1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

S Bahia - S 12

Classe Balao

 

"Toninha"

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 14 de julho de 1943
Lançamento: 15 de novembro de 1943
Incorporação (USN): 12 de fevereiro de 1944
Baixa (USN): 7 de setembro de 1963

Incorporação (MB): 7 de setembro de 1963
Baixa (MB): 27 de março de 1973

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 1.800 ton (carregado na superfície) e 2.400 ton (carregado em mergulho).
Dimensões: 93.57 m de comprimento, 8.30 m de boca, 4.90 m de calado e 5.20 m de calado máximo.
Propulsão: diesel-elétrica; 4 motores diesel Fairbanks Morse de 16V cilindros com 1.600 hp cada, 4 geradores Allis Chalmers de 1.100 Kw, 4 motores elétricos Allis Chalmers de 2.700 hp, acoplados a dois eixos e dois hélices de 4 pás. Um motor diesel auxiliar e um gerador auxiliar de 300 Kw.
Dois conjuntos de baterias Sargo de 126 celulas cada.

Velocidade: máxima de 20 nós (superfície) e 10 nós (imersão).

Raio de ação: 12.000 milhas náuticas à 10 nós (superfície ou com snorkel), e 75 dias de autonomia.
Profundidade máxima de mergulho: 122 metros.
Armamento: 10 tubos de torpedos de 21 pol. (533 mm), sendo quatro na popa; com capacidade para 24 torpedos ou até 40 minas.

Direção de Tiro: TDC- Target Data Computer (Computador de Dados do Alvo - Eletro-mecânico) Mk 3 mod.5.

Equipamento Eletrônico: um sonar passivo JP 1; um sonar WCA; um telefone submarino UQC; 2 telefones submarinos de emergência BQC; um radar de superfície SJA; 1 transmissor-rádio TBL-6 e um TED; e os radioreceptores AN/URR-13, RAL-7, RAL-5, RBS-1, RBH-2 e RBO.

Código Internacional de Chamada: ?

Tripulação: 70 homens, sendo 6 oficiais e 54 praças.

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Submarino Bahia - S 12, ex-USS Plaice - SS 390, foi o quarto navio e o primeiro submarino, a ostentar esse nome em homenagem ao Estado da Bahia, na Marinha do Brasil. Foi construído pelo Portsmouth Naval Shipyard, em Kittery, Maine, sendo transferido para MB sob os termos do Programa de Assistência Militar, e incorporado a MB na Base de Submarinos de Pearl Harbor, Havaí, em 7 de setembro de 1963, pelo Aviso 1643 de 12/08/1963 MM e OD 0047 de 07/09/1963 do EMA (Bol. 36/63/3965 MM), em cerimônia conjunta com o submarino Rio Grande so Sul - S 11. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Fragata Abílio Simões Machado.

 

A oficialidade do recebimento do Bahia foi a seguinte:

 

     - CF Abílio Simões Machado – Comandante

     - CC José Geraldo da Costa Cardoso de Melo - Imediato

     - CC Henrique Octávio Aché Pillar - CheMaq
     - CC Aloysio Bastos Vianna da Silva - CheOpe     

     - CC Sérgio Torrents Watson - Enc.Div. O

     - CC Jelcias Baptista da Silva Castro -  Enc.Div. M

     - CT Fernando Luiz Pinto da Luz Furtado de Mendonça - Enc.Div T

     - CT Roberto de Queiroz Guimarães - Enc.Div. S

 

1963

 

Em 23 de outubro, após adestramento da tripulação, partiu de Pearl Harbor em companhia do S Rio Grande do Sul - S 11, com destino ao Brasil. Fez escalas em San Diego (California), Acapulco (México), Balboa (Panamá), La Guaira (Venezuela), Trinidad e Tobago e Belém-PA em 4 de dezembro, Fortaleza, e Salvador.

