Navios da Marinha da China em desfile naval
Navios da Marinha da China em desfile naval

Lioman Lima (@liomanlima)
BBC News Mundo

Um oceano separa os Estados Unidos e a China. Seu domínio é agora também um motivo de disputa entre os dois países

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o controle do Pacífico – e de outros mares do mundo – estão no radar da armada americana.

Grandes marinhas de guerra, como as da Rússia ou da Índia, não conseguiram superá-la em número ou capacidade.

Mas, há alguns anos, especialistas de Washington vêm manifestando seu temor por uma “nova ameaça” à maior potência naval do mundo: o crescente poderio marítimo da China.

James Fanell, ex-diretor de inteligência da Sexta Frota dos Estados Unidos, apresentou em maio diante do Congresso americano um relatório de 64 páginas em que garante que a China desenvolve atualmente um plano para ter, em um futuro não muito distante, uma marinha duas vezes maior que a dos Estados Unidos.

“A armada chinesa está em um processo acelerado de desenvolvimento e expansão de sua capacidade, e isso está logicamente gerando preocupação nos Estados Unidos”, explica Lyle Goldstein, professor do Instituto de Estudos Marítimos da China do US Naval War College dos Estados Unidos.

“Nos últimos tempos, temos visto que (os chineses) desevolveram um porta-aviões próprio, projetado por eles mesmos. Também se fala que estão construindo um terceiro, com capacidade nuclear, o que deve ser motivo de orgulho para eles, mas é algo que gera uma inquietação deste lado.”

Força crescente

O lançamento, no fim de abril, do 001A, como é conhecido o novo porta-aviões, foi mais um de múltiplos sinais do poderio naval que Pequim enviou nos últimos meses ao mundo.

Em maio, a China lançou ao mar e iniciou treinamentos a bordo de seu segundo destróier de classe 055, o maior e mais avançado navio do tipo dentre as forças navais de toda a Ásia.

Suas embarcações de guerra e aviões de combate participaram de uma grande exibição militar no Mar da China Meridional, cuja soberania é alvo de disputa com os Estados Unidos e outros países da região.

A forças chinesas enviaram bombadeiros H-6K com capacidade nuclear a várias ilhas que são alvo de disputa naquele mar.

“São fatos que têm obviamente uma importante conotação nuclear e, por isso, os Estados Unidos retiraram o convite à China para participar do RIMPAC (o maior exercício naval do mundo, que será realizado neste ano entre junho e agosto)”, explica Christopher Yung, professor da Universidade do Corpo da Marinha, nos Estados Unidos.

Em Washington, os alarmes já soaram.

Primeiro porta-aviões construído na China zarpando para provas de mar
Primeiro porta-aviões construído na China zarpando para provas de mar

Uma armada invencível?

Bryan McGrath, pesquisador do Centro de Poder Naval dos Estados Unidos do Instituto Hudson, explica que o poderio marítimo chinês tenta recuperar o atraso de uma geração em relação aos EUA, o que torna seu desenvolvimento recente ainda mais impressionante.

Ao chegar ao poder, o presidente Xi Jinping impulsionou uma profunda reforma do Exército para mudar suas prioridades: um corte de 300 mil soldados em troca de mais investimentos em inovação e tecnologia para modernizar suas Forças Armadas, sobretudo nas áreas naval, aérea e de mísseis.

Segundo o relatório apresentado por Fanell ao Congresso americano, a armada chinesa já supera a dos Estados Unidos em alguns aspectos.

Pequim conta com 330 navios e 66 submarinos sob seu comando, enquanto os americanos têm 211 navios e 72 submarinos. De acordo com os cálculos de Fanell, a China chegará a 450 navios e 99 submarinos em operação até 2030, enquanto os Estados Unidos chegarão a um total de 355 embarcações.

Caça J-15 pousa no porta-aviões chinês Liaoning

Segundo Fanell, mesmo que os Estados Unidos busquem ter a melhor tecnologia militar possível, a China vem reduzindo a lacuna entre o poderio dos dois países.

“A qualidade dos navios de guerra de Pequim já representa hoje uma ameaça na região da Ásia-Pacífico”, afirmou.

No entanto, para o professor Yung, isso não implica necessariamente que Pequim supere o poderio militar americano imediatamente. “Ainda levará uma ou duas décadas até que a China alcance os Estados Unidos em poder de combate”, explica.

Por sua vez, Goldstein destaca que, se os Estados Unidos têm 11 porta-aviões nucleares de grande porte, a China tem apenas dois, significativamente menores e sem poder atômico. “Eles estão desenvolvendo sua força submarina, mas a americana continua a ser superior, além de ter mais experiência.”

