Contratorpedeiro Mariz e Barros (D26) e fragata Liberal (F43)

Quando começou a Guerra das Malvinas em abril de 1982, logo surgiram comparações entre o poder naval argentino e o brasileiro.

A capacidade ofensiva e de guerra de superfície (AsuW) dos meios navais argentinos contrastava com a dedicação quase exclusiva da Esquadra Brasileira à Guerra Antissubmarino (ASW).

Enquanto o porta-aviões argentino ARA 25 de Mayo exibia seus jatos de ataque A-4Q Skyhawk da Aviação Naval e estava prestes a receber jatos franceses Super Étendard armados com mísseis Exocet AM-39, o Navio-Aeródromo Ligeiro (NAeL) Minas Gerais operava apenas com os aviões antissubmarino P-16 Tracker da Força Aérea Brasileira, pois a Marinha do Brasil não podia, por lei, operar seus próprios aviões.

Porém, é preciso dizer que mesmo os A-4 operavam com restrições no ARA 25 de Mayo (não puderam decolar do navio com a carga de bombas e combustível necessária, numa oportunidade de ataque aos porta-aviões britânicos, por não haver vento relativo suficiente no convoo). Por conta das restrições no 25 de Mayo, os Super Étendard só operaram de terra.

NAeL Minas Gerais - A11
NAeL Minas Gerais – A11
Helicóptero SH-3D da Marinha do Brasil mergulhando o sonar
Um S-2E Traacker da FAB pousando a bordo do NAeL Minas Gerais durante a UNITAS XXV

Além dos P-16 da FAB, o NAeL Minas Gerais operava os helicópteros antissubmarino SH-3D Sea King e Esquilo da Aviação Naval.

No virada dos anos 1970-80, a FAB e a MB chegaram a um acordo para adquirir 14 jatos A-4 usados e revitalizados de Israel, a serem operados no NAeL Minas Gerais pela FAB, mas a autorização de compra não foi adiante no Ministério do Planejamento, conforme conta o livro de memórias do então ministro da Marinha, Maximiano da Fonseca (“5 anos na Pasta da Marinha”). Logo após a Guerra das Malvinas, estudou-se a novamente a possibilidade de aquisição de um lote de jatos A-4 Skyhawk para operar no NAeL, mas como a questão já não era prioritária para a FAB, a proposta acabou não indo adiante.

O porta-aviões brasileiro só viria a operar jatos de ataque no final dos anos 90, quando a Marinha readquiriu o direito de operar aeronaves de asa fixa e comprou os aviões A-4KU Skyhawk II da Força Aérea do Kuwait.

As fragatas

Os navios mais modernos da Esquadra Brasileira eram as seis fragatas classe Niterói (Vosper Mk.10) adquiridas no início dos anos 70 e recebidas até o início dos anos 80.

Quatro das fragatas eram da versão antissubmarino (A/S) cujo armamento principal eram os mísseis antissubmarino anglo-australianos Ikara e duas da versão de emprego-geral, (E/G) equipadas com mísseis Exocet MM-38. Todas empregavam helicópteros Lynx modernos.

Somente nos anos 90 é que as fragatas da versão antissubmarino receberiam mísseis antinavio Exocet, já na versão MM40.

Em comparação, em 1982 a Argentina tinha dois contratorpedeiros Type 42, contemporâneos das Niterói e de porte semelhante, equipados com mísseis antiaéreos Sea Dart. Na Guerra das Malvinas, foram escoltas de defesa antiaérea de área para o porta-aviões 25 de Mayo. A ARA possuía também três pequenas corvetas A69 equipadas com mísseis MM-38 Exocet, mas sem convoo, com menos da metade do porte da classe Niterói.

 

Fragata Constituição F42 em provas de mar na Inglaterra em 12 de abril de 1978
Clique no poster para ampliar
Lançamento de míssil antissubmarino Ikara pela fragata União
Fragata Liberal F43, lançando pela primeira vez um míssil MM38 Exocet

Contratorpedeiros

A Esquadra Brasileira contava com 10 contratorpedeiros (destróieres) ex-Marinha dos EUA, das classes Fletcher, Allen M. Sumner e Gearing. Os navios, apesar de veteranos da Segunda Guerra Mundial, tinham passado pelas modernizações FRAM e tinham boa capacidade antissubmarino. Seis deles possuíam convoo e hangar para helicópteros Wasp. O armamento para guerra de superfície era restrito, na época, a canhões, já que o emprego de torpedos pesados na luta de superfície, em distâncias curtas de engajamento não era mais uma tática efetiva (os contratorpedeiros dotados de convoo já não possuíam lançadores de torpedos pesados para guerra de superfície, e sim torpedos leves para luta antissubmarino).

Infelizmente a Marinha do Brasil não modernizou os navios para a luta de superfície, como fez a Armada Argentina com os seus, equipando-os com mísseis antinavio Exocet MM38. Ainda assim, em número de contratorpedeiros dessa categoria (ex-US Navy) a Marinha do Brasil superava a Armada Argentina na proporção de dois pra um.

Ainda falando de unidades combatentes de superfície, a Marinha do Brasil já tinha desativado seus dois últimos cruzadores, enquanto a Armada Argentina ainda mantinha o General Belgrano em condições operacionais, navio este que foi afundado na Guerra das Malvinas. Assim como os brasileiros já desativados, era um veterano da Marinha dos EUA, recebido na década de 1950.

Contratorpedeiro Marcílio Dias – D25 a Alagoas – D36 liderando formatura de navios na Operação Unitas XXXI
Contratorpedeiro Sergipe – D35
Contratorpedeiro Rio Grande do Norte – D37

Submarinos

A Marinha do Brasil contava com 10 submarinos, sete das classes Guppy II e III ex-Marinha dos EUA e três da classe “Oberon” adquiridos novos da Inglaterra, e então no auge de sua capacidade. Em comparação, em 1982 a Armada Argentina tinha disponíveis para operações apenas dois submarinos, um moderno, tipo IKL-209, e um Guppy que operava com restrições.

