O governo brasileiro oficializou a doação de dois helicópteros IH-6B (Bell 206B-3 Jet Ranger) à Força Aérea do Uruguai, reforçando os laços de cooperação e integração militar entre os dois países sul-americanos. A medida foi encaminhada ao Congresso Nacional pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 7 de maio.

Os helicópteros a serem transferidos fazem parte da frota da Marinha do Brasil, que atualmente está em processo de substituição dos Bell 206B-3 por modelos Airbus H125 — denominados IH-18 pela Força. O primeiro dos 15 novos H125 foi entregue à Marinha em abril deste ano pela Helibras, subsidiária da Airbus no Brasil, e já está em operação no 1º Esquadrão de Helicópteros de Instrução (HI-1), unidade de treinamento da Aviação Naval.

A chegada dos novos helicópteros tornou os antigos Jet Rangers excedentes. Além da doação ao Uruguai, outros quatro exemplares (N-5038, N-5042, N-5047 e N-5050) serão leiloados como sucata ainda este mês. O Bell 206 entrou em operação na Marinha em 1974, sendo amplamente utilizado em missões de instrução, ligação e reconhecimento ao longo de cinco décadas de serviço.

A doação representa  um gesto diplomático que reforça a integração regional em defesa e segurança. Para o Uruguai, a incorporação dos IH-6B contribuirá para ampliar as capacidades de instrução e apoio aéreo em um momento de restrições orçamentárias.

Com a transição para os Airbus H125, a Marinha do Brasil avança na modernização de sua aviação de asas rotativas.

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Antunes 1980

Belo gesto de transferir para os país vizinho itens de sucata para reciclagem.

Sustentabilidade é prioridade!

Last edited 21 dias atrás by Antunes 1980
Camargoer.

Caro.. isso depende daquele que recebe o equipamento .. cabe á ele avaliar se a transferência será útil…

Há dois cominhos.., o país pode manifestar o seu interesse no caso de baixa do equipamento ou dos equipamentos que já estão em reserva após darem baixa.. ou o país proprietário faz a oferta..

nos dois casos é preciso que os dois países tenham interesse.. Obviamente, o Uruguai teve interesse e concordou com a transferência do equipamento.

Santamariense

Não acho que sejam sucata. São helicópteros que foram usados apenas para instrução, na maior parte do tempo. São antigos, sim, pois estes são os remanescentes de 16 aeronaves recebidas pela MB em 1985. Portanto, tem 40 anos. Mas, se analisarmos o fato de que aeronave não tem ano e sim, horas de voo, e se essas aeronaves foram bem manutenidas e tem horas disponíveis, não vejo motivo para serem classificadas como sucatas. E se a doação está acontecendo, é porque o Uruguai se interessou pelos helicópteros.

Otto Lima

No ano passado, a Força Aérea Uruguaia (FAU) enviou um helicóptero Agusta-Bell AB 412 para participar das operações de resgate nas enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul. A aeronave foi uma doação da Marinha Italiana à FAU.

Last edited 20 dias atrás by Otto Lima
Otto Lima

Corrigindo: AB 212

Alejandro Pérez

Os 412 foram COMPRADOS. O FAU 212 tbm chegou adquirido desde os Estados Unidos.

francisco

O Brasil deveria fazer como fazem os USA, deixar em depósito, se um dia entrar em conflito, qualquer meio disponível é útil.

FRITZ PILSEN

“Se um dia entrar em conflito”. Ou seja; nunca.

Camargoer.

Os EUA também fazem doação de equipamento após baixa… creio que o Chile recebeu alguns C130 usados que foram retirados de serviço

Nem tudo vale a pena deixar no deserto… ou no cais.

Pelo que discutimos, os Tupis colocados em reserva pela MB demandaria um reforma para serem colocados em operação

Dalton

E não seria apenas “reforma”, depois se teria que ter um orçamento adequado para
as manutenções de rotina, combustível, treinamento, retificação ou mesmo compra de novos torpedos MK-48, etc, tudo mais complicado porque se teria duas classes de submarinos com exigências completamente diferentes.
.
E falando em doações para o Uruguai os EUA doaram em 2021, 3 barcos de patrulha
da classe Protector dos quais cerca de 70 unidades permanecem em serviço com a USCG.

