Xangai, 10 de setembro de 2025 — O porta-aviões Fujian (CV-18), o mais avançado navio-aeródromo da Marinha do Exército de Libertação Popular (PLA Navy), realizou hoje mais uma saída de testes no estuário do Rio Yangtzé, reforçando sinais de que sua incorporação oficial pode estar próxima.

A Administração de Segurança Marítima da China anunciou com 48 horas de antecedência a imposição de restrições ao tráfego naval na principal via de acesso ao estuário, entre 10h30 e 20h, com medidas adicionais para embarcações saindo da região entre 14h15 e 16h30. O bloqueio incluiu a área que liga a boia de sinalização 302 até o estaleiro da Ilha de Changxing — justamente onde o Fujian está baseado.

Desde sua estreia no mar, o porta-aviões já cumpriu oito testes de mar, número similar ao realizado pelos outros dois porta-aviões chineses, Liaoning e Shandong, antes de serem comissionados. Após o oitavo teste, em junho, o navio passou três meses em inatividade aparente, alimentando especulações sobre ajustes finais antes da incorporação.

VÍDEO: Porta-aviões chinês Fujian suspendendo para mais um teste de mar

Um detalhe chamou a atenção dos observadores militares: pela primeira vez, o reabastecimento do Fujian foi feito por um navio-tanque da própria Marinha chinesa (Tipo 637), em vez de embarcações civis, como ocorria nos testes anteriores. Analistas interpretam a mudança como um sinal de preparação para a entrada em serviço ativo.

O Fujian, primeiro porta-aviões chinês equipado com catapultas eletromagnéticas, é considerado um marco tecnológico para a Marinha do PLA e peça central na estratégia de Pequim de projetar poder naval no Pacífico. Apesar disso, especialistas ressaltam que a China ainda está distante da capacidade norte-americana: a Marinha dos EUA mantém 11 porta-aviões em serviço, enquanto o PLA se encaminha agora para operar três.

Ainda assim, a iminente entrada em operação do Fujian representa um salto qualitativo para a China e reforça sua ambição de consolidar uma marinha de classe mundial. Observadores internacionais apontam que a presença do navio deve contribuir para redefinir o equilíbrio de poder no Pacífico nos próximos anos.■


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