com uma espoleta de proximidade inteligente e uma ogiva de disparo diagonal EFP dupla sequencial. Ufa! No mais, concordo com sua ponderações em grau, gênero e número, apesar de achar sim relevante que o “produto” tenha penetração no mercado internacional, como por… Read more »

Mauricio R.

“1) para quem não tinha nada está ÓTIMO;”

E os mísseis MBDA Milan e Eryx, além do RPG-32, certa fonta cita-nos como usuários dos mísseis, além do que o “lança rojões” seria fabricado aqui sob licença