O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou para o dia 4 de novembro o Conselho de Defesa Nacional, integrado por cinco ministros, pelo vice-presidente da República, comandantes militares e pelos presidentes da Câmara e do Senado. Eles deverão avaliar, em caráter final, o Plano Estratégico de Defesa, que redefine o papel das Forças Armadas, aumenta os recursos destinados a seu reaparelhamento e estabelece incentivos para o desenvolvimento da indústria nacional de armas e equipamentos militares. O governo pretende elaborar uma lista de empresas e/ou grupos de produtos que serão eliminadas das “amarras” da lei 8.666, que rege licitações do setor público. De acordo com o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, esse é apenas um exemplo de estímulos a serem dados por um novo “regime jurídico e tributário especial”, que permitirá o favorecimento das indústrias brasileiras. “(Hoje) há uma série de limitações sinistras, é um inferno”, disse Mangabeira.

O ministro revelou que o plano deverá proteger essas empresas de descontinuidade das compras governamentais e dos contingenciamentos orçamentários impostos às Forças Armadas. Em troca, haverá uma “mistura” de instrumentos para garantir ao governo poder estratégico nas principais indústrias do setor, por meio de participações acionárias – possivelmente “golden shares” – ou de licenças regulatórias. Esse último mecanismo é adotado pelos Estados Unidos. Mangabeira afirmou que os acordos de defesa a serem firmados pelo Brasil com outros países vão exigir não apenas a transferência de tecnologia, mas investimentos em pesquisa e produção no país. “Só se aprende fazendo e não queremos sacrificar o futuro pelo presente”, comentou. Em dezembro, durante visita oficial do presidente da França, Nicolas Sarkozy, deverá ser firmado um amplo acordo para a construção de submarinos convencionais, para a parte não-nuclear do submarino atômico e para a construção de helicópteros na Helibrás.

Segundo Mangabeira, o plano sugere a criação de uma nova secretaria no Ministério da Defesa, que será responsável pela articulação e compra de equipamentos para as três forças – Exército, Marinha e Aeronáutica. “Nada de cada força ir ao supermercado sozinha”, afirmou o ministro. Para ele, o grande foco do plano é “a reconstrução da cultura militar”.

“Atualmente, temos uma cultura de defesa zero”, afirmou Mangabeira. Ele adiantou que haverá mudanças na distribuição espacial das tropas brasileiras. A Marinha, por exemplo, que hoje está concentrada no Rio de Janeiro, criará uma nova base na foz do Amazonas e outra no Nordeste.

Fonte: Valor Econômico – reportagem de Cristiano Romero e Daniel Rittner

fortaleza-itaipu-praia-grande-sp-1902.jpg

Comentário fotográfico do Blog: falta pouco para a Defesa do Brasil encontrar finalmente um de dois rumos. Poderá seguir na direção de uma grande mudança para se encontrar com o século XXI, que já chega ao final de sua primeira década. Ou poderá caminhar a passos largos para se tornar uma relíquia histórica, como a Fortaleza de Itaipu do início do século XX, fotografada em Praia Grande – SP, por Nunão.

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RL

Estou tentando me segurar, por incrivel que pareça, ainda acredito nesse Blá blá blá todo…

Putz, que sensação horrivel isso. Oh coisa que não ata e nem desata logo.

Igor

Essa Fortaleza de Itaipu lembra um pouco o Forte Marechal Luz.

Edilson

acho que as autoridades estão dando sinais de mudanças embora tímida positivas, espero que as palavras se transformem em ações.

JSilva

Base na Foz do Amazonas ou seja Belem, finalmente vao reformar e ampliar??????

Base nno Nordeste…..ué temos duas Aratu e Natal, finalmente vamos dar outra reforma e vamos ampliar.

Sera?????

O resto besteira. Esse historia de vamos criar é um @!%!@#$!#$¨besteira pra otario ouvir, quem cria é pai adotivo e dono de granja.

LUIZ BRAZIL  (DT)

Égua, Nunão! Mataste a pau o atraso do poder bélico brasileiro. Essa foto diz tudo! Faz vergonha até ao homem da caverna. Quem diria a nós que remamos contra a maré da irresponsabilidade governamental. Arre!

Iuri Korolev

“Começo a acreditar em alguns de nossos comentaristas do blog, que acreditam que esse Plano de Defesa não existe. No início de setembro, prometeram convocar o Conselho Nacional de Defesa no início de outubro, e agora já passou para o início de novembro. Deus sabe então qual será o prazo para aprovar o plano em caráter final, se é que existe algum, plano e/ou prazo final. Quando essa idéia de plano surgiu em setembro de 2007, algo já nos dizia que seria um modo fácil de empurrar as responsabilidades do governo para com as Forças Armadas e a com a… Read more »

EMERSON FULLY

Esse plano vai acabar em pizza!No máximo vamos comprar dois ou três SCORPENE,dar uma mão de tinta nas bases do norte e nordeste da MB,que estão lá á séculos.
Depois será a vez do EB,dez ou vinte tanques alemãs usados(não lembro a nomenclatura),e então a FAB,os tão esperados RAFALE,no máximo 12, seis de cada vez.
E será isso amigos,podem esperar,não sou profeta,nem pai de santo que tudo vê,mais esse plano já estava escrito faz tempo!!!
Depois não digam que eu não avisei!!