Camargoer.

Pois é Dalton,

Usei os Tupis como exemplo da dificuldade que é colocar algo na “reserva”, qualquer que seja o equipamento, militar ou civil.

No caso dos dois helicópteros, se perderam a função na MB e podem cumprir uma função em um país amigo, como o Uruguai, Suriname ou até países maiores como Argentina ou Chile, a doação continua sendo o caminho mais adequado

João

Os EUA doam, mas a manutenção custa, e vai pro departamento de veteranos, de onde sai o $$ para inativos, pensionistas e amparo de saúde destes.

Camargoer.

Explica melhor.

Não entendi o ponto…

adriano Madureira

até para deixar em depósito amigo, sempre custará algo…

Ou você acha que quando o A-12 São Paulo estava parado ele não estava gerando ônus?

Dalton

Os EUA fizeram após a I e II Guerras e em menor escala após o fim da Guerra Fria, mas
já faz tempo que não.
.
Eventualmente um ou outro navio retirado de serviço passa alguns anos na reserva em uma categoria que permita uma reativação como por exemplo os 2 grandes navios logísticos “Rainier” e “Bridge” que deram baixa com menos de 20 anos de serviço por volta de 2015 e que ficaram na reserva para reativação até 2022.

TeoB

Muito bom! que o Uruguai faça bom uso…
a Fab poderia oferecer uns F5 tbm se de 10 ele fizerem 4 voar já é um salto para eles, e assim podem contratar a manutenção aqui né
eu da MB colocaria os subs que estão na reserva para doação também com o recebedor se comprometendo a fazer a reforma aqui no brasil, ´´custaria somente o valor da reforma´´ sai barato para opais que pegaria eles e daria algum movimento econômico no setor. no futuro agente mantendo a capacidade de construção de subs podem ser futuros compradores.

Camargoer.

Pode ser..

tenho dúvidas se o Uruguai teria este interesse… talvez se a FAB tivesse A29 excedentes, eles teriam interesse em compor uma frota de A29 novos e alguns usados mas modernizados no mesmo padrão.

Eu coloco como exemplo a baixa dos Tupis da MB.. fazia muito sentido a MB transferir algo como dois deles para a Argentina.. mas nada avançou. foi uma pena ver perder os dois que foram para a reserva.

Já virou sucata.

Dalton

Camargo, acho que o Teo não pensou em Uruguai como receptor do “Tapajó” e “Timbira” e de fato não faria sentido quando se sabe a composição da marinha uruguaia, composta por pequenas unidades, muitas delas doadas.
.
O Uruguai não tem pretensões nem condições de adquirir submarinos, por mais barato que um de segunda mão seja quando comparado a um novo, toda uma infraestrutura teria que ser criada e paga e sem um plano de em uma segunda fase adquirir novos nem faria sentido ter 2 submarinos por menos de 10 anos quando então outro “PMG” seria necessário.

Camargoer.

Vocẽ tem razão…

sobre os Tupis, comentei aqui, acho que mais ou menos na época do acidente do submarino argentino, que seria rezoável cedê-los para a Argentina..

apanhei um montão… até que o Nunão comentou que as duas marinhas estavam negociando, mas a negociação “submergiu”.

foi uma pena.

Eu não entendo manter os submarinos assim na reserva. Já começa fazer sentido desmantelar…

lembrei de uma foto do desmantelamento de um Oberon. Uma foto fria

Dalton

Camargo, “reserva” nesse contexto, significa garantir apenas que o submarino não naufrague ou pegue fogo enquanto atracado.
.
A US Navy tem navios na “reserva” mas nem todos na mesma categoria a maioria será desmantelada, usados como alvos, como fonte de peças de reposição, etc, mas, jamais retornarão ao serviço ativo, diferente de uns poucos que poderão ser reativados se muito necessário porque nessa reserva continuaram “bem mantidos”.
.
É comum levar alguns anos até que um contrato para desmantelamento seja assinado.

Santamariense

“…foi uma pena ver perder os dois que foram para a reserva.”

