A Marinha da Índia comissionou ontem oficialmente a fragata INS Tushil, seu sétimo navio da classe Talwar, durante uma cerimônia em Kaliningrado, na Rússia.

Este é o primeiro navio do Lote III da classe Talwar (subclasse Tushil), derivado das fragatas inacabadas da classe “Admiral Grigorovich”, da Rússia. Originalmente destinadas à Marinha Russa, apenas três fragatas “Admiral Grigorovich” entraram em serviço, enquanto as outras três ficaram inacabadas.

Modelo em 3D da classe Admiral Grigorovich

Em outubro de 2018, a Índia assinou um contrato de US$ 950 milhões para adquirir duas dessas fragatas inacabadas, Admiral Butakov e Admiral Istomin, como parte de seu programa de modernização da frota. Outras duas fragatas do Lote IV da classe Talwar (subclasse Triput) estão atualmente em construção, com previsão de comissionamento até 2027.

O novo navio, com 125 metros de comprimento, apresenta mudanças significativas no design, incluindo a substituição do tradicional lançador de trilho único Shtil-1 por um lançador vertical (VLS) não identificado. Este pode ser configurado para os mísseis Barak-8 ou Shtil-1 SAM, similar ao encontrado na classe Admiral Grigorovich, aumentando suas capacidades operacionais.

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Bernardo Santos

Qual a tonelagem dessa fragata? Hipoteticamente falando, se o Brasil comprasse esses cascos, os países ocidentais venderia os sensores, radares e armamentos?ou por ser russo não aceitaria vender? É só uma suposição.

Burgos

Acredito que ainda estiver em pauta o Programa das Tamandarés a MB não deva adquirir escoltas de prateleira 👍
Pode ser que estude a aquisição de 1 Wave e de 1 Albion, mas tudo são só suposições, nada oficial 🤷‍♂️

Camargoer.

3,8 mil.ton…seria um erro comprar cascosfabricafos em estaleiros estrangeiros porque é a parte do projeto que tem o mais índice de nacionalização.

Os sistemas e armas, exceto o Mansup, são todos importados

Alvaro

Professor, o que o sr acharia se o Brasil focasse mais em desenvolver os sistemas e as armas e “terceirizasse” a questão do casco? Acho que é isso que Israel faz em matéria de aviação de caça, um “tunning militar” Com o desenvolvimento de sistemas e armas locais eu penso que até meios civis poderiam ser adaptados em caso de mobilização (o que é muito pouco debatido aqui no Brasil…). Navios tanque civis, por exemplo, poderiam ser convertidos em NT’s militares (existem casos nas Marinhas australiana e chilena se não me engano), Rebocadores de Alto Mar poderiam ser convertidos em… Read more »

Camargoer.

A ideia de desenvolver sistemas de sensores e de processamento de informações que possam ser usadas pelas trẽs forças e também por sistemas civis industriais, de controle inteligente de tráfico aéreo e mesmo de transporte de cargas, logística.. etc. é muito boa. Acho que neste momento, desenvolver os sensores (hardware) pode ser uma etapa no futuro… acho que o foco deveria ser o software, até poque o país tem universidades e empresas com esta capacidade. A construção do casco exige uma equipe grande e movimenta todo a indústria de máquinas e equipamentos pesados, coisa que o Brasil tem bem estabelecido.… Read more »

Alvaro

Obrigado pela resposta professor. Desde que soube da história do conteineiro convertido em “porta helicópteros” na guerra das Malvinas e dos Cruzadores Auxiliares/Corsários alemães na Segunda Guerra, me pego pensando no potencial da mobilização de meios civis. Agora, com relação à questão dos cascos “terceirizados”, se me permite apresentar um outro ponto de vista professor, se o setor de equipamentos pesados está bem estabelecido, eu entendo que ele está sendo sustentado pelas encomendas do setor privado/civil (como deve ser, no meu ver). Em tese, se fosse possível à MB “encomendar cascos” mais baratos em outros países, sobraria mais pra investir… Read more »

Marcelo Baptista

Bernardo, acho, só acho que não haveria problemas em vender sistemas ocidentais para montagem nestes cascos, que apesar de serem de fabricação russa, foram finalizados pela Índia. Agora que em alguns casos, principalmente a fixação de alguns componentes na estrutura, seriam necessárias adaptações, geralmente custosas, mas nada impossível.
Eventualmente a Marinha Indiana e a Empresa integradora teriam que analisar as opções que gerassem o melhor custo/beneficio (menor necessidade de alterações).
Mas como disse, é uma suposição.

Leonardo

Pessoal, uma pergunta de leigo. PQ a lateral de todas essas fragatas, inclusive das Tamandarés parece que faltou um martelinho de ouro… todas são bem amassadas na lateral, parece que recebeu uma chuva de granizo.

Dalton

Não é só fragata não Leonardo, já tive oportunidade de “visitar” Arleigh Burkes , de uma certa distância parece tudo perfeito, mas, ao aproximar-se de fato parece que falta um
“martelinho de ouro”.
.
Outros aqui poderão dar uma explicação melhor, mas basicamente, o calor da soldagem
nas finas placas que recobrem certas áreas do casco faz elas terem essa aparência e com o passar dos anos a exposição ao sol piora o efeito.

Camargoer.

Olá Leo. Ocasco todo é uma única peça de mais de 100 metros…. Não tem junta de dilatação como nas pontes.. tem existe um gradiente de temperatura entre a parte do casco submersa e a parte exposta ao sol.

Além disso, a cobertura do casco está soldada nos suportes estruturas, que restringe o movimento por dilatação térmica… Então quando o aço esfria e contrai, o casco fica lodinho… Quando aquece e expande, fica enrugado… Pensa em papel de seda colado sobre uma armação de bambú… É a mesma coisa…

Burgos

Bom dia Camargoer; Só uma observação, entre as Seções A,B,C de um navio de Guerra em suas estruturas existe uma coisa que a gente chama de molas que são espaços no aço para justamente evitar o problema de dilatação e também para compensar o balanço/caturro do navio quando este em mar bravo. Obs: Quando embarcado na F42 e pegamos tempestade no mar Mediterrâneo, fizemos faina de munição pelo convés do Exocet e nós víamos as tampas da mola que ficava um pouco antes dos lançadores se mexer em questão de centímetros pra vc ver tamanho o esforço que o metal… Read more »

Last edited 1 mês atrás by Burgos
Rudi PY3TO

Bonito Navio!

Edilson

Matéria muito sucinta. Não diz nada sobre as características da embarcação.

Pedro Sousa

Esse navio era pra ser uma fragata da marinha russa da classe “Admiral Grigorovich”, porém foi repassado a Índia por conta das sanções das turbinas ucranianas.
Deve ter mantido praticamente a mesma configuração, mas trocado o Kalibr por Brahmos.

Carlos Pietro

Lindo de mais. Isso sim é um navio de combate de respeito. A marinha indiana está de parabéns pela escolha. Está muito bem servida.

Diego

Três mil e oitocentas toneladas e armada até os dentes, que belo navio, parabéns a Índia.