1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

Cv Purus - V 23

Classe Imperial Marinheiro

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 20 de novembro de 1953
Lançamento: 6 de novembro de 1954
Incorporação: 4 de julho de 1955

Baixa: 18 de outubro de 2002

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 911 ton (padrão), 1.025 ton (carregado).
Dimensões: 55.72 m de comprimento, 9.55 m de boca e 3.6 m de calado.
Propulsão: 2 motores diesel Sulzer 6TD36 de 6 cilindros e 1.080 bhp cada, acoplados diretamente a 2 eixos com hélices de passo fixo.

Tração Estática: 18 toneladas; e cabo de reboque de 500 metros e esta aparelhada para efetuar o lançamento do sistema "Beach Gear".

Eletricidade: 2 geradores diesel de 160 kW e 1 gerador diesel de reserva de 75 kW.  alternadores.

Combustível: 135 tons.

Velocidade: máxima de 16 nós; máxima constante 14 nós.

Raio de Ação: 15.000 milhas náuticas.
Armamento: 1 canhão de 3 pol. (76,2 mm/50) Mk 26, 4 metralhadoras Oerlikon Mk 10 de 20 mm/70 em reparos singelos.
Sensores: 1 radar de navegação.

Equipamentos: Maquina de reboque instalada no convés principal; equipamento de Combate a Incêndios e Controle de Avarias fixo e móvel.

Código Internacional de Chamada: PWEA.
Tripulação: 64 homens, sendo 6 oficiais e 58 praças.

 

 

H i s t ó r i c o

 

A Corveta Purus - V 23, foi o segundo navio a ostentar esse nome(1) na Marinha do Brasil,em homenagem ao rio homônimo da região amazônica. As Corvetas classe Imperial Marinheiro foram idealizadas e mandadas construir pelo Almirante Renato de Almeida Guillobel, em sua gestão a frente do Ministério da Marinha. Foi construída pelo estaleiro N.V. Scheepswerf & Machinefabriek, em Debiesboch, Holanda. Teve sua quilha batida em 20 de novembro de 1953, foi lançada ao mar em 6 de novembro de 1954 e foi incorporada em 4 de julho de 1955. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Jonas Garcia Simas.

 

As Corvetas classe Imperial Marinheiro, foram originalmente concebidas, como navio guarda-costas, rebocador, mineiro e varredor. Já nos anos noventa, as unidades remanescentes mantinham apenas as características de unidade de patrulha (guarda-costas) e salvamento (rebocador). Seus trilhos para lançamentos de minas e paravanas de varredura não existem mais a bordo. Atualmente a maior restrição das Corvetas nas missões de patrulha é a sua baixa velocidade em relação às velocidades atuais dos navios mercantes. A Corveta tem uma velocidade máxima mantida de apenas 12 nós.

 

1955

 

Em 3 de outubro, chegou ao Rio de Janeiro.

 

Foi subordinada ao 2º Distrito Naval, integrando o Grupamento Naval do Leste (GrupNL), tendo como área de atuação o litoral dos Estados da Bahia, Sergipe e Alagoas, operando a partir de Salvador-BA.

 

1962

 

Em janeiro, localizou os B/P lagosteiros "Françoise Christine" e "Lonk Ael", em atividade nas costas do Rio Grande do Norte, mas o Estado-Maior da Armada determinou que fossem apenas observados, pois estava em estudo pelo Itamaraty a Nota de protesto da Embaixada da França, contra o apresamento do B/P "Cassiopée", pela Cv Ipiranga V 17, ocorrido em 2 de janeiro.

 

1977

 

Em 9 de setembro, com o Presidente da Republica, General Ernesto Geisel, embarcado na F Niterói – F 40, participou da revista naval em sua homenagem, junto com o CT Pará – D 27 e Alagoas – D 36, Cv Caboclo – V 19, NV Aratu – M 15, Anhatomirim – M 16, Atalaia – M 17, Araçatuba – M 18 e Albardão – M 20, e aos NA Javari – U 18 e Juruá – U 19.

