Contrato de construção de novo navio antártico começa a ser executado

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Navio contribuirá para as pesquisas brasileiras no continente gelado

Um importante passo foi dado em direção à consecução do projeto do Navio de Apoio Antártico (NApAnt) com o estabelecimento, no último dia 12 de setembro, da data de início da execução do contrato. Com isso, o prazo de entrega do navio – de 36 meses – passa a ter como data final setembro de 2025. O novo navio substituirá e desenvolverá as mesmas missões que o Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel”, mas com capacidades aprimoradas a fim de apoiar a nova Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF).

O contrato para aquisição do NApAnt, com construção no País, teve a sua cerimônia de assinatura com a POLAR 1 Construção Naval SPE Ltda em 13 de junho deste ano. O projeto do novo navio busca dotar a Marinha do Brasil (MB) de um meio moderno e adequado ao cumprimento de missões no Continente Antártico, em especial o apoio logístico à EACF. A construção do NApAnt se dará nas instalações do Estaleiro Jurong-Aracruz, situado em Aracruz (ES).

NApOc Ary Rongel
NApOc Ary Rongel

O Diretor-Presidente da Empresa Gerencial de Projetos Navais, Vice-Almirante Edesio Teixeira Lima Junior, ressalta que “entre os benefícios resultantes da construção do novo navio estão a criação de cerca de 600 empregos diretos e seis mil indiretos, bem como o consequente fomento à indústria naval e à base tecnológica nacional, por meio de oportunidades de negócios que já podem ser percebidas pelo interesse e movimentação das empresas da nossa Base Industrial de Defesa”.

Especificações do NApAnt
O navio terá dimensões de 93,9 metros de comprimento, 18,5 metros de largura (boca moldada), calado de seis metros e autonomia para 70 dias. Com propulsão diesel-elétrica, poderá abrigar uma tripulação de 92 pessoas, incluindo 25 pesquisadores.

O contrato prevê a construção, em território nacional, de um navio capaz de operar no verão e outono no Continente Antártico e com capacidade de navegar em locais de formação de gelo mais recente. Para isso, o navio necessita de um casco em formato específico e um cinturão reforçado de aço especial logo abaixo de sua linha d´água.

Estação Antártica Comandante Ferraz
Estação Antártica Comandante Ferraz

FONTE: Agência Marinha de Notícias

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Camargoer.

Ola a todos. Que boa notícia. Notem que o navio será também um laboratório de pesquisas. Li em algum lugar que um quebra gelo usa o próprio peso para avançar em mares congelados.

Marco Venâncio

Exatamente Camargoer.

Esse vídeo explica bem (em inglês)

https://youtu.be/OIKd56hO-Os

Esteves

Sim. Mas esse não é um quebra gelo. Gelos recentes, informa a matéria.

Henrique

ele tem especificação de quebra gelo (ta no edital isso)… a diferença é que o gelo é de 1 ano com até ~2-2,5m e não gelo de décadas como é no ártico

Last edited 1 ano atrás by Henrique
Esteves

Parabéns. Uma nação com um vasto litoral como o nosso chama uma Marinha presente e atuante.

Mas…vamos com parcimônia nessas comunicações.

“600 empregos diretos e seis mil indiretos, bem como o consequente fomento à indústria naval e à base tecnológica nacional, por meio de oportunidades de negócios que já podem ser percebidas pelo interesse e movimentação das empresas da nossa Base Industrial de Defesa”.

10 X 1? Teve uma proposta sobre comunicações da MB passarem pelos debatedores do PN antes da divulgação. É interessante.

Camargoer.

Falou tudo errado. O ProAntar tem recursos de pesquisa via MCT/CNPq via Edital público. Qualquer pessoa com doutorado pode participar e quem desenvolve a pesquisa na base são cientistas (brasileiros e estrangeiros) com vínculos acadêmicos e produção cientifica regular. A MB opera a base e faz a manutenção, mas o trabalho de pesquisa é realizado pela comunidade científica. A FAB também colabora com o ProAntar.

Carlos Crispim

o q vc escreveu não é mentira, quem criticá-lo não sabe da realidade, sempre achei a nossa base muito longe do verdadeiro polo Sul, mas acontece que nossos militares não tem “aquilo roxo” para se aventurarem lá, só os americanos e russos mesmo, depois nos chamam de vira-latas não é á toa, queria ver uma base brasileira bem lá dentro do continente, aí sim.

Carlos Crispim

Ele só falou a verdade que não é politicamente correto dizer. Ademais, devemos respeitar as opiniões do outros, não é assim?

Camargoer.