 

Em 22 de dezembro, chegou ao Rio de Janeiro, atracando no caís da Base Almirante Castro e Silva (BACS).

 

1964

 

Foi removido o canhão de 5 polegadas, pela extinta Fabrica de Munições da Marinha (FM), no AMRJ. Os canhões do Bahia, assim como do Rio Grande do Sul, é oportuno dizer, haviam sido recolocados durante o recebimento, a fim de permitir a aquisição de maior cota de munição para os Cruzadores Barroso e Tamandaré, através do MAP.

 

1965

 

Realizou comissão de adestramento de navegação e fundeio em áreas restritas no Nordeste. O Bahia partiu do Rio de Janeiro, realizando fundeio na Enseada de Forno, Macaé, Benevente, Guarapari, Ilha de Santa Bárbara (Abrolhos) e Recife-PE.

 

1966

 

Sua vela foi modificada e reconstruída no AMRJ, ficando semelhante aos submarinos da mesma classe modificados para o padrão GUPPY na U.S. Navy.

 

O primeiro Bahia, com a vela tipo Guppy instalada durante uma modernização realizada em meados dos anos 60 no AMRJ. (foto: SDM, via José Henrique Mendes)

 

1971

 

Integrou o Grupo-Tarefa brasileiro comandado pelo CA Carlos Auto de Andrade, que participou da Operação UNITAS XII. Além do Bahia integravam o GT o NAeL Minas Gerais - A 11 (capitânia), os CT Pará - D 27, Paraíba - D 28, Paraná - D 29, Piauí - D 31, Santa Catarina - D 32, Amazonas - D 12 e Araguaia - D 14 e o S Rio Grande do Sul - S 11. Também participaram desse exercício pela Armada Argentina os CT ARA Almirante Brown - D 20, CT ARA Spora - D 21 e ARA Rosales - D 22, NT ARA Punta Medanos - B 18 e o RAM Diaguita - A 5, pela Armada Uruguaia os Contratorpedeiros de Escolta ROU Uruguai - DE 1 e ROU Artigas - DE 2, e pela Marinha dos EUA os Contratorpedeiros USS MacDonough - DDG 39, USS Bordelon - DD 881, F USS Edward McDonnell - FF 1043 e o S USS Trumpetfish - SS 425.

 

1973

 

Em 27 de março, deu baixa do serviço ativo, sendo submetido a Mostra de Desarmamento pelo Aviso 0070 de 19/01/73 MM/EMA (Bol. 24/73/159 MM) em cerimônia realizada na Base Almirante Castro e Silva. Em quase dez anos de serviço na MB, atingiu as marcas de 140.503 milhas navegadas, das quais 11.118 em imersão, 836 dias de mar, 2.863 horas de imersão e lançou 32 torpedos, um recorde operativo na Força de Submarinos que até 1986 ainda não tinha sido batido. É bom lembrar que o total de horas em imersão, somente não foi também um recorde, devido o advento do snorkel nos submarinos posteriores aos das classes Gato e Balao, sistema do qual o Bahia não era dotado e, portanto, necessitava efetuar a carga de baterias navegando na superfície.

 

Cerimonia de Baixa do Serviço Ativo e Mostra de Desarmamento em 27 de março de 1973, realizada na Base Almirante Castro e Silva. (foto: ?)

 

Depois de sua baixa, seria em principio devolvido para os EUA, já que se tratava de um navio arrendado, mas o Engenheiro Francisco de Paula Machado de Campos, presidente da Fundação Museu da Tecnologia de São Paulo manifestou interesse em adquiri-lo para a criação de um centro de visitação publica com finalidades educacionais. Para isso, era necessário que se projetasse um espaço de fácil acesso e capaz de receber uma embarcação com as suas dimensões. Após várias negociações, com o apoio da Marinha e representantes do governo dos Estados Unidos, até então proprietário do submarino, a Fundação adquiriu, por um preço razoável, o ex-submarino Bahia, inteiramente completo. O navio foi rebocado pelo RbAM Tritão - R 21, até Santos e depois de algumas pesquisas, foi encontrada uma área ideal para a criação do projeto, dentro do município do Guarujá, onde poderia ser instalado o Projeto Parque Naval do Guarujá num local cedido pela prefeitura sem qualquer custo por um prazo de 50 anos. Foi seu ultimo Comandante o então Capitão-de-Corveta José Luiz Feio Obino.

