P-8I Poseidon

Nova Deli / Washington, 16 de setembro de 2025 — A Índia e os Estados Unidos estão buscando avançar em negociações para a aquisição de seis aeronaves P-8I de patrulha marítima, em um acordo avaliado em cerca de US$ 4 bilhões. As conversas, que haviam sido aprovadas oficialmente em 2019, mas depois estagnaram, ganharam novo fôlego no contexto de reaproximação comercial entre os dois países.

Uma delegação composta por oficiais do Departamento de Defesa dos EUA e executivos da Boeing está programada para visitar Nova Deli entre os dias 16 e 19 de setembro, para retomar as negociações do contrato. Segundo apurações, isso ocorre à medida que Washington busca reduzir tensões relacionadas ao comércio bilateral, incluindo disputas recentes e tarifas impostas.

A frota atual da Marinha indiana já opera 12 unidades do P-8I (oito adquiridas em 2009 e mais quatro anos depois). Esse aparelho especializado é utilizado para vigilância marítima de longo alcance, guerra anti-submarino, patrulhas nos mares da Arábia e de Bengala, com base no INS Rajali, em Tamil Nadu.

O interesse por mais seis aeronaves permitiria à Índia cobrir múltiplas linhas de patrulha simultaneamente — inclusive rotas de navios tanque no Mar da Arábia, barreiras próximas ao Estreito de Malaca e Andamão, bem como dispor de capacidade de resposta rápida em pontos estratégicos do Oceano Índico.

Especialistas destacam que o avanço nessa negociação sinaliza a busca de Nova Deli por reduzir a dependência de sistemas militares russos, bem como aumentar a interoperabilidade com parceiros ocidentais. Além disso, oferecerá capacidade reforçada para monitorar e responder a movimentações navais estrangeiras, submarinas ou aeronavais, em uma região crescente de competição estratégica.

Até o momento, não há confirmação pública de todos os detalhes da transação, prazos de entrega ou de equipamentos de suporte que acompanharão as aeronaves, mas é esperado que esses aspectos sejam discutidos durante a visita da delegação americana.■


 

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Dalton

Se de fato concretizado o negócio a Índia será o maior operador do P-8 fora dos EUA com 18 unidades, superando o Canadá que tem um requerimento para 14 e opção para mais duas enquanto à Austrália aparentemente ficará com 14 unidades, as duas últimas das quais serão entregues ano que vem.

A C

No momento, as relações entre os dois países estão no gelo devido aos atuais aspectos políticos e econômicos. Porém, há muitos lobbies e intere$$es que podem fazer o negócio continuar se movendo.Em geral, não é muito difícil de “agradar” os indianos.

André Macedo

Depois que a mensagem foi passada, negociar pode ser aceitável, a China também fez isso. Vale pro Brasil também, declarar: “Pare de se meter nos nossos assuntos que podemos retomar nossos negócios.”

Os opositores do BRICS adoram dizer que não é uma instituição relevante, mas foram justamente seus membros que mais se opuseram aos desmandos dos EUA, já que praticamente todo o Ocidente saiu chorando atrás do Trump, vemos agora que não ceder a bravatas não foi o fim do mundo pra ninguém.

João Carlos

Talvez porque não há alternativas no mercado do mesmo nivel. O que os Indianos podiam comprar?
Eles precisam o mais rápido possivel desses aviões.

André Macedo

Não acredito que existam alternativas no momento, só com os russos talvez mas a matéria já fala disso, só que não é tão urgente assim pros indianos, já que eles mesmos haviam suspendido o contrato depois da bravata do Trump. A Índia é um dos maiores clientes estrangeiros do P-8, não é tão urgente assim.

A própria matéria fala que Washington vem tentando reduzir tensões depois da burrada que os americanos vem fazendo em sua “política” externa, então caímos novamente no meu primeiro comentário.

adriano Madureira

“Talvez porque não há alternativas no mercado do mesmo nivel. O que os Indianos podiam comprar?”

Talvez um Airbus A-330?!

Ao menos seria uma boa oportunidade para diminuir a dependência do equipamento Estadounidense.