Olá Crispin. Errado. Sub cometeu um equívoco ao dizer que é a MB quem faz as pesquisas na base antártica. Quem faz as pesquisas são cientistas civis usando recursos do MCT/CNPq. A MB mantém a base e junto com a FAB faz o abastecimento. Isso nada tem de politicamente correto ou incorreto. Foi apenas incorreto.

Camargoer.

Ola Henrique. Acho justo que as pessoas possam expressar suas opiniões e críticas, o que inclui o ProAntar e até o Projeto Tamar. Contudo, é preciso fazer a crítica em bases factuais. Aproveitando, a última chamada do CNPq para o ProAntar foi de 2018 (Chamada CNPq/MCTIC/CAPES/FNDCT nº 21/2018 – Programa Antártico Brasileiro – PROANTAR) de cerca de R$ 18 milhões.

Henrique

se aquilo foi “critica” eu sou novo rei da Inglaterra então…

Camargoer.

Olá Henrique (pelo menos já tem nome de rei da Inglaterra, riso). Minha crítica ao ProAntar é a ausência de novos editais há 4 anos e o valor relativamente baixo direcionado para a execução de projetos de pesquisa nesta área. Seria preciso editais anuais para garantir a continuidade das pesquisas.

Henrique

sim, isso ai é uma critica… não aquela lixeira de “cassino” que o cara escreveu

Esteves

Como o tempo passa. Outro dia era rei.

https://youtu.be/1J00015lLDM

Camargoer.

Pois é. A moda na década de 70 era horrível, mas a trilha sonora era sensacional. Henrique VIII teve seis esposas. Charles III teve duas. Parece que há um padrão. Os títulos representam um teto para o número de esposas. Recomendo que a Meghan tenha cautela porque o príncipe será o Rei Willian V.

Nemo

Camargoer, quem tem que ter cautela é a Kate Middleton. rsrsrs

Camargoer.

Ola Nemo. As duas. Caindo a cabeça da Kate os olhos repousarao sobre a Meghan. Nelson Rodrigues já alertou sobre as cunhadas.

João Adaime

Fiquei com uma curiosidade e espero que alguém ligado à MB possa esclarecer. O texto diz que o navio deve ser capaz de operar no verão e no outono no continente Antártico.
Qual o problema com a primavera?
Antecipadamente agradeço a quem explicar.

Camargoer.

Olá João. Boa pergunta. Vou chutar. Durante o inverno, o mar fica todo congelado, começando o degelo durante a primavera. Como o degelo leva algum tempo (mesmo que as temperaturas sejam maiores que no inverno), a espessura do gelo pode ainda estar acima do que o navio conseguiria romper. Ao chegar o verão, o degelo está completo. Durante o outono, as temperaturas voltam a baixar mas ainda não há gelo ou ao menos, não há gelo espesso que prejudique a navegação. Acho que tem menos a ver com a temperatura mas com a velocidade de formação e de degelo da… Read more »

Nuk77

É esse o motivo.

Esteves

Nos Polos não existem diferenças significativas entre as estações intermediárias. São duas estações: verão com 6 meses de Sol (não existem noites) e, inverno com 6 meses de escuridão (não existem dias). A Antártida possui o clima mais frio da Terra, tendo sido já registadas temperaturas negativas de quase -90C Atualmente registraram aumento de até 26 graus na região Leste do Continente elevando a temperatura para -16C.

Na Base Comandante Ferraz é quentinho. Zero no verão. Menos 20 no inverno.

sub urbano

Pelo visto meu comentario foi apagado. Exagerei nas criticas e admito, o Proantar é um dos poucos programas cientificos decentes mantidos pelo Brasil. Mas que a base poderia ser mais ao sul poderia mesmo.

Esteves

Parabéns.

Underground

Senhores,
Gostaria de lembrar que o nosso Glorioso está quase chegando. Quem quiser ajoelhar-se, erguer as mãos para o teto, gritando “Louvado, seja”, que o faça agora. Grátis o sonho de reforma, instalação de Phanlax, .50 e operação com F35.
Fazendo contas por aqui, essa história de amianto vai custar uns R$ 150 milhões.

Jodreski

Mas esse pepino não é mais da MB, é da empresa turca que comprou ele, a responsabilidade desse passivo é agora do seu atual proprietário.
A não ser que alguma agência brasileira venha dizer o contrário e o negócio seja desfeito.

Nemo

Já vi criticas na mídia mainstream a respeito da participação militar no programa antartico; a tipica inveja esquerdista!
Mas chegará um dia no qual a mesma midia podre vai enaltecer o programa antártico; mas não aqueles que o viabilizaram, como os militares!

Nuk77

Meodeos… Os caras não se aguentam e tem que achar “comonestas” embaixo da cama…

Sabe quem faz pesquisa brasileira na Antártica? Cientistas das Universidades Públicas brasileiras (“comonestas”)…

O maior especialista brasileiro em glaciologia é o professor Jefferson Simões, pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e vice-presidente do Comitê Científico Internacional de Pesquisa Antártica.

O Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) é um programa do Governo brasileiro gerido pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM); ou seja, programa de Estado; as FAs dão apoio logístico.

Last edited 1 ano atrás by Nuk77
Camargoer.

Olá Nemo. Existem vários setores de pesquisa envolvidos no ProAntar. O mais óbvio é o meteorológico. O clima no Brasil é influenciado por três grandes sistemas. O Atlântico, a Amazônia e a Antártica. Para compreender o clima no Brasil e fazer previsões meteorológicas, é preciso compreender o que se passa nestes três sistemas. Além disso, a previsões no Brasil são atualizadas de hora em hora. Para isso é preciso estações meteorológicas funcionando corretamente. Se por um lado, as medições são automáticas, a manutenção e calibração demanda de pessoal no local. Outro ponto é a compreensão das espécies marinhas migratórias, que… Read more »

Lúcio Sátiro

Sinceramente eu sou totalmente leigo nessa área mas já fazem uns 25 anos que eu leio notícias sobre “pesquisas” feitas nessa Base Almirante Ferraz e realmente nunca entendi o propósito ou utilidade disso para o Brasil. Na verdade, dada a escassez de escoltas para nossa Marinha, gastar dinheiro nisso me deixa totalmente indignado ( a indignação que, caso eu entenda o propósito do Brasil, será talvez, extinta ). 1- Toda pesquisa tem um começo, término e suas conclusões. Por que tanta e interminável pesquisa num ambiente inóspito, e por tão longo tempo ? 2- Qual a utilidade prática disso para… Read more »

Last edited 1 ano atrás by Lúcio Sátiro
Glasquis 7

As pesquisas na Antártica, contribuem e muito a estudos climáticos, influenza em mares, fluxos oceânicos, degradação do clima, migração de algumas espécies, assim como também a presença no continente ajuda a, caso um dia for habitável, reclamar o direito de um espaço territorial no continente.

guilardo

Caro Sátiro, eu já fiz essa pergunta algumas vezes. É verdade que colegas daqui do blog, como Camargoer, Steves e outros, que realmente são estudiosos e entendem bem da matéria, teceram informações sobre o tema. Eu respeito muito vindo deles, pois como vc também sou leigo no assunto. Entretanto, como simples mortal e pagador de impostos, vendo a esquadra minguar quase desaparecendo, considerando-se que países nativos como Chile e mesmo Argentina, mais outros que são verdadeiras potências já fazem pesquisas lá, há muito tempo, não concebo um real objetivo, se não o de manter o status de “pesquisador polar”. A… Read more »

Fernando XO

Lúcio, quem não estiver presente no local não poderá opinar quando da revisão do Tratado.. a versão em vigor determina que o continente antártico seja reservado a pesquisas somente, tanto que a presença da MB é meramente logística… essas pesquisas ajudam a entender fatores que trazem influências em nosso clima, o que deriva para o agronegócio, por exemplo… Se ainda tiver dúvidas, veja o que acontece no Ártico… guardadas as devidas proporções, aqui embaixo haverá uma baita corrida pelas riquezas existentes quando sua exploração for liberada.. a forma de exploração e os direitos para tal vão ser muito debatidos e… Read more »

Gabriel BR

TOP! Vai ficar pronto ligeiro. Excelente essa nossa parceria com Cingapura

Nuk77

É um quebra gelo leve.

Nessa categoria o gelo de determina espessura (sazonal) se quebra normalmente pela baixa força de flexão do gelo marinho; diferente de grandes quebra gelos que atuam no Ártico, por exemplo, que podem dar máquina a ré e ir literalmente “martelando” gelo espesso.

Os maiores quebra gelos do mundo são os nucleares russos das classes Arktika (2 classes: soviética e russa) e Taymyr da FSUE Atomflot. Nenhum outro quebra gelo no mundo pode enfrentar condições tão extremas de temperatura e espessura de gelo quanto os nucleares russos.

Abaixo foto do 50 let Pobedy (classe Arktika “1”).

Last edited 1 ano atrás by Nuk77
Glasquis 7

Nessa categoria o gelo de determina espessura (sazonal) se quebra normalmente pela baixa força de flexão do gelo marinho;…”

A diferença de resistência do gelo não se mede apenas pela espessura. A “idade” do gelo também incide muito na resistência do mesmo devido à compactação. O próprio peso da neve forja um gelo mais resistente. Daí a importância da idade do gelo para um navio quebra-gelos.

Nuk77

Sazonal: se refere ao que é temporário, ou seja, típico de determinada estação ou época.

https://www.significados.com.br/sazonal/