Uma concepção artística de um navio-aeródromo italiano CATOBAR

A Marina Militare italiana anunciou que em 2026 será iniciada a fase de estudos para o novo programa de porta-aviões designado “Portaerei di Nuova Generazione” (P-NG, Porta-Aviões de Nova Geração). Segundo os documentos preliminares da Força Naval, o futuro navio deverá ter propulsão nuclear, sistema de lançamento de aeronaves por catapulta eletromagnética (EMALS) e suporte para uma nova ala de caças embarcados, ainda a definir.

Fontes militares e de defesa revelam que a Itália pretende ultrapassar o atual limite das suas capacidades de projeção marítima — até aqui centradas no porta-aviões ITS Cavour (CVH 550) — e dotar-se de um super porta-aviões convencional com alcance global, maior autonomia e flexibilidade operacional. Já existem sinais públicos da exploração de um modelo nuclear para o navio, visando eliminar limitações logísticas típicas de unidades convencionais.

O sistema EMALS permitiria operar aeronaves mais pesadas, com maior carga de armas e combustível, além de veículos aéreos não tripulados (UAVs) em operações embarcadas. O documento-base da Marinha define ainda que o navio deverá ser compatível com caças de decolagem e pouso enganchado (CATOBAR), o que abre a escolha para aeronaves como o F‑35C Lightning II ou futuros modelos em desenvolvimento.

A criação de tal plataforma representa um passo estratégico para a Itália, que visa reforçar sua presença no Mediterrâneo, no Atlântico e até na região do Indo-Pacífico. Especialistas consideram que a nova porta-aviões daria à Itália capacidade de dissuasão e projeção de poder ampliado, além de fortalecer sua contribuição à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

O programa está ainda em fase de definição técnica e orçamental. A Marinha indica que os estudos incluirão a configuração do navio-aeródromo, a seleção de aeronaves embarcadas, a avaliação de custos de propulsão nuclear e logística associada, bem como parcerias industriais e internacionais. O governo já reconheceu os desafios financeiros e tecnológicos de um projeto dessa escala.

A fase de estudos, marcada para 2026, será seguida por uma fase de projeto detalhado e, eventualmente, construção da unidade. O prazo-alvo ainda não foi definido publicamente, mas analistas sugerem que uma nova porta-aviões poderia entrar em serviço na década de 2030 ou além, dependendo de financiamento, tecnologia e prioridades estratégicas.

Este anúncio marca uma nova era para a Marinha Italiana e avança o país no panorama das grandes potências navais europeias, ao mesmo tempo que intensifica o debate sobre quais aeronaves serão escolhidas para compor a ala embarcada, quais sistemas de apoio serão implementados e como a Itália alinhará seus esforços com aliados e indústria naval.■


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Alex Barreto Cypriano

Mas a concepção artística ilustrando a matéria é de um navio aeródromo com propulsão convencional, como se vê pelos exaustores e ingestores na ilha.

Alexandre Galante

Bem visto, Xará! consertamos a legenda. Valeu!

Iran

Por se tratar de uma nação rica, historicamente importante e peninsular, a Itália nunca deveria de ter deixado de ser uma grande potência naval europeia, particularmente fico feliz que eles voltem a competir de frente com França e Reino Unido nesse segmento, ainda mais agora com a ascensão da Turquia que tem projetos para também se tornar uma potência naval.

Piassarollo

E tem gente que diz que os Porta-aviões estão com os dias contados. Pelo contrário, cada vez mais as potências navais estão investindo nestes navios. Cada vez maiores e com mais capacidades multimissão.

Guizmo

Corpo aereo composto por Sea Gripen? Interessante…

Willber Rodrigues

Sea Gripen?
Mais fácil irem de Rafale M ou F-35.

No One

Tempest!

Willber Rodrigues

Meu medo de ver outras nações estudando adotar NaE’s, é que isso reviva aquela vontade sempre latente da MB em gastar o que não tem pra também ter NaE…

EduardoSP

Eu diria que a MB tem uma vontade latente em gastar para não ter.