O renomado colunista Roberto Lopes do site Plano Brasil noticiou que a Royal Navy teria oferecido à Marinha do Brasil o porta-helicópteros de assalto anfíbio HMS Ocean.

O assunto teve grande repercussão nas redes sociais, mas o fato é que a oferta já tinha sido ventilada em 2010, quando o navio visitou o Brasil.

A aquisição em 2015 do Siroco (atual NDM Bahia), da Marinha Francesa, dotou a MB de um navio anfíbio com doca capaz também de operar helicópteros, porém com limitações. O Bahia é um LPD (Landing Platform/Dock). Já HMS Ocean é um LPH (Landing Platform Helicopter) sem doca e caso fosse adquirido, ele complementaria o Bahia, pois possui maior capacidade para operações aéreas.

A questão mais importante no momento é se o país teria condições de adquirir mais um navio de grande porte de manutenção e operação caras, em uma época de recursos limitados.

A desativação do Navio-Aeródromo São Paulo (A12) em fevereiro de 2017 deixou a Marinha sem uma plataforma de operação para os aviões e helicópteros da Força Aeronaval. A aquisição do HMS Ocean possibilitaria o embarque de um maior número de aeronaves de asas-rotativas para operações de controle de área marítima e também para ações de desembarque anfíbio em apoio ao Corpo de Fuzileiros Navais.

Os helicópteros Seahawk (SH16) e Super Cougar (UH-15) que também são empregados no ataque a navios de superfície com mísseis antinavio, não podem operar a bordo dos atuais navios de escolta da MB, por isso essas aeronaves acabam usando os navios anfíbios como plataformas. O HMS Ocean ampliaria o raio de ação desses helicópteros.

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Ivan

Excelente tema.
😉

Vader

A Marinha precisa de submarinos, corvetas e fragatas. Mas dependendo do preço o HMS Ocean pra nau capitânia poder ser uma boa: o navio não tem nem duas décadas de comissionamento, e passou por uma grande reforma em 2014, tendo umas boas décadas de vida útil pela frente. Um bom porta-helicóptero, bem equipado e bem escoltado, pode ser muito mais útil pra MB do que um porta-aviões sem aviões, sem escolta, sem nada. E acho (apenas acho) que o Ocean poderia, com adaptações, operar o F-35B, a ser adquirido num futuro remoto, transformando-o em uma espécie de porta-aviões de bolso,… Read more »

Ivan

MiLord Vader, . “…com adaptações, operar o F-35B…” . Prezado amigo, penso que seria uma adaptação cara e desnecessária. São tantas as missões que o HMS Ocean topicalizado poderia cumprir, que faltaria tempo para transportar e operar caças furtivos VTOL, além de uma relação custo benefício muito baixa. . “The Mighty O” (seu apelido) é um LPH (Landing Platform Helicopter) clássico, como os antigos Classe Iwo Jima norte americanos. Inclusive apresenta prestações muito parecidas com estes últimos. . Para os amigos (sei que você conhece) seria interessante apresentar os números do HMS Ocean. . Deslocamento: 21.500 toneladas; Comprimento: 203,4 metros;… Read more »

daltonl

Diego…
.
os EUA ofertaram sim as “OHPs” se a marinha brasileira não tinha recursos e\ou interesse aí
é outra coisa. Os “Ticonderogas” são desesperadamente necessários, os Arleigh Burkes são caros demais e às “Santa Marias” não passam de “OHPs” construídas sob licença na Espanha nos anos 80 e não estão mais sendo construídas.
.
Douglas…

não existem mais “harriers” no Reino Unido…foram todos vendidos para os EUA depois que foram retirados de serviço para que os fuzileiros navais pudessem usa-los como fontes de peças de reposição para os AV-8Bs.

Vader

Mestre Ivan, foi por isso que coloquei “num futuro remoto” e o “se necessário” ficou oculto na condicional.
Grande abraço.