 

Ainda no mês de setembro, foi acionado pelo comando do 2º DN, para socorrer o N/T " Presidente Campos Sales" , que se achava à deriva, na altura da foz do Rio Real, após ter sofrido avarias em suas maquinas. O navio FRONAPE, havia recebido carga completa de óleo cru em Aracajú-SE, e devido às más condições do tempo o reboque foi feito a uma velocidade media de 1.5 nós, chegando inclusive, numa noite, a ter seguimento negativo por um período de aproximadamente três horas. Depois de sofrer reparos em Salvador, o Presidente Campos Sales, pode prosseguir viagem normalmente.

 

Participou da Operação DRAGÃO XIII, realizada na Baía de Cabrália, litoral sul da Bahia, comandada pelo VA Fernando Ernesto Carneiro Ribeiro, ComenCh. Também participaram, os CT Mariz e Barros, Marcilio Dias, Espírito Santo, Maranhão e Rio Grande do Norte, NTrT Ary Parreiras e Soares Dutra, NDCC Duque de Caxias e Garcia D'Ávila, S Amazonas e Riachuelo, NV Abrolhos, Albardão, Anhatomirim e Aratu e NO Belmonte, além dos várias unidades dos fuzileiros navais e aeronavais.

 

1979

 

Participou do salvamento do N/M "Cabo Orange".

 

Realizou uma faina inédita na MB, quando durante comissão de Abastecimento e Assistência Médico-Odontológica a guarnição do Farol de Abrolhos, operando com um He Jet Ranger, pertencente ao NF Alte. Graça Aranha - H 34, que através do método de "pick-up" transportou dois geradores pesando 300 quilos, cada, do convés da Corveta para Ilha.

 

1980

 

Em fevereiro, em cerimônia presidida pelo Chefe de Operações Navais, AE Fernando Ernesto Carneiro Ribeiro, foi agraciado com o premio "Navio Socorro do Ano", referente ao ano de 1979. Também participou da cerimônia o VA Dilmar de Vasconcellos e diversas autoridades.

 

Em abril, participou da Operação APERIPÊ, realizada pelo Comando do 2º Distrito Naval (Com2ºDN), que consistia em um exercício de defesa das instalações portuárias e plataformas marítimas da Petrobrás no litoral sergipano, e que contou também com a participação da Cv Caboclo - V 19, dos NA Javari - U 18 e Juruá - U 19 do Grupamento Naval do Leste (GrupNLeste), e dos NV Aratu – M 15 e Anhatomirim – M 16 da Força de Minagem e Varredura (ForMinVar). A Purus em companhia do Rebocador "Subauna" da Petrobrás, representou a força inimiga nesse exercício.

 

1981

 

Participou da Operação APERIPÉ realizada no litoral sergipano com o propósito de defesa das instalações portuárias, terminais e plataformas marítimas naquela região, incluindo desembarque anfíbio, varredura de minas e controle do trafego marítimo. Os navios formaram dois Grupos-Tarefa, um do Grupamento Naval do Leste comandado pelo CMG Alberto Lima do Amaral composto pela Cv Purus, NV Araçatuba e Albardão e NA Juruá e Javari; e outro, do Grupamento Naval do Nordeste, comandado pelo CMG Jorge Ponsati da Silva Pereira,  com a Corveta Forte de Coimbra e os NaPaCo Poti e Pirajá.

 

1982

 

Participou da Operação COSTEIREX-NORDESTE 82 realizada ao longo do litoral de Alagoas e no porto de Maceió. Também tomaram parte na operação, as Cv Forte de Coimbra e Ipiranga, os NaPaCo Poti e Pirajá, e os NV Aratu, Araçatuba e Anhatomirim, além de tropas dos Grupamentos de Fuzileiros Navais de Salvador-BA e Natal-RN, helicópteros da Força Aeronaval (ForAerNav) e membros do Grupo de Mergulhadores de Combate (GruMec), num total de aproximadamente 600 homens.

 

Foi "Navio de Socorro Distrital" do 2º DN.

 

1983

 

Foi "Navio de Socorro Distrital" do 2º DN.

 

1984

 

Em dezembro, realizou comissão na África, em GT com a Cv Forte de Coimbra - V 18.