As classes de submarinos brasileiros nos anos 1980: Guppy II e III e Oberon – Desenho: Alexandre Galante
Submarino Goiás – S15, classe Guppy III
Submarino Humaitá – S20, classe Oberon

Clique no quadro abaixo abaixo para ver todos os navios da Marinha do Brasil em 1980:

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Franz A. Neeracher

Resumindo, era melhor do que a de hoje….:-(

Gabriel

Longe de não concordar com teu comentário, apenas acho que alguns fatores devem ser acrescidos na conta: a disponibilidade dos meios, efetivo poder de combate, etc Por exemplo, me parece que a atual força de submarinos é efetivamente muito melhor que a de 1982. Em que pese o Minas Gerais ser vocacionado para a guerra antisubmarina, o Atlântico pode operar helicópteros vocacionados para a guerra antisubmarina e também anti-navio. As 4 (?) Niteróis em operação hoje estão modernizadas. Etc… Assim, me parece que comparando a Esquadra do período, considerando o momento histórico, a de 82 estava mais adequada. Mas se… Read more »

Franz A. Neeracher

Entendo seu ponto de vista; claro que um submarino de hoje vale muito mais do que um de 1982….
Quanto a disponibilidade, tenho minhas dúvidas…hoje de 5 submarinos temos 1 ou talvêz 2 disponíveis……nos anos 80 a disponibilidade era maior….assim como os dias em mar….
O número de manobras era maior, era comum ver navios da MB visitando cidades diversas do norte ao sul…..
Hoje vão com muita dificuldade até Santos, Vitória e no máximo até Rio Grande!!

Dalton

Também é digno de nota que em 1980 se vivia a Guerra Fria e a marinha soviética além de uma formidável força de submarinos estava ampliando seus meios de superfície portanto um maior número de meios muitos dos quais obsoletos em 1980 é ilusório. . Com relação as “Niteróis”, em 1980 elas eram novas, mais disponíveis e ainda podiam ser comparadas favoravelmente a outras classes, diferente do que se tem hoje quando apesar de modernizadas estão obsoletas e como noticiado aqui foi adiada a baixa da “Constituição” em janeiro para servir por mais um ano de forma limitada e a… Read more »

Foragido da KGB

Isso me lembra uma música das antigas do grande Lilico, que tinha o refrão ” tempo bom não volta mais”.

Luiz Trindade

O momento histórico era outro. Vivíamos numa ditadura militar aonde os recursos iriam para aonde se quisesse sem dar satisfação. EUA nos queria como um apoio para uma guerra com a extinta União Soviética e seus aliados (Cuba por exemplo). Mas concordo com o Gabriel num ponto, os submarinos hoje são infinitamente melhores do que nessa época. E ainda tinha gente que reclama de trabalhar com os da tecnologia alemã! Outro ponto a se destacar era a frescura da FAB e não autorizar a Marinha ter seus meios de asa fixa para operar no NAeL Minas Gerais. Se tivesse essa… Read more »

Templário

O governo militar não mandava $$$ para Cuba 🇨🇺 ou Venezuela 🇻🇪.
O que ele construiu de infraestructura como Itaipú, reforma dos portos, tronco de microondas, Furnas, rodovias, aeronaves, Embrapa, criou condições de infraestrutura e de comércio que fez o país sobreviver – aí sim – aos impunes desmandos da esquerda por mais de três décadas … “aonde os recursos iriam para aonde se quisesse sem dar satisfação.” (sic)

Vovozao

22/04/22 – sexta-feira, btarde, Jovem Templario, Furnas é obra do saudoso JK, durante governos militares, foram construidas dezenas de usinas hidroelétricas, por Furnas e outras empresas Brasil a fora, A Usina nuclear, e, tambem Itaipu (que deveremos acabar de pagar o financiamento Inglês este ano); entretanto, estas obras tiveram em sua grande maioria financiamentos internacionais, não sei hoje, pois estou fora, muitos desses financiamentos tinham como prazo (carência de 10 anos, e, financiamento de 30/40 anos); ainda levando em conta que maioria desses pagamentos sao 2x ao ano (primeiro trimestre e quarto); sei porém que com o valor do financiamento… Read more »

Reis

O Ideal é o Tesouso Nacional (que somos nós) emprestar dinheiro a juros de 16% ao ano e usar o dinheiro para fazer obras em Cuba e Venezuela, e piora…..a esquerda cobrava metade dos juros, a diferença sai dos impostos que pagamos.
Sem contar também as obras aqui dentro, se o “financiamento” de Itaipu dava para fazer 2, as obras da esquerda sem o custo do financiamento davam para fazer 8, 10…. Abreu e Lima orçada em 2 bi foi para 18 bi (9x), Comperj e por aí vai……………………………………………..
……………………………………………………………………………………………………………………………………………………..

Vovozao

23/04/22 – Sábado, bdia, Reis, Indiferente ao lado politico; os financiamentos do BNDES, não foram para as NAÇÕES, e, sim para empresas brasileiras que ganharam contratos (no caso ODEBRECHT); entretanto, os politicos “”oportunistas “” sempre fazem interpretações erradas, se aproveitam da ignorancia do POVO, e, usa desses subterfúgios para divulgar fake’s.

Reis

Verdade…..não foi para NAÇÕES e sim para os REGIMES…..
Assim como o programa mais médicos…..ao invés do governo investir na formação de jovens da periferia para serem médicos…. arrumou um jeito de transferir dinheiro alto para o regime cubano.

