Programa do caça F/A-XX da Marinha dos EUA perde fôlego após corte de verbas no orçamento de 2026

O governo Trump, em sua proposta orçamentária para 2026, decidiu desvincular o programa do caça naval de sexta geração (F/A‑XX) em favor do jato da Força Aérea, o Boeing F‑47. Segundo o orçamento para o ano fiscal de 2026, o programa F/A‑XX recebeu apenas US$ 74 milhões, muito abaixo dos US$ 454 milhões destinados em 2025.
A justificativa apontada pelo Pentágono é que a indústria de defesa norte-americana não tem capacidade para sustentar dois programas de grande porte ao mesmo tempo. Em paralelo, o programa da Força Aérea, conhecido como F‑47 ou NGAD (Next Generation Air Dominance), recebeu US$ 3,5 bilhões para 2026, dos quais US$ 900 milhões provêm de um pacote de reconciliação. O objetivo é acelerar o desenvolvimento do sistema tripulado principal do programa NGAD.
A decisão segue a orientação do presidente Trump de concentrar recursos em um único projeto para preservar a base industrial de defesa e garantir entregas eficientes. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmou que a indústria só consegue sustentar um programa “rápido e robusto” no momento, sem sobrecarregar engenheiros e fornecedores. Contudo, autoridades da Marinha e membros do Congresso alertam que a contenção de recursos para o F/A‑XX pode equivaler, na prática, a um cancelamento do programa, o que comprometeria o futuro da aviação embarcada diante da crescente ameaça chinesa. O comandante naval interino, almirante Kilby, destacou a urgência de avançar com o projeto para manter a superioridade aérea no Pacífico.
Apesar dos cortes, o programa F/A‑XX continua existindo, ainda que com orçamento reduzido, e as exigências técnicas permanecem válidas, segundo o presidente do Estado-Maior Conjunto. Por outro lado, a Força Aérea já designou o F‑47 como prioridade máxima e pretende avançar rapidamente com o desenvolvimento da nova aeronave. Analistas avaliam que o atraso no caça naval pode poupar recursos a curto prazo, mas traz o risco de os Estados Unidos perderem liderança tecnológica em operações embarcadas. Concentrar esforços no F‑47, entretanto, pode assegurar a produção de um jato avançado antes de dispersar investimentos em múltiplos programas.
Atualmente, o programa F/A‑XX está sendo disputado entre Boeing e Northrop Grumman, após a Lockheed Martin ter sido eliminada da concorrência. Já o F‑47 foi oficialmente atribuído à Boeing em março e se tornou o jato principal do programa NGAD da Força Aérea.
O orçamento para 2026 depende agora das negociações no Congresso, enquanto o Pentágono continua avançando com planos de engenharia para ambos os projetos. No entanto, há a possibilidade concreta de o F/A‑XX sofrer atrasos, inclusive com a proposta de realocar cerca de US$ 500 milhões do programa naval para o F‑47.
Esse redirecionamento estratégico representa um momento crucial na defesa norte-americana, refletindo a aposta do governo Trump em priorizar o caça avançado da Força Aérea, mas deixando o futuro da aviação embarcada da Marinha em compasso de espera.
VEJA TAMBÉM:
Congresso americano impulsiona compra de mísseis e bombas para a USAF com pacote bilionário
A contenção de recursos para o F/A‑XX pode equivaler, na prática, a um cancelamento do programa, o que comprometeria o futuro da aviação embarcada diante da crescente ameaça chinesa, então a incorporação de 19 novos navios ao orçamento de 2026, como informado em post anterior, ficará sem garantia de superioridade aérea no Mar da China e arredores no longo prazo … Repito: esses gastos são insustentáveis a longo médio e prazo e só se prestam a tentativa (desesperada) de mostrar força e resiliência industrial-militar para a base eleitoral do MAGA. Os custos dessa indústria, especialmente sua mão de obra, se… Read more »
“Os Estados Unidos têm como seu principal inimigo o próprio modelo econômico que sua indústria militar”
Dwight D. Eisenhower catou essa pedra lá atrás.
Querem que a USN compre o F-47 modificado para porta aviões…
Não sei os detalhes da necessidade da marinha, mas parece ser a melhor opção realmente.
Porém tem o risco, a Marinha por exemplo inicialmente não queria o F-35
Havia apenas duas opções mais de 20 anos atrás o “X-32” e o “X-35” e este último foi o vencedor tornando-se o F-35.
.
E vamos torcer para que a austeridade e o neoliberalismo vençam essa guerra e derrubem logo os americanos kkkkk…