Na noite de sábado, 17 de maio de 2025, o navio-escola Cuauhtémoc, da Marinha do México, colidiu com a Ponte do Brooklyn, em Nova Iorque, resultando na morte de dois tripulantes e ferimentos em pelo menos 19 pessoas.

O incidente ocorreu por volta das 20h26 (hora local), quando o Cuauhtémoc, transportando 277 pessoas, foi arrastado pela correnteza, colidindo com a parte inferior da ponte. Os mastros do navio, com cerca de 45 metros de altura, superavam a altura livre da ponte, estimada em 39 metros, o que contribuiu para o impacto.

No momento da colisão, vários cadetes estavam posicionados nos mastros, uma prática tradicional durante as partidas e chegadas do navio. Com o impacto, os mastros quebraram, e dois tripulantes caíram no convés, sendo posteriormente declarados mortos em hospitais locais. Outros 19 ficaram feridos, incluindo dois em estado crítico.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, expressou pesar pelas vítimas e agradeceu ao prefeito de Nova Iorque, Eric Adams, pelo apoio prestado aos tripulantes. Adams confirmou que a ponte não sofreu danos estruturais significativos e foi reaberta após inspeção.

As autoridades mexicanas e americanas estão conduzindo investigações para determinar as causas exatas do acidente. O Cuauhtémoc, construído em 1982 na Espanha, é utilizado para treinamento de cadetes da Marinha mexicana e estava em uma viagem de boa vontade que incluiria visitas a diversos portos internacionais.

O navio está atualmente atracado no Pier 36, em Manhattan, onde passa por avaliações e reparos. A Marinha mexicana informou que continuará fornecendo atualizações sobre o incidente e prestando assistência às famílias das vítimas.

Cuauhtémoc

Falha do rebocador

Segundo informações obtidas pela Alfa News junto a fontes próximas à Secretaria da Marinha e ao Exército dos EUA, a causa do acidente foi uma falha externa: o rebocador do porto — responsável por auxiliar a embarcação mexicana durante a manobra de saída — sofreu a ruptura de um cabo de grande espessura, deixando o Cuauhtémoc à deriva.

No momento do acidente, o veleiro estava com os motores ligados, mas sem propulsão ativa, conforme estabelece o protocolo quando uma embarcação está sendo rebocada. As fortes correntes o arrastaram de ré, e embora tenha havido tentativa de retomar o controle, já era tarde demais para evitar o impacto dos mastros contra a estrutura da ponte.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram claramente o navio dando marcha à ré, o que evidencia que foi arrastado involuntariamente.

Até o momento, autoridades mexicanas e norte-americanas seguem com a investigação e ainda não divulgaram um relatório oficial sobre o caso. No entanto, as imagens e os depoimentos indicam que uma falha no procedimento de reboque foi o fator determinante para o incidente.


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GUPPY

Onça!

Burgos

Fallaaaa Guppy !!!
sumiu?!🤷‍♂️

GUPPY

Prezado Burgos,

Estou sempre acessando o site aqui mas, de fato, parei de comentar porque não consigo fazer várias coisas diferentes ao mesmo tempo. A minha rotina mudou demais, ou melhor, nem tenho mais rotina. Saí do Rio de Janeiro (Niterói-RJ) para morar em Curitiba-PR.
Quanto ao acidente aí, objeto da matéria, lamento muito, principalmente pelas vítimas. Falha inaceitável. Uma visita de boa vontade, cordial, culminar com uma tragédia… absurdo!
Abraço!

Camargoer.

Olá Guppy… sentimos falta dos seus comentários, mas é bom saber que vocẽ está bem

Um grande abraço

Burgos

Já não bastava um mundo de aeronaves caindo mundo afora agora é navio afundando/albaroando ponte ou colidindo entre si !!!👀😰🤔🤦‍♂️🤷‍♂️

Wagner Figueiredo

México contra ataca!!! Rsrsrs
Brincadeirinha pessoal
( lamento pelas perdas humanas)

Fabio Araujo

Para quê colocar os cadetes mastro? Que ficassem alinhados na lateral do navio, só o risco de uma queda no posicionamento dos cadetes já deveria ser motivo para não fazerem isso, quanto mais pessoas subindo maior o risco de acidente é probabilidade simples. O acidente em si foi um acidente que teria ocorrido com os cadetes nos mastros ou não, mas sem os cadetes nos mastros as consequências seriam menos graves e talvez sem mortos!