O que vc acha de ter 80% do seu salário confiscado pelo regime socialista?? Social não?? Pq o parti…. dos TRABALHADORES apoiaria isso?? Não condiz com o nome….

Aí vc diz que é fake news??? Só prova que vc é mais um militante.

https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/um-acordo-feito-nas-sombras-95xc4qk1jz6dzk17jos6q7ttv/

https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/o-lado-perverso-do-mais-medicos/

Fernando "Nunão" De Martini

A discussão de vocês descambou. Já deu, né?

Gerson Carvalho

Sujeito vai estudar e deixa de falar asneira…

Reis

Estudar o que? O paraíso do socialismo?

Asneiras? vc leu jornal nos últimos 18 anos??

André Macedo

Sim, preferiram mandar dinheiro pras Niterói superfaturadas né? E “condições de comércio” com inflação de 240% ao ano? Kkkkkkkkkk que piada.

Gerson Carvalho

Deixa de ser idi0ta, servir nos CTs Maranhão e Rio Grande do Norte. A MB naquela época era a maior e melhor da América Latina, porem a decadência das FAs veio justamente da falta de organização administrativa dos militares, seguida de período de grande inflação nos governos Sarney e Collor, vindo depois FHC, onde as tropas era dispensadas ao meio dia por falta de alimentação nos quarteis. O governo de esquerda foi que começou a reverter o quadro com investimentos nas FAs, compra de aviões F39 Gripen, Submarinos Scorpene/Riachuelo, Helicópteros, Tanques e tudo que se tem hoje…. O que o… Read more »

Reis

Quer comparar o tempo de 16 anos seguidos de governo de esquerda com 3?

Reis

Se somar mais 8 do FHC, são 24 anos de governo de esquerda.

Eliakim

FHC esquerda?

Só na tua cabeça terraplanista, meu caro.

Reis

Se o próprio FHC diz que é de esquerda….quem é vc para dizer que não é?? vc sabe mais o que ele é……do que ele próprio??

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/04/1438019-sou-de-esquerda-mas-ninguem-acredita-diz-fhc.shtml?cmpid=menupe

Principais posições políticas…..tudo de esquerda!!

https://pt.wikipedia.org/wiki/Posi%C3%A7%C3%B5es_pol%C3%ADticas_de_Fernando_Henrique_Cardoso

Wilson França

Saudosistas de um passado utópico.

Roberto Silva

E quem mandou dinheiro para esses países? O que vc chama de “desmandos da esquerda por mais de três décadas”? Somente por essas observações já dá para dizer que vc se informa pelo tio do Zap, e não por fontes sérias. Veja o que um diretor da FIESP (será que ele é comunista??) disse sobre o porto de Muriel. Se vc ver o vídeo vai ver que as fake news não prosperam a um google. Imagina debatendo na USP ou Unicamp, universidades
onde eu estudei.

Reis

A Fiesp defende interesses da Odebrecht ou dos pagadores de impostos?? é claro que da Odebrecht. Se fosse utilizado dinheiro privado, ótimo!! o problema é que emprestamos dinheiro caro (algo como 16%) e repassamos este dinheiro a juros muito menores para Cuba. Vc sabe que não somos pagadores de impostos e sim “pagadores de juros”. 50,78% dos gastos do governo são juros, ou seja 20x mais que educação. https://auditoriacidada.org.br/conteudo/gasto-com-divida-publica-sem-contrapartida-quase-dobrou-de-2019-a-2021/ E como se não bastasse nós pagarmos a diferença de juros ainda tem o calote. https://noticias.r7.com/economia/calote-cuba-e-venezuela-devem-r-35-bilhoes-ao-bndes-04082021 Achei que os debates da USP e Unicamp eram de alto nível e não de… Read more »

IBZ

Só pra ñ esquecer, era ditadura militar e além das bizarrices como a MB não poder operar seus próprios caças em seu porta aviões houve muito desperdício de recursos com a corrupção do oficiais nos contratos como a construção das Fragatas Niterói. Se o Brasil tivesse entrado em alguma guerra teríamos sofrido uma derruba ainda pior q a dos Argentinos!

Clibanário

Era maior em número de meios, quer dizer. Havia uma quantidade maior de embarcações disponíveis para navegar. Pelo menos não havia tantos marinheiros desembarcados como hoje.

Felipe Maia

Acho que a melhor época para a MB foi por um breve período por volta do começo dos 2000. Me corrijam se eu estiver errado, mas tínhamos:

1 NAe Sao Paulo com A-4 e Sea King
6 Niterói
4 Garcia
4 Type 22
4 Inhaúma
4 Type 209

Fora os meios de apoio, que também eram mais numerosos.

Dalton

Exato Felipe apenas uma ressalva de que já em 2002 duas das “Garcias” foram retiradas de serviço e em 2004 mais uma além de uma “T-22” .
.
Dos 23 A-4s infelizmente nunca se viu 8 a bordo do “São Paulo” incluindo um usado apenas como “mockup” enquanto 8 costumeiramente foram embarcados nos menores e então já retirados de serviço “25 de Mayo” e “Melbourne”.

Borje

Melhor epoca da Marinha foi entre 1840s até 1870s quando tinhamos uma das marinhas mais poderosas, bem treinadas e experientes do mundo.

Borje

Há citações academicas que afirmam que a Marinha Imperial era a 5• maior do mundo à época. Aprx 90 navios, muito deles modernos, encouraçados à vapor.. Corpo de oficialato extremamente competente e experiencia em diversas revoltas e guerras etc.
Tinhamos ambições globais.. Tinhamos um projeto de nação.

Fernando "Nunão" De Martini

Ambições globais eu não diria. A Marinha Imperial tinha navios com boa capacidade para se sobressair regionalmente, mas não globalmente.