Mar aberto

De acordo com McGrath, o desenvolvimento marítimo da China fez com que o equilíbrio de poder regional tenha variado “significativamente” nos últimos anos.

Goldstein aponta que, em algunas áreas de tensão, como Taiwan e o Mar da China Meridional, a marinha de guerra de Pequim já supera a americana.

“É uma região que está mais próxima da China continental, por isso eles têm uma vantagem. Mas, em mar aberto, a armada dos Estados Unidos seguirá como a mais poderosa por um longo tempo.”

De fato, segundo Yung, uma das questões a levar em conta é se Pequim está reforçando sua armada regional unicamente para ter um controle estratégico do Mar da China Meridional ou se quer desenvolver uma força marítima global para competir com outras potências.

De acordo com o Instituto Internacional de Investigação para a Paz, com sede em Estocolmo, na Suécia, ainda que Washington tenha se mantido, em 2017, como o país com os maiores gastos de defesa a nível global, a China teve o maior aumento absoluto de custos, de US$ 12 bilhões (R$ 44,7 bilhões).

Por isso, na opinião de Macgrath, o fato de que a China busque agora ser a maior potência naval na região da Ásia-Pacífico faz com que o desafio para os Estados Unidos daqui a algumas décadas possa ser maior caso queira expandir seu controle.

“O problema é que manter esse domínio atual dos Estados Unidos implica em uma série de gastos e me parece que isso não tem o apoio necessário no país. Acredito que, em 15 anos, deixaremos de ser a força naval mais poderosa do mundo.”

FONTE: BBC

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Bruno w

Muito interessante ,a parte que diz que Xi cortou 300 mil soldados ,para ter mais investimentos nas forças, o mesmo que a Rússia fez…
É normal este crescimento da marinha chinesa ,afinal eles são os maiores importadores e exportadores do mundo, devem assegurar seus interesses mundo afora,pois dependem do mar para continuar a crescer ,assim como os EUA fez no passado e ainda faz hoje ,eles farão….Impérios nascem ,é um dia eles morrem ou são ultrapassados ou conquistados por outros…..

Dalton

A Força de Batalha da US Navy compreende 283 unidades…só que ao invés de 211 navios e 72 submarinos o correto é 215 navios e 68 submarinos e tem outras unidades que simplesmente não são incluídas como os 2 grandes Navios Hospitais e as embarcações de patrulha classe Cyclone que chegaram a ser incluídos em 2014, mas, isso foi visto com maus olhos, deu a impressão de um disfarce para a baixa das fragatas classe Oliver Perry , então já em 2015 foram retirados da Força. . O que eu acredito é que a partir do momento que os chineses… Read more »

Agnelo

Prezado
Gostei muito dessa tua análise sobre a matéria.
Sds

Agnelo

Acredito também, q a melhora das marinhas japonesa e sul coreana seja um esforço no sentido de, junto aos EUA, tornarem a balança menos desfavorável.

Doug385

Não podemos esquecer os australianos, que vem construindo uma marinha bastante interessante, embora em menor escala.

sub-urbano

Os submarinos chineses são adequados ao cenário da região. Várias ilhas próximas ao litoral chinês. Os diesel-elétricos provariam seu valor. A China tem mais hunter killers que a USNavy! – A Coréia do Sul não entraria no conflito. A posição dela é muito vulnerável em relação à China. Uma coalizão de norte coreanos e chineses teria nada menos que 7 milhões de homens, 20 mil peças de artilharia, 15 mil tanques e a força aérea chinesa disponíveis para marchar em direção a Seoul. – O conflito seria entre USA/Japão vs China e os americanos estariam bem longe de casa… –… Read more »

Agnelo

Também acho praticamente impossível um conflito desses.
Obviamente, a CS ficaria mal, mas isso não afasta possibilidade de guerra. Se não, qual país entraria em guerra? A maioria é entre vizinhos com interferência de fora.
Mas há outros atores, como a Índia, por exemplo. E se ela se envolvesse ao lado do Ocidente? Aliada chinesa, ela não é.
Dá nó pra burro isso aí.

Leo

Minha leitura é que o cenário próximo é a Rússia pressionando a Europa a investir em defesa, pois sabe que os EUA estão deslocando recursos para fazer frente a China. Os europeus agora tem que correr atrás do prejuízo, pois o guarda chuva americano ficou curto para eles. E para nós, simples mortais, resta torcer para que nenhum botão do juízo final seja apertado.

