USS Ronald Reagan (CVN-76)

Por Franz A. Neeracher

Esta é a segunda parte da série sobre a presença militar dos EUA no Japão. A primeira parte foi publicada no Poder Aéreo por se tratar somente da USAF.

Este ano a grande novidade é a mudança do navio-aeródromo que fica permanentemente baseado em Yokosuka, ao sul de Tóquio. O USS Ronald Reagan CVN 76 será substituído pelo USS George Washington CVN 73 que após um longo período de manutenção, reabastecimento dos reatores nucleares e reformas para poder operar o caça F-35C e mais uma série de reparos e upgrades. Pode-se dizer que o navio está praticamente novo.

Essas informações já foram publicadas no Poder Naval, quando o USS George Washigton CVN 73 visitou o Rio de Janeiro durante o seu longo traslado do Atlântico para o Pacífico.

Vamos então conhecer a situação atual da U.S.Navy no Japão. Em Yokosua situa-se o Comando da Sétima Frota, subordinada ao United States Pacific Fleet, sendo esta baseada no Havaí, EUA.

O grosso da frota, está baseda em Yokosuka e no momento dispõe dos seguintes meios:

  • USS Blue Ridge, LCC-19 Navio de Comando e Capitânia da 7ª Frota;
  • USS George Washington, CVN-73 e a Ala Aérea Nº 5 (CVW-5) – detalhes mais abaixo;
  • USS Robert Smalls, CG-62 que em breve será retirado de serviço.
USS John Finn (DDG 113)

Desron 15 (Esquadrão de Destróieres) com 10 destróieres da Classe Arleigh Burke

  • USS Benfold DDG-65
  • USS Milius DDG-69
  • USS Higgins DDG-76
  • USS Howard DDG-83
  • USS McCampbell DDG-85
  • USS Shoup DDG-86
  • USS Dewey DDG-105
  • USS John Finn DDG-113
  • USS Ralph Johnson DDG-114
  • USS Rafael Peralta DDG-115

Para apoiar os destróieres e o último cruzador baseados no Japão, a U.S. Navy possui o esquadrão HSM-51, baseado em Atsugi, equipado com os HH-60R para suprir esses navios escoltas.

Unidades da Ala Aérea Nr. 5 a bordo do USS George Washington

  • 3 Esquadrões: VFA-27, VFA-115 e VFA-195 equipados com o F-18E;
  • 1 Esquadrão: VFA-102 equipado com o F-18F;
  • 1 Esquadrão: VAQ-141 equipado com o EA-18G;
  • 1 Esquadrão; VAW-125 equipado com o E-2D;
  • 1 Esquadrão: VRC-40 equipado com o C-2A;
  • 1 Esquadrão: HSC-12 equipado com o MH-60S;
  • 1 Esquadrão: HSM-77 equipado com o MH-60R.

Todos os esquadrões são baseados em Iwakuni, com exeção dos dois esquadrões com aeronaves de asas rotativas, esses dois baseados em Atsugi.

Previsto para 2024, um dos esquadrões equipado com o F-18E, provavelmente o VFA-115,  será substituído pelo VFA-147 que recentemente completou a transição do F-18E para os modernos F-35C.

F-35C

Além dos navios baseados em Yokosuka acima listados, a U.S.Navy opera também em Sasebo um esquadrão de navios de operações anfíbias. Estes navios tem como função principal o transporte de “Marines” baseados em Okinawa, o embarque dos fuzileiros e seus equipamentos ocorre no porto de Naha ou como na maioria das vezes, no porto militar de White Beach.

USS America (LHA-6) 
  • USS America LHA-6
  • USS New Orleans LPD-18
  • USS Green Bay LPD-20
  • USS Rushmore LSD-47

Também baseado em Sasebo, o Esquadrão Nº7 de Caça-Minas:

USS Patriot MCM-7
  • USS Patriot MCM-7
  • USS Pioneer MCM-9
  • USS Warrior MCM-10
  • USS Chief MCM-14

Muito provavelmente, os 4 MCM acima listados darão baixa nos próximos anos, sendo substituídos por unidades de LCS.

Geralmente, os navios baseados no Japão, operam por uma média de uns 10 anos antes de voltarem para os EUA.