Ainda que no papel chegasse a figurar perto do top10 (top5 é exagero pois o grosso da frota era de navios de pequeno porte) estava muito muito muito longe de potências navais como Reino Unido e França, em quantidade e qualidade de navios. Mas, regionalmente, foi superior até meados dos anos 1880.

Borje

Você esta certo. Esse ranking de top 5 talvez considere apenas quantidade, e isso não significa muito.
Eu mesmo não tenho como saber pois não tenho fontes. Mas como disse, citações q eu vejo na internet, sem verificar nada, dizem que tinhamos a 5a frota.
Mas tivemos algumas guerras e portanto, experiencia. Mas sem duvida, contra os Britanicos e os franceses não teriamos chances.
Mas tinhamos estaleiros, arsenais e tinhamos como ter explorado isso. O Japão conseguiu fazer isso. Enfim..

Dalton

Nada melhor que um historiador do porte do Nunão para ajudar a por fim a esse mito de quinta maior marinha ou quarta como já vi.
.
Durante a Guerra do Paraguai foi elogiável o que se viu em matéria de construção naval, apesar de meios relativamente pequenos, mas, similarmente ao que seu viu após a Guerra Civil nos EUA (1861 – 1865) houve uma decadência e falta de investimento em forças armadas, exército e marinha que só receberam mais atenção no fim do século XIX.
.

Esteves

Verdade.

Surge, com bastante frequência, essa história que nos tempos do império fomos o que não somos.

Uma advantage do PN contar com Dr Fernando.

André Macedo

Sim, e essa boa capacidade vinha da necessidade de proteger o escoamento do café, por isso o Exército era capenga.

Fernando "Nunão" De Martini

André,
A Marinha Imperial era forte desde antes do café se tornar o principal produto de exportação.

Sua área de atuação principal foi em intervenções na foz do Prata, além de se aprestar para proteger a capital de um bloqueio, mas isso antes do café.

As receitas do café e da borracha foram de fato fundamentais para encomendar uma esquadra nova, mas isso já em 1906. E esta foi pensada para se contrapor à da Argentina em alguma hipotética batalha naval no Cone Sul.

André Macedo

Hmm, talvez eu tenha me expressado mal, eu não quis dizer que a receita do café tenha tornado a Marinha forte, mas que havia a necessidade de proteger o escoamento.

Fernando "Nunão" De Martini

Entendi, André.

Mas creio que seria, na realidade da época, no sentido de proteger os principais portos ligados ao comércio de mercadorias em geral, especialmente Rio de Janeiro, porto de comércio e importante escala nas navegações entre os oceanos antes dos canais de Suez e Panamá.

A exportação de café em meados do século XIX, quando a Marinha Imperial já era uma força capaz de se impor regionalmente, ainda não era tudo isso. Em algumas décadas isso mudaria.

Rafael M. F.

Eu cheguei a pesquisar literatura sobre as principais marinhas do século XIX em um período abrangendo de 1860 até 1890, e constatei pelo menos 3 escalões: 1) Royal Navy – Projeção global; 2) Marine Nationale (França) e Rossiyskiy Imperatorskiy Flot (Império Russo) – projeção global limitada; 3) O resto, incluindo a Armada Nacional – projeção regional. No terceiro escalão, estávamos pareados com marinhas como a Kaiserliche und Königliche Kriegsmarine (Império Austro-Hungaro), a Regia Marina (Itália), a Dai-Nippon Teikoku Kaigun (Japão), US Navy. Uma curiosidade: a aquisição do Riachuelo e do Aquidaban na época causou amplos debates no Congresso dos Estados… Read more »

Henrique

A maioria das embarcações eram de pequeno porte e algumas tinham problemas.
Nossa marinha estava muito longe das marinhas das grandes potências europeias.
Quando da compra do Riachuelo e Aquidabã poderia-se dizer que tínhamos a marinha mais forte do continente americano, mas nossa superioridade momentânea forçou os americanos a investirem mais na sua marinha e a partir daí houve uma grande expansão superando em muito a nossa MB.

Last edited 1 ano atrás by Henrique
guilardo

Felipe. Sem querer, o Brasil acertou uma. Sempre jogamos na defensiva como doutrina, com equipamentos fracos e desdentados, e o que é pior, em pequeno número. A guerra da Ucrânia carimbou o que muitos já sabiam, mas premonitoriamente o Brasil já adotava( graça a Deus os nossos almirantes são uns luminares da estratégia), acho que por ignorância ou por se aferrarem a elementos arcaicos e ortodoxos de defesa. Frotas de superfície são alvos perfeitos para mísseis, que vieram para ficar e dar destinos às guerras. Vejam o caso do cruzador russo. Mísseis inteligentes hipersônicos, quase indetectáveis, são as armas da… Read more »

Palpiteiro

Fera mesmo é o Parnaíba. Esse esteve presente em todas as escalações

Fernando "Nunão" De Martini

Desde 1937!

Palpiteiro

Aliás a linha do tempo. O que a Argentina tem para contrapor o Parnaíba no rio Paraguai?

Fernando "Nunão" De Martini

No passado a Argentina teve alguns navios com pouco calado e canhões pesados que poderiam fazer frente, hoje acho que só sobrou o ARA King, patrulheiro fluvial com canhões de 105mm, com perfil que lembra um contratorpedeiro de escolta em tamanho menor. Mas isso se o Parnaíba descer os rios praticamente até o Prata, pois o calado do navio argentino não permite navegar onde o Parnaíba consegue. E tem algumas lanchas patrulheiras. Para qualquer navio no rio Paraguai, porém, de qualquer lado, a maior ameaça vem do ar. As manobras são restritas. Isso já era perceptível desde a época do… Read more »

Pablo

a mesma draga de sempre !!!!! existe um fenômeno inexplicável , um mistério obscuro e pernicioso que paira sobre as FAA , o problema não é dinheiro, é sobretudo gastar mal deliberadamente , não é só falta de meios é inclusive não explorar ao máximo os parcos meios que possui , agora ,quem desvendar esse mistério ganha na mega sena

Pablo

completando , por que não possuímos míssil anti navio lançados de aeronaves ? alguém sabe me explicar pela graça divina ?

