1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

Almirante-de-Esquadra

Maximiano Eduardo

da Silva Fonseca

 

 

O Almirante Maximiano, nasceu em 6 de novembro de 1919, no Rio de Janeiro, tendo sentado praça como Aspirante em 5 de abril de 1937, na Escola Naval ainda na Ilha das enxadas e declarado Guarda-Marinha em 24 de dezembro de 1941, já na Ilha de Villegagnon. No início de sua carreira tomou parte em escoltas de nossa Esquadra, no patrulhamento do Atlântico Sul durante a 2ª Guerra Mundial, sendo um dos heróicos 25 Oficiais de nossa Marinha com mais de 300 dias de mar em operações de guerra e, por isso, laureado com a Medalha de Serviços Relevantes.

 

Cursou Hidrografia e Navegação para Oficiais em 1949. Como hidrógrafo, participou das maiores efemérides da História da Hidrografia de nosso país, dentre elas o Primeiro Levantamento da Barra Norte do Rio Amazonas em 1952, como Comandante do Navio-Hidrográfico Rio Branco, comissão com mais de 340 dias de duração. Teve a oportunidade de comandar, ainda, os Navios-Hidrográficos Caravelas, Sirius e Canopus e o Navio-Oceanográfico Almirante Saldanha, além de dirigir o Centro de Sinalização Náutica e Reparos Almirante Moraes Rego.Na Escola de Guerra Naval fez os cursos de Preliminar de Comando em 1956, de Comando em 1959 e Superior de comando em 1962.

 

Participou de estágios no "United States Hydrographic Office" e no "Coast and Geodesic Survey", ambos afetos às técnicas aplicadas à hidrografia e à construção de carta náutica, tendo especial importância sua proposta de aquisição do sistema "Raydist" de posicionamento eletrônico, equipamento de coleta de dados geodésicos muito utilizado nos levantamentos hidrográficos até a década de oitenta. Como oficial-general, foi Diretor de Administração da Marinha, Comandante do 1º Distrito Naval e Diretor-Geral do Material da Marinha.

 

Foi promovido a segundo-tenente em 16 de outubro de 1942, a primeiro-tenente em 30 de junho de 1944 e a capitão-tenente em 9 de maio de 1946. Por merecimento obteve as promoções a capitão-de-corveta (15 de março de 1953), capitão-de-fragata (11 de julho de 1958) e a capitão-de-mar-e-guerra (18 de agosto de 1965). Posteriormente ascendeu a contra-almirante (31 de dezembro de 1969), vice-almirante (31 de março de 1974) e a almirante-de-esquadra (25 de novembro de 1976).

 

No posto de Almirante-de-Esquadra foi Ministro da Marinha no Período de 15 de março de 1979 a 21 de março de 1984, quando de forma empreendedora, implementou doutrinas e idéias que iriam se refletir na eficiência de nossa Força Armada em anos vindouros. Homem visionário, percebeu a relevância estratégica para a Marinha em dominar a tecnologia da energia nuclear, sendo um dos idealizadores do Programa Nuclear Brasileiro, e também a grande importância da nossa Força ter capacidade tecnológica para o projeto, construção e manutenção de submarinos, criando o programa para construção de submarinos, que resultou em transferência de tecnologia para o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Ainda, priorizou recursos visando tornar o Brasil membro do Tratado Antártico, viabilizando a compra do Navio de Apoio Oceanográfico Barão de Teffé, que permitiu a realização da Primeira Expedição Antártica Brasileira e, posteriormente, o estabelecimento da Estação Antártica Comandante Ferraz, marcando, a partir de então, a presença de nosso país no Continente Branco. Foi, também, incentivador da Sociedade de Amigos da Marinha, a SOAMAR, e, em sua gestão, fruto de uma visão arrojada, admitiu as mulheres em nossas fileiras, com a criação do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha, sendo a nossa Instituição a pioneira no ingresso da presença feminina em seus Quadros. Também durante sua gestão foi realizada a transferência do 5° Distrito Naval para a cidade de Rio Grande e a criação do Quadro de Artífices para Praças.

 

O Almirante Maximiano permaneceu na Marinha até 1983, contando 46 anos de assinalados e relevantes serviços à Hidrografia, à Marinha e ao Brasil. Após ser transferido para a Reserva da Marinha, exerceu o cargo de diretor da Petrobras, de 30 de abril de 1985 a 10 de junho de 1991. Faleceu, no dia 3 de abril de 1998, no Rio de Janeiro, sendo enterrado, com honras militares, no dia 4, no Cemitério São João Batista.

 

Após seu falecimento, em 3 de abril de 1998, foi alçado à condição de Patrono do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha. Em sua homenagem, em junho de 1998, o Terminal da Ilha Grande da Petrobras (TEBIG) teve o seu nome alterado para Terminal Marítimo Almirante Maximiano da Fonseca.

 


- NOMAR - Noticias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 673, abr. 1998.

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