Agnelo

Prezado
Concordo contigo.
Cada vez mais, a Europa terá de se preparar melhor.
Sds

ODST

Pelo contrário, cada vez mais a União Européia mostra desejo em se reaproximar da Rússia. Quem acompanha as discussões nos parlamentos da Europa sabe que quase toda semana alguém fala em reaproximação, aliança e paz com a Rússia, e inclusive líderes já disseram que a Rússia deve ser considerado um sócio, caso o contrário, essa situação em que vivem jamais mudará. Todos sabem que uma guerra entre Europa vs Rússia jamais acontecerá, simplesmente porque um depende muito do outro. Os russos vem tentando mostrar (inclusive em discursos do Putin) ao resto da Europa que eles não estão interessados em uma… Read more »

Agnelo

Mas o discurso não equivale a outras posturas. Os Estados europeus buscam a independência energética cada vez mais, inclusive tentando banir automóveis de combustível fóssil. A postura militar da RAF, Luftwaffe e outras nas operações no Báltico e Aeronaves baseadas na Polônia e Estônia evidenciam o contrário. Os exercícios russos no Polo Ártico com até 60.000 homens, seu discurso de Q o polo é russo e a bandeira russa posta no fundo do mar, tudo isso em área Q hj não é russa, denota outra caixa, Q não isso. Em resposta, os exercícios da OTAN na Suécia e Noruega tem… Read more »

Mk48

A análise é muito importante e reveladora, mas numa guerra contra a China, o verdadeiro poder chinês não está especificamente no número absoluto de navios, submarinos e capacidade de mísseis. Se houver uma disposição verdadeira da China em brigar de verdade com os EUA, mesmo considerando a larga experiência em combate dos americanos e também sua ainda superioridade em tecnologia, é bom lembrar que existem dois fatores não relacionados diretamente ao Poder Naval em si, no qual os americanos estão em franca desvantagem : 1 – A China é a maior detentora dos títulos da dívida pública americana há um… Read more »

Aerokicker

Os minerais são recursos existentes mundo afora, e mesmo assim nada é insubstituível. O nosso nióbio, por exemplo, pode ser substituído por outros materiais, e só já não o é porque o nióbio é barato. Para ficar em um exemplo.

E o aumento recente de juros do FED tornou os EUA destino de muito capital faminto por títulos rentáveis e seguros vindos do mundo todo, portanto não é certa nem sustentável essa maioria chinesa. Eles não são maiores que o resto do mundo.

Portanto, por mais que esses outros fatores existam, eles não influenciam no braço-de-ferro naval em si.

Ivan BC

MK48, discordo completamente do seu comentário kkkkk Eu vejo a China muito mais instável do que os EUA em quase todas as frentes, inclusive militar. Seu comentário sobre títulos públicos não faz o menor sentido, expliquei em um comentário logo abaixo (em caso de guerra os EUA bloqueariam os 1,1 trilhão de dólares chineses, bye, bye dinheiro chinês), a parte dos minérios raros também não faz sentido em um cenário de guerra, além disso não há um domínio da China… Na outra ponta você esquece que a China depende enormemente das exportações, fazer guerra contra os EUA implica em mercado… Read more »

Mk48

IvanBC,

Acho ótimo que você tenha discordado.

Você disse “a parte dos minérios raros também não faz sentido em um cenário de guerra, além disso não há um domínio da China…”

Sinto muito em lhe dizer que sua tentativa de desacreditar minha informação sobre o domínio da China na área dos minerais raros, saiu pela culatra, no caso a sua.

Por gentileza, leia com atenção as matérias que tive o cuidado de trazer o link para você ler, diminuir a sua arrogância e apartir de agora, divulgar a informação correta :

http://pt.euronews.com/2010/12/29/china-reduz-exportacao-de-minerais-raros

https://tecnicoemineracao.com.br/o-mercado-dos-elementos-terras-raras-e-suas-aplicacoes/

Boa leitura.

Um abraço.

Ivan BC

Mk48, minha arrogância? Calma, eu só discordei de você. Sim, eu continuo afirmando que a China não tem domínio algum desses minérios raros, muito desse “domínio” são contratos fechados em outros países, empresas que exportam, inclusive aqui no Brasil, porém, em um ambiente de guerra isso já era. Comprar minério hoje é fácil, quero ver em plena guerra. O que não falta nesse mundo são recursos, continente africano, Rússia, Canadá, USA Brasil. Países como Rússia, Brasil, Austrália e Canadá tem tudo o que é necessário. Não é em vão que os chineses importam tanto desses países citados. Se você buscar… Read more »

Paulo Itamonte

Ótimo comentário, Ivan BC. Desmistificou várias lendas de internet.

