Argentina protesta contra exploração de petróleo nas Malvinas

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Fonte: Financial Times

A Argentina deverá protestar diante da Grã-Bretanha sobre os planos de empresas britânicas de realizar perfurações prospectivas ao redor das ilhas Falkland, que deverão começar em cerca de dois meses. Fontes britânicas confirmaram que o Ministério das Relações Exteriores argentino convocou autoridades para uma reunião ontem, mas não no nível de embaixador. Uma fonte do ministério disse que “haverá um protesto”.

A reunião ocorre depois que a empresa Rockhopper Exploration se declarou pronta para começar a perfurar nas águas ao redor das ilhas disputadas entre os dois países. A Argentina, que não reconhece as licenças de exploração, chama as ilhas de Malvinas e mantém sua reivindicação de soberania apesar de ter perdido a rápida guerra com o Reino Unido em 1982.

“O Reino Unido não tem dúvidas sobre a soberania das ilhas Falkland e as áreas marítimas ao redor”, disse um porta-voz da embaixada britânica em Buenos Aires. “O governo das ilhas Falkland tem o direito de desenvolver uma indústria de hidrocarbonetos.”

A Rockhopper diz que em dois meses estará pronta para perfurar até quatro poços na bacia das Falkland Norte, e também poderá participar de outros quatro poços planejados pela Desire Petroleum, outra companhia britânica. Isso levanta a perspectiva de um programa de perfuração de oito poços na área, que há muito tempo é considerada rica em petróleo.

“Acreditamos que nossa área é de baixo a médio risco no panorama de exploração global, com potencial para descobrir mais de 3,5 bilhões barris de petróleo recuperável usando parâmetros conservadores, e isso deverá ter um considerável interesse para a indústria no ambiente atual”, disse o presidente executivo da Rockhopper, Pierre Jungels, em um comunicado.

Seis poços foram perfurados em uma área com a metade do tamanho do Texas na bacia Falkland Norte em 1998, e cinco tiveram fluxos de petróleo ou gás. O Departamento de Recursos Minerais do governo das ilhas Falkland disse “que há muitas coisas melhores para testar”.

Outras empresas também estão operando na área. A Desire Petroleum diz que tem 12 locações na bacia Falkland Norte prontas para perfurar, e a Argos Resources também está explorando na mesma bacia. Na bacia das Falkland Leste, a Falklands Oil & Gas, que tem uma sociedade com a BHP Billiton, espera começar a perfurar no ano que vem. Enquanto isso, a Borders & Southern está realizando estudos sísmicos na bacia Falkland Sul.

A situação política das ilhas permanece altamente delicada. No ano passado a Argentina disse que qualquer empresa que explore hidrocarbonetos lá será proibida de atuar na Argentina.

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BVR

E ai? Vão fazer mais o quê?
“O Reino Unido não tem dúvidas sobre a soberania das ilhas Falkland e as áreas marítimas ao redor”. Melhor resposta impossível.
Para as ilhas voltarem a ser negociadas, a Argentina teria que oferecer algo muito valioso em troca…Buenos Aires talvez.

rodrigo

agora,,, que as ilhas deviam ser dos argentinos, a isso sim devia!!!
e a historia do pobre contra o rico, todos vao a favor do rico.
se a Argentina fosse mais rica que a Inglaterra, ela teria fortes puxa sacos!!!

Azevedo

isto é um sinal de alerta para aqueles que comemoram as reservas brasileiras, mas esquecem que o uso da força pode ser necessário, no futuro, para que possamos garantir a sua exploração. Por força entendemos Poder Naval.

Leonardo

As Ilhas Falkland são objeto de disputa entre França, Inglaterra e Espanha, desde 1770. Em 1817, com a independência da Argentina, este país passou também a exigir a posse das ilhas. Em 1833, a Inglaterra reafirmou sua soberania perante a comunidade internacional, que aceitou prontamente o tratado assinado à época. A Argentina só questionou o tratado em 1982, ou seja, 149 anos após sua assinatura. O questionamento resultou em uma guerra, que foi também arbitrada pela comunidade internacional e foi legalmente vencida pelos ingleses. O tratado que concede a soberania à Inglaterra está em vigor há 175 anos. A população… Read more »

Graf VonDemmelsingen

Aparentemente ninguem enxerga que a visão dos habitantes das ilhas é continuar inglesa. Os Kelpers não querem nada com Buenos Aires, se for para ter de mudar o passaporte. Outra coisa. A própria história da Guerra de 1982 diz que ela ocorreu mais em razão da opinião pública interna e a preservação de uma das piores ditaduras que este continente já viu, do que com o que o fundo do mar ao redor das ilhas esconde ou não. Finalmente: Porque a ilha deve ser dos argentinos? Como o Leonardo acima explicou, só muito tarde eles reivindicaram e defenderam a idéia… Read more »

taer

Concordo com vc. Leonardo, entretanto, não podemos esqueçer que as leis, os tratados, devem ser respeitados por todos, mas o que se assiste todos os dias são regras de direito internacional serem descumpridas pelos poderosos!
Ao Brasil cabe cuidar de seu patrimônio.
Sds

BVR

Concordo com o sr. Leonardo e com o adendo do sr. Taer. Respeito a opinião do sr. Rodrigo; mas a Argentina até poderia ter produzido outro final para a disputa, se travasse uma guerra só. O que vimos foi uma guerra da marinha; uma do exército; outra da força aérea;uma da força-aeronaval e outra feita por uma ou duas unidades de combate terrestre. Ou seja, cada força fez a sua guerra e a Argentina perdeu todas. Portanto, não é uma questão de puxar-saco do mais forte; mas sim reconhecer que a Inglaterra foi mais competente em efetivar seus objetivos. A… Read more »

Meirelles

Protestar é a única opção para Argentina.Ou vão recorrer à força? se em 1982 os argentinos estavam em grande desvantagem, imaginem agora.

