Navios da PLA Navy em exercício

Um oficial general dos EUA fala abertamente sobre o desvanecimento da dissuasão dos EUA

A invasão da Ucrânia pela Rússia revelou o declínio do poder de dissuasão militar dos Estados Unidos, um fato que poucos de nossos líderes parecem dispostos a admitir em público. Portanto, é encorajador ouvir um oficial sênior reconhecer o perigo de uma maneira que esperamos que seja o início de uma campanha para educar o público americano.

“Esta crise na Ucrânia em que estamos agora é apenas o aquecimento”, disse o almirante Charles Richard, comandante do Comando Estratégico dos EUA, nesta semana em uma conferência. “O Big One está chegando. E não vai demorar muito para que sejamos testados de maneiras que não fomos testados” por “muito tempo”.

Quão ruim é? Bem, o almirante disse: “Ao avaliar nosso nível de dissuasão contra a China, o navio está afundando lentamente. Está afundando lentamente, mas está afundando, pois fundamentalmente eles estão colocando capacidade em campo mais rápido do que nós.” Afundar lentamente dificilmente é um consolo. À medida que “essas curvas continuam”, não importa “quão bons são nossos comandantes, ou quão bons são nossos cavalos – não teremos o suficiente deles. E esse é um problema de muito curto prazo.”

Observe que o modificador “curto prazo”. Esta é uma vulnerabilidade mais urgente do que a maioria da classe política se preocupa em reconhecer.

O almirante Richard observou que os Estados Unidos mantêm uma vantagem em submarinos – “talvez a única vantagem assimétrica verdadeira que ainda tenhamos” – mas mesmo isso pode se desgastar, a menos que os Estados Unidos acelerem o ritmo “consertando nossos problemas de manutenção, iniciando novas construções”. Construir três submarinos de ataque da classe “Virginia” por ano seria um bom ponto de partida.

A notícia no ano passado de que a China testou um míssil hipersônico que voou ao redor do mundo e aterrissou em casa deveria ter despertado mais alarmes do que o fez. Isso significa que a China pode colocar qualquer cidade ou instalação dos EUA em risco e talvez sem ser detectada. O fato de que o teste pegou os EUA de surpresa e que superou as capacidades hipersônicas dos Estados Unidos o torna pior. Como perdemos a corrida hipersônica para a China e a Rússia merece audiências no Congresso.

“Costumávamos saber andar rápido e perdemos a arte disso”, acrescentou o almirante. Os militares falam “sobre como vamos mitigar nosso eventual fracasso” para colocar em campo novos submarinos balísticos, bombardeiros ou armas de longo alcance, em vez de lançar a pergunta para perguntar: “O que será necessário? É dinheiro? É gente? Você precisa de autoridades?” Foi assim “como chegamos à Lua em 1969”.

Educar o público sobre as fraquezas militares dos EUA corre o risco de encorajar os adversários a explorá-las. Mas o maior risco hoje é avançar em complacência cega até que a China invada Taiwan ou tome alguma outra ação que prejudique os interesses ou aliados dos EUA, porque Pequim acha que os EUA não podem fazer nada a respeito.

FONTE: The Wall Street Journal

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Elias

Propaganda para aumentar ainda mais o orçamento militar… da- lhe contribuinte…

Red Pill - 红色药丸

Tanto propaganda para indústria de defesa como realidade

m4l4v1t4

A China tah esperando o q pra invadir Taiwan entaum?

Luis Carlos

O único é grave problema é que os EUA ainda não amortizaram as dívidas da Guerra do Vietnã.
Vai enfrentar um caroço desses agora?

Allan Lemos

Ah cara, dá um tempo, é só analisar a situação geopolítica e militar dos EUA na época em que a USSR caiu e comparar com a de hoje, percebe-se claramente que a supremacia dos americanos no mundo está se esvaindo pouco a pouco.

É como eu já disse na outra matéria, impérios erguem-se e caem, depois outros ocupam o seu lugar, é normal, aceite. O fato é que o reinado dos EUA será relativamente curto.

Last edited 1 ano atrás by Allan Lemos
leonidas

Não acho que podemos simplificar a coisa a este ponto. O orçamento militar americano tem crescido a despeito do aumento exponencial da divida publica e esta crise na Ucrânia esta servindo para estabelecer de vez a indústria de defesa americana dentro do continente europeu, pois até esta guerra começar era improvável que a Alemanha comprasse o F 35 e além dela muitas nações optaram por ele a toque de caixa depois da crise em questão. Mas voltando ao ponto, no meu ver o enfraquecimento norte americano tem relação com o fato que potências nascem e morrem naturalmente, mas também com… Read more »

Last edited 1 ano atrás by leonidas
Andre

noticia velha requentada. Nada mais do que click bait e uma passadinha de pano nos putinzetes.

Já que falar da Russia é só tristeza, bora tentar aliviar falando da China. Lá por 2050, como está planejado pelo PC chinês, talvez isso seja um problema mesmo.