Mk48

Ivan BC,

Estou absolutamente calmo, não se preocupe.

Você pode e deve me criticar a vontade, se quiser.

Quero debater idéias e pontos de vista.

Mas não precisa ficar degradando e denegrindo os meus comentários, como você fez através da sua resposta acima e de outras mais abaixo.

É tão difícil assim criticar sem agredir o outro ?

Então quero lhe dizer que até gostaria que você critique e discorde do que escrevo, mas num ambiente civilizado, para que possamos debater , mas não como você e o seu amigo Marcelo fizeram.

Também não gostaria de esticar esse assunto.

Angelo Chaves

Boa tarde amigos, Em relação às citadas terras raras, que basicamente são os lantanídeos da tabela periódica, e tem aplicação na indústria de alta tecnologia, como foi dito, realmente é fato que a China domina aproximadamente 95% do mercado, porém isto não significa que seja o portador das únicas reservas mundiais do minério. Aqui mesmo no Brasil são conhecidas reservas imensas desses metais, notadamente nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Aqui na Bahia, inclusive, na região de Jequié (minha amada terra), há uns 8 anos o magnata da mineração João Cavalcanti anunciou a descoberta de uma reserva… Read more »

Ivan BC

BBC Brasil…não vai!

Jack

Entra ano, sai ano, e a comoção é sempre a mesma: os americanos estão nas mãos dos chineses.

“Os alarmistas dizem: se o governo chinês quiser, ele pode destruir a economia americana: basta ele colocar à venda todos os títulos da dívida americana que possui (atualmente, US$ 1,1 trilhão). Uma venda maciça faria os preços desses títulos desabarem e, consequentemente, suas taxas de juros dispararem. Isso jogaria a economia americana em uma profunda recessão”.

A questão é: por que a China faria isso? ” Mises Brasil”

Ivan BC

Meu Deus, você e o MK48 precisam estudar economia urgentemente. A China detém algo em torno de 6% dos títulos públicos dos EUA (Japão tem o mesmo tanto), por que os chineses detém esses títulos? Certamente foi utilizado no passado como forma de conseguir dólares, os chineses para exportar precisam de dólares, como conseguir uma quantidade absurda de dólares? No banco comércial na esquina da minha rua? Na Argentina? Em um fundo? NÃO, em nenhum lugar há 1,1 trilhão de dólares! Exceto na compra e venda de títulos públicos em DÓLAR. Venda maciça de títulos públicos? kkkkk sabe o que… Read more »

Helio Eduardo

Ivan BC, trabalho faz tempo no “Mercado” e concordo com sua análise, isenta e correta. Precisamos reduzir ao possível as teorias sobre títulos americanos nas mãos dos chineses. Seria uma senhora batalha nas bolsas do mundo, muitos vão enriquecer absurdamente (quem opera pesado no mercado adora uma guerrinha…), muitos mais vão empobrecer mas, no fundo, quando os alicerces ameaçarem ruir, todos vão correr para a única economia do planeta capaz de suportar o tranco: a norte-americana. Desse momento em diante, vencem os EUA e sucumbe a China. A auto suficiência norte americana em alimentos, combustíveis, tecnologia, etc., é um imenso… Read more »

Gilson Moura

Se os chineses venderem seus títulos digamos em torno de 30% do que detém, algo em torno de US$2,3 trilhões, a consequencia não é encontrar comprador para seus títulos e sim a forma como a flutuação dos juros irá se comportar, se o preço do título cai, os juros sobem e vice-versa. Pois bem, voce imagina por acaso os juros dos EUA chegarem 10% a.a, isso seria um peso enorme no já cambaleado orçamento norte-americano, isso produzirá um efeito estrondoso na forma como os EUA gastarão seu orçamento, sendo que grande parte deste déficit terá que ser rolada por emissão… Read more »

Luiz Trindade

A realidade é que a China não quer briga com os EUA! Quer que os EUA a respeitem de igual para igual! Que a rota da seda seja uma realidade e que Taiwan entre definitivamente na China Continental. O resto a China usa o capitalismo contra o resto do mundo. Já o faz vendendo de tudo. Hoje não encontramos mais nada que não tenha o “Made in China” impresso!

737-800RJ

Briga de gigantes.
Espero que nossas Forças Armadas até 2030 estejam como Golias: menores que o(s) gigante(s), porém boas de briga. Podemos usar como termômetro o resultado das eleições presidenciais. Se der o favorito, temos boas chances de que maiores investimentos ocorram.

