A Turquia está em negociações para comprar pelo menos três fragatas Type 23 de segunda mão do Reino Unido, disseram duas fontes familiarizadas com as negociações ao Middle East Eye.

As fontes disseram que a Turquia precisa de fragatas com capacidade de defesa aérea, pois em breve aposentará suas fragatas da classe “Gabya” (“Oliver Hazard Perry”) com mais de 40 anos.

A Marinha Real Britânica está operando 12 fragatas Type 23 que foram originalmente projetadas para guerra antissubmarino durante a Guerra Fria contra a URSS, começando em 1987.

Os navios são equipados com um sistema de defesa antimísseis Seawolf de lançamento vertical e um míssil antinavio Boeing Harpoon.

A compra foi uma surpresa para muitos, já que a Turquia está no processo de produzir suas fragatas da classe Istanbul, projetadas localmente, que estão sendo desenvolvidas sob o programa nacional de navios de guerra MILGEM como uma corveta antissubmarino com capacidade de lançamento vertical de mísseis.

A Turquia pretende produzir quatro fragatas da classe Istanbul e até agora entregou apenas uma, que se juntará à Marinha turca este ano.

As fontes disseram que Ancara precisa montar uma força naval que consiste em várias fragatas para acompanhar seu porta-aviões e navio de assalto anfíbio TCG Anadolu, que também será entregue à Marinha turca ainda este ano.

A fragata TCG Gediz (F495) da classe Gabya da Marinha Turca e a fragata HDMS Niels Joel (F363) da classe Iver Huitfeldt da Marinha Dinamarquesa

“Você precisaria que ter uma fragata à vante e uma de cada lado, pelo menos três delas são necessárias com certeza”, disse uma das fontes. “Precisamos de uma solução rápida, um preenchimento de lacunas até que nossos programas nacionais alcancem nossos próprios navios.”

As fragatas britânicas Type 23 são maiores que as fragatas da classe Istanbul da Turquia e têm mais alcance em mar aberto.

As fontes disseram que as negociações sobre a compra dos navios ainda estão em andamento e não podem definir um preço final, mas disseram que o custo estimado para cada navio seria de cerca de US$ 25 a 30 milhões.

“Uma vez entregues, as atualizações e a modernização dos sistemas de comando e controle levariam pelo menos 18 meses a dois anos”, acrescentou a fonte.

Um porta-voz do Ministério da Defesa britânico disse ao MEE que “nenhuma decisão foi tomada sobre o futuro descarte ou venda de fragatas Type 23”.

A Royal Navy vendeu três fragatas Type 23 para o Chile em 2005 por £ 135 milhões (US$ 170 milhões).

Mais tarde, a Armada Chilena assinou um contrato com a Lockheed Martin em 2017 para modernizar os navios com um conjunto de equipamentos, incluindo um sistema de gerenciamento de combate, por um contrato de US$ 600 milhões, segundo o Jane’s Weekly.

A Turquia e o Reino Unido têm estreitas relações de defesa devido à parceria com a OTAN, mas também há cooperação industrial. Espera-se que a fabricante britânica de motores Rolls-Royce e seu parceiro local Kale forneçam um motor para o primeiro caça nacional de Ancara, o TF-X.

A BAE Systems, com sede na Grã-Bretanha, também está colaborando estreitamente com a Turkish Aerospace Industries no desenvolvimento do jato, incluindo sua tecnologia furtiva.

O Reino Unido suspendeu completamente todas as restrições à exportação de produtos de defesa para a Turquia em maio passado, após a ofensiva de Ancara em 2019 no nordeste da Síria.

FONTE: Navy Leaders

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Gabriel BR

Isso sim é uma fragata!

Augusto José de Souza

Poderiam vir algumas para o Brasil substituírem as Greenhalks e complementarem as Tamandaré. A marinha já disse que irá adquirir novos equipamentos por compra de oportunidade,está aí uma oportunidade e tanto.

Camargoer.

Caro. Perceba que estes navios teriam um vida útil de mais 10~15 anos, dependendo das condições de manutenção que virão a receber. Há duas opções. Opera-las como estão, o que reduziria a vida útil ou revisa-las agora e ampliar a vida útil delas. De qualquer modo, considerando o cronograma de baixa da RN, da necessidade de uma revisão (curta ou longa) e de treinamento das tripulações, elas entrariam em operação praticamente junto com a entrega da FCT#1. Considerando que as quatro FCT entrarão em operação por uma cadência anual, a MB terá quatro navios novos entrando em operação com a… Read more »

Gerson Carvalho

E o desgoverno que saiu não serviu nem para fazer uma compra de ocasião de umas três ou quatro fragatas.

Renan

É humilhação mas acredito que hj essas fragatas tem maior poder de combate que toda nossa marinha.

Camargoer.

