Cerimônia marca início da fabricação de novos submarinos no Brasil

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Brasília, em 14 de julho de 2011.

Produção dos submarinos convencionais representa o primeiro passo para a construção do submarino com propulsão nuclear brasileiro. Presidenta Dilma  comparecerá ao evento.

O corte de uma chapa de aço, em cerimônia a ser realizada neste sábado (16), em Itaguaí (RJ), com a presença da Presidenta Dilma Rousseff, marca oficialmente o início da construção dos submarinos convencionais (S-BR) da classe Scorpène, de tecnologia francesa, no Brasil. A iniciativa faz parte do Acordo Estratégico Brasil-França que originou o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) da Marinha do Brasil.

O evento – previsto para começar às 16h, na sede da Nuclebrás Equipamentos Pesados (NUCLEP) – tem enorme importância simbólica para o País. A fabricação dos S-BR, como são chamados os quatro submarinos convencionais incluídos no PROSUB, representa o primeiro passo para a construção do submarino com propulsão nuclear brasileiro (SN-BR) – marco maior do programa, firmado entre o Brasil e a França, no final de 2008.

Considerado um dos mais complexos meios navais já idealizados pelo homem, o submarino com propulsão nuclear tem vantagens táticas e estratégicas significativas. Com enorme autonomia, pode desenvolver velocidades elevadas por longos períodos de navegação, aumentando sua mobilidade e permitindo a patrulha de áreas mais amplas no oceano. O modelo é considerado também extremamente seguro e de difícil detecção.

Parte dos equipamentos desenvolvidos para os quatro submarinos convencionais, de propulsão diesel-elétrica, poderá ser aproveitada no submarino de propulsão nuclear brasileiro, que será fabricado com os mesmos métodos, técnicas e processos de construção desenvolvidos junto aos franceses.

Esse processo de capacitação da indústria de defesa nacional, que envolve transferência de tecnologia e expressiva nacionalização dos equipamentos, permitirá que a qualificação obtida pelos profissionais brasileiros, sobretudo na fabricação do SN-BR, possa ser utilizada em vários outros segmentos da indústria nacional.

O submarino movido a energia nuclear é desenvolvido com tecnologia altamente sensível, dominada por um seleto grupo de países. Atualmente, apenas China, Estados Unidos da América, França, Inglaterra e Rússia detêm esse domínio tecnológico. Com o PROSUB, o Brasil passará a integrar essa lista, já que o SN-BR terá reator nuclear e propulsão desenvolvidos pelo próprio País.

Repasse de know how

Entre os acordos assinados com a França, o contrato de transferência de tecnologia é visto como o mais estratégico por especialistas brasileiros. Pelo acordo, os franceses terão de repassar know how para determinadas indústrias fabricarem no Brasil itens usados nos submarinos.

Estima-se que cada um dos submarinos a ser produzido no Brasil contará com mais de 36 mil itens produzidos por mais de 30 empresas brasileiras. Entre esses equipamentos estão quadros elétricos, válvulas de casco, bombas hidráulicas, motores elétricos, sistema de combate, sistemas de controle, motor a diesel e baterias especiais de grande porte, além de serviços de usinagem e mecânica.

O estímulo, pelo PROSUB, à indústria de fornecedores nacionais, aliado ao grande processo de capacitação empreendido, é considerado o maior trunfo do programa. Entende-se que, uma vez capacitado e com parque industrial ativo, o Brasil não irá depender de outro país para fazer submarinos convencionais e de propulsão nuclear.

Nova empresa

Para viabilizar o programa de submarinos brasileiro foi constituída uma nova empresa, a Itaguaí Construções Navais (ICN), parceria entre a francesa DCNS e a construtora brasileira Norberto Odebrecht. A união foi formada com a participação da Marinha do Brasil, que detém golden share (direito de veto) sobre questões referentes à atuação da empresa. Caberá à ICN a construção de cinco submarinos.

Além da fabricação dos submarinos, o PROSUB contempla a construção de um estaleiro e de uma sofisticada base naval para abrigar as embarcações. As obras incluem também a instalação de uma Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM).

O local escolhido para as novas instalações foi a Ilha da Madeira, localizada no município de Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. A UFEM será alojada  num terreno situado ao lado NUCLEP, estatal encarregada de produzir as seções cilíndricas que formarão os corpos dos submarinos.

Cronograma

O evento deste sábado marca o início da construção da Seção de Qualificação, unidade na qual engenheiros, técnicos e operários brasileiros treinados na França poderão comprovar a absorção – com a posterior aplicação – dos conhecimentos técnicos e tecnológicos recebidos. A etapa representa, no calendário do PROSUB, o início efetivo da construção dos S-BR no Brasil.

