Relatório culpa OceanGate pelo desastre fatal do submersível Titan

A investigação final da Guarda Costeira dos EUA concluiu que a tragédia envolvendo o submersível Titan, em junho de 2023, era totalmente evitável. O relatório de mais de 300 páginas apontou falhas graves no projeto, manutenção, inspeção e certificação da embarcação, bem como uma cultura organizacional tóxica dentro da OceanGate, a empresa responsável pela exploração.
O Titan implodiu no fundo do Atlântico Norte enquanto descia para observar os destroços do Titanic, cerca de 3.300 metros abaixo da superfície, matando instantaneamente as cinco pessoas a bordo, incluindo o CEO da OceanGate, Stockton Rush.
Os investigadores identificaram como causas principais: uso de materiais inadequados (como fibra de carbono em vez de aço ou titânio), falhas estruturais já detectadas em imersões anteriores que não foram corrigidas, ausência de certificações formais e manipulação de documentos de segurança pela companhia para evitar fiscalização.
O relatório também critica duramente o ambiente interno da OceanGate, relatando que empregados que questionavam práticas de segurança eram ameaçados com demissão ou silenciados. Informações críticas de segurança foram ignoradas ou suprimidas, criando um quadro de negligência institucional.
Segundo o presidente do conselho de investigação, Jason Neubauer, “a estrutura marinha e a morte das cinco pessoas eram preveníveis”. Caso Stockton Rush tivesse sobrevivido, poderia enfrentar possíveis acusações criminais dependendo do Departamento de Justiça dos EUA.
O documento apresenta 17 recomendações importantes, entre elas reformas regulatórias para fortalecer a supervisão de tecnologias subaquáticas experimentais, mecanismos mais eficazes de denúncia e exigências de certificação mais rígidas.
Após o desastre, a OceanGate suspendeu todas as operações em julho de 2023 e presta total cooperação às investigações. As famílias das vítimas, incluindo as de Shahzada e Suleman Dawood, têm exigido mudanças regulatórias urgentes e responsabilização legal para evitar que episódios semelhantes se repitam.■
Foi preciso 300 paginas pra dizer o óbvio?
“As famílias das vítimas, incluindo as de Shahzada e Suleman Dawood, têm exigido mudanças regulatórias urgentes e responsabilização legal para evitar que episódios semelhantes se repitam.”
1- a pessoa que deseja fazer esse passeio tinha que assinar um documento isentando a empresa sobre qualquer acidente, e o próprio contrato dizia que que o submarino era “experimental”.
2- eu não entraria naquilo nem se me pagassem, imagine pagar pra entrar naquilo…
Fosse aqui no Brasil não teria acontecido, pois aqui temos um monte de agências de fiscalização de normas, como ANAC e ANVISA. No caso seria a ANSS: Agência Nacional de Submarinos e Submersíveis.
E as Bigtechs que estão querendo usinas nucleares próprias e que certamente vão querer flexibilização
A causa é a ideologia do empreendedor que aceita o risco (embora se garanta contra responsabilidade através de chicanas legais) em nome da oportunidade lucrativa. Isso se chama neoliberalismo, cujos fundamentos práticos já existiam ao menos uns dez-quinze anos antes de Reagan e Thatcher, que produziu a decadência do Rust Belt, a água do condado de Flint, muitos filmes como Glengary Glen Ross e, não finalmente, o desastre da Challenger. Mas possivelmente vai aparecer alguém dizendo que a causa foi um indivíduo temerário ou imprudente, como mormente se diz aqui ser culpa de presidentes a penúria da defesa. Segue o… Read more »
No documentário da Netflix ficou evidente que a maior causa do desastre foi o dono da bagaça que queria ser o “novo Elon Musk” e estava completamente contaminado com aquela moderna mentalidade corporativa doentia que encara um funcionário que fala a verdade como um “problema”, alguém “pessimista que contamina o mindset”, uma pessoa que “traz problemas ao invés de soluções”. Ficou bem claro como ele tratava os empregados (“colaboradores”kkk) que eram especialistas nas suas respectivas áreas: se avisavam sobre problemas a serem solucionados, eram “afastados” (demitidos no português claro) e substituídos por “qualquer um que concordasse com o chefe”. Deu… Read more »
E o nome que se dá para quem embarca em uma traquitana dessas é burrice.
Netflix tem um documentário bem completo.
Uma série de irresponsabilidades de um empreendedor visionário, autoritário e vendo seu projeto afundando.
Diversos alertas foram dados e mais de uma dezenas de funcionários demitidos por apontarem erros.
O que me chamou a atenção neste e em outros documentários sobre ‘desastres’ é como a legislação de sigilo dos EUA exige tamanho silêncio dos empregados que mesmo que haja um desastre colossal a frente eles têm de silenciar.
Foi a morte mais imbecil da historia do turismo submarino…
Foi bem dizer um suicídio do cretino dono da empresa,quem assistir o documentário na Netflix,verá o quanto o dono da empresa foi conivente…
Tava aqui meditando: necessariamente ter bilhões de dólares à disposição não te faz uma pessoa ‘inteligente!’. Seu eu tivesse a grana que tem um Zuckerberg ou um Jeff Bezos; não haveria uma só alma nesse mundo ou no outro que iria me convencer a descer 5.000Km na profundezas do Atlântico dentro de uma casca de noz! Aliás, tendo os parcos reais que tenho e me convidassem pagando uma pequena fortuna; ainda assim, não iria! Tem forma mais sossegadas de suicidio
Existe normas que orientam o desenvolvimento tecnológico dessa natureza. Que foram totalmente ignoradas.
Me recordo de um antigo programa britanico que passava na TV Escola, chamado “Deu a Louca na História”, no qual havia um quadro chamado “Morte Tola”, onde um camarada fantasiado de Morte entrevistava figuras históricas que morreram de forma tosca. Pois bem, temos o próximo entrevistado