Depende. Você está incluindo a capacidade dos Scorpenes de disparar mísseis SM39 e torpedos F21? Isso desequilibra bastante a balança em favor da MB.

Up The Irons

Antes que alguém pergunte, não, não servem pro Brasil. Chega de coisa velha!

6-8 Tamandarés até o final da década
4 fragatas pesadas pra próxima

Precisamos de uma marinha enxuta, mas bem equipada e com embarcações NOVAS. Compras de oportunidade, ok. Mas embarcações surradas com 30 anos de uso, deixa pros outros!

NOTA DOS EDITORES: SOLICITAMOS QUE SE INSCREVA COM UM E-MAIL VÁLIDO, OU SERÁ BLOQUEADO

Allan Lemos

6-8 Tamandarés até o final da década
4 fragatas pesadas pra próxima

Se for para sonhar com coisas que você sabe que não vão acontecer, então sugiro que sonhe mais alto, 3 porta-aviões nucleares,7 porta-helicópteros, 25 submarinos convencionais e 5 nucleares, 70 destroyers de mísseis guiados,15 navios de apoio e 80 F-35Cs.

Moriah

Eu também sonho, mas não vejo as Type 23 na MB, primeiro por conta das condições e tempo de vida delas e a RN vai usá-las até meados da próxima década. Melhor sonhar com as Anzac com seu decom de 2024 a 2027. 8 navios que realmente fariam a diferença pra MB até o fim da próxima década.

Neural

Serve sim, e como. Fragatas já prontinhas pro Sea Ceptor nas duas versões, radar potente e moderno, sistema antisubmarino muito a frente das Niterói. Bom é o que pra pra MB, que tá com uma fragata velha operacional.

Moriah

Talvez o Sea Ceptor seja um investimento alto a fazer, já que as australianas estão com ESSM, a NZ só darão baixa em 2030. Haveria um ganho de capacidade AAW com o primeiro tipo e o melhor, tempo até se definir futuros lotes das FCT ou algo maior.

Neural

Camarada essa fragata tem deslocamento coisa que falta nas Tamandaré, e já foi provada em combate. MB acostumada a operar equipamento da Bae. Seria uma compras excelente umas duas ou três, faz reforma no AMRJ mesmo, botando 16 Sea ceptor e os Exocet. mas aqui preferem gastar com Lagosta e eventos.

Essa daí é uma fragata de verdade, Tamandaré é uma corveta bombada

Last edited 1 ano atrás by Neural
Augusto José de Souza

A MB já deixou claro que deve adquirir equipamentos bons em compras de oportunidade além dos projetos em andamento como as fragatas Tamandaré e os submarinos Riachuelo. Tomara que ela esteja vendo essa incrível oportunidade.

Augusto José de Souza

Elas não estão velhas muito pelo contrário estão ótimas e São fragatas muito potentes que o Reino Unido está abrindo mão para cortar gastos assim como foi o HMS Ocean hoje nosso atual Nam Atlântico que foi uma compra excelente de oportunidade da nossa marinha e agora tem outra oportunidade enorme de adquirir fragatas potentes para serem pares com as Tamandaré que acho que a marinha pode adquirir 13 unidades dela junto com 4 dessas Type 23.

Dalton

Duas pequenas atualizações já que a matéria foi publicada em janeiro, a primeira sendo que o “Anadolu” já foi devidamente comissionado com a presença do presidente Erdogan em 10 de abril. . A outra é que a fragata “Montrose” foi descomissionada em 17 de abril último, portanto a Royal Navy tem 11 fragatas em serviço o que segundo informado alcançou-se o limite mínimo de 17 principais combatentes de superfície quando acrescidos os 6 “Darings” e daqui para frente esse número tenderá a crescer necessitando primeiro estender a vida de algumas dessas fragatas o que tornaria inviável a baixa e venda… Read more »

Camargoer.

Olá Dalton. Obrigado. Uma coisa que me causou estranheza é o valor de US$ 25~30 milhões por unidade. Não faz sentido. Eu estimaria algo em torno de US$ 50~70 milhões assim como estão. Se passarem por um processo de reforma, pode ser mais US$ 30~70 milhões dependendo da extensão. Lembro que o Chile pagou cerca de US$ 100 milhões palas duas fragatas de segunda mão australianas. A MB comprou o A140 por $ 85 milhões de libras, ou cerca de US$ 100 milhões

Dalton

Os britânicos nem mesmo confirmaram isso, mas, uma revitalização poderia triplicar esses “US 30 milhões” ou mesmo poderia haver algum tipo de “off set” pelas outras colaborações entre ambas as nações como o texto especifica permitindo um precinho “camarada” antes das revitalizações e seriam três, de qualquer forma melhor que simplesmente dar baixa e desmantelar.

Camargoer.

Olá Dalton. Você tem razão. Entre esta notícia e a assinatura do contrato pode acontecer muita coisa… até mesmo não acontecer.