Dalton

Os chineses foram facilmente invadidos e/ou manipulados porque brigavam entre si…até mesmo durante a invasão japonesa os comunistas e nacionalistas nem sempre se apoiavam por uma causa comum.
.
Mas, isso, acabou com a vitória de um dos lados, infelizmente, o comunista e já na década de
1960 contando com grande ajuda da União Soviética a China explodiu não apenas sua primeira bomba atômica como a primeira de hidrogênio , muito mais poderosa então não é de agora que a China já conta com meios de dissuasão.

Ivan BC

Marcelo Danton 4 de junho de 2018 at 13:33
Marcelo, acabei de fazer um comentário, logo acima, acerca dessas bobagens de títulos públicos e dólares…

João Adaime

Uma guerra entre potências nucleares poderá representar o fim da vida na Terra. Mas o que a China estaria querendo? Mesmo que invada apenas um pequeno vizinho, dependendo de qual, pode dar confusão. Basta lembrar que as duas grandes guerras aconteceram devido às alianças entre países. Se ela quer apenas ter mais voz no cenário internacional, está no caminho certo. Se quer mais território, nem que seja indiretamente, por influência política, um dos poucos loteamentos ainda disponíveis é a África. E alguma coisa, muito pouca, na América Latina. E outro pouquinho no sudeste asiático. O Oriente Médio está “reservado” à… Read more »

Bosco

João,
A Terra não seria sequer abalada por uma guerra nuclear em larga escala. A vida continuaria e em algumas décadas seriam poucas as lembranças que um dia o ser humano, dito ser “inteligente”e feito à imagem e semelhança do Criador, tenha passado por aqui.
O Universo clama por uma guerra nuclear em grande escala… somos simplesmente detestáveis.

Carlos Alberto Soares

156 x 117
78 x 62

Não é Fla x Flu, nivel tecnológico e expetise contam muito e isso os Âmis tem de sobra.

Os Han combinaram com os asiáticos, japoneses, koreas, europeus etc ….

Dalton

Quisera João os problemas do Pentágono fossem “apenas” China e Rússia…mas tem também o Irá e a Coreia do Norte e se ter aliados é muito bom…os EUA possuem muitos, isso também significa um aumento de responsabilidade ainda mais quando se trata de Arábia Saudita e Israel isso sem falar no terrorismo. . Então com o fim da URSS até pensou-se que os EUA viveriam tranquilos e felizes e cortaram dramaticamente o orçamento militar e agora estão tendo uma serie de problemas como por exemplo uma marinha considerada pequena demais, cujos navios foram intensamente usados e consequentemente precisam de mais… Read more »

Luís Henrique

Dalton, sua análise está correta em parte. Em parte, porque a China já possui navios de grande porte e em razoável quantidade. Sim, estão atrás da Us Navy em Destroyers e grandes navios anfíbios, mas estão construindo esses navios de forma muito acelerada. Os EUA possuem 66 Destroyers Arleigh Burke. A China possui cerca de 35 Destroyers. Uma diferença grande. Porém a Us Navy possui apenas 12 Littoral Combat Ship e a China possui cerca de 50 a 55 Fragatas. Mais cerca de 40 Corvetas. Mesmo ignorando as Corvetas que são em muitos casos navios com pouco mais de 1.000… Read more »

gordo

Uma coisa que acredito que deva ser levada em consideração é que os Chineses estão apenas no Pacifico e mais discretamente no Indico, já os EUA estão também no Atlântico. Se levarmos isso em consideração os números Chineses impressionam muito.

Agnelo

Prezado
Lembrar q no Índico há a Marinha indiana.
Sds

gordo

Concordo Agnelo, mas o Sr há convir comigo que a “metade” da Marinha dos EUA que fica no Atlântico é maior que a marinha Indiana e podemos acrescentar a essa nossa conta a marinha Japonesa (que considero muito mais capaz que a Indiana) e a Sul Coreana.

Agnelo

Sem duvida.

