Expedição internacional localiza 13 navios naufragados da Segunda Guerra Mundial nas Ilhas Salomão

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E/V Nautilus da Ocean Exploration Trust

Uma nova expedição liderada pela organização Ocean Exploration Trust, a bordo do navio E/V Nautilus, revelou 13 destroços de embarcações militares afundadas durante a Campanha de Guadalcanal, entre 1942 e 1943. Os naufrágios foram localizados no fundo do mar da região conhecida como Iron Bottom Sound, zona que foi palco de intensos combates navais entre forças aliadas e japonesas na Segunda Guerra Mundial.

Em uma missão que durou 22 dias, a equipe mapeou mais de 1.000 km² com auxílio da embarcação sem tripulação DriX, controlada remotamente, e visitou os locais identificados utilizando veículos operados à distância (ROVs) como Hercules e Atalanta.

ROV Hercules – Ocean Exploration Trust

Foram registrados dados visuais e de sonar de alta resolução de embarcações como o USS Vincennes, USS Astoria, USS Quincy, USS Northampton, USS Laffey, USS DeHaven, USS Preston, HMAS Canberra, USS Walke, Yudachi, além de uma barca de desembarque. A expedição também capturou imagens históricas inéditas das seções do USS New Orleans e do destróier japonês Teruzuki, jamais antes documentadas.

IJN Teruzuki – Ocean Exploration Trust

O destróier Teruzuki, afundado em dezembro de 1942 por torpedos norte-americanos durante a Batalha Naval de Guadalcanal, foi localizado a cerca de 800 metros de profundidade. Imagens filmadas pelos ROVs mostram partes intactas da popa, tons vermelhos de pintura e os canhões corroídos, proporcionando novas perspectivas sobre seu afundamento. A descoberta do USS New Orleans, cujo convés foi severamente danificado por um torpedo japonês na Batalha de Tassafaronga, trouxe à tona a proa separada do navio a mais de 675 metros de profundidade, confirmada por marcadores identificados em sua âncora.

Entre os destaques também está o USS Laffey, destruído em 13 de novembro de 1942, encontrado em posição vertical com sua proa e seção central preservadas. Uma placa legível, exibindo o nome do navio e do estaleiro construtor, surpreendeu os pesquisadores após mais de oito décadas submersa.

USS Astoria – Ocean Exploration Trust

Este esforço de mapeamento e documentação histórica não só fortalece nossa compreensão sobre os combates navais no Pacífico como também homenageia os milhares de militares — cerca de 20.000 vítimas, incluindo tripulações e aviões — que perderam a vida nas águas entre Guadalcanal, Savo e Nggela durante cinco grandes batalhas entre agosto e dezembro de 1942.

A expedição utilizou tecnologia de ponta para conectar equipes de exploração ao vivo com o público via streaming no site NautilusLive.org, permitindo que pessoas ao redor do mundo acompanhassem em tempo real os mergulhos e descobertas. Entre os parceiros estiveram a NOAA Ocean Exploration, universidades, o Museo Nacional das Ilhas Salomão e instituições internacionais de arqueologia naval e herança marítima.■


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Ozawa

A épica Batalha da Ilha Savo! Simplesmente um massacre para as forças navais aliadas durante a primeira fase da Campanha do Pacífico diante da poderosa força de cruzadores pesados japonenes …

Sempre que leio, direta ou incidentalmente, sobre essa batalha, penso que muitos homens daquele lado multinacional morrerram crendo piamente que os japoneses (re)tomariam Guadalcanal e a Austrália enfim cairia em mão japonesas …

Descansem em paz eterna agora.

Fábio Mayer

Eu li em algum lugar, que existe procura pelo aço destes navios naufragados, em razão de alguma característica física… alguém aqui sabe alguma coisa sobre isso?

Castelani

Aço pré-segunda guerra não sofre contaminação por radiação (já que inúmeras explosões nucleares ocorreram depois de 1945)
Por esse motivo, o aço de navios anteriores a 1945 são usados em contadores Geiger.
Equipamentos muito sensíveis e precisos…

Castelani
Fábio Mayer

Opa, obrigado por informar!