O motivo é que, apesar do Japão contar com excelentes centros de reparos e revisões, muitas manutenções só podem ser feitas nos EUA. Assim quando um navio precisa passar por um longo período de manutenção e atualizações, um outro navio que já recebeu todos os upgrades ou mesmo um novo navio substitui o que voltou para os EUA. Geralmente o que há de mais novo e moderno é enviado para o Japão.

P-8A Poseidon

Outra presença muito importante da U.S. Navy no Japão, porém pouco conhecida, são os esquadrões de patrulha marítima e de guerra antissubmarino equipados com os P-8A Poseidon, assim como esquadrões de guerra eletrônica equipados com os EA-18G Growler.

Esses esquadrões não são baseados no Japão, porém operam em sistema de rodízio, geralmente a partir das bases de Kadena e Misawa.

Em breve, publicaremos a última parte da série com o tema “A Presença do USMC no Japão”.

LEIA TAMBÉM:

Mudanças da Força Aérea dos EUA (USAF) no Japão

 

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Esteves

Como diz o Bosco…botas e bombas.

Underground

O interesse de ambos é mútuo. De um lado é um ponto de é apoio aos EUA, de outro lado a US Navy fortifica as defesas do Japão. Não sei se é o caso, mas normalmente bases em território estrangeiro são pagas, não saem de graça. E que me lembre, paises que solicitaram para os EUA saírem, eles saíram. E para alguns países não foi um bom negócio. Além do aluguel, há os gastos dos soldados na região e de diversos pequenos serviços que são contratados localmente.

Heinz

É uma mão de via dupla, eles “Pagam” pela proteção dos americanos. Mas os soldados e suas famílias moram lá, fazem compras, investem, então há um retorno.

Henrique

“Não sei se é o caso, mas normalmente bases em território estrangeiro são pagas, não saem de graça.”

Japão se escorou an economia dos EUA e puxou tudo que foi possível deles nas décadas seguintes… o “custo” de ter a base lá já foi pago há muitos anos. Tanto que se vc conversar com qualquer diplomata japonês eles vão te confirmar que a politica de relação deles com Eua ta no top das prioridades de Políticas de Estado deles

Maximus

Mais do que todas as armadas sul americanas juntas. Incrível o poderio militar dos americanos…confesso que sinto uma leve inveja quando lembro os meios que temos disponíveis hoje na MB

Roosevelt

O que levou a US Navy a mudar o nome do US Chancellorsville para USS Robert Smalls?

Leandro Costa

Chancellorsville foi uma batalha na Guerra Civil americana que foi vencida pelo Sul. Uma das batalhas inclusive que dão um certo brilhantismo ao General Robert E. Lee.

Mudaram para Robert Small porque ele era um escravo no sul dos EUA que conseguiu a liberdade, levando outros escravos juntos, ao roubarem um barco e fugirem para o norte.

Pelo menos é o que me lembro

Roosevelt

Esclarecedor Leandro. Muito obrigado. Aliás já que tem conhecimento e lhe abusando mais um pouco Houve o USS Thomas S. Gates que fugiu à regra em meio a tantos outros cruzadores com nomes de batalhas, outra coisa que não entendi.

Leandro Costa

Roosevelt, eu realmente não sei. Vai ver por que o ex-Secretário Gates tinha falecido à pouco tempo antes do batimento da quilha do Cruzador e devido à seu bom relacionamento com os militares, podem ter achado apropriado batizar o Cruzador em homenagem à ele. Especulação total minha.

Dalton

Você está correto Leandro, outro exemplo mais conhecido foi do NAe
USS Franklin Roosevelt incorporado em outubro de 1945 que originalmente seria o USS Coral Sea mas teve o nome mudado após o falecimento do Presidente Roosevelt em abril de 1945 enquanto o nome “Coral Sea” foi reaproveitado para o NAe seguinte.

Abner

Muito interessante a quantidade de navios e tipos no Japão.

Excelente matéria.

Quando a transição de F-18 para F-35 é concluída, os F-18 são desativados ?

Leandro Costa

Não necessáriamente. Podem ser enviados para outros esquadrões que são dotados com o tipo, ou mesmo para converter outro esquadrão para o tipo. Se ainda houver vida nas células, o céu é o limite (nesse caso, quase que literalmente)

Dalton

Complementando o Leandro, muitos FA-18E/F estão sendo retirados de esquadrões para
terem suas vidas estendidas e também convertidos do Block II para Block III enquanto também se está recebendo Block III novos de fábrica tornando o “Super Hornet” mais
capaz para as próximas duas décadas.

