O Congresso dos Estados Unidos está analisando o mais recente relatório sobre o programa de porta-aviões da classe Gerald R. Ford (CVN-78), que detalha o progresso da frota, os custos acumulados e as solicitações orçamentárias da Marinha para o ano fiscal de 2026.

O documento, publicado no dia 1º de agosto, pede US$ 3,43 bilhões em recursos para aquisição antecipada, compras e complementação de custos dos navios da classe Ford — a nova geração de superporta-aviões movidos a energia nuclear da Marinha dos EUA.

Atualmente, a frota de porta-aviões dos EUA é composta por 11 navios — sendo 10 da classe Nimitz e um da classe Ford, o USS Gerald R. Ford (CVN-78), comissionado em 2017. Embora a legislação exija a manutenção de pelo menos 11 unidades operacionais, o plano de longo prazo da Marinha prevê atingir 12 porta-aviões em sua frota total, dentro de um projeto mais amplo de 381 navios de combate tripulados até 2054.

Investimentos crescentes e planejamento de longo prazo

O relatório mostra que a Marinha pretende manter uma cadência contínua na produção da classe Ford, com os seguintes navios já planejados:

  • CVN-79 (John F. Kennedy): previsto para entrega em março de 2027, com custo estimado de US$ 13,2 bilhões.
  • CVN-80 (Enterprise): entrega em julho de 2030, com custo estimado em US$ 14,2 bilhões.
  • CVN-81 (Doris Miller): entrega em fevereiro de 2032, com custo projetado em US$ 15,2 bilhões.
  • CVN-82 (William J. Clinton) e CVN-83 (George W. Bush): programados para os anos de 2030 e 2034, respectivamente, embora os custos ainda não tenham sido divulgados.

Destaque no documento é a possibilidade de compra conjunta de dois navios (block buy) para os CVN-82 e CVN-83, a exemplo do que foi feito com os CVN-80 e CVN-81, o que pode gerar economia de escala significativa.

A evolução da classe Ford

Com o mesmo casco básico da classe Nimitz, os porta-aviões da classe Ford trazem melhorias importantes, como:

  • Maior geração de energia elétrica;
  • Maior taxa de decolagens e pousos diários de aeronaves (sorties);
  • Redução de tripulação em centenas de marinheiros;
  • Economia estimada de US$ 4 bilhões por navio ao longo da vida útil de 50 anos.

O Gerald R. Ford (CVN-78), primeiro da classe, teve sua capacidade operacional inicial (IOC) declarada apenas em 2021 e realizou sua primeira missão de combate em 2022, marcando um ciclo de mais de cinco anos entre comissionamento e operação plena.

Debate no Congresso

O relatório também aponta possíveis pontos de atenção para o Congresso, incluindo:

  • Crescimento de custos e atrasos nos cronogramas;
  • Sustentabilidade orçamentária para manter 12 porta-aviões na frota;
  • Planejamento de longo prazo em face do envelhecimento da classe Nimitz;
  • Possíveis impactos no setor industrial naval dos EUA.

Os legisladores terão papel crucial na definição do ritmo e escopo da produção futura da classe Ford, considerada essencial para garantir a superioridade marítima dos EUA nas próximas décadas.

Para acessar o relatório em inglês, clique aqui.■


Subscribe
Notify of
guest

5 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Piassarollo

Com uma vida útil estimada em 50 anos, é bem provável que eu não veja o CVN 78 ir pra reserva. Navios impressionantes.

Guizmo

Ainda na linha do seu comentário…..Os futuros NAEs “Bill” Clinton e GW Bush curiosamente serão os últimos a serem comissionados da Classe…….será que é pra dar tempo de ser mantida a homenagem póstuma aos ex-presidentes?

Fernando Vieira

Acho difícil que os homenageados estejam presentes na cerimônia de comissionamento dos seus navios. Talvez no batimento da quilha.
Mas Bush pai esteve na cerimônia do “seu” navio.

Macgarem

Uma cidade movel.

Dalton

Voltar a ter 12 NAes – e 10 Alas Aéreas – é um sonho, mas, ajudaria ao menos poupar os
NAes de “desdobramentos” superiores a 8 meses sendo o “ideal” o máximo de 7.
.
Entre 2022 e agora, 2 NAes (CVNs 69 e 71) alcançaram 9 meses, 2 (CVNs 77 e 78) 8,5 meses e outros 2 (CVNs 71 e 75) pouco mais de 8 meses, maior desgaste para os navios
incluindo escoltas e logísticos e aeronaves.