 

Maquete de como poderia ficar o Bahia e, o Parque Naval do Guarujá. (foto: ?) O casco do ex-Bahia, chegando rebocado a Santos. (foto: ?) O casco do ex-Bahia, chegando rebocado a Santos. Ao fundo o RbAM Tritão - R 21. (foto: ?)

 

No entanto era necessário recursos pois havia um prazo para execução. Os recursos não foram obtidos e após sérias dificuldades dentre as quais assaltos ao submarino, a segurança da embarcação foi posta em risco o que obrigou ao abandono do projeto. O casco retornou para o Rio de Janeiro e onde foi vendido em março de 1978 a um estaleiro particular para desmanche.

 

Os cascos do ex-Rio Grande do Sul e do ex-Bahia, depois de desativados, atracados no cais da Base Almirante Castro e Silva, na Ilha de Macanguê. (foto: ?) Os cascos do ex-Rio Grande do Sul e do ex-Bahia, depois de desativados, atracados no cais da Base Almirante Castro e Silva, na Ilha de Macanguê. Notar ao fundo a Ponte Rio-Niteroi ainda em construção. (foto: ?) O casco do ex-Bahia, depois de desativado, atracado no cais da Base Almirante Castro e Silva. Notar ao fundo a Ponte Rio-Niteroi ainda em construção. (foto: ?)

 

 

 

 

O u t r a s    F o t o s

 

O S Bahia, entrando na Baia da Guanabara. (foto: SRPM, via José Henrique Mendes)

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CF Abílio Simões Machado 07/09/1963 a __/__/196_
CF Geraldo da Costa Cardoso de Mello __/__/196_ a __/__/1965
CF Fernando Carvalho Chagas __/__/1965 a __/__/196_
CF Gabriel de Araujo Bastos __/__/19__ a __/__/19__
CF João Batista Torrents Gomes Pereira __/__/19__ a __/__/19__
CF Paulo Nogueira Pamplona Corte Real __/__/19__ a __/__/19__
CF Antonio Cordeiro Gerk __/__/19__ a __/__/19__
CF Henrique Rubem Costa Veloso __/__/19__ a __/__/19__
CF Munir Nagib Hanna Al Zuquir __/__/19__ a __/__/1970
CF Wilson Fleury Campello __/__/19__ a __/__/19__
CF Luiz Augusto Paraguassu de Sá __/__/19__ a __/__/1972
CC José Luiz Feio Obino __/__/197_ a __/__/197_
CF Antonio Cordeiro Gerk __/__/197_ a __/__/197_
CC José Luiz Feio Obino __/__/197_ a __/__/197_

 

H i s t ó r i c o  A n t e r i o r

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Souza, Marco Polo Áureo Cerqueira de; Nossos Submarinos - sinopse histórica; 1ª edição; Rio de Janeiro; SDGM; 1986; pág.: 67-73.

- Comando da Força de Submarinos; Força da Submarinos 90 Anos - 1914-2004; Niterói; ComFors; 2004.

 

- NavSource Naval History - www.navsource.org - último acesso em 04/04/2010.

 

- Submarinos do Brasil - www.planeta.terra.com.br/relacionamento/submarinosbr

 

- SUBNET - www.subnet.com.

 

- Especificações da Classe Balao - www.simplyweb.net/aft/mechinfo.html

 

- Colaboração Especial de Guilherme Poggio.

 

- Warships of World War II - www.warshipsww2.eu/ - 12/12/2010