 

1985

 

Em fevereiro, escoltou na área do 2º DN o NAsH Carlos Chagas - U 19, que realizava a travessia Rio de Janeiro - Manaus, onde seria incorporado a FlotAM - Flotilha do Amazonas.

 

Foi-lhe outorgado o titulo de "Navio de Socorro Distrital" do 2º Distrito Naval, relativo ao ano de 1984.

 

1986

 

Entre 23 e 27 de junho, participou da Operação COSTEIREX-LESTE, em ação conjunta das forças navais dos Comandos do 2º e 3º Distritos Navais, realizada no litoral do Estado de Sergipe, que constou de exercícios visando à defesa de instalações do Porto, do Terminal de Carmópolis e plataformas de exploração de petróleo, localizados naquela área. Estiveram envolvidos nesses exercícios os NV Albardão – M 20, Atalaia – M 17 e Aratu – M 15, e duas Companhias do GptFNSa, todos subordinados ao 2º Distrito Naval; e a Cv Forte de Coimbra – V 18, NaPaCo Penedo – P 14, Pirajá - P 11 e Poti – P 15, e uma Companhia do GptFNNa, subordinados ao 3º Distrito Naval e ainda uma Companhia do Batalhão Tonelero e um Grupo de MEC.

 

Foi-lhe outorgado o titulo de "Navio de Socorro Distrital" do 2º Distrito Naval, relativo ao ano de 1985.

 

1988

 

Entre setembro e dezembro, formando o GT-31.1 com a Cv Forte de Coimbra - V 18, realizou a Operação AFRICA II/88, visitando Santa Helena (Protetorado do Reino Unido), Pointe Noire (Congo) São Tomé e Principe, Libraville (Gabão) e Douala (Camarões).

 

1989

 

Foi-lhe outorgado o titulo de "Navio Socorro do Ano", relativo ao ano de 1988.

 

1992

 

Foi-lhe outorgado o titulo de "Navio de Socorro Distrital" do 2º Distrito Naval e "Navio Socorro do Ano", relativo ao ano de 1991.

 

1994

 

Durante os meses de setembro, outubro e novembro, realizou a Operação ÁFRICA 94, com a Cv Forte de Coimbra - V 18, do 4º Distrito Naval, visitando os portos de Praia e Mindelo (Cabo Verde), Dakar (Senegal), Bissau (Guiné-Bissau), Abidjan (Costa do Marfim), Tem (Gana), Libreville (Gabão) e Ilha de Ascensão (protetorado do Reino Unido), perfazendo um total de 38 dias de mar e 7.132,2 milhas navegadas.

 

1995

 

Em dezembro, recebeu a visita informal do Presidente da Republica, Fernando Henrique Cardoso, que então estava hospedado na Base Naval de Aratu, em descanso com a sua família.

 

1996

 

Em cerimônia presidida pelo Comandante do 2º DN, recebeu os diplomas de "Navio de Socorro Distrital" e "Contato-CNTM/2º Distrito Naval", relativos ao ano de 1995, pelo seu desempenho nas atividades de socorro marítimo e no envio de partes de contato com navios mercantes, para o SISTRAM - Sistema de Informações sobre o Trafego Marítimo.

 

1998

 

Em 25 de junho, recebeu do Comando do Controle Naval do Tráfego Marítimo – COMCONTRAM, o Prêmio "Contato-CNTM/2º Distrito Naval", relativo ao ano de 1997.

 

A Corveta Purus detém o recorde de tonelagem rebocada desde quando efetuou o Salvamento do Petroleiro "Campo Sales", com 65.000 toneladas.

 

2002

 

Em 18 de outubro, foi submetida a Mostra de Desarmamento, em cerimônia presidida pelo AE Marcos Augusto Leal de Azevedo, Chefe do Estado-Maior da Armada e transferida para a Reserva do Serviço Ativo da Armada, pela Portaria n.º 261, de 30/09/2002 do Comandante da Marinha. Em 47 anos de Serviço Ativo, atingiu as marcas de 2.092 dias de mar e 494.318,4 milhas navegadas.

