A Marinha dos EUA (US Navy) declarou, em dezembro de 2024, a Capacidade Operacional Inicial (IOC) do sistema Next Generation Jammer Mid-Band (NGJ-MB), conforme informado pelo Comando de Sistemas Aéreos Navais (NAVAIR) em 6 de janeiro de 2025.

Segundo o NAVAIR, o NGJ-MB representa um “salto quântico em capacidade em relação aos sistemas legados, com aumentos drásticos em potência, flexibilidade de alvos e técnicas de interferência para operações de aviação naval em todo o mundo”. O contra-almirante John Lemmon, diretor executivo de programas de aeronaves táticas da Marinha dos EUA, afirmou que o sistema melhora significativamente a vantagem da frota no espectro eletromagnético, oferecendo capacidades aprimoradas para negar, distrair e desorientar radares adversários, protegendo os aviadores navais e permitindo operações em espaços aéreos contestados.

A frota da Marinha dos EUA teve uma prévia das capacidades avançadas do NGJ-MB durante o desdobramento de cinco meses do grupo de ataque do porta-aviões USS Abraham Lincoln (CVN 72) em 2024. O Esquadrão de Ataque Eletrônico 133 (VAQ-133) utilizou o sistema a bordo, marcando a primeira vez que o NGJ-MB foi empregado em combate.

O IOC indica que o design, os testes e a produção do NGJ-MB atendem às necessidades logísticas das alas aéreas de porta-aviões da Marinha e dos esquadrões de EA-18G Growler. Desenvolvido pela Raytheon, uma divisão da RTX Corporation, o sistema faz parte do programa mais amplo do NGJ, que substituirá gradualmente o sistema legado ALQ-99. O NGJ-MB emprega tecnologias digitais avançadas, baseadas em software e arrays eletronicamente escaneados, fornecendo capacidades superiores de ataque eletrônico aéreo para interromper e degradar sistemas de defesa aérea e comunicações inimigas.

O tenente-comandante Michael Bedwell, oficial de voo naval do EA-18G e líder adjunto da equipe do NGJ-MB, destacou que o sistema eleva a capacidade da frota de dominar o espectro eletromagnético, respondendo a ameaças atuais e futuras. Ele afirmou que a era dos sistemas de mísseis superfície-ar isolados, operando dentro de frequências limitadas e não ágeis, já ficou para trás.

O Escritório de Programas de Sistemas de Ataque Eletrônico Aéreo (PMA-234), responsável por adquirir e sustentar os sistemas de ataque eletrônico aéreo da Marinha, elogiou a conquista do IOC. O capitão David Rueter, gerente do programa, destacou o esforço e a inovação da equipe de profissionais do governo e da indústria na entrega desta capacidade crítica aos combatentes.

A Força Aérea Real Australiana (RAAF) contribuiu com USD 250 milhões para o programa NGJ, reforçando a parceria entre os países. Em dezembro de 2024, a Marinha dos EUA concedeu à Raytheon um contrato de produção adicional no valor de USD 590 milhões para o sistema NGJ-MB.


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Neto

parei no “Salto quântico”….

Dalton

Não devia ter parado Neto, porque “salto quântico” nesse contexto significa apenas que
é muito superior ao que está sendo usado e já passou da hora de substituir, não é “gabolice” por acreditar que é infalível 🙂

Joao

E com essas capacidades, se “diminui” a necessidade absolutamente numérica de meios.
Na outra matéria, se expõe a deficiência em números absolutos em relação a China, mas é em capacidade? Será tão diferente?

Kayron

Na outra matéria, se expõe a deficiência em números absolutos em relação a China, mas é em capacidade? Será tão diferente?

As testemunhas e declarações atestam uma capacidade similar. E essa vantagem numérica só tende a aumentar para o lado da China, uma vez que a introdução de J-16D e J-15DH irá se ramificar na PLAAF e PLANAF.