Navio Polar (NPo) Almirante Maximiano chega ao Rio de Janeiro no dia 7 de abril

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Adquirido por decisão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva após visita ao Continente Gelado e incorporado à Marinha em 3 de fevereiro último, na cidade de Bremerhaven, Alemanha, o Navio Polar Almirante Maximiano tornou-se o mais novo meio operativo da Marinha.
Após as adaptações necessárias às realizações de pesquisas na região da Antártica, como construções de laboratórios, espaços habitacionais, hangar e convés de vôo para operar aeronave, o Navio suspendeu de Bremerhaven em 14 de fevereiro, demandando os portos de Brest, Lisboa, Las Palmas e Recife. Atracará no cais Paulo Irineu Roxo Freitas na DHN (Diretoria de Hidrografia e Navegação), Rio de Janeiro, em 7 de abril, às 11h, sob o Comando de seu primeiro Comandante, o CMG SÉRGIO RICARDO SEGOVIA BARBOSA.

O navio será recebido fora da barra da Baía de Guanabara, na manhã do dia 07ABR, por diversas unidades navais da Marinha, estando embarcado no Navio Capitânia o Comandante de Operações Navais. As unidades navais, após saudarem o novo navio, que terá a bordo o Diretor-Geral do Material da Marinha, participarão de uma Parada Naval nas proximidades da entrada da Baía.

Almirante Maximiano

O nome Almirante Maximiano é uma justa homenagem ao insigne Almirante-de-Esquadra Maximiano Eduardo da Silva Fonseca que, como Comandante da Marinha, ao adquirir o Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) Barão de Teffé (1982 – Ex-Thala Dan), abriu o caminho para a presença do Brasil na Antártica, permitindo a realização da Primeira Expedição Antártica Brasileira e o estabelecimento da Estação Antártica Comandante Ferraz. Esta estação, a partir de então, marca a presença de nosso país naquele Continente, na condição de membro do Tratado Antártico, e nos dá direito a voto nas decisões atinentes àquela região.

A aquisição

Em fevereiro de 2008, o Presidente Luis Inácio Lula da Silva, durante visita ao continente antártico, decidiu pela obtenção de um navio para, juntamente com o Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel, apoiar as pesquisas brasileiras no continente gelado.
Com isso, iniciou-se o processo de seleção de um navio de pesquisa com capacidade de operar na região, tendo sido selecionado o Navio Ocean Empress, por uma comissão composta por engenheiros navais e oficiais, com relevante experiência em operações antárticas.

Assim, o Navio foi adquirido por meio de Convênio assinado em 2008 entre a MB, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP).
Após a aquisição, foram realizadas alterações estruturais no estaleiro Bredo, em Bremerhaven, para atender aos requisitos necessários para apoiar o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). Dentre essas alterações destacam-se a construção de um convés de vôo, apto a operar com aeronaves UH-12/13 (Esquilo) e IH-6B (Bell Jet Ranger), e de um hangar climatizado, com capacidade para acomodar 2 helicópteros; instalação de 5 laboratórios, sendo 2 laboratórios secos, 2 laboratórios molhados e 1 misto, os quais abrigarão os mais modernos equipamentos para o desenvolvimento de projetos científicos no ambiente antártico; ampliação das acomodações de 50 para 106 pessoas. O navio é dotado, também, de um amplo passadiço com sistema de cartas eletrônicas (ECDIS), sistema de aquisição automatizada de dados hidroceanográficos, sistema de posicionamento dinâmico, sistema automático de identificação (AIS) e cinco estações de controle dos propulsores do Navio, de onde se pode atuar nos 2 eixos com hélice de passo controlado (HPC), 3 propulsores de proa (bow thrusters) e 1 propulsor (thruster) azimutal existente na popa.

O navio será operado e mantido pela DHN, por intermédio do Grupamento de Navios Hidroceanográficos (GNHo) e com a supervisão técnico-científica do Centro de Hidrografia da Marinha (CHM).

Conceito de Emprego

Será empregado prioritariamente nas coletas de dados oceanográficos na Região Antártica, em apoio aos projetos científicos do Programa Antártico (PROANTAR), podendo ser utilizado também tanto em Águas Jurisdicionais Brasileiras como em outras regiões do Atlântico Sul, com a finalidade de coletar dados hidroceanográficos destinados ao aprimoramento das previsões meteorológicas e oceanográficas, bem como da cartografia náutica.