Wagner_ASW

Senhores, não sei se aqui é o local ideal para isso, mas aqui vai um link de um jornal do Paraguai, com alguns comentário do povo paraguaio em relação ao Decreto do presidente Brasileiro. O povo ta bem nervosinho com os brasiguaios, acho que o negócio vai ferver: Se possível dêem uma lida no artigo:

http://www.ultimahora.com/notas/162353-Decreto-de-Lula-da-Silva:-Brasil-amenaza-a-Paraguay-y-vecinos-?pagina=5#comentarios

marujo

Emerson, o espírito é esse mesmo. Rolar, rolar, rolar… Mas não acredito em quantidades tão pequenas e nem em material tão velho. Vão ter que fazer em alguma coisa para atender minimamente a expectativa que criaram.

Ozawa

4 de novembro de 2008… Data fatídica para os EEUU e o Brasil, cada qual, sob certos aspectos, aproarão seus rumos nos próximos anos a partir dessa data.

Hornet

Se esperança vem do verbo esperar, então, nunca tivemos tanta esperança em relação a esse Plano. Mas tudo bem, vamos lá, 4 de novembro é o dia…ao menos “esperemos” que seja.

abraços a todos

Brazil (DT)

Atenção! 4 de novembro, lembra o quê?

Marcelo R

Nunca se falou tanto sobre modernização das forças armadas e não se fez nada até então.
Não adianta comprar uns sucatinhas da Europa, comprar outros sucatinhas dos EUA, mandar reformar outros sucatinhas e dizer que temos forças armadas atualizadas.
Acordai-vos ò deitados eternamente em berço explêndido!!!

McNamara

Por via ds dúvidas, acho melhor azeitar o canhão da Fortaleza de Itaipu, que junto com o monitor Parnaíba, constituem poderosa força de dissuasão naval.

EMERSON FULLY

Completando meu comentário, vocês acham que o Lula, em final do segundo mandato vai injetar cerca de 5 bi,ao invés de tapar o rombo de caixa,que com certeza o governo dele não vai fugir a regra.
Pois é,ele vai deichar o pepino pro próximo presidente,que irá estudar o assunto por mais uns 4 anos!!!
Isso,é Brasil!!

LUIZ BRAZIL  (DT)

É Marcelo, endosso o seu raciocínio. De “bagulho”, já estamos fartos. Ou nos fazemos respeitar pela força do poder ou o poder da força será o caminho sem volta. O contribuinte brasileiro paga altos impostos e não é admissível ver a sua soberania esbulhada, com a sua defesa entregue a leigos que nem sequer deram um tiro de fuzil, na sua juventude. Brincar com a segurança nacional é subestimar a capacidade de tolerância de um povo que merece respeito. Aniquilar as FFAA pode ser o princípio de uma ruptura institucional com graves consequências para a democracia e o estado de… Read more »

LUIZ BRAZIL  (DT)

ops! onde se lê persuasão leia-se dissuasão.

AJS

Scorpene não, a Navantia e DCNi encerram a produção em Dezembro 2008, ruptura irreversível do consórcio.

Nunão

Sobre a fortaleza de Itaipu: tanto ela, que fica na pontinha da Praia Grande, quanto a dos Andradas, no Guarujá, são ótimos passeios, principalmente a dos Andradas, na minha opinião, com toda as suas dependências subterrâneas. Já a vista da orla pela fortaleza de Itaipu é fantástica. Quer dizer, quando a tradicional “névoa” da baixada santista colabora, o que não é muito comum.

Quando dos ataques do PCC em São Paulo ambas foram fechadas ao público. Não sei se reabriram, mas se for o caso, recomendo para os paulistanos, santistas e turistas em geral.

Douglas

Vão criar mais uma instãncia governamental, uma tal secretaria concentradora de compras, como se houvesse falta de instãncias no sistema público brasileiro. Considerando o histórico deste governo e do sistema de aquisições públicas em geral, espero que não termine em comissões por debaixo da mesa.
Fosse a intenção de contratar mais e melhor, bastaria criar uma comissão conjunta dentro do estado maior das FA.
Secretaria é senha pra criação de centenas de carguinhos em comissão para aspones nomeados mamarem dinheiro do contribuinte sob a pecha da “Defesa Nacional”.

AJS

Com a criação do MD, foi extinto o EMFA.

tomas

Já deve de ter uma penca de gente se candidatando para ficar na nova secretaria concentradora de compras…..filho de um, sobrinho de outro, irmão de fulano, conhecido de beltrano, etc, etc, etc…
A burrocracia no Brasil é de matar!!!

Marcelo R

Hoje são 37 ministérios, aja Brasil.
Sou da época dos 12 ministérios, sendo 5 militares, muito bom, funcionava…
Não tinha bla,bla,bla, estatuto do menor, nem MST,nem ONG; nem um monte de safados reivindicando os seus direito e nem P…

Marcelo R

“Cumpanheros” o “prano” é o seguinte 4 de novembro la na Granja vai ter churrasco com cerveja, pode beber tudo o que estiver na frente porque tem carro oficial para levar de volta pra casa.

[…] da questão do pessoal, o Comandante da MB discorreu sobre as perspectivas para o Plano Estratégico de Defesa, a construção de submarinos convencionais, do submarino nuclear e de navios-patrulha, entre […]

Gomes

Como é um plano de longo prazo, para que possa ter êxito será necessário que os próximos presidentes dêem continuidade ao mesmo.

Rezo para que os próximos presidentes após Lula, sejam também nacionalistas, como o Presidente Lula, não quero nem pensar se for eleito um presidente entreguista como foi FHC, o qual era adepto da “teoria da dependência”, que dizia que o Brasil só poderia se desenvolver aravés de um alinhamento incondicional com os interesses das grandes potências, especialmente os EUA.

E realmente, FHC fez todo o possível para entregar o Brasil!