A Marinha dos EUA planeja integrar o míssil hipersônico Conventional Prompt Strike (CPS) aos três destróieres da classe Zumwalt (DDG‑1000) até o final do ano fiscal de 2028, conforme documentos do orçamento FY ’26.

Os destróieres classe Zumwalt, originalmente concebidos para apoio de fogo naval com canhões avançados, estão sendo convertidos para servir como plataformas de mísseis hipersônicos após o cancelamento da munição LRLAP. A USS Zumwalt, a primeira embarcação da classe, já passou por retrofit em estaleiro para receber quatro tubos de lançamento adaptáveis ao CPS.

O orçamento FY ’26 da Marinha inclui recursos para aquisição de seis “All-Up-Rounds” do CPS no próximo ano fiscal, com aumentos previstos para 22 em FY ’27, 16 em FY ’28 e 19 em FY ’29. A expectativa é que a classe Zumwalt sirva como primeira plataforma de lançamento marítimo para mísseis hipersônicos nos EUA.

Este avanço ocorre após testes bem-sucedidos de lançamento “cold‑gas” para ejetar o míssil antes da ignição do propulsor, realizados em maio pela Strategic Systems Programs. A abordagem reduz riscos à embarcação durante o lançamento e representa progresso na estratégia de dissuasão integrada norte-americana.

Glide Body do Conventional Prompt Strike (CPS)

O CPS, também denominado Conventional Prompt Strike, visa fornecer capacidade de ataque rápido e preciso em escala global — similar a um míssil balístico, mas com um Glide Body capaz de voo hipersônico acima de Mach 5. O uso em navios como o Zumwalt amplia significativamente o alcance da Marinha e pode servir como componente fundamental numa estratégia ofensiva de rápida resposta.

Embora o plano de implantação tenha enfrentado atrasos — inicialmente previstos para FY ’25, mas agora esperados entre 2027 e 2028 para testes em mar — a Marinha mantém confiança na viabilidade do projeto. O comandante de surface warfare, Rear Adm. Bill Daly, chamou a adaptação como um importante passo transformador, resgatando valor operacional da classe antes considerada um fracasso caro.

Destróier de mísseis guiados USS Zumwalt (DDG 1000)
Destróier de mísseis guiados USS Zumwalt (DDG 1000)
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Piassarollo

Parece que deixaram um dos canhões de 155mm

albert_008

The 055 destroyers from China have armed with YJ-21 for years since 2020

Bosco

Não há comparação entre o IRCPS com o YJ-21.
A comparação mais aproximada entre os armamentos das duas marinhas seria entre o YJ-21 com o SM-6 Block IB.

Alex Barreto Cypriano

Pai-do-Céu, que gambiarra. Enquanto isso, os LHAs serão atrasados em um ano, apesar da reconciliação orçamentária. Improdutividade industrial se parece com isso e, acrescida a outros aspectos e caracteristicas morbosas, altera a estratégia e composição de meios. Ocaso pra USNavy – resta saber se será lento e silencioso ou se será rápido e estrepitoso.

Dalton

Longe de ser “gambiarra” Alex, assim como não foi equipar os “Los Angeles” com 12 silos verticais para “Tomahawks”,converter os 4 primeiros SSBNs classe Ohio em “SSGNs” etc.
.
Trata-se de modificar um navio projetado para outro cenário que passará a ter maior relevância no futuro.
.
E além dos “LHAs” o futuro “CVN” “John Kennedy” também será incorporado apenas em 2027, mas, outras marinhas também tem lidado com atrasos significativos nem por isso
significando o “ocaso” à vista.
.
Tem coisa boa acontecendo também, não muita, é só procurar 🙂

Bosco

Coisas pequenas na maior marinha do mundo , a nós, pobres mortais do terceiro mundo, parecem problemas intransponíveis.

Alex Barreto Cypriano

Mas, mestre Bosco, o que está estrangulando a USNavy não é um problema gerencial qualquer – é uma infeliz confluência de alterações radicais num âmbito (a economia) sobre que a USNavy não pode influir. Perguntei, num vídeo do USNI no YT sobre os problemas em military shipbuilding, e mais por blague, se a USNavy devia alterar o capitalismo pra poder satisfazer suas necessidades já que o capitalismo não se alteraria voluntariamente pra satisfazer aquelas necessidades.

Last edited 19 dias atrás by Alex Barreto Cypriano
Bosco

Alex,
Sem dúvida há grandes problemas nessa época de tecnologia extremamente avança e onerosa , principalmente para um país que tenta se manter à frente da concorrência, mas se formos ver o histórico parece que sempre foi assim.
Só a informação é que flui mais rápido e a coisa parece ser mais séria.