Fernando "Nunão" De Martini

Se você se refere a aeronaves em geral, temos dois, Penguin e Exocet, lançados de helicópteros da Aviação Naval.

Mas se fala de aeronaves de asa fixa, de fato não temos em jatos de combate. Mas, em aviões de patrulha, tem Harpoon nos P-3AM da FAB.

Pablo

depressão ver treinamento de bombardeio de jatos com bombas burras em casco de navio como alvo , depressão é a palavra

glasquis 7

É o que se tem. Depressão maior seria perder guerra por não ter treinado o lançamento de bombas burras.

Jadson S. Cabral

Se você quis dizer o que eu entendi, aaaah essa foi engraçada. bem no ponto fraco kkkkkkkkkk

AMX

Ainda há os sea skua, para os super-lynx?

Fernando "Nunão" De Martini

Até alguns anos atrás havia sim. Não mencionei na resposta mais acima porque são de curto alcance e faz tempo que não vejo seu uso em exercícios.

glasquis 7

 por que não possuímos míssil anti navio lançados de aeronaves?..”

Tem os exocet lançados dos Caracal, os Harpoon Lançados dos P3 e os Penguin lançados dos SH-16 Seahawk … Acho que os Super Lynx também pode lançar o penguin.

Luís Henrique

Que beleza.
12 Destroyers + 6 Fragatas + 10 Corvetas totalizando 28 navios de combate
E + 10 Submarinos.

Não vou entrar no mérito das capacidades, mas em números estávamos bem melhores do que hoje.

Para o tamanho do nosso país, tanto em território como em poder econômico, a MB merece e precisa de números muito maiores do que os atuais. O PEAMB é visto por muitos como uma viagem, mas a MB precisa de cerca de 20 à 30 navios de combate de superfície e cerca de 20 submarinos.

Fernando "Nunão" De Martini

Luis, as 10 corvetas do quadro não eram da Esquadra, eram navios-patrulha e de salvamento dos distritos navais.

Foram incorporadas nos anos 1950, quando a denominação de corvetas era mais para meios de patrulha (caso delas) ou pequenas unidades antissubmarino (caso das antecessoras delas na IIGM, que eram navios mineiros-varredores convertidos em corvetas antissubmarino).

Tanto que, ao longo das décadas seguintes, conforme deram baixa, foram substituídas por navios-patrulha de menor deslocamento e por rebocadores de alto-mar.

Last edited 1 ano atrás by Fernando "Nunão" De Martini
Luís Henrique

Opa, obrigado Nunão pela correção. Falha minha. Então não estávamos tão bem como eu pensei, 18 navios de combate, muito pouco.

Allan Lemos

Enquanto outros evoluem, esse país só anda para trás.

Burgos

Muitos anos de vida pra quem serviu no “Bruxo” da Esquadra !!!
O D 26 devido a sua “prontidão operativa” na época conseguiu até fazer viagens no lugar das FCN e exterior inclusive.
Eram navios que não tinham muito conforto, foram feitos para combate mesmo.

Franz A. Neeracher

Outro detalhe interessante:
Em 1982 o número de meios era maior, muitos com tripulação numerosa como os contratorpedeiros e o Minas Gerais…
Hoje temos menos meios, mas o número de militares na MB aumentou…🥴🥴🥴🥴

Marcos10

CVN76 O problema ao meu ver é que o brasileiro em geral perdeu o senso da razão. Estamos presos na mediocridade. O planejamento é sempre voltado ao social, normalmente ao meu social. Não faz sentido um monte de coisas: vereador receber salário; destinar R$ 6 bi para partidos; determinar tombamento de casas velhas, das quais só restaram paredes, consumindo recursos de advogados e do MP por anos em brigas judiciais; e por aí vai. Gastamos anos em um navio de 500 toneladas que ainda não está pronto. Vamos gastar tanto tempo ou maus em submarino nuclear que sabe-se lá se… Read more »

Marcos10

Dis 27 Macaé previstos, foram construídos quatro e só dois estão operacionais.
Me corrijam aí!

Jorge Knoll

Em termos reais, o salário quintuplicou.
Hj 92% do orçamento, são para saldar a folha de pagamento dos marinheiros – militares. Sobrando quase nada para investir,

Eduardo Angelo Pasin

92% não sabia que era tanto, é sério?

Franz A. Neeracher

@Galante
Verdade que o Brasil tinha mais CT’s do que a Argentina.
Mas os deles eram melhor equipados, além de 2 serem novíssimos Type 42 adquiridos no Reino Unido.

Piassarollo

Caro CVN, o quanto os CTs Argentinos eram melhor equipados do que os nossos, é discutível. De equipamentos diferentes, só os exocet, e é bem possível que não estavam operacionais ou eram apenas fantoches. De melhor, realmente tinham só os 42, estes sim estavam à frente dos nossos navios. Mas tinhamos seis fragatas novíssimas no estado da arte, um porta aviões em excelentes condições e 10/12 CTs e mais os subs. A MB estava melhor. Abs

Franz A. Neeracher

Sim, concordo com você……eu estava me referindo somente aos contratorpedeiros!
Mas no geral, em 1982 a MB estava melhor do que a ARA….

Airton

“Por lei, a Marinha não podia operar seus próprios meios aéreos”
Ainda não pode né. O exército tbm. Ao, haja visto o chilique da FAB quanto o EB quis ressuscitar sua aviação de asas fixas para atender na Amazônia.

Pergunta para a FAB: a FAB da conta do recado saindo com caças de Anápolis, Santa Cruz e Canoas e ir até os limites do nosso mar territorial se preciso?