Pelo cronograma de entregas, o prazo para o fim das obras civis é 2015. A inauguração da UFEM será feita em novembro de 2012. A conclusão do estaleiro é esperada para 2014. Já a base naval deverá ficar pronta seis meses depois. A previsão é de que o primeiro, dos quatro submarinos convencionais a serem construídos, esteja pronto em 2016 e após a realização dos testes de cais e mar seja entregue a MB em meados de 2017. Os demais submarinos convencionais serão entregues a cada ano e meio de defasagem e o primeiro submarino com propulsão nuclear em 2023.

O  Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha do Brasil irá gerar, somente durante as obras de construção previstas, mais de 9 mil empregos diretos e outros 27 mil indiretos. Projeta-se para o período de construção dos submarinos, apenas na área de construção naval militar, a criação de cerca de 2 mil empregos diretos e 8 mil indiretos permanentes, com utilização expressiva de mão-de-obra local.

Além da Presidenta Dilma Rousseff, participarão da cerimônia na sede da NUCLEP o Ministro de Estado da Defesa, Nelson Jobim, Embaixador da França no Brasil, Yves Edouard Saint-Geours, o Ministro da Defesa da França, Gérard Longuet, o Comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto e diversas autoridades civis e militares.

 

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Marine

Sem querer ser chato ou negativo, preferindo o pragmatismo e experiencia anterior.

Que comecem agora as apostas de quantos anos serao para que esse subamrino seja integrado a esquadra!

Boa sorte MB, se o passado for prova, necessitara!

MO

como diria certas pessoas do Acre

” AH VAH ………”

em 2473 veremos o resultado

Luiz Padilha

Marine, se as coisas continuarem como estão, os subs serão incorporados no prazo.
Mas, isso se continuar como está agora, aonde a grana não está faltando.

Vassili

Bem…….. só posso falar uma coisa: cadê o N/T João Cândido????????? ele ja fez quantas viagens levando “ouro negro” para a China??????? acho que nenhuma………. né????? foi batizado com tanta pompa, publicidade………. pra que??????? pra ficar encostado sem poder navegar????????? Não tenho certeza se fico com dó do nosso Almirantado, que é obrigado à dançar a música conforme o passo imposto pelos políticos………….. Ou se fico com dó de nós mesmos……… simples pagadores de impostos……….. Vamos torcer para que pelo menos 50% do planejado saia conforme a escrita. Nos resta cruzar os dedos……. comprar uma dúzia de pés de coelhos………… Read more »

GUPPY

Se os prazos serão cumpridos ou não, o melhor é começarmos logo. E, como explicou o Luiz Padilha acima, pode ser que os prazos sejam cumpridos.

Marine

Padilha,

Eu realmente rezo pra isso mas como de praxe ,santo quando ve muito milagre, desconfia.

No mais, Goodspeed a MB!!

Mauricio R.

Ainda acho que o fringir dos ovos, será o 1º PGM daquele submarino ora em construção, na França.
Vai ser um tal de kd a rebimboca da parafuseta, sem tamanho.

Luiz Padilha

Ledo engano para quem acha que o PROSUB irá descambar. Até o momento, tudo, repito, tudo está correndo dentro do programa. A prôa do SBr-1 sendo feita na França com repasse de ToT para nossos engenheiros( alias, já repassada), e a pôpa do SBr-1 iniciando agora aqui no Brasil. A prôa será trazida ao Brasil e a união das mesmas será feita já no novo estaleiro, o qual está em ritmo acelerado de construção. Os videos e os relatos de minhas fontes comprovam. O nosso SBr-1 possui inumeras modificações feitas por nossos engenheiros e o ganho em termos de capacidade… Read more »

Yluss

Numa boa, o que fica claro é que temos um histórico tão triste em relação ao desenvolvimento de atividades assim que eu tenho sempre muito medo de acreditar em boas noticias como esses posts e o que o Padilha afirma acima.

Medo de ser defraudado mais um vez, medo de ser mais realista que o rei, medo de me entristecer de novo ao ver nossas possibilidades serem cortadas por falta de visão e hombridade.

Torço muito para ver tudo isso realizado, o que será um enorme e definitivo passo rumo ao futuro da nossa Marinha, e de nosso Brasil.

Sds

MO

“Eu tenho Medo” *

* Regina Duarte sobre a construção de submarinos no Brasil, principalmente os tais que tm ‘BR’ no nome

“Você quiz dizer Acre” *

* Google sobre o local de construção de SBerres

Claro que se sair e se for empregado como deveria voces me zoam depois ….