Iran

Sim, isso é interessante, lendo sobre os programas de encouraçados dos EUA nos anos 30 ocorriam o mesmos problemas, pareciam intransponíveis, haviam cortes de orçamento, e a tecnologia na época era tão onerosa quanto hoje essas são pra nós, mas no final pras grandes potência tudo parece dar certo no final

Nelson Junior

Eu li não sei aonde, que uma das deficiências dos Zumwalts seria na função AA… E que os EUA inclusive estariam cogitando colocar uma variante do SPY6 neles, sabe dizer se isso procede ?
Inclusive dizendo que hoje, somente os dois canhões de poupa servem para essa função

Bosco

Sem prejuízo da resposta do Dalton, mas os Zumwalts podem lançar os mísseis sup-ar ESSM (50 km) num arranjo quádruplo por célula e o SM-2 (170 km).
Os canhões de 30mm são dedicados à função anti-superfície contra pequenas embarcações e pequenos drones.

Nelson Junior

A sim, seriam lançados dos VLS em configuração 4×1, imaginei… Mas e o radares atuais dele tem capacidade AA ?

Bosco

Tem sim, Nelson.
Os radares AESA dos Zumwalts operam na banda C e inclusive podem iluminar os alvos no caso de se utilizar mísseis com orientação semiativa, sem precisar daqueles radares iluminadores mecânicos direcionais dos Arleigh Burkes (SPG-62).

Bosco

Na verdade o que foi perdido na redução de custo dos Zumwalts foi a capacidade de utilizar os mísseis SM-3 com função antibalistico exoatmosférico/antissatélite pela não instalação do radar de longo alcance banda S.
Talvez tenha sido isso que você leu.

Nelson Junior

A provável… Obrigado pelo esclarecimento !
Um belo navio, pena terem produzido tão poucos

Dalton

Oi Nelson, o Bosco já respondeu, mas, apenas no sentido de informar, reparei que você escreveu “poupa” quando o correto é popa e como já vi outros aqui escreverem dessa forma fica a dica para você e os demais.
.
Abraços

Piassarollo

Será que podem estender a vida do Nimitz até 2027? Ou vão ficar com “apenas” 10 Porta-aviões por mais ou menos um ano?

Dalton

Não dá, então temporariamente se terá no inventário 10, o que será bem melhor do que quando em dezembro de 2012 o Enterprise foi inativado reduzindo-se o número para 10 e o Gerald Ford foi comissionado – incompleto – em 2017 mas
tornando-se parcialmente útil só em 2020.

Bosco

O ecossistema de ataque da USN baseado em navios será bem interessante: Mísseis de baixa velocidade (subsônicos) Harpoon: 140 km + NSM: 186 km + Tomahawk Block IV, V: 1600 km + LRASM: 450 a 1000 km = Mísseis de alta velocidade (supersônicos e hipersônicos) SM-2Block IIIC: 250 km – Mach 3.5 SM-6/Block IA: 500 + – Mach 4 SM-6 Block IB: 1000 a 1500 km – Mach 5+ IRCPS: 3000 km + – Mach 15+ – Podemos ver no futuro uma configuração de um DDG-1000: 12 IRCPS (contra alvos em terra) 20 SM-6 Block IB (contra ameaças balísticas, hipersônicas,… Read more »

Last edited 19 dias atrás by joseboscojr
Iran

Caro Bosco, operar o HARPOON e o NSM não é redundante? Ou os NSM vão substituir o HARPOON? Também fico com dúvida com relação ao Tomahawk block V que até onde sei tem capacidade anti-navio, não seria mais fácil manter só um entre esses 3?

Bosco

Iran, Ainda há uma grande quantidade de Harpoons que está longe do término da validade e que ainda continuará a operar junto com os NSMs por ainda um bom tempo. Tanto o Harpoon quanto o NSM e o SM-2 Block IIIC são mísseis com alcance de no máximo 250 km , o que os colocam numa posição de serem designados via helicóptero orgânico do navio ou por drone de pequeno porte lançado de navio. Já o Tomahawk Block V MST com seus 1600 km de alcance (podendo ser mais) e capacidade de busca e ataque autônoma utiliza basicamente de dados… Read more »

Iran

Valeu pela resposta! Outra dúvida seria se o LRASM não fica redundante com o Tomahawk, por ambos serem mísseis de cruzeiro de longo alcance

Bosco

Em tese sim , mas se imaginarmos um ataque contra um alvo extremamente bem defendido (ex: PA chinês) ter 3 mísseis com perfis de voo diferente ajuda .
O Tomahawk é um sea-skimming puro sangue, o LRASM é stealth nível VLO e o SM-6 é supersônico/hipersônico , convergindo do alto.
Vale salientar que nem todos os Tomahawks serão Block VA do tipo MST. A maioria será da versão Block IV e têm os Block V sem capacidade antinavio.
Os navios que tiverem Tomahawks sem capacidade antinavio é que poderão levar o LRASM.
As opções são muitas.