Equipamentos Científicos e de Apoio

Para atuar segundo o seu Conceito de Emprego estão sendo adquiridos para o NPo Almirante Maximiano, pela MB, equipamentos científicos e de apoio, com instalação prevista para o corrente ano, a saber:
Guincho Oceanográfico para águas profundas; Ecobatímetro Multifeixe EM302;Acustic Doppler Current Profiler (ADCP) de Casco (perfilador de correntes); Conjunto Conductivity, Temperature and Depth (CTD)/Rosette; Ecobatímetro EA600; ADCP tipo “Lowed”; Garrafas de Niskin ( 5 e 10 litros); Estação Meteorológica Automática; Termossalinógrafo, Termômetros digitais, Guincho Geológico para águas profundas e Cabo mecânico (8000m), e Sonar de Varredura Lateral, Arco de Popa, Arco Lateral (“Frame”).

Histórico

O Navio, construído em 1974, no estaleiro Todd (EUA), foi comissionado como navio de apoio (Supply Vessel) às plataformas de petróleo no Mar do Norte e, posteriormente, em 1988, no estaleiro Aukra (Noruega), foi convertido em navio pesqueiro (Stern Factory/Processing Trawler), quando obras de grande vulto foram executadas, a ponto de ter sido preservada apenas a quilha como parte original, o que, segundo a Classificadora Lloyds Register, torna o ano de 1988, na prática, como o seu novo ano de construção.

Características

Notação de Classe ICE-C (capacidade de operar em condições de gelo amenas, ou seja, campo de gelo fragmentado de até 40 cm de espessura), comprimento total 93,4 m, boca moldada 13,4 m, calado carregado 6,5 m, Deslocamento carregado 5.540 ton, Sistema de propulsão: 2 Motores Caterpillar 3612 V12 2942 KW, Geração de energia: 2 geradores de eixo Caterpillar 1464 KW, 1 motor Caterpillar 3512 V12 1424 KW, 1 Diesel gerador de emergência Cummins-KarstenMoholt 250 KW, Velocidade Máxima Mantida(VMM): 13 nós, Velocidade Econômica de Cruzeiro(VEC): 11 nós, autonomia: 90 dias, Tripulação: 54 militares, Acomodação (1/3 destinado à comunidade científica): 106 pessoas, Sistema de Posicionamento Dinâmico (DP),1 Bow Thruster BRUNVOLL SPT-AP-400, 2 Bow Thrusters BRUNVOLL SPK-300, 1 Azimutal Thruster AQUAMASTER US 630.

Com esta aquisição a Marinha e o Brasil passam a contar com uma plataforma de coleta de dados no estado da arte, capaz de atender as demandas da comunidade científica brasileira em relação as nossas pesquisas no Atlântico Sul em geral e na Antártica em particular.

FONTE: Centro de Comunicação Social da Marinha

LEIA MAIS sobre o Almirante Maximiano aqui no BlogNAVAL:

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[…] HU-1 (1° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral), realizou o primeiro pouso a bordo do NPo Almirante Maximiano (H-41), por ocasião da realização da VSA. Durante toda a vistoria, a aeronave UH-12 N-7082 do […]

Carlos Almeida

Algumas incorreções na nota merecem esclarecimento: O Navio NÃO foi selecionado por uma comissão de Engenheiros com relevante experiência no Continente Gelado. A verdade é que o navio foi selecionado por um “sopão” do CON, numa pesquisa de fotos nos seus e-mails. O sujeito viajou até o local e ao regressar a MB já havia decidido que seria aquele seu futuro Polar. Interessante notar que ao ser selecionado, o navio era uma fábrica de pescado enlatado, tendo de Navio Polar somente o casco. Não havia um laboratório sequer. Apesar disso, a MB iniciou o pagamento ao proprietário e este iniciou… Read more »

majunior

onde eu acho aquele ‘quadro’ dos atuais navios da nossa mb? eu tenho um mais é desatualizado de 1999.. gostaria de saber o q nos temos hj em dia..

Marcelo Ostra

Aonde foi mesmo que vi algo semelhante publicado …

Com a palavras os adptos do “excelente aquisição”, talvez tão experientes como alguns TEN do caso … (apesar de acrediar que eles em nada tem responsabilidade no caso)

Entre nos, desde o inicio quem tem um minimo de conhecimento sabia (ou presumia) que há no mercado coisa melhor

MO

RLobo

Esta historia foi muito mal contada. Acho porem que a marinha poderia passar sem este tipo de imbroglio, alem do mais este tipo de navio deveria ser eminentimente civil, deveria pertencer a alguma universidade. Há marinha caberia apenas, prover segurança aos pesquisadores quando necessário.

RLobo

Disse: “A marinha caberia apenas, prover segurança aos pesquisadores quando necessário”