Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval

A Marinha de Guerra do Peru vai aplicar 5,03 milhões de dólares (o equivalente a 17 milhões de soles), para contratar a “Reposição da funcionalidade do sistema tático de enlace de dados (data link) para o emprego das armas das Unidades Navais” (Reposición de la funcionalidad del sistema táctico de enlace de dados (data link) para el empleo de las armas de las Unidades Navales).

O anúncio foi feito na semana passada pela Agência de Compras das Forças Armadas do Peru, órgão que incluiu o data link na Lista Geral de Contratações Estratégicas (LCGE) do Ministério da Defesa local para o ano de 2019.

O novo sistema de distribuição de informações online alimentará, diretamente, o sistema de comando e controle tático Varayoc (de concepção semelhante à do brasileiro Siconta), que vem sendo instalado e testado, nos últimos dois anos, a bordo de fragatas e corvetas lança-mísseis da frota peruana.

Mas o data link deve servir também ao compartilhamento de informações por parte dos sistemas de artilharia do navio-doca de assalto anfíbio BAP Pisco, de 11.400 toneladas (carregado) – um navio da Classe Makassar construído no estaleiro SIMA Peru, da cidade de Callao.

Em janeiro deste ano foi noticiado que o estaleiro encomendara à companhia espanhola Escribano Mechanical and Engineering, um sistema de autodefesa denominado Scamo (Sistema de control de armas por medios remotos), que enquadraria quatro estações de armamento controladas remotamente do tipo Guardián, para metralhadoras de 12,70 mm, dois postos Sentinel, destinados a operar canhões ligeiros de 30 mm, e um sistema optrônico de vigilância (dia e noite), estabilizado em dois eixos, do tipo Oteos-N.

Entretanto, na primeira semana de junho, o Pisco foi comissionado ostentando na proa somente um reparo duplo de canhão de 40 mm, retirado de uma das fragatas peruanas.

Restrições financeiras podem ter adiado, temporariamente, a incorporação do Scamo.

Folheto do BAP Pisco mostra um T-55 saindo do navio
Folheto do BAP Pisco mostra um T-55 saindo do navio

T-55 – Outras dúvidas rondam a funcionalidade do BAP Pisco.

Os comunicados da Marinha peruana insistem que sua bahía de carga está apta a transportar veículos blindados de até 40 toneladas. Mas, em outubro, um suplemento preparado pela própria Marinha e encartado no jornal El Comercio, de Lima, mostrou um tanque T-55 do Exército local (nominalmente de 42 toneladas) desembarcando do navio por meio de uma rampa lateral.

Admite-se que ele estivesse despojado de munição e outros petrechos, mas os círculos diplomáticos limenhos estão até hoje sem saber se a foto demonstrava uma capacidade real do navio, ou representava somente uma manobra destinada a confundir os adidos de Defesa estrangeiros.

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Tamandaré

O “Pisco” é o novo capitânia, de fato? Alguma notícia sobre os destinos do “Almirante Grau”?

Boa tarde a todos!

Dalton

Tradicionalmente os navios capitanias da Armada peruana são chamados “Almirante Grau”, então a medida que um “Almirante Grau” é retirado de serviço ou se vê diante de um navio mais capaz recém adquirido, como aconteceu por exemplo na década de 1970 quando um cruzador maior foi adquirido cede seu nome para o navio mais novo/capaz e é rebatizado com outro nome…nesse caso o cruzador “menor” passou a chamar-se “Capitan Quinones”. . O último cruzador “Almirante Grau” foi descomissionado ano passado e o nome passou para uma fragata chamada até então “Montero”. . Para o “Pisco” ser a capitania ele teria… Read more »

paulo costa

A Marinha do Brasil necessita de mais 01 ou 02 NDM para apoiar as operações do PHM Atlântico e do NDM Bahia e com isso mais escoltas serão necessárias também

logan

O Peru teve que enviar um antigo barco de patrulha coreano para o Rimpac … foi o que teve a capacidade de se comunicar de uma maneira melhor através de links com o grupo de trabalho. Era hora de atualizar seu equipamento.