Dois? São 3 … Tamoio, Timbira e Tapajó.

Dalton

Em que pese apenas o “Timbira” e o “Tapajó” terem sido “ofertados”. O “Tamoio”
encontrava-se em uma situação singular, já que após muitos anos no AMRJ teve a conclusão do “PMG” interrompida aparentemente por problemas técnicos cuja solução não valeria a pena pagar para resolver.
.

Dalton

Tanto o “Tapajó” como o “Timbira” chegaram a ser ofertados, mas, nenhum país teve interesse. O “Tamoio” por outro lado teve sua revitalização suspensa depois de muitos anos no AMRJ e foi também para a reserva.
.
E o barato pode sair caro, pois além de pagar pela revitalização cujo preço e prazo de entrega é estimado – é comum custar mais e levar mais tempo – a utilização ao longo de outros 10 anos, se tanto, consumirá recursos que poderiam ser melhor empregados na aquisição de submarinos novos.

Paulo

Submarinos são os meios navais que mais se desgastam com a utilização normal, porque operam no limite da resistência mecânica dos materiais submetidos a ciclos continuos de pressão e descompressão, além da variação de temperaturas. Se utilizados intensamente não duram mais do que 20 anos, contando com paradas de manutenção obrigatorias. Por este critério, o Tikuna ja está entrando em fase final de vida. Uma fragata, um NPa, um NDM podem ter vida útil muito maior, porque a exigência em termos de fadiga de materiais é sensivelmente menor, além do que, um acidente, como incendio, parada dos motores, pane elétrica… Read more »

Dalton

Concordo, mas o “Tikuna”, incorporado em dezembro de 2005 e transferido para “Operações Navais” seis meses depois poderia passar por outro “PMG” no fim da década/início da próxima, +/- 8 anos entre um e outro ou dependendo das condições do submarino. . Com submarinos novos entrando em serviço – mais caros de manter – e falta de recursos para ampliar o número de submarinos um “PMG” do “Tikuna” que teria que ter o planejamento iniciado ainda no fim da década, torna-se inviável daí o entendimento do comunicado do Almirante Olsen que até 2028, 2 submarinos serão retirados, o “Tupi” que… Read more »

Nestor

Buenas noches, desde Uruguay. Se agrádese la donación, que supongo, será a la Aviación Naval de mi País. La Armada de Brasil ya ha efectuado este tipo de donaciones en el paso. Nuestra Aviación Naval recibió un Esquilo, lamentablemente la esperiencia no fue muy buena, voló poco, debido a que presentaba mucho desgaste y su reparación era costosa para nuestro presupuesto. La Aviación Naval ya opera un Bell 206, en realidad es un Kaiowa Warrior que fue comorado en el mercado civil, y existe el interés en operar otro aparato del modelo 206, esperemos que si se comfirma dicha donación,… Read more »

Guizmo

Sempre fui contra essas doações. O Brasil sempre doa equipamento militar ao Uruguai e não implementamos o soft power la. Temos que vender, fazer caixa.

Camargoer.

Estes equipamentos são excedentes nas forças armadas… manter armazenado ou desmantelar também tem custo. Quem tem dinheiro para comprar, vai comprar novo. Quem não tem, vai bater na porta dos EUA ou da China… Um helicóptero destes vale uma fração do que sera a compra de um novo… é um valor marginal. Quando dos países ao redor do Brasil estão melhores, o Brasil melhora… quando eles tẽm problemas, o Brasil tem problemas. Soft power é mais que tirar vantagem. Também é construir soluções em conjunto de problemas que afetam a região. O Brasil teve um passado imperialista (também teve um… Read more »

Guizmo

Bahh esse conceito latin american lover ja deu…..

Mercosul nunca foi pra frente pelo protecionismo dos 3 outros membros. Brasil sempre cedeu e nunca recebe nada em troca.

Comparar com o modelo americano é piada. EUA não dá ponto sem nó

Andre

EDITADO
2 – Mantenha o respeito: não provoque e não ataque outros comentaristas.

Douglas Melo

Nada contra essa doação , mas tem estados que deveriam ter estes meios ! Alagoas , Sergipe e por aí vai , seriam até mais úteis no país !