Acho que não né. Mal da conta da fronteira seca

Rinaldo Nery

A MB não pode ter seus aviões? Então o Esquadrão VF-1 é ilegal? Explica pra nós…

Foxtrot

Não devido ao decreto de FHC que derrubou o “monopólio” da FAB na operação de aeronaves de asas fixas de 1988 (se não me engano a data).
Se não fosse, os A4 nem teriam vindo.

Esteves

Orgânicos.

Fernando "Nunão" De Martini

Orgânico é o termo quando o helicóptero está embarcado num navio, passando a fazer parte de seu sistema de armas. Não é bem o termo quando se trata de várias aeronaves formando um Grupo Aéreo Embarcado. Por exemplo, um Caracal da FAB operando no NAM Atlântico não é exatamente orgânico, só pra dar um exemplo de que a coisa não é tão simples. Quando não embarcadas, as aeronaves ficam nos seus esquadrões em terra, operam e se adestram a partir de terra. Nada que uma reunião no MD onde se discuta a questão racionalmente não resolva na formalidade de um… Read more »

Last edited 1 ano atrás by Fernando "Nunão" De Martini
Esteves

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2538.htm

Se é da FAB, voa. Se é da MB, voa mas voa à partir do embarque. Mas tem São Pedro da Aldeia que não é navio.

Nada que mais uma reunião não resolva.

Fernando "Nunão" De Martini

Pois é. Ou uma cervejinha, como
disse um sapo barbudo outro dia.

Esteves

As microcervejarias estão expandindo.

Não sei se por conta da pandemia, se por conta da porcaria da cerveja industrializada, sem por conta da crise e do desemprego que leva gente a tentar empreender, se por conta da ofertas de pontos que ninguém aluga, se, dizem, porque bebemos pouco…se.

Dr. Fernando, aquelas palestras movidas por cachaça retornarão?

10 anos passados em BH abriram uma Havana. Tinham 3. Uma Havana e 2 Anisio Santiago. Quando a Havana Estava acabando decidiram mudar pro whiskey…com dó das cachaças.

Mineiros. Bebem bem…não resolvem nada.

Esteves

Coronel Nery,

Qual vossa opinião a respeito da celeuma apontada por Dr Fernando?

Foxtrot

Concordo com você.
Porém sou contra o EB ter sua aviação de transporte de asas fixas.
Precisamos na verdade é de um comando conjunto de logística e transporte (dentre inúmeros comandos conjuntos).
Mas no caso do chilique da FAB frente a aviação de asas fixas da MB, EB, drones da PF é pura verdade.

Kornet

Já tem PP estadual operando aeronave de asa fixa.
O EB ea MB devem ter suas próprias aeronaves de asas fixas e não ficarem totalmente dependente da FAB.

Henrique

Olhando todos os cenários atuais, excluindo as grandes potências que precisam manter um poder dissuasório robusto (pelo menos na foto), penso (minha opinião) que o Brasil não precisa ter uma marinha aos moldes Otan e sim a capacidade de controle de nossa costa com embarcações menores, modernas e bem servidas de meios além de uma força de submarinos também capaz de infringir respeito à possíveis inimigos. O resto, considerando qualquer conflito com potências maiores, se torna simplesmente alvos. Um país como o Brasil precisa desenvolver meios de controle e defesa de seu espaço aéreo e costa, além de desvincular a… Read more »

William

Interessante, o artigo poderia ser mais aprofundado, talvez coubesse uma comparação sobre como o conflito poderia ter se desenrolado se a armada Argentina tivesse os meios da Brasileira.

Zezonho

História da carochinha essa de falta de vento ! Os SSN Britânicos tinham essa banheira na mira mas Maggie preferiu pegar leve e afundar só o Belgrano.

Last edited 1 ano atrás by Zezonho
Zezonho

Algum dos Destroyers estava armado com sistema ASROC nesta época?

Zezonho

Obrigado pela resposta atenciosa!

Silva Terra

Na reportagem acima, não li nada a respeito do CT Baurú, hoje no museu na praça xv.; ele estava na foi ativa na 2a GG!

Silva Terra

Engano. Transformadowem navio-museu nos 70/80

Fábio

Menos pior do que é hoje.

Fernando Antônio Bastos Prietsch

Participei desta operação a bordo do CT Rio Grande do Norte D 37.

Jadson S. Cabral

Nos anos 80 a MB era mais poderosa que hoje, tanto no comparativo relativo a época quanto no geral. Afinal, os meios de hoje podem até ser bem mais modernos que os de antes, mas são pouquíssimos e nem são tão modernos assim. Numa batalha super-trunfo, quem teria mais chance de vencer? Aquele que tem aqueles 10 submarinos ou o que mal tem três IKL? Quem teria chance? Uma força de superfície com 16 navios ou uma com mal três, 4 fragatas que mal navegam? Acho que uma Niterói passaria por grande apuros de tivesse que lidar com 4 contratorpedeiros… Read more »

RRN

O Brasil está pedindo para que a qualquer momento algum país comece realmente a invadir nossos mares e levar nosso pescado sem problema algum.
É inacreditável a falta de ativos para vigilância e fiscalização.
Triste ver isso ocorrer e a solução longe de ser concretizada.

RDX

Achei estranha a citação do Esquilo e fui pesquisar. Descobri que a MB comprou 6 unidades em 1979.

RDX

Uma dúvida: os Wasp da MB empregavam o míssil AS-12?

Fernando "Nunão" De Martini

Que eu saiba, só torpedos antissubmarino e bombas de profundidade.

RDX

Obrigado, Fernando.

