Tróia (Portugal), 17 de setembro de 2025 – Submarinos das marinhas dos Estados Unidos e de Portugal realizaram, esta semana, um inédito treino de guerra antissubmarino (ASW) e experimentação operacional de novas tecnologias durante o Dynamic Messenger/REPMUS 2025, um dos maiores exercícios de robótica naval da NATO/OTAN, em águas portuguesas.

Participaram na operação o USS New Mexico (SSN 779), submarino nuclear de ataque rápido da classe Virginia, e o NRP Tridente (209PN), submarino convencional português da classe Tridente. As manobras contaram ainda com a fragata NRP Francisco de Almeida (F334) e o navio-patrulha oceânico NRP Setúbal (P363).

Treino e inovação

Além do treino de ASW, o USS New Mexico executou um exercício experimental com o lançamento de um sistema aéreo não tripulado (UAS) a partir de um submarino, demonstrando a capacidade de integrar plataformas tripuladas e não tripuladas em ambiente de alta complexidade.

“Este treino e a experimentação operacional representam inovação e mostram como os Aliados podem integrar submarinos com plataformas não tripuladas para obter vantagem operacional”, destacou o contra-almirante Thomas Grabbe, comandante de Submarinos da OTAN. Segundo o oficial, a cooperação “abre caminho para operações futuras em que tecnologias tradicionais e emergentes precisam atuar de forma integrada em teatros multidomínio de alta ameaça”.

O vice-almirante Robert Gaucher, comandante da Força de Submarinos dos EUA e do Comando de Submarinos da OTAN, sublinhou que o compromisso com o Dynamic Messenger/REPMUS “demonstra a necessidade compartilhada de defender a infraestrutura submarina crítica”, acrescentando que a interoperabilidade entre “plataformas, pessoal e sistemas robóticos autônomos (RAS) aumenta a capacidade de proteger o fundo do mar”.

Marco para a Marinha Portuguesa

Para o vice-almirante José Salvado de Figueiredo, comandante da Esquadra da Marinha Portuguesa, “ter o NRP Tridente a operar com o USS New Mexico, no maior exercício de robótica marítima da OTAN e de Portugal, constitui um marco relevante na longa história do Serviço de Submarinos da Marinha”.

Sobre o exercício

Conduzido pelo Comando Marítimo Aliado (MARCOM) da OTAN, o Dynamic Messenger reúne uma série de testes e demonstrações para acelerar a introdução de novas tecnologias militares e manter a vantagem operacional da Aliança. Em paralelo, o REPMUS, liderado por Portugal, foca-se em experimentação com sistemas marítimos não tripulados (MUS), desenvolvimento de capacidades e interoperabilidade.

Ambos os exercícios têm como objetivo final fornecer às forças navais aliadas novas tecnologias e sistemas não tripulados com rapidez e escala, reforçando a inovação e a preparação coletiva da OTAN para proteger infraestruturas críticas e garantir a segurança no ambiente subaquático.■


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