 

2003

 

Em 5 de junho, foi autorizada a sua transferência para a Marinha da Namíbia pela Lei N.º 10.685 (DOU 06/06/2003).

 

2004

 

Em 25 de junho, às 10:00 h, foi realizada a cerimônia de transferência da ex-Corveta Purus para a Marinha da Namíbia, na Base Naval de Aratu, na cidade de Salvador, decorrente do acordo de cooperação firmado entre o Brasil e a Namíbia, em 1994. Estiveram presentes à solenidade o Ministro da Defesa do Brasil, José Viegas Filho, o Ministro da Defesa da Namíbia, Hon. E. Nghimtina, o Comandante da Marinha brasileira, Almirante-de-Esquadra Roberto de Guimarães Carvalho, o Comandante da Marinha da Namíbia, CMG P.H. Vilho, o Diretor-Geral do Material da Marinha, AE Euclides Duncan Janot de Matos, o Comandante do 2º DN, VA Álvaro Luiz Pinto, e o Diretor-Presidente da ENGEPRON, VA Napoleão Bonaparte Gomes, além de outras autoridades. A ex-Purus recebeu o nome de Corveta "N.S. LT GEN Dimo Hamaambo", e tornou-se o primeiro navio da recém criada Marinha de Guerra da Namíbia. Na Base Naval de Aratu, foram realizados os reparos de máquinas, equipamentos eletrônicos e de comunicações, bem como a reforma das acomodações, para o retorno do navio ao serviço.

 

 

 

O u t r a s    F o t o s

 

A Purus, passou a maior parte de sua vida operacional na área de jurisdição do 2º Distrito Naval. (foto: SRPM) A Purus, em patrulha. (foto: Cv Purus) A Purus, atracada na Base Naval de Aratu-BA. (foto: Cv Purus) A Purus, atuou por 47 anos na patrulha do litoral nordestino, operando a partir de Salvador. (foto: SRPM, via José Henrique Mendes)

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CC Jonas Garcia Simas 04/07/1955 a __/__/19__
CC José Ribamar Miranda Dias __/__/197_ a __/__/1970
CC Antônio José Basílio de Castro Mendes Leal __/__/197_ a __/__/197_
CC Roberto Paulo Timponi __/__/19__ a __/__/19__
CF Fernando Motta Salles ( * ) __/__/19__ a 11/11/1977
CC Edison de Almeida ( * ) 11/11/1977 a __/__/197_
CC Paulo Gustavo Pinto César de Carvalho __/__/1987 a __/__/1988
CC Viriato do Nascimento Geraldes __/__/1999 a __/__/2000
CC Sérgio Miranda __/07/2001 a __/__/200_

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.216.

 

- Baker III, A.D. Combat Fleets of the World 1998-1999. Annapolis, MD: Naval Institute Press, 1998.

 

- Moore, John. Jane's Fighting Ships 1980-1981. London: Jane's Publishing Company Limited, 1980.

 

- Revista Marítima Brasileira. Rio de Janeiro, SDGM, n.º 10/12, out/dez 1981.

 

- Braga, Cláudio da Costa. A Guerra da Lagosta, Rio de Janeiro, SDM, 2004.

 

- NOMAR - Noticias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 412, out. 1977; n.º 414, dez. 1977; n.º 436, out. 1979; n.º 442, abr. 1980; n.º 443, jan. 1980; n.º 499, jan. 1985; n.º 500, fev. 1985; n.º 502, abr./mai./jun. 1985; n.º 510, fev. 1986; n.º 515, jul. 1986; n.º 546, fev. 1989; n.º 583, mar. 1992; n.º 629, jan. 1995; n.º 643, jan. 1996; n.º 646, abr. 1996; n.º 677, ago. 1998.

 

- Revista Passadiço - Publicação do Centro de Adestramento Almirante Marques Leão, Ilha de Mocanguê, Niterói-RJ, Ano XVII - 2004

 

- Folheto Bem-Vindo à Bordo da Corveta Purus - V 23.


(1) Purus, nome que em tupi significa "gente que devora".