Dalton

Luiz… . quando escrevi “grandes navios anfíbios” estava referindo-me a LHDs e LHAs…e não tenho nenhum problema em admitir que a marinha chinesa é ou será maios que a US Navy…o que expus é que a marinha chinesa precisa de um grande número de unidades pequenas e baratas incluindo submarinos por conta das necessidades chinesas…e isso por si só inflaciona o número exageradamente. . A US Navy conta hoje com 90 grandes combatentes de superfície…os 22 “Ticonderogas” os 66 “Burkes” na verdade 65, mas até o fim do mês mais 1 será acrescentado e os 2 “Zumwalts”…e americano não consegue… Read more »

Bosco

Daltão, Eu sei que você vai falar que vai faltar dinheiro, mas até a USCG está cogitando em levar mísseis SSMs e ela tem muitas unidades compatível com a classificação de corveta, fragata e destróier. A marinha da China tem grande quantidade de navios porque entra na conta tudo, inclusive o que em relação aos EUA é trabalho da guarda costeira. Se formos colocar nas contas os cutters da USCG somar-se-ia umas 200 unidades que corresponderiam aos meios de menor tonelagem dos chineses. Muitas dessas unidades são acima de 1000 t. Já a guarda costeira da China é basicamente formada… Read more »

Bosco

Perdão pela concordância! Tô meio sonolento e deprimido hoje. rsrss

Gilson Moura

“Pequim conta com 330 navios e 66 submarinos sob seu comando, enquanto os americanos têm 211 navios e 72 submarinos. De acordo com os cálculos de Fanell, a China chegará a 450 navios e 99 submarinos em operação até 2030, enquanto os Estados Unidos chegarão a um total de 355 embarcações.” Ou seja Bosco, esse número de 330 navios da China é somado nessa equação navios que seriam de atividade primária de uma guarda costeira, algo que os EUA não apresentam em sua Marinha de Guerra. É basicamente isso que voce disse? Ou seja, esses números da Marinha Chinesa são… Read more »

Bosco

É isso Moura! No contexto geopolítico em que a China está inserido o que se tem que ter é navios eminentemente militares e não navios “policiais” e aí eles têm muitos navios militares de baixa tecnologia que os faz parecer muito mais poderosos que são e aí há uma certa “deslealdade intelectual” quando comparam marinha com marinha sem colocar a USCG nas conta. Salvo engano a USCG tem mais de 200 “cutters” . Os menores, de 65 pés, deslocam 80 t. Já a guarda costeira chinesa é composta na sua maioria de pequenas embarcações salvo poucas e honrosas exceções. Os… Read more »

Dalton

É Boscão…sou meio “pão duro” mesmo…mas…de fato em caso de guerra a Guarda Costeira
pode ajudar, como aliás já ajudou e ajuda, eventualmente seus “cutters” de maior tamanho participam de exercícios com unidades da US Navy.

Carlos Alberto Soares

Bosco 4 de junho de 2018 at 14:45

Pindorama fica aqui ao lado.

Já tenho um abrigo anti nuc lá.

Tem os incas venusianos também, cuide-se !

Bardini

Essa análise comparativa com a US Navy, sendo baseada em números de navios não faz muito sentido… Só serve como propaganda. O grosso da Marinha chinesa é composto por navios de baixa tonelagem ou baixa complexidade. Se contar só o que eles tem de Type 056, LST e Type 053, passa e muito dos 100 navios. Ainda tem mais um amontoado de Type-054, que já é uma Fragata mais parrudinha, mas não chega nem perto de um Burke em termos de capacidade. Os Type-052 e 055 é que começam a parecer algo mais capaz, voltado a atuações de uma Marinha… Read more »

Dario

Bardini, me desculpe mas mesmo a tonelagem não seria um bom comparativo pois unidades menores tem uma proporção de poder de fogo por deslocamento menor que unidades maiores. Acredito que uma comparação efetiva surgiria apenas se fossem consideradas as condições de combate específicas em um cenário específico, o que é por sua vez muito variável. Imagine que a frota chinesa teria um poder relativo em aguas costeiras e a mesma esquadra teria outro poder relativo em águas afastadas do próprio Mar da China.

CignusRJ

Mk48.
Vc fez um comentário deselegante e desrespeitoso ao colega.
Seria melhor vc usar argumentos lógicos que demonstrassem qualquer incorreção ou incongruência dele.
Tente outra vez.

Mk48

Oi?!
Vou tentar sim. Fica esperando aí.

Aldo Ghisolfi

ALGUM comentário em relação aos mísseis balísticos, de ambos os lados, praticamente sem condições de serem abatidos?

Alex Nogueira

Em um aceno de conflito iminente, acredito que o governo e indústria americanos, podem produzir em larga escala e de maneira rápida unidades mais básicas afim de fazer número (como as corvetas chinesas Type 056), relevando questões de ganhos trabalhistas para focar na sobrevivência do país.