Abner

Achei que o objetivo era substituir os F-18 super hornet, por F-35 em todos os NAe e navios LHD acho que é essa a sigla.

Mais se tem atualização de Block 3 novo para 2 décadas, deve ter motivo.

Fernando "Nunão" De Martini

Abner,
Super Hornet não opera em LHD.

Abner

É o AV-8B Harrier, erro meu nunão. Acabei generalizando, onde o F18 é usado.

Eles não seriam substituído por F35 ?

Achei que seria um padrão de F35 C e B nesse caso nos NAe e LHD. Devido a logística e capacidade.

Por isso falei acima sobre substituição.

Last edited 1 ano atrás by Abner
Fernando "Nunão" De Martini

O F-35 substituiu principalmente os F/A-18 Hornets nos CVNs.

O F/A-18 Super Hornet substituiu parte dos Hornets e também ocupou o lugar do F-14.

Leandro Costa

F-35C’s e Super Hornets vão operar lado a lado durante décadas ainda, Abner.

Dalton

O objetivo era substituir o FA/18 A/C Hornet pelo Super Hornet que são os FA/18E/F só que com o atraso do F-35C o “Super” substituiu todos os “Hornets” e desde o ano passado o F-35C começou a substituir muito lentamente parte dos FA/18E, os Super Hornets “monoplace”. . Eventualmente haverá um esquadrão de F-35C em todos os NAes complementados por 3 esquadrões de Super Hornets Block III e estes serão eventualmente substituídos por um avião de sexta geração em desenvolvimento mas isso para a década de 2040. . A sigla “LHD” caiu em desuso na US Navy – os 7… Read more »

koppa

Muito legal essa série! Se me permitem uma sugestão, um mapa destacando essas bases seria bem vindo. Números absurdos para nós mortais, difícil até imaginar o esforço logístico para se manter tantas unidades operando

Tutor

Duas ações que o Japão vai precisar tomar, a contragosto, se quiser sair da estagnação econômica e aumentar sua capacidade de defesa para fazer frente à China:
1 – Aceitar receber mais imigrantes, para compensar o decréscimo populacional que vem sofrendo (obviamente, algo ordenado e organizado, não aquilo que vemos na Europa ou nos EUA);
2 – Suplementar seu orçamento de defesa (já vem sendo feito, mas, tem que ser mais).

Bueno

excelente matéria!
Teremos matérias de outras bases ? Alemanha, Oriente médio! coisa boa se repete !! rs

Os militares Japoneses operam juntos com os americanos nos meios navais e aéreos dos EUA , ou é restrito ?

Dalton

Bom trabalho Franz e correndo o risco de estar “contando rebites” um pequeno reparo que faço é que o Esquadrão VRC-40 baseado nos EUA fornece destacamentos de 2 aviões C-2A para NAes portanto o correto seria Destacamento 5 – ao menos era – do VRC-40 parte da Ala Aérea 5.

Dalton

Foto do USS John Finn antes de sua transferência de San Diego para Yokosuka ano passado ainda não portando o “ODIN” no lugar onde em muitos Arleigh Burkes encontra-se o canhão dianteiro Phaklanx de 20 mm.

Emmanuel

U.S. Navy fazendo baguncinha no Japão desde 1941.

Machado

Alemanha e Japão possuem soberania relativa. São países ocupados. É o preço que se paga por perder uma guerra. Tem que pensar bem antes de entrar em guerras. Se for entrar tem que ser pra ganhar. Nada de aventuras militares.

Dalton

São soberanos totalmente, o fato de haver bases militares nesses países foi por conta do pós guerra onde surgiu uma nova ameaça a URSS que era considerada hostil tanto pela Alemanha Ocidental como pelo Japão daí ser do interesse de todos uma aliança.
.
A Espanha por exemplo que permaneceu neutra durante a II Guerra compartilhou sua principal base naval com os EUA durante a Guerra Fria onde hoje estão baseados 4
Arleigh Burkes – com mais um a caminho e outro que irá somar-se a eles em 2026 – e um esquadrão de helicópteros MH-60R.

Binho

90% das marinhas do Planeta não tem um poder de fogo dessa 7º frota