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Dalton

Não são aviões equivalentes. Como já anunciado tempos atrás a França está desenvolvendo um avião similar ao “P-8” baseado no Airbus A321 para eventualmente substituir o “Atlantique 2” ou seja a França tem tempo para desenvolver o novo avião enquanto já opera um tipo modernizado.
.
A Índia adquiriu seus P-8s mais de dez anos atrás e não valeria muito a pena
comprar apenas meia dúzia faltante de outro modelo.

adriano Madureira

Um país que deveríamos seguir o exemplo é o Japão! Que vendo sua frota de aeronaves MP/ASW envelhecendo,apesar da oferta norte-americana de adquirir aeronaves P-8 Poseidon,declinou da oferta e se aventurou em uma aeronave própria, pensando em ter menos dependência de equipamentos estrangeiros e foi a alternativa aos P-3 Orion-C. Em abril de 2004, o Japão e os EUA ampliaram as discussões sobre potenciais esforços de cooperação nos programas PX e de Aeronaves Marítimas Multimissão (MMA) da Marinha dos EUA . As opções variavam desde o encerramento do programa PX para participar do programa MMA liderado pelos EUA até a incorporação… Read more »

Gustavão

P1 Kawasaki, e um avião que eu gostaria que substituísse o P3 da fab, até a versão C390 patrulha marítima, estiver em operação, e o que deveria ser feito.
P1 poderia ser opção de compra para indianos.

adriano Madureira

O Kawasaki P-1 custa 200 milhões de dólares,bem mais caro que um Poseidon, que pelo que li,custa entre  $150 million to $175 million.

A vantagem do japonês é que ele nasceu 100% militar.

J R

Alternativa até tem, o Japão tem o Kawasaki P-1.

Carlos Campos

Problema é que o PR quer que os americanos venham conversar, não vai rolar, e os EUA ainda colocaram o dedo na balança, e tivemos que criar uma linha de credito para que as empresas possam sobreiver até achar um mercado, mas ao longo do tempo os prejuízos podem chegar a bilhões, fora que algumas áreas ficaram de foram como aviões por exemplo.
Se opor qualer um faz, agora colocar o seu na reta, ninguém fez, todos os outros BRICS negociando com os EUA e nos aqui se lascando.

André Macedo

Não foi assim, o Brasil enviou uma equipe pros EUA quase que imediatamente pra tentar negociar com Trump mas suas contrapartes em Washington afirmaram que o presidente de lá não autorizou, e impuseram diversos empecilhos. O Brasil buscou o diálogo sim, mas uma parcela da população quer que o
Brasil beije os pés dos EUA e cedam aos seus caprichos.

Last edited 20 dias atrás by André Macedo
adriano Madureira

Tentativa de diálogos houveram, mas o arrogante laranja espera que o Presidente Lula, tenha uma postura humilhante e subserviente, tentando criar canais de conversações para ser esnobado por Washington. mas como o governo não parece desesperado, tal encontro com Trump pode ser postergado e empurrado com a barriga. Todos sabemos bem que o Orange Clown que fazer com Lula o mesmo que ele fez com Zé Lensky,Cyril Ramaphosa e Lee Jae-myung da Coréia do Sul: Cometer sua sessão de bullying contumaz em seu Reality Show presidencial no salão oval,para todo país onde mostrará seu poder de “líder do mundo livre”.… Read more »

André Macedo

Ponto, não é preciso sequer apoiar Lula pra fazer essa análise, essa perseguição contra o Brasil é política, nunca foi econômica.

J R

Eu não apoio o Lula, aliás desteto esse cidadão, mas também acho que o Brasil não deve se humilhar pra ninguém, mas também acho que as bravatas que o Lula solta pra agradar seu público cativo também não ajudam em nada resolver essa situação.

Last edited 19 dias atrás by J R
Nei

Perfeito!

No One

Todos sabemos bem que o Orange Clown que fazer com Lula o mesmo que ele fez com Zé Lensky,Cyril Ramaphosa e Lee Jae-myung da Coréia do Sul: Cometer sua sessão de bullying contumaz em seu Reality Show presidencial no salão oval,para todo país onde mostrará seu poder de “líder do mundo livre”.” Exatamente, é suficiente não ser um total boçal para entender o desejo do imigrante alemão … O presidente e as demais autoridades não devem se rebaixar a esse jogo, deixando claro que ele fez com Zelensky aqui não cola. O bananinha se prestaria muito bem para fazer esse… Read more »

Wellington

Algum estudo em aberto para substituir nossos P3 ?

J R

Nem as asas de todos os P-3 que temos foram trocadas, imagine trocar de avião, vão voar por aqui até a FAB dizer que não dá mais, ou infelizmente algum se acidentar no oceano, daí vão pensar no assunto.

adriano Madureira

Por enquanto nada,já se aventou a possibilidade do P-8 poseidon para o Brasil,mas isso foi aventado como um interesse da Boeing e não da FAb. Isso foi mostrado na FIDAE 2024,onde eles expressaram tais intenções de oferta ao Brasil. “Vemos uma enorme oportunidade para os P-8s,” disse Tim Flood, vice-presidente de desenvolvimento de negócios internacionais da empresa para a Europa e Américas, à Janes na feira aérea FIDAE em Santiago, Chile, em 9 de abril. “Isso é realmente uma forte oportunidade para nós. E temos estado em conversas com a Força Aérea Brasileira. Eles estão atualmente em uma fase de… Read more »

Last edited 18 dias atrás by adriano Madureira