Getúlio Vargas em 1932: ‘Bloqueado o porto de Santos’

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cruzador Rio Grande do Sul - foto via NGB

Neste 9 de julho, aniversário de 81 anos do início da “Revolução Constitucionalista de 1932”, o blog das Forças Terrestres publicou uma matéria especial com trechos do Diário de Getúlio Vargas, nos quais o então chefe do Governo Provisório anotou suas impressões diárias sobre os acontecimentos.

Clique aqui para acessar e ler um relato vívido sobre a falta de preparo das tropas legalistas para enfrentar o movimento rebelde, o bloqueio do Porto de Santos para evitar o abastecimento de armas para os rebeldes, lutas no Mato Grosso para evitar que Porto Murtinho (então no Estado do Mato Grosso), Rio Paraguai, se tornasse uma alternativa de abastecimento aos paulistas, além de tentativas do próprio Governo Provisório de Getúlio Vargas encomendar material bélico em outros países, entre outros detalhes, como o trecho do título acima e estes abaixo:

“Chega de São Paulo Maurício Cardoso. Vem convencido da pujança militar de São Paulo.”

“Os rebeldes nos atacam com granadas de mão e gases lacrimogêneos, ameaçam com gases asfixiantes, mandam trazer canhões de grande alcance, tirados dos fortes para a frente de combate, e fabricam capacetes de aço para a defesa da cabeça dentro das trincheiras. Os nossos técnicos, as nossas repartições estão sempre estudando e não produzem. Ele tem razão. Estou providenciando diretamente, mas as coisas marcham vagarosamente. A burocracia, o ronceirismo, a má vontade, a sabotagem, a traição, tudo entrava.”

“O major Néri, em Mato Grosso, resiste ao ataque dos rebeldes, que insistem na ofensiva contra Porto Murtinho.”

“Das encomendas feitas nos Estados Unidos, só se sabe do embarque de cinco aviões. Do resto não há notícia, e isso é o que mais me preocupa.”

“Ainda sem solução o caso da encomenda de armamento para a França, em que o governo francês recebeu o dinheiro, e nem o devolve nem embarca o armamento.”

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Observador

Este final de semana também houve outro aniversário. Há exatos trinta anos, em Santa Catarina, o Vale do Itajaí enfrentou uma cheia que durou um mês inteiro. Municípios inteiros alagados, pois o Rio Itajaí chegou a estar onze metros acima do nível normal. Dezenas de milhares de desabrigados. Dezenas de mortos. Mortos que não podiam ser enterrados porque os cemitérios estavam debaixo d’água. Mortos por afogamento, por choques elétricos, por falta de atendimento médico. Alguns de fome. Outros, por incrível que pareça, de sede, mesmo no meio de um mundo de água (contaminada). No meio do inferno, a atuação das… Read more »

Rafael M. F.

Essa foto foi feita após a modernização do Bahia/Rio Grande do Sul, certo?

E pensar que estavam sendo usados ainda na IIGM.

Aliás, existe uma hipótese do Bahia ter sido torpedeado. Conhecem essa história?

klesson

A coisa vem de muito longe, até mesmo no meio das necessidades mais prementes.

“… A burocracia, o ronceirismo, a má vontade, a sabotagem, a traição, tudo entrava.”

Qualquer semelhança aos tempos atuais, não seria mera coincidência!

daltonl

Certo Rafael, tenho um modelo do Bahia como ele era em 1938 já com 3 chaminés escala 1/1250 e até que está bem parecido com a foto.

Quanto a serem usados na II Guerra, o Bahia e o RGS, bem a US Navy por exemplo usou intensamente o USS Arkansas apenas 2 anos mais novo que eles.

Há quem defenda veementemente que o Bahia foi torpedeado até porque teria sido uma morte mais gloriosa mas a versão oficial é
que afundou mesmo devido a uma explosão acidental.

abs