EUA anunciam novo ataque letal contra embarcação suspeita de narcotráfico no mar ao largo da Venezuela

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Washington, 3 de outubro de 2025 — O Secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, comunicou nesta sexta-feira que, por ordem do presidente Trump, uma operação cinética letal foi executada contra uma embarcação suspeita de tráfico de drogas “afilada a Organizações Terroristas Designadas” nas águas internacionais próximas à costa venezuelana. Segundo sua declaração, quatro homens que estariam transportando narcóticos foram mortos, e não houve vítimas entre as forças norte-americanas envolvidas na ação.

Detalhes do ataque

De acordo com Hegseth, o ataque aconteceu “esta manhã” e foi conduzido dentro da área de responsabilidade do USSOUTHCOM (Comando Sul dos EUA). Ele afirmou que a embarcação estava carregando “quantidades substanciais de narcóticos com destino aos Estados Unidos” e seguia por uma rota marítima conhecida de tráfico. O secretário enfatizou que a inteligência confirmou “sem a mínima dúvida” a participação dos indivíduos no tráfico de drogas e os classificou como “narco-terroristas”. “Esses ataques vão continuar enquanto os ataques ao povo americano persistirem”, escreveu.

A ofensiva faz parte de uma série de ações recentes na Caribe e águas próximas à Venezuela, num contexto em que o governo Trump declarou que os cartéis de drogas são combatentes ilegais com os quais os EUA estão em “conflito armado” — uma mudança radical de abordagem nas operações antidrogas.



Contexto geopolítico e legal

Esse episódio é considerado o quarto ataque mortal desse tipo nas últimas semanas, totalizando 21 supostos traficantes mortos em embarcações marítimas segundo relatos oficiais. As autoridades afirmam que o presidente notificou o Congresso sobre o estado de “conflito não internacional” contra organizações criminosas, o que permitiria o uso de força militar em águas internacionais sem tratar as ações como meras operações de aplicação da lei.

No vídeo divulgado por Hegseth, uma embarcação é mostrada navegando antes de ser atingida por múltiplos projéteis que provocam uma explosão imediata. Não foram detalhadas provas públicas sobre os narcóticos ou munições apreendidas, nem sobre a identidade dos envolvidos além das afirmações governamentais.

Especialistas jurídicos observam que operações desse tipo em águas internacionais levantam dúvidas sobre conformidade com o direito internacional, especialmente no que se refere à autorização de uso de força letal contra navios civis suspeitos sem processo legal prévio.

Repercussão diplomática

Até agora, o governo venezuelano não emitiu uma resposta formal, embora autoridades de Caracas já tenham criticado atos anteriores como agressão aos seus direitos soberanos. Em outras ocasiões, o presidente Nicolás Maduro acusou os EUA de buscar pretextos para intervenção militar.

Internamente nos EUA, líderes republicanos defenderam a ação como proteção da segurança nacional, enquanto alguns legisladores e especialistas alertam para riscos políticos e legais de usar o poder militar contra supostos trafegantes marítimos sem transparência ou respaldo claro.

Essa escalada marca uma drástica mudança na estratégia americana no combate ao narcotráfico, empregando força militar além de operações tradicionais de interdição.■


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Luiz

Será que não estava a caminho de se juntar a Flotilha Global Sumud?