André Macedo

Foi uma falha completamente evitável, eu diria que a tripulação confiou nos responsáveis pela rota do navio e análise das cartas náuticas, a ponte do Brooklyn tem 200 anos…

Obviamente é apenas uma hipótese, mas é bem estranho

Last edited 20 dias atrás by André Macedo
André Macedo

Li apressado e terminou que não vi a parte que perdeu potência e foi arrastado, vou retirar minha hipótese.

Fabio Araujo

Foi um defeito, uma falha de potência e a correnteza levou ao acidente mas se não tivesse o pessoal de forma desnecessária nos mastros deveria ter menos feridos e talvez nem tivesse mortos!

Camargoer.

Lembrei da pirâmide humana sobre a motocicleta nos desfiles de 07 de setembro… aquilo também vai dar errado algum dia

José Gregório

Também acho.

Hamom

Uma pena a morte de dois jovens cadetes.

Carlos Campos

Muito triste que morreram, espero que os outros fiquem sem sequelas

Marcos R

Semelhante ao acidente do Cisne Branco no Equador.

Camargoer.

Lembrei disso também, com a sorte dos brasileiros que ninguém morreu.

Marcos R

Alie a sorte o fato de não temos a tradição maluca de empilhar cadetes nos mastros.

Camargoer.

Sim… a sorte é procurada e o azar é provocado.

Dr. Mundico

No mínimo cassar a licença desse prático.

Lonely Heart

Uma série de más decisões que levou à tragédia: 1. TEMPO – O momento escolhido para a saída do Navio do Porto — com a maré enchendo forte em área estuarina — não era propício. Deveria ter desatracado antes, com a maré no estofo ou, preferencialmente, vazando lentamente; 2. LOCAL – O local da atracação do Veleiro era MUITO perto da Ponte do Brooklyn, menos de 300 jardas. Com uma margem tão pequena, qualquer erro dá ao Comandante pouquíssimo tempo de reação; 3. REBOCADOR – Apenas um rebocador em circunstâncias tão desfavoráveis? Uma temeridade; e 4. CADETES – Cadetes nos… Read more »

curioso

Ou seja, tudo errado. . Olhando de fora, parece um problema de falta de imaginação, em última análise.

O navio faz 100 viagens em que tudo dá certo, o pessoal passa a achar garantido que vá ser sempre assim e perde a capacidade de imaginar
o que poderia dar errado (em condições um pouco modificadas, por exemplo). Não consegue mais avaliar riscos reais, como demonstra esta análise.

Observador

Rapaz, nos últimos 2 anos tem tido uma “onda” de acidentes com navios-escolas. A bruxa está solta. Lamento muito pelas vidas perdidas dos irmãos mexicanos.

Camargoer.

olá Obs.

Acho que sempre teve… o que é novo talvez seja os meio de comunicação.

Aqui na universidade é comum dizer que Deus protege as crianças, os alcoólatras e os estudantes de química.

navio escola, laboratório escola, hospital escola, cozinha escola, banheiro de escola… são lugares nos quais impera mais a sorte que o juízo.

Observador

Sim Camargo imaginei isso, cogito que no caso, deva ser da própria natureza da atividade-fim da embarcação (aprendizado de quem ainda é muito inexperiente), deve ter sido sempre algo comum, o diferencial, é que hoje em dia, não se consegue muito manter segredo ou minimizar o relato sobre o acontecimento real, como era corriqueiro no passado, e não deve ser algo exclusivo de marinhas não…

sergio 02

Da pra ver pelo menos um dos caras caindo no video !!!!

Castelani

Já tive a sorte de entrar neste navio.
Muito lindo e grandioso.
Uma pena o acidente e principalmente a perda de vidas.

Abymael2

Nas imagens da colisão que foram divulgadas, se vê pessoas penduradas e despencando dos mastros que se chocaram com a ponte. Sinistro, muito triste, ainda mais em se tratando de um navio de instrução, ou seja, provavelmente as vidas que se foram eram de pessoas muito jovens e que estavam aprendendo.
Lamentável.

Marcelo Andrade

Impressionante como aparece especialistas, caraca!!! Metade não leu o texto. Rompimento do cabo do rebocador.

Santamariense

Coisa terrível … Nós vídeos pode-se ver os momentos em que os dois cadetes caíram do mastro… lamentável!!

Azevedo

NTSB deve divulgar relatório preliminar em 30 dias.
Por enquanto, representantes declararam que a velocidade do navio aumentou de 2 para 6 nós com seguimento a ré; o vento vinha de oeste a 10 nós e a corrente de enchente era de apenas 0,3 nós.
https://gcaptain.com/ntsb-investigates-fatal-mexican-tall-ship-allision-with-brooklyn-bridge/