Luis Carlos

Os EUA já não têm forças para enfrentar apenas a China. Isso fica evidente se compararmos o gigantesco potencial chinês e fatos históricos. Em 1950, quando a China estado saindo de um estado semi-feudal e ainda com focos de resistência à sua Revolução, foi capaz de barrar os americanos na Coreia. Agora com seu gigantesco tamanho, sua imensa capacidade industrial e com paridade tecnológica no campo militar, será simplesmente impossível para qualquer País tentar barrá-la. E se juntar outros desafios com Rússia, Irã e Coreia do Norte, aí pode juntar, EUA, OTAN, Austrália, Japão e quem mais vier. Creio que… Read more »

Andre

É Da Luz, você segue tentando moldar a realidade à suas fantasias. Qualquer ostra que tenha lido meio paragrafo sobre a guerra da Coreia sabe que o agressor foi o regime comunista do norte e o sul nunca teve a intensão de unificar as coreias naquele momento. A China precisou de 1 milhão de soldados, equipados com o que a URSS tinha de melhor, mais os pilotos soviéticos, apenas para segurar por volta de 100mil americanos e aliados. A Russia não está dando conta da Ucrânia e a China está vendo isso. Os chineses estão ansiosos pelo desmonte russo para… Read more »

Monarquista

Na verdade é só barrar a China.
A Rússia basta uma Ucrânia.
O Irã basta um Israel.
A Coreia do norte põe a Coreia do Sul ai.
O resto barra a China.

Luis Carlos

Os EUA basta um Afegaistão.

Carlos Campos

EUA +OTAN+JP+AUST vencem a China, sozinho os EUA não vencem, mas o lado vitorioso vai sair tão destruído que vai ser como a Dilm@ disse, quem ganhar e quem perder, não vai ganhar nem perder, vai todo mundo perder.

Will

Tão verdade quanto a mais um foguete chinês soltando pecinha.

WSilva

”tome alguma outra ação que prejudique os interesses ou aliados dos EUA”

Ué, e os interesses de outros países?

É muita cara pau e vagabundagem pra um país só.

DanielJr

“Como perdemos a corrida hipersônica para a China e a Rússia merece audiências no Congresso.” Isso é bem simples de explicar: 1- Fique 20 anos correndo atrás de pessoas aleatórias no meio do deserto sem qualquer resultado prático positivo depois da captura de Bin Laden. 2 – Lance uma notícia sem pé e sem cabeça sobre armas de destruição em massa no Iraque, faça uma invasão em larga escala por 10/15 anos. 3 – Para dar combates aos guerrilheiros (principalmente no Afeganistão), envie e desgaste praticamente toda sua frota de bombardeiros de grande porte, principalmente o B-1. ainda tem que… Read more »

Allan Lemos

Oficiais de alta patente do Pentágono: “Nossa supremacia está acabando”.

Fanboys da trilogia: “Mentira, é só um plano dos militares para conseguirem mais dinheiro. A supremacia dos EUA durará eternamente sem contestação ao contrário do que aconteceu com literalmente todas as outras superpotências da história da humanidade.”

Só rindo mesmo.

Velho Alfredo

Não é questão de fanboys ou não. A questão é q o texto deve ser analisado sob a luz da política de defesa americana. A política de “estar em condições de vencer duas guerras ao mesmo tempo no mundo” é insustentável com o crescimento militar de vários atores. Fora isso, há as diversas amarras em cada país. Exemplo: Um isolador térmico nos EUA ou Europa custa 10 x mais, por ser 100% livre de causar câncer, do q um q tem a possibilidade de 0,2 % de chances. Detalhe: se o operador do material tiver contato direto por décadas…. Na… Read more »

Andre

 “Nossa supremacia está acabando”.

Putinzete como sempre vivendo em um mundo de fantasias. Até colocou entre aspas algo que não está no texto.

Satyricon

É bastante óbvio que a queda dos EUA como força hegemônica no planeta chegará, assim como todos os impérios antes. A questão é quando. Duvido muito que ocorra no médio prazo. A guerra na Ucrania está acelerando essas mudanças, de forma assombrosa. Ficou claríssimo para os chineses que não se pode confiar no sistema financeiro internacional e no Dólar. Mas ficou patente também ao ocidente que depender do fornecimento chinês é um erro, assim como o foi da Rússia. As peças no tabuleiro estão se movendo, e haverá um rearranjo da geopolítica mundial pós COVID/Ucrânia. A China pode ter o… Read more »

Neural

Porta aviões é um elefante branco desfasado para a guerra moderna. Um míssil antinavio pode ser suficiente se atingir um tanque de combustível, a inutiliza-lo.

Imagine um ataque de saturação com dezenas de drones, mais mísseis antinavio como o onyx Russo e o Exocet. Haja defesa pra romper todas as camadas

Porta aviões e MBTs, monstros que fizeram história mas estão desafiados hoje em dia.

Last edited 1 ano atrás by Neural
Alex Barreto Cypriano

Quem aí nasceu ontem pra acreditar em dissuasão militar convencional direta entre duas potências nucleares? Ah, qualé… nem na guerra fria era assim, por quê hoje seria diferente?
Big One não, many proxies.

Last edited 1 ano atrás by Alex Barreto Cypriano
Alfa BR

Se a mais capaz força militar de todos os tempos não está, ninguém mais está.

Arthur

Isso tudo é resultado de anos torrando dinheiro em guerras inúteis. Trilhões de dólares desperdiçados no Afeganistão, Iraque e Síria. E para que? Em função de uma doutrina estúpida contra o islã na primeira década do século. Faltou dinheiro para o resto: construção naval pífia, atraso no desenvolvimento de mísseis, projetos militares abandonados (o uso naval do tal canhão eletromagnético é um deles), etc. Em compensação o desenvolvimento das forças armadas “woke” segue a todo o vapor. No futuro, os americanos poderão não ser os mais poderosos, mas serão as forças militares mais chapadas, identitárias e estúpidas da face da… Read more »