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Pesquisa desenvolvida pela Marinha do Brasil sobre tintas marítimas anti-incrustantes teve patente aprovada nos Estados Unidos. O projeto, conduzido pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), consiste no uso de um agente biocida isento de metais nas tinturas utilizadas em estruturas submersas e flutuantes. O estudo foi feito em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF).

A pesquisa, iniciada em 2004 no Instituto de Química da UFRJ, alcançou êxito ao sintetizar o agente biocida a partir de matéria-prima natural, nacional e de baixo custo: um subproduto do refino de óleo de soja. O agente poderá ser utilizado em escala industrial em revestimentos e tintas subaquáticas, protegendo contra os efeitos danosos da bioincrustração em cascos de embarcações, boias, plataformas de petróleo e dutos submersos.

Para o comandante William Romão Batista, engenheiro e pesquisador da Marinha, a obtenção da patente concretiza um ciclo de pesquisas em produtos naturais anti-incrustantes desenvolvidos pelo IEAPM. “Este é o grande passo para termos, no futuro, disponível no mercado, tintas para cascos de navios e plataformas de petróleo, com eficaz ação anti-incrustante e isentas de substâncias nocivas ao meio ambiente marinho”, avaliou o comandante.

De acordo com Romão Batista, por ser um produto natural, isento de elementos metálicos e com ação bactericida e algicida (contra algas), o agente biocida poderá também ser utilizado nas áreas médica, agrícola e pecuária.

A pesquisa

A bioincrustação marinha é resultado do processo natural de colonização e crescimento de micro e macro-organismos sobre superfícies submersas, ocasionando problemas logísticos e prejuízos econômicos, como o entupimento de canalizações, podendo comprometer estruturas de plataformas, pilares e tubulações.

O produto desenvolvido pelo IEAPM da Marinha foi testado experimentalmente durante oito meses em placas metálicas submersas pela empresa brasileira International Tintas S.A. A tinta anti-incrustante demostrou alta resistência e durabilidade, com uma vida útil maior que as tintas marítimas comercializadas atualmente – que gira entre seis meses e dois anos

Já tramita no IEAPM o pedido de uma nova patente junto à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha, que deverá ser enviado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Esta nova patente está relacionada à evolução da síntese e da característica físico-química do biocida inicialmente sintetizado. O objetivo dos pesquisadores é fechar parcerias com indústrias interessadas na produção do agente.

FONTE: Ministério da Defesa

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Marcelo Andrade

Meus parabéns à MB. Acompanho há algum tempo as pesquisas sobre bioincrustação e o mal que é feito ao cascos das embarcações, inclusive aumentando a resistência hidrodinâmica.

No primeiro livro do navegador Amyr Klink, ele já informava sobre o problema e como o barco ficava pesado para remar.

Este é um exemplo de como as parcerias entre as Universidades e as FFAA ou Industria, aumentam o grau tecnológico do país. Deveríamos ter mais exemplos. Parabéns ao IEAPM.

Cadê o pessoal do blog que só comenta pra falar mal?

ernaniborges

Eu não me incluo nesse grupo que só critica.

Parabéns à Marinha e ao Brasil !

Almeida

Falo mal de muita coisa, sim, tem muita coisa errada nesse país.

Mas também sei reconhecer trabalho duro, remando contra a maré. Parabéns à todos os envolvidos nessa conquista!

Antonio M

“…O estudo foi feito em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF). …”

Esse pode ser o motivo quando se tem bons resultados: não teve interferência política/partidária !!! Se tivesse somente determinados grupos, instituições, pessoas etc poderiam participar e os resultados divulgados apenas quando pudessem ser encaixados em algum tipo de exposição que garantisse dividendos políticos eleitorais etc.

Parabéns aos abnegados.

cristiano.gr

Parabéns a todos envolvidos! Que continuem inspirados e motivados. Pena que é um raro exemplo do Brasil que dá certo. Um país que governantes incompetentes resolvem fazer circo e pão e o resto que se exploda. Gostaria de ver todo o dinheiro gasto com a Copa do Mundo FIFA (evento privado e patrocinado pelos trouxas – nós), e que ainda vai ser gasto, sendo usado em prol de pesquisas universitárias e militares. O atual governo acha que dar bolsas de estudo no exterior é bom para o Brasil. É péssimo. A maioria dos estudantes que estão desfrutando dessas bolsas no… Read more »