China e Rússia iniciam exercício naval conjunto no Mar do Japão

A Rússia e a China iniciaram no dia 1º de agosto em Vladivostok a edição de 2025 do exercício naval conjunto “Joint Sea”, que se estenderá até 6 de agosto nas águas e espaço aéreo do Pacífico Ocidental. O objetivo declarado da manobra é reforçar a proteção de rotas marítimas estratégicas e aprimorar a capacidade de resposta a ameaças de segurança na região ladeada por Japão, Coreia e ilhas disputadas do mar contíguo.
Segundo informações da Frota do Pacífico da Rússia, a fase marítima, que começou no domingo, 3 de agosto, reúne navios e submarinos chineses e russos em treinamentos que incluem combate naval, defesa aérea e antimísseis, guerra antissubmarino e operações de resgate marítimo. Estão envolvidos os destróieres chineses Tipo 052D Shaoxing e Urumqi, além de embarcações russas como o Admiral Tributs (grande navio antissubmarino) e a corveta Rezky, além de um navio de resgate chinês, submarinos diesel-elétricos e aeronaves de apoio.
Autorizadas pela Ministério da Defesa da China, as autoridades civis apontam que a operação — oficialmente chamada de “Maritime Interaction 2025” — representa a sexta patrulha naval conjunta entre os dois países e visa aprofundar a parceria estratégica bilateral, mantendo caráter defensivo e não direcionada a nenhuma terceira nação. A China reafirma que o programa anual tem por propósito aprimorar interoperabilidade militar, sustentando os laços que se estreitaram significativamente após a invasão russa da Ucrânia, em 2022.
O ritmo da programação já incluiu exercícios terrestres de coordenação, seguidos por simulações de tiro real no mar. Os navios zarparam em formação mista China–Rússia logo pelas primeiras horas do dia, com apoio de rebocadores e lançamento de comunicações mútuas sobre condições meteorológicas e atividades na área.
Para analistas da Al Jazeera, a escolha do Mar do Japão para sediar essa edição melhora o alcance estratégico conjunto e envia um sinal sutil à presença militar dos Estados Unidos na região, especialmente após os exercícios da Força Aérea dos EUA conhecidos como “Resolute Force Pacific”. O porta-voz chinês criticou tais manobras, afirmando que elas “desestabilizam a paz e minam a confiança entre nações”.
A cobertura via satélite e a diplomacia regional também colheram atenção. Autoridades japonesas expressaram preocupação sobre a intensificação do envolvimento militar chinês com a Rússia como indicativo de um desafio crescente ao status quo regional, principalmente em áreas marítimas sob soberania disputada.
O exercício Joint Sea 2025 ocorre num momento de ascensão da Marinha Chinesa na Ásia-Pacífico e demonstra a capacidade da Rússia de empregar seu poder naval em áreas de interesse. Embora não tenha sido explicitamente dirigido a potências como Japão e Estados Unidos, o exercício representa um reforço simbólico da coordenação estratégica entre Pequim e Moscou em tempos de tensão global ampliada.
A operação deverá encerrar sua fase ativa em 6 de agosto, e os navios partirão em patrulha conjunta pelo Pacífico, consolidando sua presença marítima numa região marcada por rivalidades geopolíticas e disputas territoriais conturbadas.■