König

A Argentina na época tentou acionar o TIAR mas como ela era agressora…
Fora alguns fiascos como o que aconteceu com submarinos argentinos de não conseguir disparar nenhum torpedo e ficar com torpedo preso no tubo.
Coitada da Infantaria Argentina…
Foram valentes mas tudo em vão…
Saudações

Azevedo

O TIAR é inócuo e o conselho de defesa do pres. Lula vai pelo mesmo caminho.
O mundo é hobbesiano…

camberiu

Nao entendi o que o TIAR tem a ver com a historia. A Argentina foi claramente a agressora no caso da guerra das Malvinas. Seguindo a logica apresentada aqui, um dia a Venezuela poderia atacar Curacao do nada, convocar o TIAR, e esperar que o Brasil entrasse em guerra com a Holanda sem motivo nenhum. Vale lembrar tambem o verdadeiro motivo da guerra: Em 1982 a economia Argentina havia literalmente implodido. Hiperinflacao, desemprego e estagnacao economica assolavam o pais e a popularidade do regime militar era de quase zero. Em um ato tipico de milico (existem milicos e MILITARES), o… Read more »

König

“A Argentina na época tentou acionar o TIAR mas como ela era agressora…”
Leia atentamente o que escrevi.

Mas se militarmente a Argentina não conseguiu na época não consegue mais as Ilhas.

camberiu

König, nao estava me referindo ao seu comentario, mas o comentario posterior, dizendo que o TIAR era inocuo.

König

Então me Desculpe Camberiu.
Mas cá entre nos ele não bota medo de nimguem os unicos paises que tem algum poder é o Brasil,Chile,Argentina,Venezuela e mesmo assim estes são muito limitados se conparado as potencias Europeias ou Asiaticas.

Nelson Lima

Infelizmente só resta aos hermanos espernear.Vão enfrentar os
8 TornadosADV armados com BVR Skyflash em prontidão na ilha?

Azevedo

Como escrevi, o TIAR É inócuo. Não o relacionei ao conflito das Malvinas, em que pese o fato de a Argentina ter feito referência a este tratado na ocasião.
O ponto central do comentário é de que não existe “solidariedade hemisférica” que sobreviva sem a mínima capacidade de dissuasão.

Para eventuais interessados, segue link de artigo recente do Alte. FLORES sobre o assunto:

Azevedo
BVR

Grato pelo link sr. Azevedo.

PAULO

A MB acaba de ser “agraciada” pelo Presidente com a compra de um navio específico para operações na Antartida. Informações Gerais (defesanet): O navio foi construído na Noruega, em 1988, tendo sofrido uma alteração estrutural em 2001. Atualmente está sendo operado pela “ASK Subsea Ltd” e encontra-se no estaleiro “BREDO”, em Bremerheven, Alemanha, onde está realizando uma série de reparos e obras voltados para a conversão em Navio de Apoio “OFFSHORE”. Características do Navio “Ocean Empress” • Deslocamento (toneladas): 5.450 – plena carga; • Dimensões – comprimento x boca x calado (metros): 93,4 x 13,4 x 6,2; • Velocidade –… Read more »

Daniel

Meus caros,

Quem não conhece história acaba sendo iludido pela “milonga” dos argentinos. Eles NUNCA tiveram nada com as Falklands, e quiseram tomar na mão-grande e se deram mal.
Não vamos cair nessa, pois se colar, eles vão querer as Missões (RS) de volta!

König

Obrigado pelo Link Azevedo.

marcelo reis

se as ilhas tivessem pelo menos 80mil habitantes,poderiam ate se tornar um pais livre..como ocorreu com granada que tem 300km e 90mil habitantes..ou seja a argentina não seria dona de nada da mesma forma..

Roberto

Cara como um País pode ser tão sem noção???
sem argumentos, a Argentina é rídicula e totalmente imbecil!!!

Angela

Petróleo nas Malvinas aumenta tensão entre Argentina e Inglaterra em meio às mudanças na Geopolítica do Atlântico Sul

http://diariodopresal.wordpress.com/2010/02/18/petroleo-nas-malvinas-aumenta-tensao-entre-argentina-e-inglaterra/

Paulo Silva

PETRÓLEO DAS MALVINAS CONHECIDO E OCULTADO DESDE 1975 Wladmir Coelho Em 1975 uma comissão parlamentar britânica visitava as ilhas Malvinas para levantar os meios necessários para retirar o arquipélago da estagnação econômica. O deputado e geólogo Colin Phipps fazia parte deste grupo levando em sua bagagem os estudos da Universidade de Birminghan a respeito do potencial petrolífero da área. Phipps retornou à Londres convencido da existência de petróleo nas Malvinas redigindo imediatamente um relatório encaminhado ao Ministério das Relações exteriores informando a existência de um gigantesco campo. A respeito desta descoberta O pesquisador argentino Federico Bernal em seu livro “Petróleo,… Read more »