Base Naval de Guam

Honolulu (Havaí), 17 de setembro de 2025 – O Comando de Engenharia de Instalações Navais do Pacífico (NAVFAC Pacific) anunciou a assinatura de um megacontrato de US$ 15 bilhões, em regime de indefinite-delivery/indefinite-quantity (IDIQ), para uma série de projetos de infraestrutura de defesa no âmbito do Pacific Deterrence Initiative (PDI) – iniciativa que reforça a presença militar americana diante do crescimento da influência chinesa na região.

O acordo, com prazo de até 96 meses (até setembro de 2033), foi obtido por um consórcio de oito empresas:

  • Acciona CMS Philippines LLC (Maumee, Ohio)
  • Black Construction-Tutor Perini JV (Harmon, Guam)
  • CDM, A JV (Fairfax, Virgínia)
  • Core Tech-HDCC-Kajima LLC (Tamuning, Guam)
  • ECC Expeditionary Constructors LLC (Burlingame, Califórnia)
  • Gilbane Federal JV (Providence, Rhode Island)
  • Nan Inc. (Honolulu, Havaí)
  • Parsons Government Services Inc. (Pasadena, Califórnia)

As companhias poderão disputar ordens de serviço para obras em locais estratégicos, incluindo Austrália, Papua-Nova Guiné, Timor-Leste, Micronésia, Filipinas, Ilhas Marianas do Norte, Midway e Wake Island, entre outras áreas sob jurisdição da NAVFAC Pacific.

Primeiro grande contrato: hangar em Guam

Entre as primeiras ordens de serviço, destaca-se a adjudicada à ECC Expeditionary Constructors LLC, no valor de US$ 116,3 milhões, para projetar e construir um novo complexo de hangares para o Esquadrão de Combate de Helicópteros Marítimos HSC-25 na Base Aérea de Andersen, em Guam. A obra inclui hangar principal, instalações de apoio e melhorias de infraestrutura, com conclusão prevista para novembro de 2028.

Os recursos para essa fase inicial virão de verbas de construção militar da Marinha para o ano fiscal de 2025 e não expiram ao final do exercício. Os demais consórcios receberam garantias contratuais mínimas de US$ 25 mil cada, com fundos do orçamento de 2024 já assegurados.

Importância estratégica

O Pacific Deterrence Initiative é um programa norte-americano destinado a fortalecer a capacidade de dissuasão e defesa dos EUA e de seus aliados no Indo-Pacífico, em resposta às tensões crescentes com a China.

Segundo analistas, os contratos “garantem a modernização de instalações críticas, ampliando a prontidão operacional das forças navais e aéreas” em pontos considerados essenciais para a segurança marítima e para a logística de operações conjuntas na região.

A NAVFAC Pacific, sediada na Joint Base Pearl Harbor-Hickam (Havaí), será responsável pela supervisão de todos os projetos ao longo dos próximos oito anos.■


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BVR

Salvo engano da minha parte (e se tiver errado peço que desconsiderem) o pessoal do Base Militar VM certa vez fez uma live que abordou as grandes distâncias dentro do teatro do Pacífico e as limitações na logística dos Eua causados por isso.

Ainda, que a infraestrura existente era inadequada para os grandes cargueiros e isso abriria espaço para cargueiro como o KC-390, por sua robustez, capacidade e velocidade.

Será que estão vislumbrando reduzir a dependência dos porta-aviões naquela região e para isso ampliarão as capacidades das bases aeronavais existentes e criarão novas outras ?

Dalton

Os “porta-aviões” são muito menos importantes do que se pensa, até pela pequena quantidade. . Fazem parte do arsenal à disposição, que tem visto mudanças significativas como exemplos, a USAF investindo em armas anti navios e novos bombardeiros, exército com mísseis hipersônicos, fuzileiros navais reduzindo o número de F-35B em prol de mais do “C” além de investir em mísseis anti navios também e adotar um novo tipo de navio de desembarque de tamanho médio. . As bases já existem, mas, com o fim da Guerra Fria foram negligenciadas e no caso das Filipinas fechadas e foi necessária a belicosidade… Read more »

Last edited 19 dias atrás by daltonl
Abner

Dalton vejo essa questão de manutenção de navios.
Podia ser estendida a navios de combate de primeira linha como os Arleigh ou outros meios.

Assim como a possibilidade de construir alguns tipos como a classe Constellation ou Arleigh no Japão ou na própria Itália como o caso da Constellation.

Dalton

Questões como segurança, falta de mão de obra e infraestrutura adequada tecnologia sensível e complexa impedem que certos países venham a fazer manutenção de navios de combate, mas, já está sendo uma grande ajuda à manutenção de navios auxiliares e a Coréia do Sul por exemplo está investindo na indústria naval dos EUA. . Construção de navios para os EUA em outros países ainda é um tabu ainda mais que há leis que determinam que sejam construídos no próprio país. . Quanto à “Constellation” para diminuir custos e acelerar a construção foi escolhido um projeto estrangeiro – italiano – já… Read more »

Ruas

Acho que isso de “não conseguir receber grandes cargueiros” é irreal. Os territórios americanos no Pacíficio já possuem bases aeronavais muito boas. Guam, por exemplo, possui 6 aerodromos – contando o aeroporto internacional e as bases aeronavais -, todos com pistas na faixa, ou maiores, dos 3 mil km, e todas dispondo de pistas de concretos, todas as bases possuem instalações logísticas amplas e modernas. Ilhas Mariana do Norte, Samoa Americana e Wake Island também as possuem. O problema deve estar em partes da Micronésia e Melanésia, territórios que não são dos EUA – apesar da Micronésia ser um país… Read more »

Ruas

*3 km e não “3 mil km”