ANDRE LUIS VIEIRA LOPES

Claramente os oficiais americanos estão distorcendo a capacidade real Chinesa e aumentando ela de forma irrealista para obter mais orçamento do Congresso Americano.
Dizer que a marinha Chinesa vai representar uma ameaça para a Marina dos EUA é uma piada total.
Os Americanos tem 68 Submarinos nucleares que podem destruir completamente a China e a marinha Chinesa, isto sem contar os mísseis cruzadores, milhares deles.
Daqui há 30 anos a Marinha Chinesa terá 6 Porta Aviões, enquanto os Americanos terão seus mísseis hipersônicos. Ou seja, quando mísseis hipersônicos se tornarem a regra, os porta Aviões serão inúteis para a China.

Mahan

Pra desafiar o dominio do Pacífico os comunistas precisam afastar os EUA do Japão,Coreia e Philipinas e contar com a covardia desses. Ainda, precisam dominar Taiawan.

Agnelo

Uma só é a certeza:
Taiwan está abrindo os olhos cada vez mais…
Ouvi um Oficial chinês comentando q o erro da Intervenção chinesa no conflito coreano foi “queimar o cartucho” com a comunidade internacional q “poderia” queimar reconquistando Taiwan.
E, como sempre faço questão de lembrar:
Pra o chinês, a China é “tudo abaixo do céu”.
Para reflexão.

Dario

Agnelo, a China dos anos 50 não tinha a menor chance de retomar Taiwan dos nacionalistas por uma questão de completa falta de meios navais. Na verdade, o General Chiang Kai Sheck propôs enviar uma considerável força militar para auxiliar na Coreia, no que era apoiado por MacArthur, mas a justificada desconfiança da capacidade militar do Kuomintang por parte de Washington impediu a aventura.
A ideia de Chiang era usar a Coreia como trampolim de retomada da China dos comunistas após o avanço em direção ao Yalu.

Agnelo

Concordo q nao tinham capacidade, mas o q o Oficial transmitiu foi q se não tivessem atuado na CNxCS, teriam, após ter capacidade, “cartucho pra queimar”
Na comunidade internacional.

Luiz Floriano Alves

Numero de navios não se traduzem em vitórias certas. A Grande Armada do Rei Felipe de Espanha achava que rduziria os ingleses a pó de mico. O que acontceu foi bem diferente. O imponderável da época faz a balança oscilar para os ingleses. O que não se considera é o dominio do espaço extra terrestre. O próximo conflito global vai ser decidido por satélites robôs. O controle do espaço não leva em consideração os NAer. Serão os primiros alvos colocados fora de ação.

Agnelo

Os EUA são protagonistas na “Guerra no Espaço” desde a Guerra Fria. Se eles ainda possuem uma frota tão grande e poderosa, provavelmente, não és tão simples assim.

Alex Barreto Cypriano

Números instantâneos enganam mas tendências ou constâncias no tempo, não. O cenário geopolítico regional é complexo, com muitos atores em aparente competição e compromissos tidos como sólidos mas que podem desaparecer da noite pro dia. Mas a geografia regional é um convite pra demonstrações de força: cinturões de ilhas (naturais e artificiais) e estreitos convidam a operações navais (com minagem, inclusive) e de bloqueio do comércio marítimo – com o acréscimo de mar raso nas proximidades do continente. Qualquer tentativa, de lado a lado, em forçar alguma decisão imperial/unilateral que impacte na economia ou politica do continente vai passar por… Read more »

Ricardo Bigliazzi

Enquanto a Marinha Chinesa não possuir superioridade aérea em mar aberto não passará de uma versão remasterizada da dupla Prince of Wales e Repulse.

“Poderosos, nas sem cobertura aérea não passaram de saborosos alvos”.

Não é a toa que os Americanos nunca baixaram a guarda nessa questão.

Luís Henrique

Dalton e Bosco, Como eu escrevi no post anterior, continuo com a opinião que vocês tem razão em seus argumentos, mas em parte. A Us Navy praticamente deixou de lado o uso de Fragatas e Corvetas e se concentrou em construir Destroyers. Da mesma forma eles não possuem submarinos convencionais, apenas nucleares. A frota chinesa é composta por submarinos convencionais e navios de escolta médios e pequenos como Fragatas e Corvetas, ok. Porém, mesmo assim, os números da marinha chinesa impressionam e muito. E também estão investindo em meios maiores como Destroyers e estão investindo Muito Pesado nesses meios. Prestem… Read more »

Jodreski

Na minha opiniao essa batalha ja é perdida para os EUA, o poderio militar Americano na Ásia será menor que o Chinês muito em breve, isso se deve pq os americanos querem ter hegemonia militar em qualquer ponto do planeta e para isso ele precisaria de um orçamento muito maior do que ele tem. Se fossemos fazer uma comparação seria o que a China querer ter hegemonia na costa da Flórida, simplesmente não dá!

