O presidente dos EUA Donald Trump está pessoalmente envolvido em uma iniciativa para remodelar profundamente a United States Navy com a criação de uma nova frota de navios de guerra batizada de “Golden Fleet”. Segundo fontes da Casa Branca e do Pentágono, a proposta busca substituir gradualmente parte da atual força naval por embarcações maiores, mais poderosas e adaptadas para enfrentar ameaças futuras — em especial a crescente expansão naval da China.

Os planos incluem a construção de grandes navios de superfície, possivelmente com deslocamento entre 15.000 e 20.000 toneladas, capazes de transportar mísseis de longo alcance — inclusive hipersônicos — em quantidade superior à dos atuais destróieres e cruzadores. Ao mesmo tempo, está prevista a incorporação de corvetas menores e de um amplo contingente de navios não tripulados para compor uma força naval mais flexível e distribuída.

“Na Segunda Guerra Mundial, a corrida era por canhões de longo alcance. Agora, na era dos mísseis, precisamos de plataformas que possam levar grandes arsenais”, explicou Bryan Clark, analista do Hudson Institute e ex-oficial da Marinha que participa das discussões.

Trump, conhecido por criticar publicamente o design de navios modernos, tem dialogado diretamente com oficiais navais sobre a aparência e a capacidade da futura frota. Ele já havia se envolvido em decisões sobre catapultas a vapor para porta-aviões e no design das fragatas da classe Constellation. O novo conceito se inspira, em parte, no legado dos encouraçados da classe Iowa-class battleship, aposentados nos anos 1990.

A Golden Fleet pretende romper com a meta numérica fixa de navios — hoje a frota conta com cerca de 287 embarcações — e adotar uma estrutura mais dinâmica: entre 280 e 300 navios tripulados, complementados por grandes quantidades de veículos navais autônomos. O objetivo é criar “forças de compensação” com drones de superfície, submarinos não tripulados e aeronaves para operações de saturação, como no plano “Hellscape” concebido para conter uma possível ofensiva chinesa sobre Taiwan.

Especialistas divergem sobre a necessidade de grandes superencouraçados, mas concordam que a supremacia de mísseis de longo alcance será determinante no Pacífico. “A estética do presidente não deve ditar requisitos táticos, mas investir na modernização da indústria naval é fundamental”, afirmou Mark Montgomery, ex-oficial da Marinha e analista da Foundation for Defense of Democracies.

O plano, porém, enfrentará desafios logísticos e temporais: um grande navio de guerra pode levar de cinco a sete anos para ser construído após o projeto, o que significa que as primeiras unidades dificilmente entrarão em serviço antes do fim de um eventual segundo mandato de Trump. Por outro lado, corvetas menores poderiam ser entregues mais rapidamente, inclusive com colaboração estrangeira — como o modelo da classe Sa’ar 6 usado por Israel.■


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José Gregório

Está lançando as bases para os próximos 50 anos.

José Joaquim da Silva Santos

Sim, o Golden Shower…

Burgos

Corvetas Sa’ar 6 e navios não tripulados já seria uma boa pedida é rápida para se iniciar essas construções.
Agora os peso pesados que carregariam o piano nas costas em um situação real esses aí vai ser complicado (prazo de entrega média a longo prazo) sem contar que serão caros de operar e serão as Rainhas/Reis do cais (viverão atracados) pois terão emprego específico.
Sei lá !!!
cada um com sua megalomania👀

Last edited 1 hora atrás by Burgos
João P.

Maduro é um ditador. Isso é inaceitável. Somente os EUA deveriam ter o poder de instalar ditadores na América do Sul !