Foxtrot

Pois é, tanto conhecimento foi para o ferro velho. Deveriam está passando por engenharia reversa e modernização, míssil Ikara, ASROC, Sonares das Niteróis, Submarinos, canhões dos contra torpedeiros, mísseis AAe, casco das Niteróis, casco do Minas Gerais, sensores de guerra eletrônica etc etc etc. Deixaram passar o “bonde da história” e hoje na melhor das hipóteses temos uma “guarda costeira” altamente dependente de insumos e tecnologias importadas ! Gastam uma fortuna em Viagra, bomba para pui pui dorminhoco, cloraquina, picanha, filé etc mas não tem dinheiro para modernizar os Tupis. Os novos almirantes devem ser aprendiz do Hudine, pois fizeram… Read more »

Last edited 1 ano atrás by Foxtrot
Carlos Antônio M P

Boa noite, muita saudade destes tempos, nesta operação eu estava abordo do ct Marcilio Dias , D25 O águia do Atlântico. Inclusive o comandante de operações Navais de hoje estava a Bordo , BZ Bons ventos e marés tranquilo.

Burgos

In off Essa é a agenda de comemoração da MB para o mês de maio: 06MAI – DIA DO CARTOGRAFO 06MAI – 81o ANIVERSARIO DA BASE ALTE CASTRO E SILVA 15MAI – DIA DO ASSISTENTE SOCIAL 15MAI – DIA DO ARMAMENTISTA 15MAI – 36o ANIVERSARIO DA BASE NAVAL DO RIO DE JANEIRO – A BASE DA NOSSA ESQUADRA 20MAI – DIA DA PEDAGOGIA 28MAI – 57o ANIVERSARIO DO 1o ESQUADRAO DE HELICÓPTEROS ANTISSUBMARINO 29MAI – DIA INTERNACIONAL DOS MANTENEDORES DA PAZ DAS NACOES UNIDAS 29MAI – DIA DO ESTAGIARIO 30MAI – DIA DO GEOLOGO MAIO – MES DA CONSCIENTIZACAO DA… Read more »

Last edited 1 ano atrás by Burgos
Marco Antônio

No ano de 1982 fiz parte da tripulação do D36 CT Alagoas e nossa esquadra era bem treinada bem superior a esquadra Argentina

Enzo Magno Donato Vernille

Bravo Zulu pra vc
Tripulante do Bucaneiro!

Heli

Basicamente a MB teria de operar sobre a cobertura aérea da FAB já que o único meio anti aéreo que possuía eram o já obsoletos Sea Cat, de curto alcance.

Grifon Eagle

Era uma época em que nós realmente tínhamos uma boa Marinha…

Alexssandro Maldonado

Boa noite, é lamentável ver nossa invicta Marinha se reduzir a navios patrulha e sem poderio bélico, em 1980 poderia ser obsoletos, mas numerosos em comparação a hoje, eu presenciei a transição da Marinha para os dias atuais, lógico que se dá por má administração e também pelos governos. Se não mudarmos essa visão de que nosso país é pacífico e não precisamos de FFAA bem equipadas, seremos uma Ucrânia da vida…..

Eduardo

Se formos uma “Ucrânia da vida” conseguindo resistir a uma invasão de um inimigo bem mas poderoso e inflingir enorme castigo, estaremos bem melhor do que a nossa realidade, que está mais para o Iraque de 2003 ou até Panamá ou Granada…

Agressor's

“Deus que me conceda esses últimos desejos — Paz e Prosperidade para o Brasil.”

D. Pedro II

Giordano Naressi

Servi no Navio Oficina Belmonte e durante a guerra ficamos na cidade de Rio Grande, na entrada da Lagoa dos Patos.

ECosta

Pelo visto o Brasil estava mais preocupado com um cenário no contexto de guerra fria de escolta de comboios do que um conflito regional. Já a Argentina, ao contrário arrumando treta com o Chile e em seguida UK.
Imagino que os armamentos da MB de guerra anti-submarino eram adequadas para os barulhentos SSN soviéticos da época. Não havia expectativa de navios de superfície russos no atlântico em caso de 3ª guerra.

Fernando "Nunão" De Martini

“ Pelo visto o Brasil estava mais preocupado com um cenário no contexto de guerra fria de escolta de comboios do que um conflito regional.” Sim, exatamente. Seguindo um planejamento bem detalhado do final da década de 1960, que levou à incorporação dos seis navios da classe Niterói (menos que os 10 pretendidos para iniciar um total que se determinou como 30) como solução qualitativa ideal, de mais contratorpedeiros usados como paliativos para aumentar a quantidade de escoltas e substituir navios que estavam dando baixa, e mais tarde, numa das revisões do planejamento, da classe Inhaúma como solução quantitativa para… Read more »

Willber Rodrigues

Pela quantidade de vezes em que você usou as palavras “pretendidas” e “paliativas”, isso mostra bem o porque do atual estado da força de escoltas da MB…

Fernando "Nunão" De Martini

“Pretendidos” eu só usei uma vez…

Paliativos eu usei três vezes, de fato. Rsrsrsrs

Mas usei porque coincidentemente foram três aquisições concentradas de navios, por oportunidade, para preencher claros que as construções locais não poderiam preencher a tempo (ou seja, paliativos que acabaram servindo por uns 20 anos…)

Uma no início dos anos 70, com meia dúzia de CTs americanos classes Gearing e Sumner modernizados (nossos primeiros do tipo com hangar e convoo) depois no fim dos anos 80 com 4 classe Garcia da USN e outros 4 em meados dos anos 90, classe Broadsword da Royal Navy.

Last edited 1 ano atrás by Fernando "Nunão" De Martini
Willber Rodrigues

O paliativo ou a “solução tampão” que a acaba virando permanente.
A impressão que tenho é que a MB estava acostumada com a abundância de material pós-WWII barato e em bom estado, e achava que isso iria continuar ad-eternum.
Com o fim da Guerra Fria, essa “fonte” seco, o mercado de navios usados se tornou excasso, os custos de novos navios não para de subir, a indústria naval BR virou fumaça, e a MB até hoje não sabe o que faz.

