O Navio-Patrulha Oceânico, que será construído pela OCEA S.A, é a mais recente adição à crescente frota da Guiana em meio às tensões com a Venezuela

O Governo da Guiana assinou uma carta de intenção com a empresa francesa OCEA S.A para adquirir um Navio-Patrulha Oceânico (OPV) no valor de 39,5 milhões de euros (42 milhões de dólares americanos). O novo navio complementará o GDFS Berbice, um OPV de 35 metros que a Guarda Costeira da Força de Defesa da Guiana (GDF) comprou da Metal Shark Boats, sediada na Louisiana, por 10 milhões de euros (11 milhões de dólares americanos) em 2021, na revitalização da frota do país.

A OCEA S.A informou ao Naval News que o navio será um OPV 190 de 58 metros. A empresa, que se especializa na construção de embarcações com casco de alumínio, entregou anteriormente um OPV 190 ao Senegal em 2016. A OCEA S.A também forneceu barcos patrulha e pequenos OPVs para o vizinho da Guiana, Suriname. Além disso, está construindo 20 barcos patrulha para a guarda de fronteira da Ucrânia.

O GDFS Berbice foi parcialmente adquirido para substituir o antigo navio-capitânia da Guarda Costeira da GDF, o navio-varredor classe River GDFS Essequibo, que foi finalmente aposentado no ano passado. O novo navio provavelmente complementará o Berbice nesse esforço.

Em um comunicado anunciando a assinatura, o Governo da Guiana disse que a aquisição do novo navio ajudará a salvaguardar a “integridade territorial da nação” e a “aprofundar” sua relação com a França, que anunciou que abrirá uma embaixada no país sul-americano no próximo ano.

Nos últimos meses, a Guiana tem feito manchetes ao redor do mundo devido ao seu contínuo conflito territorial com a vizinha Venezuela. A disputa de longa data, que se relaciona com a região do Essequibo reconhecida internacionalmente como parte da Guiana, intensificou-se no final do ano passado quando a Venezuela realizou um “referendo” justificando sua reivindicação sobre a região e sua Zona Econômica Exclusiva (ZEE), que possui abundantes reservas de petróleo submarino.

Em outubro de 2023, a Venezuela começou um concentração militar adjacente à Guiana, algo que não cessou desde então, apesar de um processo de mediação em andamento, segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS).

FONTE: Naval News

Subscribe
Notify of
guest

36 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Burgos

Parece “pelado” de Armamento pra um OPV.
Bom dia ☀️ a todos.
Tá mais pra um navio de apoio logístico distrital 🤔

Piassarollo

Um patrulha costeiro armado com .50

Camargoer.

Olá Burgos. Ela também é pequena. As Macaés da MB têm 55 metros e P120 Amazonas tem 90 metros. São Navios de patrulha. O preço de US$ 40 milhões é da ordem do valor das Macaé ou nas NPa500Br.

Eu tenho dificuldade de considerar que a compra destes navios teria algo a ver com a crise com a Venezuela, Parece mais uma questão de substituir os velhos navios do que montar uma força de dissuasão.

Alex Barreto Cypriano

Os 39,5 milhões de euros correspondem ao custo do barco, seus equipamentos, apoio logístico e treinamento. Confira aqui:
https://www.infodefensa.com/texto-diario/mostrar/4795081/guyana-ocea-firman-carta-intencion-compra-patrullero-tipo-opv-190
Difícil encontrar especificações completas, mas sabendo que a boca tem 9,4 m e o calado 2,3 m (full ou light, não sei), estimo que o OPV 190 (190 pés ou 58 metros de LOA) desloque 500 a 600 toneladas.

Last edited 16 dias atrás by Alex Barreto Cypriano
Antônio Brito

Quatro desses entre são Luiz e Oiapoque seriam práticos?

Last edited 16 dias atrás by Antônio Brito
Camargoer.

Pelo valor de US$ 40 milhões, que é parecido ao valor das Macaé ou da NPa500, eu também estimo que seja algo entre 450 e 550 ton.

Fernando "Nunão" De Martini

Segundo a Wikipedia francesa, navio do mesmo tipo construído para o Senegal desloca 500 toneladas.

https://fr.m.wikipedia.org/wiki/Fouladou_(patrouilleur)

Camargoer.

Olá Nunão. Obrigado pelo complemento. Parece mesmo que as coisas convergem para algo em torno de 500 ton.

Fernando "Nunão" De Martini

Provavelmente um pouco mais, se pensarmos em deslocamento a plena carga. O navio tem comprimento praticamente igual ao do projeto NPa500MB, que terá deslocamento padrão de quase 500t, porém tem meio metro a mais de boca, o que teoricamente resultaria em maior deslocamento. Porém, pelo que entendi o casco é de alumínio, gerando menor peso e consequentemente deslocamento menor na condição vazio / leve, mesmo com a boca maior. Como é divulgado um alcance de aproximadamente 5.000 milhas náuticas frente às 3.000 milhas do futuro NPa500BR (que já é superior que o da classe Macaé), creio que o casco mais… Read more »

Camargoer.

Pois é… por isso comentei que supor que seja uma resposta ao problema com a Venezuela parece equivocado. É um navio de patrulha, quem sabe no contexto da exploração offshore de petróleo.

Fernando "Nunão" De Martini

Mas é bom lembrar que pouco importa o que a gente, aqui no Brasil supõe ou não. Importa o que autoridades venezuelanas falam sobre isso. Elas que “supõem” que seja uma resposta, de acordo com seus interesses nesse caso, e que esse navio-patrulha de 500 toneladas seja uma “ameaça à paz”. https://www.telesurtv.net/amp/news/venezuela-vicepresidenta-venezolana-compra-patrullero-guyana-20240410-0043.html “La vicepresidenta ejecutiva de Venezuela, Delcy Rodríguez, denunció este miércoles la compra de un patrullero oceánico por parte del Gobierno de Guyana, advirtiendo que este país, junto a sus socios occidentales, “constituyen una amenaza a la paz de nuestra región”. Mediante su cuenta en la red social X,… Read more »

Camargoer.