EParro

daltonl 30 de março de 2017 at 9:24

Mas, caro Daltonl, qual sua opinião a respeito de um navio tipo “HMS Ocean” para a Marinha Brasileira, atualmente?
E mais, você acredita na viabilidade de um negócio destes, considerando a manutenção e as verbas do São Paulo, que certamente serão remanejadas?

daltonl

Esposito… . a Itália não possui 3 “PAS”…o “Garibaldi” tem sido utilizado como navio “anfíbio” e será convenientemente substituído por um “LHD”, o “Trieste”em cerca de 5 anos. O Cavour opera alguns AV-8Bs que serão substituídos por F-35Bs…no momento apenas 15 serão adquiridos o que descontados os exclusivos para treinamento e os que estarão em manutenção, um máximo de 10 poderão ser embarcados e os os 3 “San Giorgios” não passam de “LPDs”. . O HMS Ocean nunca operou com aeronaves “VSTOL”…desde o início foi colocado um “phalanx” no estreito convés de voo dianteiro e mesmo que houvesse “harriers e/ou… Read more »

daltonl

EParro… . o “Ocean” certamente seria bem vindo…ainda mais com o Mattoso Maia parado, não se sabe se ele retornará ao serviço e de qualquer forma já está se aproximando dos 50 anos desde que foi comissionado na US Navy e o Almirante Sabóia irá completar 50 anos ainda em 2017 desde que foi comissionado na Royal Navy em 1967 ! . Só não concordo em querer transforma-lo em “outra coisa” …mas…seria uma boa adição para a marinha. . Resta saber se haverá dinheiro para adquiri-lo em 2018 quando for retirado de serviço da Royal Navy, mais por falta de… Read more »

EParro

daltonl 30 de março de 2017 at 19:42 Então Daltonl, penso que com a recente decisão de abandonar o projeto do São Paulo, parece-me que vem bem a calhar esta oportunidade de aquisição do Ocean. Evidente, que um “porta-aviões” é diferente de um “porta-helicópteros”, o primeiro opera aviões e helicópteros mas o segundo só opera helicópteros; os objetivos são muito distintos. Só fico apreensivo com o fato da Marinha do Brasil ter demorado, sei lá, trinta anos (ou mais) para reobter o direito de operar asa fixa e agora parece que caminha célere para perdê-lo novamente. Entretanto, como você bem… Read more »

Vader

A Marinha não irá “perder” o direito de operar asas fixas, desde que TENHA asas fixas pra operar oras!

carvalho2008

Navio bom! E como sempre falo, economico por ter especificações construtivas mercantes….economico e prova de que rende bons prestimos….somente sairá da ativa porque os britanicos irão operar mais 2 Nae e a grana ficará curta….mas prestemos atenção que um operará como Nae e outro como LPH na maioria das vezes. Mesmo que por bençãos e milagres o Brasil aproveite a oportunidade, a propria decisão britanica ilustra o que é mais sabio….manter uma planta que possa fazer mais de uma configuração de missão…é isto o que farão com seus 2 novos Nae….. Lógico que eles tambem são mais especializados e mais… Read more »

EParro

Vader 31 de março de 2017 at 10:26

Pois é Vader, atualmente opera asa fixa a partir de aeroportos! Você acredita que os aviões da Marinha do Brasil terão verbas para melhorias ou até para novas unidades?

Saudações

daltonl

Carvalho… . a interpretação que se tem dado é que enquanto um dos 2 novos NAes britânicos estará em serviço o outro estará em manutenção…não deverá ser algo tão radical como os britânicos estão fazendo com os 2 “LPDs”, “Albion” e “Bulwark”,enquanto um deles permanece “dormente” por 6/7 anos o outro permanece em serviço e passa por manutenções regulares. . No momento o “Albion” está sendo “acordado”, algo iniciado em 2014, só para salientar que não é algo que possa ser feito tão rapidamente e tão logo retorne o “Bulwark” será “adormecido”…é uma forma de estender ao máximo a vida… Read more »

Maia

A nossa Marinha de Guerra tem a responsabilidade de manter a grande faixa litorânea em segurança e tranquilidade com eficiência.Foi desativado o Porta-aviões São Paulo e,por conseguinte,tem que haver uma substituição imediata,sob pena de grandes problemas presentes ou futuros. É uma pena que se permita a nossa Marinha de Guerra acéfala,achando que é certo!O navio inglês é importante para nós,foi foi construído em 1998 e passou por revisão em 2014,ou seja,tem muitas décadas de vida até termos um Porta-aviões ou um outro navio com a mesma capacidade bélica.