Zorann

Oportunidade perdida.

As Tamandares dificilmente passarão de 4 unidades.

Camargoer.

Caro. Isso depende. O contrato é de 4 unidades firmes e duas opções. Exercer as opções é algo simples já que o contrato já está assinado. Além disso, ao contrário de uma compra de oportunidade, o pagamento das FCT é feito em reais e parcelado em função do avanço da fabricação. A dúvida seria sobre a #7 e #8, ainda que eu aposte um par de Kichute$ que serão oito fragatas nos próximos 10 anos.

Moriah

Tem as Anzac que poderiam fazer a transição, tirando as MK10 e Type 22, complementando as FCT até que 6 ou 8 ou sei lá que o que se fará depois do lote inicial, aparecer. A dúvida seria sobre o ESSM, pq converter para Sea Ceptor como da NZ seria caro demais, acredito.

Camargoer.

Caro. Talvez 10 anos atrás faria sentido uma compra de oportunidade de 2 ou 3 navios de combate de segunda mão para servirem por 15 anos até a entrada em operação das FCT. Hoje, só faz sentido avançar nas FCT. Ainda que uma FCT custe algo em torno de US$ 450 milhões e cada fragata usada custasse algo em torno de US$ 100 milhões incluindo alguma modernização, cada FCT terá uma nacionalização da ordem de 40%, sendo metade disso usado em salários no Brasil. Já mostrei que os ganhos para o Tesouro em recolhimento de impostos diretos e indiretos de… Read more »

Willber Rodrigues

Nessa altura do campeonato, comprar escoltas usadas, qualquer que seja, só atrapalharia.
É melhor jogar todas as fichas pra finalizar essas 4 FCT o mais rápido possível, e comprar mais 2 ( o ideal seria +4 ) delas.
Não serão as melhores e mais bem armados fragatas do mundo, mas ao menos serão novas, com décadas de uso pela frente, e finalmente vão colocar as escoltas da MB no séc. XXI.

Camargoer.

Caro W.R. Compartilho desta opinião. Considerando que a FCT#1 já começou a ser construída, o tempo para a adquirir, revisar e treinar uma tripulação seria da ordem de 2 anos, praticamente o tempo que resta para a FCT#1 ser lançada, e depois uma nova FCT anualmente. Cada navio de combate de segunda mão deve custar (considerando preço, revisão, treinamente, etc) algo em torno de US$ 100 milhões (mais ou menos), Cinco navios velhos com mais 10 ou 15 anos de vída útil pagariam a FCT#5. Muita gente reclama que as FCT são subarmadas, mas pelo que temos lido, elas podem… Read more »

Willber Rodrigues

O valor do navio em sí é o “de menos”.
O problema mesmo é que esse navio estara no fim da vida útil, quando fica mais caro mantê-la operando, dificilmente se conseguirá peças de reposição pra ele, e virá com armamentos e sensores diferentes do resto da MB, gerando mais gastos com uma segunda linha logística.
É gasto demais pra algo que iria operar por pouco tempo aqui. Melhor uma FCT nova, do que 3 meios usados.

Camargoer.

Olá W.R. Concordo com você. Se fosse um navio em mais 20 ou 25 anos pela frente, o preço poderia ser vantajoso e talvez uma reforma bem feitinha ajudasse a colocar tudo no lugar, inclusive padronizando algumas coisas. Mas como dizem “Só que não”. É um navio com pouco mais de 10 anos de uso. Melhor manter as velhas fragatas por mais um pouco e substituir tudo por novas FCT. Bem, vai ter gente que vai dizer que falta dinheiro, que o ProSub consome tudo, que o SN10 é insustentável, que as pensões consomem muitos recursos, que o efetivo da… Read more »

Luís Carlos de Oliveira Costa

Brasil pesquisa míssil hipersônico, que nao adianta Type 23, 26, 31, 32, 45. Mísseis hipersônicos não tem defesa. Tudo pela Pátria! Brasil! sil

Utama

A FAB tem design de motor scramjet e já testou. Faltariam só mais alguns bilhões de dólares nos outros 90% de desenvolvimento.

curioso

“Um porta-voz do Ministério da Defesa britânico disse ao MEE que ‘nenhuma decisão foi tomada sobre o futuro descarte ou venda de fragatas Type 23”. O parágrafo mais importante do texto é esse aí em cima. A matéria é toda construída sobre uma vontade, um desejo, uma famtasia, quem sabe, dos turcos: comprar 2 ou 3 das tais fragatas cansadas. Os ingleses ficaram de pensar no assunto. Ou seja, de concreto, nada. Quimeras inefáveis e vagas especulações. Mas, por tudo que se lê por aqui, os britânucos precisam esticar ao máximo a vida útil dos tais navios pra retardar um… Read more »

ADM

Hoje não vale a pena, seria uma boa opção se fosse a 15 anos atrás…