Fernando "Nunão" De Martini

“ Com o fim da Guerra Fria, essa “fonte” seco, o mercado de navios usados se tornou excasso “ Pelo contrário. Nos anos 90 quase se comprou navios classe Knox americanos mas a opção foi pela classe Grenhalgh britânica, todas fragatas “sobrando” em suas marinhas pelo fim da Guerra Fria. Outras marinhas por aí fizeram a festa com a redução das marinhas europeias, por exemplo, o Chile. Essa fonte só secou na última década, mas nos anos 90 e início deste século a disponibilidade de navios usados era grande. O cenário que você descreve, de se acostumar com navios usados… Read more »

Clibanário

Quanto era o efetivo humano da MB em 1982 ?
Garanto que era menos da metade do atual.
A informática estava bem no início, a burocracia era grande, as embarcações (numerosas para a esquadra atual) exigiam uma tripulação maior…

Clibanário

Um detalhe: TODAS a fragatas da MB são contemporâneas desta guerra. As corvetas, que foram adotadas bem depois, deram baixa, menos uma.
Na marinha argentina os destroyers e corvetas MEKO, com exceção das A69 e um type 42 são posteriores ao conflito.
Se estiverem em bom estado, são superiores à MB.

Fernando "Nunão" De Martini

Isso é verdade (apenas complementando que os Type 42 deram baixa e duas A69 também).
Mas o ModFrag da classe Niterói as deixou no mesmo nível das quatro Meko 360. Aí há um empate em tecnologia, números praticamente iguais, com uma vantagem de menor desgaste das argentinas.
Em corvetas, eles empatam hoje em tecnologia e ganham em número com o triplo.
Já em helicópteros embarcados nesses navios, a vantagem técnica é da MB.

Clibanário

Realmente, é estranho como a Argentina deixou de adquirir helicópteros para a sua marinha:
só 4 AS555 Fennec e alguns Seaking para repor perdas com poucos acréscimos.
Houve uns UH1 Iroquois para a sua IMARA, que depois foram repassados ao seu exército.

Fernando "Nunão" De Martini

Eles adquiriram Lynx para seus Type 42 e pretendiam comprar mais para as Meko 360 encomendadas na época.

Porém, como resolveram entrar em guerra com o Reino Unido, ficou difícil continuar com essa aquisição…

Quando vieram os novos navios, o dinheiro já estava curto, compraram um punhado de Fennec para esclarecimento e guiagem dos Exocet além do horizonte e, para emprego antissubmarino, deram um jeito de fazer o Sea King operar no convoo das Meko 360 😱😱😱 com restrições, é claro.

Capt Jack Aubrey

Eu servia como jovem 2o Ten no inesquecível D26, CT Mariz e Barros, “O Bruxo”, que ilustra está matéria… bons tempos que não voltam mais… logo após o fim das hostilidades participamos da Operação Fraterno com a ARA, onde tivemos a oportunidade de operar com o ARA 25 de Mayo com o convoo repleto de A4s e CTs Allen M Summer com Exocets MM 38… imagens que ficam na memória e em nossos corações! “Ao BRUXO”!!!!

Carlos Eduardo Oliveira

Vivi essa época.
ENRJ (hoje BNRJ), lotada de navio.
Numa comissão, iam 15 navios e voltavam os 15, sem pegar nada (no máximo um ou outro).
Licença fácil tbm. Hoje em dia é asd…..rs.

Inimigo do Estado

Resumindo: O Brasil sempre viveu de refugo alheio.

Década de 40: navios do século XIX
Década de 50: navios dos anos 20
Década de 60: navios da segunda guerra mundial
Década de 70: navios da segunda guerra mundial
Década de 80: navios da guerra da Coréia
Década de 90: navios da guerra fria
2000: navios da guerra fria
2010: navios da guerra fria
2020: tem navio ainda, mesmo que da guerra fria?

Quando o Brasil tiver algo como um Type 055, o mundo já vai estar com cruzadores interplanetários disputando territórios em Marte.

Fernando "Nunão" De Martini

“Resumindo: O Brasil sempre viveu de refugo alheio.
Década de 40: navios do século XIX
Década de 50: navios dos anos 20”

???????????????
Por favor, me mostre as fontes desta sua afirmação, fiquei muito curioso.

Enzo Magno Donato Vernille

Aí Nunão
Será que ele conhece o surto de construção naval de 1936?
Kkkkkkk

RODNEY RIBEIRO SOARES

Revivi meu passado, participei dessa operação, pós guerra das Malvinas.

SO – SI (RM1) Rodney
D-26 o bruxo da Esquadra Brasileira

Capt Jack Aubrey

Lembro de vc!!!! Uma vez Bruxo, sempre Bruxo!!! Abs

Edmundo Teixeira

Leio comentários aqui sobre porta aviões que são os “Deuses disso e daquilo”, não sou militar, mas trabalho na área de TI com desenvolvimento de software desde 2006, e vou expressar uma opinião divergente: pouco importa quantos navios aeródromo você possui, o que importa é a tecnologia que você domina: por exemplo pesquise obre o “YJ-21 missile”. E claro, também importa o quanto vc consegue mobilizar o seu país e simpatizantes em prol de uma causa (Ucrânia).

Last edited 1 ano atrás by Edmundo Teixeira
Edmundo Teixeira

Esqueci de mencionar o terceiro pilar: a tomada de decisão.

Neural

10 submarinos, se a Argentina tivesse esse numero operacional ela daria muito mais trabalho pra RN. Os Guppy usavam torpedor antigos Mk 8, mas ainda efetivos e com ogiva poderosa.

Last edited 1 ano atrás by Neural