Dalton

Luis… . desculpe se deu essa impressão, mas, nem o Bosco nem eu estamos ridicularizando o progresso chinês ou teimando que eles não terão uma marinha maior e muito menos estamos jogando “super trunfo”…e sim que as necessidades são diferentes e os recursos são canalizados diferentemente também. . Enquanto os EUA gastam bilhões e bilhões em um único NAe de propulsão nuclear e uma Ala Aérea para o dito cujo, pense em quantos “Arleigh Burkes” poderiam ser comprados… até mesmo a modernização de meia vida e reabastecimento dos reatores nucleares de um NAe, atualmente o USS George Washington, custa mais… Read more »

Luís Henrique

Dalton, sem problemas. Sei que não estão ridicularizando o progresso chinês. Apenas estou colocando mais alguns dados porque da maneira que vocês escreveram, parece que a marinha da China está construindo muitos navios PEQUENOS. E o que quero mostrar, é que mesmo em navios de maior porte, a China está com construção mais acelerada que os EUA, em várias classes. Se as coisas continuarem dessa forma, em pouco tempo a China superará os EUA Não somente em número de navios, superará em número de navios DE GRANDE PORTE. Esse é o ponto que eu quero destacar, e me parece que… Read more »

Luís Henrique

Navios Aeródromos. A maior vantagem da marinha americana sobre qualquer outra. Sua frota de 11 navios aeródromos grandes mais 9 menores que operam com aeronaves VSTOL. De 2010 à 2018 os EUA construíram 1 único navio aeródromo. O Gerald R Ford. O próximo está previsto para ser comissionado em 2024. E a previsão é de 2 navios aeródromos por Década. A China comissionou ou vai faze-lo até o final do ano ou no ano que vem, DOIS navios aeródromos. O Liaoning em 2012 e o Type 001A está em para ser comissionado, em testes de mar. O Type 002 já… Read more »

Agnelo

A capacidade de construção é óbvia.
Mas, e a capacidade de manter e operar?

Dalton

Luis… . você está esquecendo que entre 2010 e 2018 os EUA fizeram a modernização de meia vida e reabastecimento dos reatores nucleares de 2 NAes…os CVNs 71 e 72 em Newport News onde eles foram construídos e isso não é coisa pequena não…e também tiveram que inativar o “Enterprise” outra coisa inédita e custosa, então não se trata apenas de construir um NAe… são coisas que os chineses no momento não precisam preocupar-se. . Sem querer denegrir os chineses, mas, o “Liaoning” não foi iniciado do zero…já havia um casco e tanto ele como o segundo que é uma… Read more »

nonato

Acredito que um dos grandes problemas para o enfrentamento, por meios convencionais, da China pelos EUA seria que a China produz mísseis em escala industrial, sem pena alguma (o que não ocorre com a maioria dos países ocidentais, para os quais qualquer compra é uma facada dos fornecedores). Um navio americano de grande porte, mesmo contando com uns 120 mísseis para sua defesa, poderia ser facilmente saturado e ficar sem “munição” em menos de uma hora de batalha. Mesmo com uns 30 navios, o que considero ser o número mínimo para um enfrentamento para valer, os EUA dependeriam muito de… Read more »

Luís Henrique

Dalton, Eu concordo que a Marinha dos Estados Unidos é a mais poderosa do mundo. Concordo que a marinha da China ainda está engatinhando em navios aeródromos e que não possui a mesma quantidade de navios de Grande Porte, ainda que supere a marinha americana na quantidade de navios totais. Concordo com tudo isso. Mas, analisando os números, percebo que a construção militar naval na China já superou a americana. E analisando o PIB de cada país, as previsões de crescimento do PIB e os percentuais que os dois países investem em Defesa, eu apostaria fortemente que a China continuará… Read more »

Luís Henrique

2023 está ai.
Daqui 5 aninhos.

O FMI diz que a economia chinesa será 54% Maior que a americana.
Ou seja, será 1,54 x a economia americana.

A China, se quiser, pode aumentar o percentual do PIB destinado às forças armadas.
Eles podem aumentar para + de 3% como fazem os americanos. Ou até + de 4% como fazem os russos.

Mas se eles não fizerem isso e manterem o percentual em 2% do PIB, MESMO ASSIM, eles terão o maior orçamento militar do mundo. E isso em pouquíssimos anos.

Navegante

Esta noticia esta relacionada a alguns comentarios acima, sobre a falta de experiencia pratica (e o fato de terem um exercito de conscriptos):
http://www.businessinsider.com/retiring-chinese-general-reveals-chinas-greatest-military-weakness-2018-6