Riso. Pois é… “sócios ocidentais” nem seria errado, mas misturar franceses com holandeses ou britânico foi gafe… lembrei das gafes do Reagan na América Latina. Provavelmente, o Reagan está no Top10 do ivan. Segundo a Wiki, a Guiana tem trẽs barcos.. O Barbice é o mais novo, mas parece ser bem limitado (ainda mais considerando o preço de US$ 11 milhões), comprado novo. Além dele, tem dois barcos comprados de segunda mão que parecem obsoletos, servindo mais como navio de salvamento que de patrulha. Este novo navio seria o primeiro (e único) navio com capacidade para servir como Guarda Costeira.… Read more »

Fabio Araujo

Um navio OPV de 500 toneladas que vai substituir um OPV que foi aposentado é uma ameaça a paz? A marinha venezuelana é muito superior que a garda costeira da Guiana, a Venezuela quer mesmo confusão!

Fernando "Nunão" De Martini

E mal dá pra chamar de OPV, pelo porte, no caso é mais pelo alcance superior a outros de 500t, proporcionado pela provável maior capacidade de combustível.

GUPPY

É especialista em mapas, daí, Ivan “O Mapento”.

Fernando "Nunão" De Martini

Sim, uma alcunha mais do que merecida. Em boa parte auto-impingida, em parte contribuição de outros para assim consagrá-lo, se não me falha a memória, me incluo neles.

Gabriel BR

O preço está em linha com o mercado…Hoje em minha opinião os franceses possuem os melhores e mais completos estaleiros militares da Europa

Gabriel BR

O mercado de navios militares patrulha é muito bom , vende muito!

Antônio Brito

Marinha americana esta treinando duplas de marines para embarca nos drones modelo Saildrone Voyager. Guerra assimétrica. Prevê espalhar pela América do sul diversos drones com pessoal ou não.

Astolfo Roberval

Esse comentário é a ilustração perfeita de “fake news” ou desinformação. Quanta bobeira. O que um drone com 2 marines seria capaz de fazer? Espalhar pela América do Sul para que? Não tem nenhum sentido (e nem fonte, obviamente).

Fernando Vieira

Imagina dois marines desembarcando de um drone em Copacabana.
Primeira coisa é ir para um quiosque, pedir umas caipirinhas e avisar ao Tio Sam que está tudo bem.

Camargoer.

Correndo o risco de alguém roubar a carteira.. riso

Fabio Mayer

Arrisca eles repetirem aquela estória dos 2 terroristas do ISIS, que chegaram no RJ: “Nos registros da Polícia Federal consta que os dois terroristas chegaram ao aeroporto Galeão Tom Jobim no domingo, 1º de novembro, às 21h47m, num voo da Air France. A missão começou a sofrer embaraços já no desembarque, quando a bagagem dos muçulmanos foi extraviada, seguindo num voo para o Paraguai. Depois de quase seis horas de peregrinação por diversos guichês e dificuldade de comunicação pelo inglês ruim, os dois saem do aeroporto, aconselhados por funcionários da Infraero a voltar no dia seguinte, com intérprete. Os terroristas pegaram um táxi pirata na saída do aeroporto, sendo que… Read more »

Navegantes
Wagner
Flight_Falcon

O negócio é saber se chegará a tempo para ser utilizado em sua defesa.

Camargoer.

Caro. São navios de patrulha. Não possuem qualquer poder de combate ou de dissuasão.

737-800RJ

A questão é que eles estão comprando um OPV porque não têm verba para corvetas ou fragatas.
Podem se inspirar nos russos, que possuem embarcações de 60 a 65 metros de comprimento, deslocamentos inferiores a 800 toneladas e que são recheadas de armamentos.

Exemplos:

Classe Tarantul
Classe Nanuchka
Classe Buyan

Camargoer.

Olá. Por US$ 40 milhões, será uma prima mais nova da Macaé.

737-800RJ

Sei que ficaria apertado em duplo sentido (pelo tamanho da embarcação e pela curta verba da Guiana pra investir na marinha), mas dois lançadores duplos de Exocet ficariam bacanas ali, até porque ela desdentada não teria valor bélico algum contra a marinha venezuelana.

Santamariense

Mísseis anti-navio eu não digo, porque precisariam de radares mais complexos e caros. Mas, um canhão de 40 ou 57 mm, dois canhões de 20 mm e um lançador simples de mísseis Mistral já daria alguma capacidade, ao menos mínima, de combate a esses navios.

Carlos Campos

Eles precisam de um drone para patrulha aérea dos mares, Stella e o GF deveriam tentar vender pra eles

J.Neto

Precisamos muito de patrulhas, essa semana foi encontrada a deriva um barco com 20 corpos no litoral do Pará, e foi por pescadores, área muito grande para patrulhar

https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2024/04/14/infografico-veja-onde-barco-com-corpos-foi-encontrado-no-para.ghtml

Fabio

Acho que o plano inicial de 30 napa de 500ton para essas funções de monitoramento era o plano estratégico mais pé no chão que a marinha tinha para essa necessidade, e se equipá-los com drones que hoje existem em abundancia de opções teríamos uma cobertura de patrulha e monitoramento de primeiro mundo a um custo bem baixo de manter.

Last edited 13 dias atrás by Fabio
Diego Tarses Cardoso

Olha aí mais um cliente para nosso OPV perdido.